Diana Goulart: Um recurso bem eficaz é praticar muitas vezes antes do show. Cante em frente ao espelho, cante para seus amigos em casa, cante para colegas de trabalho ou de classe. Quanto mais você se acostuma com a situação de exposição ao público, mais à vontade você fica. Um bom truque para quem fica muito nervoso é fazer o roteiro do show começando com músicas mais “fáceis” que agiriam como um segundo aquecimento. Atenção: isto não substitui o aquecimento propriamente dito, que deve ser feito ANTES do show. Outra sugestão para enfrentar a timidez é participar de outras atividades […]
Diana Goulart: O ensaio passa por várias etapas. A primeira, obviamente, é aprender bem a música, ouvindo uma ou mais versões gravadas ou, quando possível, lendo atentamente a partitura. Vá por partes. Primeiro leia ou escute a melodia, memorize e cante esta melodia sem a letra; depois leia em voz alta a letra sem cantar. Em seguida cante letra e melodia juntas. Este é um treino valioso tanto para a percepção musical como para a criatividade na interpretação, pois você encontrará novas possibilidades de dar sentido ao texto e à melodia. Quando estiver bem à vontade, passe para a segunda […]
Diana Goulart: Neste caso você pode usar um sistema de karaokê ou videokê; mas atenção: use um sistema que permita alterar o tom das músicas. E peça orientação quanto ao tom de cada música, a menos que você tenha bastante experiência e consciência da sua voz. Outra alternativa é usar um dos programas de computador que geram acompanhamento a partir de uma harmonia (eles “lêem” as cifras musicais). São muito flexíveis e úteis, permitindo qualquer modificação de tom, andamento, estilo, etc; mas é preciso ter pelo menos noções básicas de música para poder utilizá-los. O meu favorito é o Band-in-a-Box, […]
Diana Goulart: No disco existe um arranjo, geralmente tocado por vários instrumentos. Se você tiver uma banda com a mesma formação, pode tentar fazer igual; mas como pode um violão, por exemplo, tocar o mesmo arranjo que uma big band ? Além desta impossibilidade, é também desejável que o arranjo seja diferente – assim você estará praticando a sua criatividade, sua forma individual de cantar cada música, seu ouvido e sua “antena” musical. Para cantar música popular você precisa compreender a proposta musical dos músicos com quem você interage – são seus interlocutores, e você precisa estabelecer com eles uma […]
Diana Goulart: Existem livros que dão dicas e explicam a teoria necessária para a improvisação vocal – harmonia, escalas, modos, patterns e muito mais. Se você já conhece teoria musical e harmonia, há algumas dicas simples para começar: use arpejos de acordes. Escolha uma música bem simples e examine os acordes. Então cante, uma por uma, as notas que formam cada acorde da música (fundamental, terça, quinta, sétima, nona). Brinque com estas notas, faça ritmos diferentes, crie frases. Depois cante estas frases que você inventou dentro do tempo apropriado dentro da música. Ou seja, em vez de cantar a melodia […]
Diana Goulart: Cantar “igual” a alguém depende da combinação de vários fatores, sendo que os principais são: O timbre – é a identidade sonora, a qualidade característica que faz você reconhecer o dono daquela voz (como quando você atende o telefone e reconhece um amigo só pela voz, antes que ele se identifique). Cada pessoa tem um timbre de voz único, pessoal, que é determinado por fatores inatos (como a forma dos ossos da face, por exemplo, ou o comprimento das pregas vocais) e adquiridos (maior ou menor tensionamento de alguns músculos envolvidos na fonação, por exemplo). O timbre é […]
Diana Goulart: Talvez você precise de uma voz-guia, um apoio, que é a voz do cantor que está no disco – ou seja, você só consegue cantar junto com o outro, e se não tiver este modelo, você se perde. Se for este o caso, você precisa treinar mais a sua percepção musical. Tente este pequeno exercício: coloque o disco no cd-player, ouça a primeira frase da música; aperte a pausa; então tente repetir, sozinho, aquela frase. No início, pode ser necessário ouvir várias vezes o mesmo trecho até conseguir. Faça isso frase por frase, até ficar fácil. Ou então, […]
Diana Goulart: O piano (ou qualquer outro acompanhamento) dá ao cantor a referência de tonalidade, de tempo, de harmonia. Quando você canta sozinho estas referências não estão presentes, e fica mais difícil perceber se você está realmente mantendo a afinação e o ritmo. Ou seja, quando você canta sozinho, você corre o risco de errar sem perceber que está errando. É fundamental aprender a estar em sintonia com o seu acompanhamento. Muito raramente se faz música popular a capella, ou seja, somente usando a voz de um único cantor, sem instrumentos tocando junto. Existem grupos vocais que cantam usando somente […]
Diana Goulart: Não. O acompanhamento de um cantor não pode incluir a melodia. O cantor faz a melodia, o acompanhamento faz a harmonia. Se o acompanhamento tocar a melodia junto com o cantor, o cantor fica obrigado a cantar e-xa-ta-men-te igual ao instrumento, sem qualquer criatividade, sem qualquer liberdade para dar à canção uma interpretação pessoal. Além disso, o timbre do instrumento vai-se misturar à voz do cantor, modificando o resultado sonoro final. Um bom acompanhamento é aquele que apoia e conduz o cantor sem tolher sua interpretação; é uma conversa, um diálogo em que cada um dá o seu […]
Diana Goulart: Aqui estão algumas ideias bastante comuns, que são muito usadas exatamente por serem intuitivas e funcionarem bem. Sustente a última nota, enquanto a banda faz um “arremate” final. Modifique o andamento da última frase, tornando-a mais lenta. Use a linguagem corporal para comunicar isto aos músicos. Faça uma pausa antes de cantar a última frase, criando um “clima” para valorizá-la. Modifique ligeiramente a última frase, fazendo com que termine numa nota mais aguda (os agudos causam impacto, principalmente no final). Atenção: se você não tem experiência, treine antes. Ou então modifique o final para que termine numa nota […]
Diana Goulart: É bem possível que você esteja usando um equipamento inadequado para gravar. Fazer uma boa gravação de voz exige um bom microfone, uma mesa de som (mixer) com bons recursos para equalização, periféricos como compressores e efeitos, além de caixas acústicas que reproduzam o som com fidelidade. E o mais importante: é preciso saber pilotar toda esta parafernália tecnológica com eficiência. Outro fator importante é que você está habituado a ouvir sua voz vindo “de dentro” de você – ou seja, você ouve o som da sua voz conduzido pelo ar e também conduzido pelos ossos da face, […]
Diana Goulart: A classificação vocal (Tenor, Barítono, Baixo para os homens, Soprano, Mezzo, Contralto para mulheres) é um assunto dos mais polêmicos. Ser um tenor (ou um barítono etc.) significa que sua voz apresenta determinadas características – os critérios são vários, e incluem a tessitura e o timbre. Mas a classificação vocal não tem nenhuma relação com o fato de ser ou não um bom cantor: encontramos ótimos e péssimos artistas em todos os tipos de voz. Esta é a divisão básica das vozes na classificação tradicional do canto erudito: Vozes femininas Soprano (voz mais aguda e leve), Mezzo soprano […]
Diana Goulart: Se você quiser cantar peças eruditas ou então se for cantar num coral, vai precisar saber qual a classificação da sua voz. Cantar fora da região adequada para você poderá provocar esforço vocal, e consequentemente poderá trazer problemas para sua voz. Mas na música popular, esta classificação não é tão importante, pois você vai sempre adaptar o tom da música à região mais confortável para a sua voz. A melhor maneira de saber se você é soprano, tenor, etc. é procurar um profissional experiente: pode ser um professor de canto ou um regente de coral. Ele provavelmente vai […]
Diana Goulart: Geralmente se trata de uma voz grave e cheia. É muito comum usar expressões variadas, não ligadas à audição, para descrever a sonoridade da voz. Elas podem ser ligadas à percepção visual (voz clara, escura, cristalina, limpa, suja), táctil (voz áspera, afiada, dura, flexível, pesada, leve, apertada) ou gustativa (doce, azeda), e sugerem diversas características sonoras. É uma descrição subjetiva. Voltar para o Índice de Perguntas e Respostas sobre Canto Diana Goulart é professora de Canto, fonoaudióloga, pesquisadora do canto e palestrante sobre diversos temas ligados à voz e ao canto. Para informações mais detalhadas, visite https://www.dianagoulart.com.br Veja […]
Diana Goulart: As vozes humanas têm uma extensão (conjunto de todos os sons que você pode emitir, do mais grave ao mais agudo) e uma tessitura (conjunto de todos os sons que você pode emitir com boa qualidade vocal, do mais grave ao mais agudo). As músicas também têm uma extensão: é a distância entre a nota mais grave até a mais aguda daquela melodia. Vamos representar esquematicamente num gráfico: Com o treinamento vocal, a tendência é você ampliar a sua tessitura tanto na direção dos graves como dos agudos. No entanto, todos os instrumentos (inclusive a voz) têm um […]