Sonorização

Funcionamento Básico de um Sistema de Som

por: Samuel Mattos

De que forma funciona um sistema básico de som? Através de uma cadeia formada por: captador (microfone, guitarra), pré-amplificador (mesa, mixer), periféricos (equalizador, reverber, etc.), amplificador (potências) e alto-falantes (caixas de som).

Podemos dizer que a mesa (ou mixer) é o centro nervoso de todo o sistema, porque é nele que ocorrerão todos os ajustes necessários para a captação e amplificação de vozes e instrumentos. Depois de nivelados e misturados, serão levados através dos amplificadores até as caixas de som.

Nas mesas de som encontramos basicamente dois tipos de entradas onde deverão ser ligados os microfones ou instrumentos (algumas possuem entradas específicas para CD players). Estas entradas são de baixa impedância – normalmente no padrão XLR ou Cannon para microfones e P10 ou Banana para instrumentos.

As mesas (ou mixers) possuem uma série de botões com finalidades específicas. Basicamente podemos destacar: controle de ganho, equalizadores, efeitos, panorâmico e faders.

Na maioria dos casos, o controle de ganho é o primeiro botão de cima para baixo e é responsável pelo ajuste de sensibilidade. Por exemplo, para quem fala muito alto no microfone, deve-se abaixar o controle de ganho.

Os equalizadores nas mesas de som são em muitos casos constituídos de três botões: um de agudo, um de médio e outro de agudo. Neles, o operador deve buscar ajustar pequenas imperfeições no timbre da voz ou instrumento captado.

O botão de efeitos ou auxiliar serve para endereçar aquele canal a um periférico que esteja ligado a mesa de som. Por exemplo, processador de efeitos ou reverber.

O botão panorâmico – pouco utilizado porque a maioria dos sistemas trabalha em mono, não em stereo – possibilita jogar determinado microfone ou instrumento mais para esquerda ou mais para a direita nas caixas de som.

Finalmente os faders, que ao contrário do que muitos pensam não é o volume de cada canal mas um limitador de nível. São aqueles famosos botões deslizantes que encontramos na maioria das mesas de som e que em sua posição totalmente para baixo significa que não estão deixando passar nenhum som; totalmente acima estão deixando o som passar em sua totalidade.

Não podemos deixar de lembrar dos faders de master que, normalmente em pares, controlam o nível geral que irá para o lado esquerdo ou direito do sistema.

Quando o áudio entra na mesa, o primeiro estágio pelo qual ele passa é o ganho, onde se determina a sensibilidade do nível que está entrando na mesa. Por exemplo, se a pessoa que está no microfone tiver uma voz fraca, haverá a necessidade de se ajustar o ganho para que o nível de áudio esteja num patamar aceitável para ser processado pelos próximos controles.

O excesso de ganho pode provocar distorção no áudio daquele canal. Já a falta de ganho provavelmente trará junto ao nível de áudio, um chiado característico.

Depois da seção de ganho, o áudio – na maioria das mesas – vai para seção equalizadora, onde pode se acrescentar ou subtrair freqüências, ou seja, mais ou menos agudo, mais ou menos médios, mais ou menos graves.

Em seguida o áudio segue para a seção de auxiliares (ou efeitos). Os auxiliares servem para desviar o sinal para uma unidade processadora: reverbes, compressores, gates, etc. Neste ponto o sinal é desviado, para um processador externo e retorna ao mesmo ponto já com a alteração desejada.

Na próxima etapa, o áudio passa pelo pan-pot, botão panorâmico. Este botão tem um ponto central e pode ser movido totalmente para esquerda ou totalmente para direita. Este processo possibilita criar efeitos estéreo, movendo literalmente o som para esquerda ou para a direita.

Finalmente chegamos ao fader, o botão deslizante que controla o nível de áudio que sairá daquele canal para o Máster. O botão deslizante na posição totalmente para baixo, impedirá a passagem do som, e totalmente para cima propiciará resistência zero, deixando passar todo o sinal para o master.

Todo esse processo se repetirá em cada canal, sendo que a mixagem ocorre quando os níveis de cada canal são ajustados nos faders até que haja um equilíbrio entre eles. Por isso denominamos o console de “mesa de mixagem”, onde cada canal será misturado com os outros – cada um com o seu nível mais alto, ou mais baixo, mais grave ou mais agudo, processado ou não, mais para a esquerda ou direita – e então serão enviados para o fader master que por sua vez, o enviará para as suas saídas, onde seguirão o caminho já fora da mesa para continuar o processamento.

Monitoração de palco

Uma das grandes ferramentas que a mesa de som proporciona ao operador de áudio é a possibilidade de implantação de um sistema de monitoração de palco.

O sistema se destina a enviar sinais de áudio como retorno aos músicos e cantores no palco, ou seja, independente do som que sai nas caixas de PA, um segundo áudio pode ser enviado ao palco com total independência um do outro.

Sendo assim, pode-se colocar caixas de retorno no palco (há modelos específicos para isso) retornando áudio, para que os músicos possam se ouvir melhor ou então usar retorno de ouvido.

Há duas maneiras de se fazer isso: usando apenas uma mesa de som, onde através da linha de auxiliares da mesa, envia-se sinais de áudio, independentes do som principal de volta para o palco. Ou então colocando-se uma segunda mesa de som, agora no palco, destinada a enviar sinais de áudio diretamente para os retornos de chão ou de ouvido. Nesta segunda configuração haverá a necessidade da instalação de um Multicabo Splitter – este cabo consiste em um T que recebe os sinais provindos do palco e os divide em dois, um para mesa de palco e o outro para mesa principal.

O Multicabo, com ou sem Splitter, consiste em uma caixa (Medusa) constituída de várias conexões, na maioria dos casos XLR fêmeas, onde deverão ser conectados todos os microfones e instrumentos. Através dele, os sinais serão enviados à mesa principal e/ou a mesa de palco, caso seja um splitter.


Fonte: Samuel Mattos mantém um blog em https://samuel-mattos.blogspot.com

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