Sonorização

Absorvedor de Faixa Ampla

por: Edu Silva


Atenção: Os exemplos aqui mostrados não estão a venda. Não se tratam de produtos comerciais, apenas ideias práticas de qualidade comprovada, que podem ser construídos por qualquer um (o material é muito barato). Não me escrevam pedindo preços nem orçamento de serviços. Para comprar o material, consulte a lista telefônica de sua cidade. Não indico revendedores.


A figura ao lado mostra outro tipo de absorvedor, feito apenas de material absorvente, sem painel frontal nem fundo.

É um absorvedor de faixa ampla, bem simples de ser construído, que pode ser pendurado no teto de salas de gravação.

É feito de duas camadas de diferentes materiais – uma de 25 mm de lã de rocha, outra de 150 mm de lã de vidro (3 placas de 50 mm superpostas), resinadas e de alta densidade (em torno de 45kg/m3 para a lã de vidro e 60kg/m3 para a lã de rocha). Cada módulo tem 60×120 cm de lado, dimensões padrão das placas.

Existem placas de lã revestidas de tecido ou filme plástico que podem ser usadas na face aparente (voltada para o estúdio), para melhor aspecto visual.

Distribua pelo teto, a espaços regulares. Não se deve ocupar todo espaço livre, deixe um vão entre cada módulo para melhor absorção e até aspecto visual.

Porque no teto? Diferente dos anteriores, esses absorvedores precisam de espaço para trabalhar. Um afastamento de 10 cm da parede, dobra sua eficiência em baixas frequências, em relação ao que faria se estivesse encostado nela. Sugiro uma distância de 15 a 20 cm, para absorver a partir de uns 100 Hz. Vejam que isso pode roubar espaço precioso na sala, se forem usados nas paredes. No teto, o inconveniente é menor. Mas se houver espaço na sala para usar nas paredes, então OK.

Atua numa faixa bem mais larga que os módulos descritos acima e é muito fácil de ser construído. Detalhes de acabamento e fixação ficam a cargo de cada um, mas sugiro “enquadrar” cada módulo numa moldura de madeira (compensado 10 mm) com 20 cm de profundidade e cobrir a face visível (voltada para dentro da sala) com uma tela de tecido bem leve, como uma caixa de som doméstico (a outra face, voltada para o teto, fica nua). Os módulos devem ser pendurados na horizontal, deitados (para uso no teto).

Se usar algum tipo de revestimento decorativo (tecido ortofônico ou o revestimento que já vem em algumas placas), tenha em mente que ele refletirá parte das altas frequências, perdendo um pouco da eficiência nessa faixa. Mas nem sempre isso é problema, pois parte do material que já existe num estúdio (tapetes, estofados, gente…) já absorve bem os agudos.

Para mais eficiência na absorção de graves, pode-se usar a configuração ao lado, fechando totalmente cada canto da sala, de cima a baixo com dois módulos em cada (2,4 m de altura – complete se necessário, até chegar ao teto). Será formado um triângulo retângulo, sendo dois lados as paredes, e o terceiro, esses dois módulos.

Também podem ser colocados no alto, no ângulo entre teto e parede, onde o efeito é semelhante. Para melhor acabamento, pode-se desbastar as placas num ângulo de 45° onde tocam na parede, num encaixe perfeito.

Com isso, pode não ser preciso mais nenhuma absorção, para não “matar” a sala. Faça testes auditivos (“ouça” a sala) para determinar a real necessidade.


Fonte: Publicado originalmente em http://audiolist.org/

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