Histórias de Hinos

Histórias de Hinos do Hinário Adventista – Nr. 015

Vós Criaturas do Senhor

Letra: Francisco de Assis (1182-1226)

Título Original: All Creatures of Our God and King

Música: Compositor Desconhecido

Texto Bíblico: Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu, louvai-o nas alturas! Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas hostes! Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes! Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus! Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados. Também ele os estabeleceu para todo sempre; e lhes fixou um limite que nenhum deles ultrapassará. Louvai ao Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos e todos os abismos; fogo e saraiva, neve e vapor; vento tempestuoso que excuta a sua palavra; montes e todos os outeiros; árvores frutíferas e todos os cedros; feras e todo o gado; répteis e aves voadoras; reis da terra e todos os povos; príncipes e todos os juízes da terra; mancebos e donzelas; velhos e crianças! Louvem eles o nome do Senhor, pois só o seu nome é excelso; a sua glória é acima da terra e do céu. Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor! (Salmo 148)

Observação: A música deste hino foi publicada em 16232 no Ausserlesene Catholische Geistliche Kirchengesäng, (Köln, Alemanha)


Acompanhe o hino no Youtube


1. Vós, criaturas do Senhor,
Oh, elevai a Deus louvor!
Oh, louvai-O! Aleluia!
Tu, Sol dourado a refulgir;
Tu, Lua em prata a reluzir!
Oh, louvai-O! Oh, louvai-O!
Aleluia! Aleluia! Aleluia!

2. 0 Terra e Céu, a Deus honrai;
Preito de amor e graças dai!
Oh, louvai-O! Aleluia!
Flores, erguei-vos em canção
Ao grande Deus da criação!
Oh, louvai-O! Oh, louvai-O!
Aleluia! Aleluia! Aleluia!

3. Vós, homens sábios e de bem,
Dai ao Senhor louvor também!
Oh, louvai-O! Aleluia!
Dai glória ao Filho, glória ao Pai,
E ao Santo Espírito louvai!
Oh, louvai-O! Oh, louvai-O!
Aleluia! Aleluia! Aleluia!


Durante muitos anos da existência de São Francisco de Assis, chamado “Poverello” (homenzinho pobre), achava-se cansado e doente. Em 1225, o ano anterior ao seu falecimento, enquanto passava pelos maiores sofrimentos sem sequer murmurar, compôs um salmo de grata adoração que intitulou II Cântico Delle Creature (O Hino das Criaturas).

Conta-se que foi escrito durante um verão extremamente quente, enquanto “Povorello”, deitado em palhas, em São Damião, sofria intensas dores com uma infecção nos olhos. Não podia agüentar qualquer luz e era atormentado constantemente pelos ratos. Mesmo assim, no meio de todo o seu desconforto e sofrimento, escreveu estas linhas belas e alegres.

O último verso, começando “Louvado sejas, bom Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal”, que não foi incluído nas versões em inglês e português, mostrava a prontidão do seu autor para ir estar com seu Senhor.

São Francisco de Assis (ca 1182 – 1226) não nasceu pobre. Filho de um comerciante rico de Assis, Itália, Giovanni Francesco Bernadone começou a vida em extravagâncias, procurando os prazeres deste mundo. Mas um dia, depois de sofrer uma doença séria, sua vida mudou. Abandonando todas as suas possessões materiais, “São Francisco de Assis dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres e aflitos”. Sua abnegação, amor e zelo atraíram um grupo de seguidores que mais tarde formaram a Ordem dos Franciscanos, fundada sobre humildade, simplicidade, pobreza e oração. Ninguém, entretanto, conseguiu igualar o exemplo do homem que se esforçou “talvez mais do que qualquer outro homem, para imitar a vida e o espírito de Jesus”.

Francisco de Assis e o seu grupo escaparam por pouco da ceifa da Inquisição, que exterminou outros grupos de protesto, porque “o movimento franciscano era realmente uma heresia, uma revolta contra a regimentação de doutrina e vida, em busca da liberdade e do amor dos ensinos originais de Cristo”.

Este hino, que é considerado o mais antigo poema religioso na língua italiana, é somente um dos muitos cânticos que ele criou. Esses cânticos eram expressões de um homem que se regozijava no Senhor, enquanto sentia muita tristeza pelos pecados do mundo e pelo sofrimento de Cristo.

Sugere-se intercalar as estrofes deste hino com os versículos do Salmo 148, no qual evidentemente foi inspirado. O periódico Sinos nº. 4, publicado pela Imprensa Metodista em 1948, incluiu 5 estrofes deste poderoso hino de adoração.

O hinólogo inglês, Dr. William H. Draper (1855 – 1933), que levou para o inglês muitos hinos latinos e gregos, fez uma excelente versão deste hino entre 1899 e 1919. Esta versão ganhou a linda melodia, LAST UNS ERFREUEN (Regozijemo-nos), da coletânea Geistliche Kirchengesänge (Cânticos Espirituais da Igreja) publicada em Colônia, na Alemanha, em 1623. Por causa da nítida semelhança desta melodia com outras do século XVI, alguns acham que há mais de suas frases e linhas melódicas que são comuns à hinodia daquele século, usadas à vontade pelos compositores posteriores.

A versão de Draper foi habilmente traduzida pelo Prof. Isaac Nicolau Salum, Jorge Cesar Mota e outros em cerca de 1948.

Bibliografia: Ream Ethel D., Sinos n° 4, São Paulo, Imprensa Metodista, 1948, p. 24.


Veja a partitura cifrada deste hino

Veja este hino também no Ministério Cristo Vai Voltar


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