por: Arival Dias Casimiro
Princípios Bíblicos Acerca da Adoração Agradável a Deus
Os Elementos do Culto Cristão
Os elementos do culto são os meios usados pelo adorador para expressar o culto. São as "formas e funções por meio das quais a recepção ea ação litúrgica se efetivam e, mediante sua cooperação orgânica, suscitam e expressam o evento cultual" (O. Haendler).
No Antigo Testamento todos os elementos do culto são detalhadamente apresentados por Deus, no Código Sacerdotal. O tabernáculo com todos os seus móveis, os sacrifícios, os sacerdotes (roupas, funções etc.) e as festas e cerimônias religiosas. Nada poderia ser alterado, mas obedecido rigorosamente.
O Novo Testamento, porém, não apresenta de forma explícita os elementos do culto. Em Atos 2:42: "E perseveravam na doutrinados apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações." Este texto esclarece que o ensino da Palavra, a oração, a comunhão e a celebração da Santa Ceia eram os elementos do culto apostólico.
No culto carismático de Corinto, Paulo busca organizar oculto: "Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro,doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro,interpretação. Seja tudo feito para edificação." (I Coríntios 14:26).
O consenso bíblico e teológico é que os elementos de culto são: a Bíblia, a oração, a música, os sacramentos e as ofertas.
O Catecismo de Heidelberg usado pelas Igrejas Reformadas, diz que o cristão deve "freqüentar assiduamente à Igreja, para ouvire aprender a Palavra de Deus, participar dos Sacramentos, invocar publicamente ao Senhor e contribuir para as necessidades".
Reflitamos, portanto, sobre os elementos do culto e a sua utilização hoje.
A Bíblia Sagrada
A Bíblia é a Palavra de Deus. Ela é o elemento mais importante do culto cristão, pois "todo ato cristão de adoração é sustido pela Palavra de Deus. Sem ela o culto esvaziar-se-ia de sua substância e perderia o traço que o separa de um culto não cristão" (J.V. Allmen). As verdades bíblicas devem modelar o ato de culto, bem como as ideias e o comportamento do adorador(I Samuel 15:22-23; Mateus 15:9).
A Bíblia aparece no culto sob diversas formas. As principais são a leitura (individual, conjunta e alternada), a pregação, o canto(congregacional, coral, conjuntos e solos) e as saudações e bênçãos pastorais (I Timóteo 4:13; I Tessalonicenses 5:27; Apocalipse 1:3; I Coríntios 11:23-29; Lucas 4:16-30; II Coríntios 13:13-14).
A oração
Orar é cumprir uma ordem do Senhor (Lucas 18:1 e I Tessalonicenses 5:17). Ela é indispensável ao cristão, que deve praticá-la individualmente e coletivamente (Mateus 6:5-8 e Atos 12:12). A oração é "o privilégio supremo dos cristãos, concedido por Deus ao elevá-los a categoria de filhos. A oração só é possível dentro da família de Deus: é o exercer os direitos de filhos no contexto dessa família (Romanos 8:15 e Gálatas 4:6). Os filhos são herdeiros, participantes responsáveis, por conseguinte, de toda a economia da família. Na família do Pai os filhos têm o direito de tomar apalavra. A oração é, portanto, a autorização que Deus dá a que os filhos digam o que têm a dizer com referência aos assuntos que a Ele dizem respeito" (citado por V. Allmen).
A Bíblia nos ensina que a oração faz parte do culto particular e público. As orações nas reuniões da Igreja devem ser uma constante hoje; como foi no passado (Atos 1:14; Atos 4:24; Atos 12:12; Atos 21:5; Lucas 1:10; Mateus 18:19). As mesmas devem ser dirigidas a Deus (Mateus 4:10), por meio e em nome de Jesus Cristo (Efésios 2:18; Hebreus 10:19), acompanhadas de humildade e ação de graças (Gênesis 18:27; Filipenses 4:6; Colossenses 4:2). Podem ser feitas em silêncio e audivelmente, nas posturas diversas (Marcos 11:25; Atos 20:36; Mateus 26:39; I Timóteo 3:8).
A música
A música também se destaca como um elemento indispensável ao culto. A Igreja sempre usou hinos e cânticos na expressão do seu culto (Romanos 15:9; I Crônicas 14:15; Efésios 5:19; Colossenses 3:16; Tiago 5:13; Apocalipse 5:9; Apocalipse 14:13; Mateus 26:30).
O professor Bill Ichter, autoridade em música, descreve algumas características da música que deve ser usada na Igreja:
- Deve expressar uma verdade bíblica.
- Deve expressar doutrinas corretas.
- Deve ser caracteristicamente devocional.
- Deve possuir boa forma literária.
- Deve ter um bom estilo musical.
- Deve ser apropriada à ocasião em que estiver sendo usada.
- Deve ser adaptada ao uso da congregação.
- Deve ser apropriada e ao alcance da capacidade dos cantores.
O apóstolo Paulo nos revela que música na Igreja deve ser composta dos "salmos, hinos e cânticos espirituais", entoados para o louvor a Deus e a edificação mútua dos irmãos (Colossenses 3:16). Os três termos mostram que a música deve ser de vários estilos musicais. Cuidado: não é qualquer música que deve ser utilizada na Igreja, principalmente no ato de culto.
Os sacramentos
"Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da Graça, imediatamente instituídos por Deus, para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra"(C. Fé, cap.XXVII, 1). Esta definição nos mostra que o sacramento é "um sinal externo de uma graça interna".
Há somente dois sacramentos instituídos por Jesus: O Batismo e a Santa Ceia (Mateus 28:19 e Mateus 26:26-30). Ambos devem ser celebrados publicamente administrados somente pelos pastores ordenados (Hebreus 5:4).
Ofertório
O ato de ofertar ou contribuir faz parte do culto. O ofertar sempre foi um elemento integrante da adoração a Deus e uma expressão de fidelidade (Deuteronômio 12:4-7; Malaquias 3:10; Marcos 12:41-44; II Crônicas 8:5; Hebreus 13:16).
"Ninguém se iluda: o reino de Deus não se edifica com dinheiro, mas com pessoas. Após o novo nascimento, contudo, não devemos deixar de dar o dízimo. Não é a Igreja que precisa de dinheiro, como às vezes dizemos. Nós é que precisamos trazer dinheiro à Igreja: nosso progresso espiritual depende disso – II Coríntios 9:5,10" (B.Ribeiro).
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