por: Samuele Bacchiocchi
Uma Visão Geral das Questões do Debate Sobre Música
“Balançar ou não balançar”, eis a pergunta crítica que “balança” muitas igrejas Cristãs hoje em dia, inclusive um número crescente de igrejas Adventistas do Sétimo Dia. Há uma geração atrás havia concordância quase universal de que a música rock, em qualquer versão, era imprópria para o uso pessoal e para o uso na igreja. Naquela época, os jovens que quisessem escutar “música mundana” tinham que procurar um lugar escondido, longe do ouvido de seus pais, professores, e até mesmo de alguns de seus amigos. Hoje, se um adolescente cristão quiser escutar a mesma “música mundana” – e, em muitos casos, muito pior – ele poderá fazê-lo com o encorajamento de sua família, igreja, escola cristã, e amigos. Não é incomum ouvir música rock tocando em alto volume nos dormitórios de escolas e faculdades adventistas.
Francamente, tenho que confessar que foi apenas em 1999 que me dei conta da popularidade crescente do rock “cristão” nas igrejas adventistas. Alguns podem zombar de mim, dizendo que eu devia estar morando na lua. Talvez fosse verdade. Fiquei tão absorvido em minhas atividades de pesquisar, escrever e dar palestras, que não observei o novo desenvolvimento musical em minha própria igreja adventista. Isto pode ser em parte devido ao fato de que até 1999, em meu ministério itinerante ao redor do mundo, eu ainda não havia sido confrontado com bandas de rock reais tocando em igrejas adventistas antes de meu sermão. Por “bandas de rock” quero dizer meia dúzia de jovens tocando instrumentos padrão: guitarras elétricas amplificadas, contrabaixo elétrico, bateria e instrumentos de teclado, como sintetizadores. A primeira vez que testemunhei tais grupos tocando antes de minha pregação foi em 1999, durante meus compromissos para falar na América do Norte e no exterior.
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Numa reunião de jovens adventistas no exterior, certa noite, testemunhei pela primeira vez um grupo de jovens de aparência hippie, tocando música rock com uma batida pesada, explodindo em elevados decibéis, com luzes piscando, efeitos com fumaça, e todos os acessórios típicos de uma boate. Ninguém poderia dizer sobre o que eles cantavam, porque o volume excessivo da música abafava as palavras. Verdadeiramente, foi uma experiência chocante para mim. Eu me senti como se tivesse aterrisado numa casa noturna e não em um lugar de adoração
Poucas semanas mais tarde tive algumas experiências semelhantes em igrejas adventistas na América do Norte. Quando compartilhei estas experiências com os mais de 7.000 inscritos em meu “Boletim Informativo Endtime Issues” (Assuntos Escatológicos), recebi centenas de mensagens de e-mail de diferentes partes do mundo. Todas elas expressavam a mesma preocupação sobre grupos de rock tocando música imprópria em suas igrejas, escolas, ou reuniões de jovens. Aliás, para receber o boletim informativo quinzenal grátis, simplesmente me escreva pedindo através do meu e-mail <[email protected]> (N.T. – Este boletim é fornecido em inglês e o pedido também deverá ser encaminhado neste mesmo idioma.)
Os relatos que chegaram de muitos países me forçaram a tomar consciência da gravidade da situação. Para mim ficou evidente que a adoção de música do tipo rock não é mais um problema isolado, mas uma tendência mundial que está ganhando impulso nas igrejas adventistas, assim como no resto do mundo cristão. Muitos leitores de meus boletins informativos encorajaram-me para que abordasse o assunto em um livro. Inicialmente fiquei relutante em fazê-lo, porque não sou autoridade em música.
Surpreendentemente, doze músicos profissionais, de diferentes partes do mundo, ofereceram-se para contribuírem com capítulos para este estudo. Tomei isto como um sinal de que deveria levar adiante este projeto. Decidi que podia abordar a questão da música rock numa perspectiva bíblica, histórica e ética, enquanto músicos competentes examinariam os aspectos musicais do rock mais diretamente. O projeto decolou e, pela graça de Deus, foi terminado num tempo recorde de aproximadamente seis meses.
Um Esclarecimento Necessário. Antes de prosseguirmos na explicação dos objetivos, procedimentos, e conteúdo global desse livro, é importante limparmos o ar de possíveis concepções erradas. O alvo deste estudo não é rejeitar toda música contemporânea como sendo “rock”. Acredito que não falo só por mim mesmo, mas também pelos contribuintes deste projeto quando digo que há muitas canções contemporâneas com músicas e palavras apropriadas para a adoração divina.
Durante os últimos dez anos preguei em muitas igrejas adventistas onde pequenos grupos conduzem o “Serviço de Louvor”, usando
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hinos e canções contemporâneas que são normalmente projetadas em uma tela. Algumas dessas canções são triviais e superficiais na melodia e na letra, mas o mesmo também é verdade para alguns hinos. Posso suportar alguns corinhos triviais repetindo a mesma palavra ad nauseam, contanto que eles não sejam o único repertório do culto na igreja.
Porém, algumas das canções contemporâneas exalam genuína devoção, tal como “Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!” Tanto a melodia quanto as palavras desta canção, expressam adequadamente o anelo espiritual de uma alma sincera. Assim, seria injusto rotular todas as canções contemporâneas como “rock”. Aliás, meu filho mais novo, Gianluca, me informou que a música “Bem-vindos ao Lar, Filhos” (N.T. – Trata-se da música “Welcome Home Children“, de Adrian King. Esta música será citada outras vezes), que nós usamos numa gravação especial em vídeo alguns anos atrás intitulada “Sabbath in Songs” (O Sábado em Cânticos), é uma canção contemporânea. Isto me mostrou que usei música contemporânea em meu ministério sem nem me aperceber disto.
Para mim, o critério não é se uma canção é velha ou contemporânea, mas sim se sua música, letra e a maneira de cantar estão em conformidade com o princípio bíblico da música de adoração. Ao contrário das concepções erradas prevalecentes, a Bíblia diferencia claramente a música usada para o entretenimento social e a música digna da adoração a Deus. Esta distinção vital é apresentada no Capítulo 7, “Princípios Bíblicos de Música” que é o mais longo e, provavelmente, o mais importante deste livro.
Alguns leitores do Capítulo 7 se surpreenderão ao descobrirem que nos tempos bíblicos, a música e instrumentos associados ao entretenimento social (o qual era principalmente de natureza religiosa), não eram permitidos no serviço de adoração do Templo, da sinagoga, e da igreja apostólica. Não há nenhuma dúvida de que o povo de Deus, nos tempos bíblicos, diferenciava claramente entre a música sacra usada para a adoração divina e a música secular empregada para o entretenimento social. Aqueles que negam este fato precisam fazer um pouco de lição de casa.
Algumas canções contemporâneas estão em conformidade com o princípio bíblico de música para adoração. Por exemplo, a canção mencionada anteriormente “Bem-vindos ao Lar, Filhos”, tem uma melodia e letra que falam ao meu coração quando cantadas de maneira reverente. Atente às palavras:
Um grande dia está chegando
os portões do céu amplamente se abrirão,
e todos nós que amamos ao Senhor entraremos.
Unidos com nossos familiares
que em Jesus Cristo morreram
nossa vida eterna juntos começaremos.
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É difícil não se comover pela música e mensagem desta canção contemporânea. Esperamos que estas experiências e comentários pessoais assegurem aos leitores que este livro não foi escrito por um “grupo de fanáticos” determinados a atacar toda a música contemporânea como “rock satânico”. Nosso objetivo é sermos construtivos e não destrutivos. Queremos ajudar os cristãos sinceros, de todas as correntes de opinião, a entenderem melhor os princípios bíblicos que deveriam nos guiar na escolha da música apropriada para uso pessoal e para o uso na igreja.
Objetivos Deste Livro. Este estudo tem dois objetivos principais. O primeiro é ajudar as pessoas a entenderem o que faz a música rock ser tão diferente de qualquer outra forma de música. Por que é que a música rock foi a maior propagadora dos valores morais, sociais e estéticos durante os últimos cinqüenta anos? O que faz a música rock ser tão atraente e irresistível para tantas pessoas ao redor do mundo, apesar de seus valores revolucionários, anticristãos e contraculturais? Há algo único na estrutura da própria música rock que a faça substancialmente diferente e mais atrativa do que qualquer outra forma de música? Quais são os problemas em transformar a música rock em um meio para a adoração e o evangelismo cristãos? Estas perguntas importantes são examinadas em vários capítulos, conforme explicado abaixo.
O segundo objetivo deste estudo é determinar os principais princípios bíblicos da música. Estes princípios são formulados nos Capítulos 6 e 7. O primeiro considera de que forma as crenças exclusivas dos Adventistas do Sétimo Dia, como o Sábado, Santuário, e Segundo Advento deveriam causar um impacto no culto de adoração, inclusive na música. O segundo examina os ensinos globais da Bíblia relativos à música. Outros capítulos contribuem de diferentes maneiras para definir princípios bíblicos ao fazermos boas escolhas musicais.
A introdução é dividida em duas partes. A primeira define as frases “música rock” e “Música Cristã Contemporânea (MCC)”. Considerando-se que estas duas frases são usadas freqüentemente ao longo deste estudo, queremos que o leitor saiba o que queremos dizer com elas. Esta seção também inclui as notas de reconhecimento e uma explicação sobre o procedimento e o estilo. A segunda dá uma visão geral dos principais assuntos aos quais nos referimos neste livro. Esta seção ajudará os leitores a entenderem quais são alguns dos importantes assuntos na controvérsia acerca da música.
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Parte 1
Definindo os Termos
Música Rock. Definir a “música rock” é uma tarefa das mais difíceis porque, como explica Güenter Preuss no Capítulo 11 deste livro, “durante seu meio século de existência, ela gerou uma tribo inteira de crianças e netos. Os velhos ‘Stones ainda estão ‘rolando’, tornando-se os avôs literais dos mais novos adeptos do techno e do rap. O velho, chamado ‘Rock ‘n’ Roll‘, casou-se com todos os tipos de mulheres famosas, as quais deram a luz a bebês café com leite, como jazz-rock, classic-rock, rock latino, rock político, entre outros.
Nenhuma droga foi deixada intocada, levando ao rock psicodélico, ácido, e às festas ‘rave‘, animadas com ‘ecstasy‘. Os adeptos do techno reivindicam que sua música é um mundo próprio, e não apenas um outro estilo de ‘rock’…. Os elementos musicais básicos do rock, incluindo ‘o rock cristão’, são o volume, a repetição e a batida. É uma música desenvolvida para não ser ouvida, mas para ser sentida, para afogar-se nela. ‘Ligar, mergulhar e viajar’, este é o lema e o efeito procurado…. A letra é secundária à música. Pesquisadores falam sobre uma ‘audição indicativa’, que significa que a menção de uma palavra ou de uma frase curta é suficiente para evocar o assunto e incitar as emoções do ouvinte. Cada uma das centenas de grupos diferentes da cultura jovem tem sua própria ‘audição indicativa.'” 1
A definição de Preuss de “música rock” se aplica especificamente ao rock secular. Neste estudo, porém, a frase “música rock” é freqüentemente usada com um significado mais amplo. Inclui toda a música, seja secular ou religiosa, onde o ritmo, texto, artistas, e práticas de apresentação imitam a música e os músicos de rock, estimulando as pessoas fisicamente em lugar de os elevar espiritualmente. Em outras palavras, a frase “música rock” é usada neste livro com o significado amplo de música popular usada hoje em dia para o entretenimento, e que é freqüentemente chamada de “música popular”. Na realidade, nos Capítulos 9 e 10, o Prof. Calvin Johanssen usa a frase “música popular” como um termo que inclui todas as várias versões de música rock secular e religiosa.
Para ilustrar minha definição mais ampla de “música rock”, deixe-me compartilhar uma experiência. Fui convidado para falar em uma igreja onde um grupo de rock com quatro jovens dirigiam o cântico. Algo surpreendente aconteceu quando eles dirigiram o cântico do hino “Preciosa Graça”. Não demorou muito até que toda a congregação estivesse em um estado de espírito variável. Alguns até saíram dos
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bancos e começaram a exibir passos de dança nos corredores. Era evidente que o modo como o grupo estava tocando o hino, com a batida típica do rock, tinha levado as pessoas a se esquecerem das palavras do hino, que não é um convite para dançar, mas sim para refletir na maravilhosa graça de Deus “que salvou um pecador qual eu.”
Este exemplo serve para ilustrar o ponto de que a música rock é completamente envolvente. Às vezes ela encontra uma forma de influenciar mesmo quando cantamos hinos tradicionais. Seu impacto é musical e não verbal. Muitas pessoas adoram cantar até mesmo hinos tradicionais com uma batida rock, porque tal música os estimula fisicamente. Vivemos hoje em uma sociedade orientada ao entretenimento, onde as pessoas buscam a satisfação física em todos os locais, inclusive na escola e na igreja.
Depois de 35 anos ensinando, posso testemunhar que ensinar aos calouros de faculdade é mais desafiador hoje do que era há 25 anos atrás. Os jovens se tornaram tão condicionados pelo mundo do entretenimento, especialmente pela música rock, que se não torno as minhas palestras “divertidas” e “fisicamente estimulantes”, cerca de um terço da classe começa a dormir bem na minha frente. Não há nenhuma satisfação em ensinar uma classe sonolenta. O mesmo é verdade na igreja. A música e o sermão têm que ser um entretenimento, caso contrário os membros vão adorar em outro lugar. Retornaremos a este ponto em breve.
Música Cristã Contemporânea. Definir a “Música Cristã Contemporânea” (MCC) é igualmente tão problemático quanto definir “música rock”, porque ambas apresentam uma grande variedade de tipos. Notamos anteriormente que nem toda a MCC é música rock, embora as duas sejam freqüentemente confundidas. Calcula-se que entre 80 a 90% da MCC seja apresentada em uma ampla variedade de estilos de rock. 2
No Capítulo 11 Preuss explica: “O espectro multicolorido desta indústria vai desde os tons ‘pastéis’ do folk, música coral de jovens, country, chanson, balada, gospel, para os ‘tons mais brilhantes’ do folk rock, country rock, gospel rock, e finalmente para as incríveis ‘cores ofuscantes’ do hard core cristão, heavy metal e techno. Entre esses extremos está o ‘resplendor’ do rap, hip-hop, latino, reggae, todas elas ‘santificadas’ por letras ‘cristãs’ e uma platéia cada vez maior de crentes e não crentes.” 3
O rock “cristão” está se tornando cada vez mais a única música a ser mais encontrada nas livrarias cristãs. Uma experiência bem-humorada de meu antigo professor de música, Bjorn Keyn, ilustra este ponto. Em um artigo que Keyn preparou para este estudo, (mas que não pude usar devido a duplicação com o conteúdo de outros capítulos) ele escreveu: “Há alguns anos atrás
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visitei uma das maiores livrarias cristãs na Califórnia, onde esperava achar uma gravação especial do oratório ‘O Messias’, de Handel. Esta loja era famosa por seu grande estoque de discos religiosos. Quando fiz o pedido, a senhora que estava atrás do balcão respondeu-me educadamente, mas de uma forma pouco jocosa, de que eles não possuíam ‘aquele tipo de música’, porque, como disse ela, ‘só trabalhamos com música cristã aqui’ (sic!). Ao examinar o enorme estoque de gravações encontrei apenas música de base rítmica (música com batidas), como rock, gospel, blues, jazz, country, e outras formas relacionadas. Isto é o que hoje se chama de ‘Música Cristã Contemporânea’ ou ‘ Rock Cristão.'” 4
As principais livrarias cristãs especializadas possuem, normalmente, uma grande seleção de MCC classificada sob os principais títulos de música rock secular, tais como metal, rap, techno-drive, punk, ska, retro, industrial, etc. Supõe-se que estas gravações ofereçam uma versão “cristã” de seus equivalentes seculares. Para ajudar os jovens a escolherem, revistas cristãs fornecem tabelas, listando em uma coluna as bandas de rock secular e em outra coluna as bandas ‘cristãs’ correspondentes, que tocam a mesma música, mas com palavras diferentes.
Foi com total surpresa que encontrei uma tabela semelhante na edição de 13 de janeiro de 1996 da revista Insight, que é a revista oficial dos Adventistas do Sétimo Dia para adolescentes. O artigo era intitulado “Faça a Mudança”, e tinha uma lista com trinta e dois artistas “cristãos” que tocavam como seus equivalentes seculares correspondentes. O engano é evidente por si mesmo. Cristãos viciados em bandas de rock secular podem satisfazer seu desejo pelo rock ao escutarem uma versão “cristã”. Eles ainda podem ter a mesma excitação física, uma vez que a música é a mesma. 5
A mesma edição de Insight trazia uma entrevista com Roger Record, “Música Cristã Contemporânea: É Melhor que a Música Secular?” Record é um professor de Bíblia da Adventist Academy (Academia Adventista), que canta com um grupo chamado “Imagination (Imaginação)”. Em resposta à pergunta: “O que existe de errado com a música rock e a MTV?” Record disse: “Primeiro, eu não acredito que a forma de música esteja errada. Mas creio que muitas pessoas que usam esta música – pop, rock, rap, ou seja o que for – tenham sido influenciadas direta ou indiretamente pelo diabo”. 6 A solução que Record propõe aos jovens em seus seminários é trocar o rock secular pela MCC, porque ele disse: “Eu diria que qualquer forma de música cristã pode ser apreciada”. 7 O problema fundamental com a visão de Record, a qual é compartilhada hoje por muitos líderes de jovens e pastores, é a falha em reconhecer que o rock exerce seu impacto musicalmente, e não verbalmente. Mudando-se as palavras não se altera os efeitos do rock na mente,
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nos músculos, e na produção de hormônios. Este fato foi estabelecido por numerosos estudos científicos relatados nos Capítulos 5 e 8.
“Relacionada com a MCC e dependente a ela, é a Música Contemporânea de Adoração (MCA). Muitos dos mesmos artistas envolvidos na MCC são os mesmos envolvidos na MCA, gravando, freqüentemente, nas mesmas corporações seculares. A diferença significativa está nas letras, que são mais bem fundamentadas biblicamente. Um exemplo é a canção “How Majestic Is Your Name (Quão Majestoso é o Teu Nome)” de Michael W. Smith. Ela é apresentada, principalmente, num tipo de rock suave. Os dois problemas principais com a MCA é que ela geralmente incorpora ritmos rock com uma linha de baixo pesado e é muito repetitiva. Jesus advertiu contra o uso de vãs repetições na adoração (Mateus 6:7). Este tipo de música é adotado por um número cada vez maior de jovens adventistas que estão organizando conjuntos 8 e que em alguns casos alcançam status profissional”. 9
Resumindo, a distinção entre a música rock secular e muito da MCC é, em muitos casos, relativa, porque a música é a mesma, apenas as palavras são diferentes. E as palavras não neutralizam os efeitos prejudiciais da música rock. Por esta razão, a frase “música rock” é usada neste livro em seu significado mais amplo, incluindo todas as versões de rock, tanto secular como religioso. Às vezes a frase “música popular” (pop music) é usada com o mesmo significado inclusivo. Quando o termo “cristão” é usado para qualificar o rock, normalmente ele é colocado entre aspas, simplesmente porque em nossa visão, falar em “rock cristão” é um paradoxo, ou seja, uma contradição dos termos.
Reconhecimentos. É muito difícil para mim, reconhecer minha dívida com muitas pessoas que contribuíram para a realização deste estudo. Em primeiro lugar, estou em débito com os seis estudiosos (músicos) que contribuíram com capítulos para este livro. Cada um deles foi além da chamada do dever, na preparação de um estudo iluminador sobre aspectos vitais do debate sobre a música rock.
Cada contribuinte é apresentado duas vezes. Primeiro, um pouco de informação sobre cada um deles é dada neste capítulo, juntamente com a sua contribuição na discussão da música rock. Segundo, a informação bibliográfica básica é dada no começo do capítulo que cada um escreveu.
É significativo que os sete contribuintes (inclusive este escritor) representem seis nacionalidades diferentes. O Prof. Calvin M. Johansson é americano, o músico Brian Neumann é Sul-africano, a Dra. Eurydice V.
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Osterman é afro-americana, o músico Güenter Preuss é alemão, o Dr. Wolfgang H. M. Stefani é australiano, o conferencista Tore Sognefest é norueguês, e eu, o escritor, sou italiano. Nossas diferenças culturais e nacionais trazem para este estudo uma perspectiva mais ampla.
Um reconhecimento especial deve ser dado a cinco estudiosos que prepararam artigos que não tive condições de incluir neste estudo. Em alguns casos estes artigos eram muito profundos e técnicos, acima da compreensão do leitor médio. Em outros casos, muito do material apresentado duplicaria o conteúdo de outros capítulos. Desejo expressar minhas sinceras desculpas a estas pessoas por não poder incluir seus artigos neste estudo. Não há dúvidas de que me beneficiei, pessoalmente, por suas composições.
Uma palavra especial de agradecimento vai para Joyce Jones e Deborah Everhart da Universidade Andrews pela correção e melhora no estilo do manuscrito. Jarrod Williamson da Universidade La Sierra, merece menção especial por tomar tempo para corrigir e responder ao manuscrito. Seus comentários foram muito úteis.
Minha gratidão sincera a Donald J. Wood por desenhar uma capa bastante atrativa. Atualmente Wood é um estudante na Escola de Jornalismo na Universidade de Indiana. Apesar de sua agenda ocupada ele tomou tempo para criar esta capa e modificá-la várias vezes com base nos valiosos comentários que recebeu. Por último, mas não menos importante, expresso minha especial gratidão a minha esposa que tem sido minha fonte constante de inspiração e encorajamento durante os últimos trinta e oito anos de nossa vida matrimonial. Nós nos vimos pouco, enquanto eu estava pesquisando e escrevendo este livro. O mesmo foi verdade enquanto escrevi os quatorze livros anteriores. Ainda assim, sem seu amor, paciência, e encorajamento, teria sido muito difícil para mim completar este projeto em um período relativamente curto de tempo.
Método e Estilo. Este estudo foi escrito a partir de uma perspectiva bíblica. Pelo que sei, cada contribuinte aceita a Bíblia como norma para definir as convicções e práticas cristãs. Como as palavras da Bíblia contêm uma mensagem divina escrita por autores humanos que viveram em situações históricas específicas, todo esforço deve ser feito para se compreender o seu significado em seu contexto histórico. Esta convicção é refletida na metodologia empregada na análise dos textos bíblicos relacionados ao canto, instrumentos musicais e dança.
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Como poderia se esperar, escrito por sete contribuintes diferentes, o estilo do livro não é uniforme. Você descobrirá logo que alguns capítulos são mais fáceis de ler que outros. Para facilitar a leitura, tomei a liberdade, como editor, de dividir cada capítulo em partes principais e subdividir o texto em sub-títulos apropriados. Isto dá alguma consistência ao formato do livro. A menos que especificado de outra maneira, todos os textos da Bíblia são citados da Versão Padrão Revisada [da tradução inglesa King James], de 1946 e 1952. (N.T. – Para a tradução foram empregadas várias versões da tradução de João Ferreira de Almeida. Não são feitas indicações específicas.)
A Esperança dos Autores. Seria presunçoso esperar que este livro mudasse as mentes de todas as pessoas, especialmente aqueles que já se decidiram. Mas muitas pessoas estão confusas, porém abertas. Elas são sinceras, mas estão sinceramente erradas no que acreditam. Vários exemplos são dados a seguir, na segunda parte deste capítulo.
Um pastor me falou: “Eu era conhecido como ‘o Pastor do Pandeiro’ porque usava um pandeiro o tempo todo para acompanhar a música na igreja. Mas depois que li, em seu boletim informativo, que o pandeiro e outros instrumentos associados à música de entretenimento não eram permitidos no Templo, na sinagoga, ou na igreja apostólica, decidi que nunca mais traria o pandeiro à igreja.” Este é o tipo de pessoas que esperamos ajudar com este livro.
Muitos pastores, professores de Bíblia, líderes de jovens, membros leigos, e jovens em geral têm uma compreensão limitada da ameaça que a música rock representa para a fé cristã, e dos ensinos bíblicos relativos a música. Supõem que música é apenas uma questão de gosto e cultura e que a Bíblia não nos dá instrução alguma na área da música. Compartilhei a mesma visão até que me envolvi nesta pesquisa.
Desenterrar toda esta informação consumiu muito do meu tempo. Durante os últimos seis meses gastei em média de 12-15 horas por dia neste projeto, como minha esposa pode testemunhar. É óbvio que pastores ocupados ou pessoas leigas dificilmente poderão encontrar tempo para empreenderem uma pesquisa desta natureza. Aqueles de nós têm o tempo e habilidade para investigar novas verdades, têm a obrigação de compartilhá-las. É disto que trata o cristianismo. Foi com este espírito que cada contribuinte apresentou suas descobertas neste livro.
Parte 2
Uma Visão Geral das Questões
Por consideração àqueles que apreciam uma visão geral dos principais assuntos controversos examinados neste estudo, listei brevemente
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os oito assuntos principais, junto com um resumo da resposta fornecida por cada contribuinte em seus respectivos capítulos. Esperançosamente, esta avaliação aguçará o apetite por ler o restante do livro.
(1) A Moralidade da Música
Os defensores do uso da música rock “cristã” para a adoração e o evangelismo, mantêm que a música é isenta de qualidades morais boas ou más. Conseqüentemente, não há nada de errado em adotar a música rock, mudando suas letras, porque a mensagem não está na música, mas sim nas palavras. Esta visão é declarada enfaticamente no que é conhecido como o Credo do Roqueiro Cristão, publicado na popular revista CCM Magazine: “Nós defendemos que estas verdades são evidentes por si mesmas, de que todas as músicas foram criadas iguais, de que nenhum instrumento ou estilo musical é, em si mesmo, maléfico – de que a diversidade de expressão musical que flui do homem é nada mais de que uma evidência da criatividade ilimitada de nosso Pai Celeste”. 10
Declarações semelhantes poderiam ser multiplicadas, porque são abundantes na literatura evangélica. 11 Dois exemplos da literatura Adventista são suficientes para mostrar que esta visão está ficando popular nos círculos Adventistas. No artigo “Contemporary Music Is Christian Music (Música Contemporânea É Música Cristã)”, que foi publicado na revista Ministry (Ministério) (setembro de 1996), Michael Tomlinson declara: “Acredito que a música em si mesma seja desprovida de qualidades morais, para o bem ou para o mal. A questão tem mais a ver com o que se diz ou se faz usando a música do que com a música em si” 12. Ele ainda vai além quando diz: “Será que alguns líderes da igreja denunciam o ‘rock’ cristão porque eles não o entendem ou talvez porque estejam cegos pelo preconceito das gerações ou por sua preferência pessoal?” 13 A visão de Tomlinson é clara. A música é moralmente neutra. Aqueles líderes da igreja que denunciam o rock “cristão” ou são ignorantes acerca dele ou preconceituosos em relação a ele. Isto é verdade? Descobriremos logo.
Harold B. Hannum, um músico adventista famoso e respeitado, expressa a mesma opinião, dizendo que “assuntos morais têm a ver com ações humanas e relações com os outros, não com as notas de uma composição”. 14 Mais adiante, no mesmo livro, Hannum afirma: “Os valores morais e religiosos deveriam ser mantidos separados dos valores puramente estéticos”. 15
A Resposta. A resposta principal para a alegada neutralidade moral da música é encontrada no Capítulo 13, “Música e Moralidade”, de autoria de Wolfgang H. M. Stefani, músico australiano, estudioso, pastor e que
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obteve graduação em música e um doutorado em Educação Religiosa na Universidade Andrews em 1993. Sua dissertação intitulava-se “O Conceito de Deus e o Estilo da Música Sacra.” Ele ensinou música durante nove anos a universitários e pós-graduandos, inclusive no Seminário Teológico da IASD na Universidade Andrews.
Tenho que confessar que ao ler pela primeira vez a dissertação de Stefani, fiquei preocupado em que ela pudesse ser muito aprofundada para o leitor comum. Ele é um erudito brilhante o qual respeito muito, mas seus escritos tendem a estar acima da compreensão do leitor comum. Um amigo de confiança me encorajou a incluir a dissertação de Stefani neste estudo porque alguns dos leitores são bem instruídos e apreciariam sua resposta erudita e convincente à alegada neutralidade moral da música.
Simplificando, Stefani apresenta quatro argumentos principais. O primeiro argumento é histórico. Nos últimos dois mil e quinhentos anos, a música tem sido considerada uma força tão potente e influente na sociedade, que os principais políticos e filósofos defenderam seu controle pela constituição da nação. Assim, historicamente, a música e a moralidade estiveram intimamente conectadas.
O segundo argumento é teológico. Em um mundo infestado pelo pecado, toda criação humana reflete um grau de comprometimento moral. A noção de que as artes criativas, como a música, não foram influenciadas pela Queda, foi desenvolvida durante a Idade Média quando a Igreja Católica controlava as produções artísticas.
Quando a igreja perdeu sua influência e a sociedade se tornou secular, a noção de que as artes estéticas não eram sujeitas à responsabilidade moral continuou. O resultado foi que “rock, rap, metal, thrash, clássico, jazz, country, western, soul, e uma vasta gama de outros estilos musicais, cada qual com seus próprios padrões estéticos individuais, tornaram-se, inevitavelmente, formas aceitáveis de expressão musical, até mesmo no contexto da adoração”. 16
Stefani observa que esta visão popular ignora a distorção radical que o pecado produziu em todos os campos da experiência humana, inclusive na música. Os cristãos são chamados a examinarem a música, não apenas para determinar se ela é bonita, mas também para estabelecer se é moralmente compatível com os ensinos bíblicos.
O terceiro argumento está baseado na pesquisa científica nas últimas décadas, a qual demonstra que a música “governa os sentimentos”. “Por exemplo, a incorporação de música na trilha sonora de um filme assume como certo que
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ela causa um impacto em todas as pessoas de modo semelhante. De fato, se este não fosse o caso, a trilha sonora não faria sentido”. 17 “Existe atualmente um conjunto de pesquisas que demonstra que a música comunica de uma forma significativa e de uma maneira tal que pode e deve ser avaliada por sua conveniência e até mesmo no sentido de ser certa ou errada num determinado contexto”. 18
O quarto argumento é filosófico e, no entanto, declarado de forma prática: “O que governa o coração, forma a arte”. 19 Stefani demonstra com uma lógica convincente que os estilos musicais não são neutros, mas carregados de valores. “Eles são genuínas manifestações de crenças”. 20 Em sua dissertação ele traça com clareza convincente a correlação entre a evolução da compreensão de Deus e o desenvolvimento de novos estilos musicais durante o curso da história cristã.
Este é um conceito importante, que explorei no Capítulo 2, porque mostra que, no final de tudo, a batalha sobre estilos musicais é uma batalha teológica a respeito da nossa compreensão de Deus. A música rock de hoje, tanto em sua versão secular quanto na “cristã”, reflete uma percepção imanente de “Deus em nós”. Esta visão de Deus promove uma música forte, estimulante física e emocionalmente, por meio de ritmos repetitivos com o objetivo de alcançar um contato direto ou uma experiência do divino.
Finalmente, o que está em jogo na batalha sobre a música é a compreensão da própria natureza do Deus que está sendo adorado. A questão é: A música na igreja serve para adorar o Deus santo e transcendente da revelação bíblica ou um Ser casual, um tipo de amante pessoal, criado pela imaginação humana? O debate sobre esta questão é intenso e não acabará porque, intuitivamente, as pessoas sentem que sua música representa o Deus a quem elas querem adorar.
A não neutralidade da música é reconhecida claramente pelos próprios músicos. Por exemplo, Howard Hanson, famoso compositor e ex-diretor da Escola de Música Eastman em Rochester, Nova Iorque, disse: “A música é composta por muitos ingredientes e, de acordo com a proporção destes componentes, pode ser calmante ou estimulante, enobrecedora ou vulgarizante, filosófica ou orgiástica. Ela tem poder tanto para o mal como para o bem”. 21
O astro de rock Jimi Hendrix declara, ainda mais enfaticamente, a mesma opinião : “Você pode hipnotizar as pessoas com a música e quando eles chegarem ao seu ponto mais fraco você pode pregar para os seus subconscientes o que você quiser dizer.” 22
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A verdade das palavras de Hendrix tem sido conhecida no mundo empresarial por muito tempo. Os empresários sabem que certos tipos de música podem aumentar as vendas, enquanto outros tipos podem de fato reduzi-las. A Corporação Musak, que distribui música para empresas, anuncia seus serviços dizendo: “A ciência da progressão de estímulo emprega o poder inerente da música em um padrão controlado, para alcançar efeitos psicológicos e fisiológicos predeterminados nas pessoas. As principais companhias e estabelecimentos comerciais agora empregam o conceito da Musak para melhorar o ambiente, as atitudes, e o desempenho.”
A própria Bíblia desautoriza a noção de neutralidade da música através da história de Davi, que foi chamado para acalmar o Rei Saul sempre que ele era perturbado por um espírito maligno. “E sucedia que, quando o espírito maligno, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele.” (I Samuel 16:23). Note que Saul era afetado física, emocional e espiritualmente, não pelo canto de Davi, mas somente pela música instrumental.
A noção de que a música, isolada das palavras, é neutra, é questionada pela Bíblia, pela ciência, e pelo bom senso. Ainda assim permanece como um engano popular, usado para justificar a aceitação nos lares e nas igrejas cristãs, da música popular que estimula as pessoas fisicamente em vez de elevá-las espiritualmente.
(2) A Música Rock não é Imoral
Intimamente relacionada à alegada neutralidade moral da música é a suposição popular de que os vários tipos de música rock são apenas um outro gênero musical que as pessoas podem gostar ou não, dependendo de sua preferência ou cultura musicais. Assim, não há nada de imoral com a música rock em si. Somente o seu uso impróprio é que é moralmente errado. Mudando suas letras, os cristãos podem usar música rock legitimamente para adorar a Deus e proclamar o Evangelho.
Esta visão, popular entre muitas igrejas evangélicas, está ganhando aceitação também na igreja Adventista. Por exemplo, Steve Case, um veterano pastor Adventista de jovens e presidente dos Ministérios “Piece of the Pie (Pedaço da Torta)” para jovens, freqüentemente responde às perguntas sobre “rock cristão” na revista Insight, que é a revista oficial dos Adventistas do Sétimo Dia para adolescentes. Sobre a pergunta: “Existe realmente alguma coisa como ‘rock cristão’? Deus ouviria ou aprovaria isto?” Case responde: “Eu costumava responder a esta pergunta dizendo que o rock cristão
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é a tentativa do diabo para se esgueirar para dentro da igreja…. Agora respondo às perguntas sobre o ‘rock cristão’ perguntando, Qual é o teu preconceito com relação ao ‘rock cristão’? Você já tem um pensamento formado se ele está certo ou errado?” 23
Para Case, o uso particular ou na igreja do “rock cristão” é uma questão de preconceito pessoal. Ele escreveu em outro artigo: “Preferências musicais são pessoais. O que também quer dizer que gostos ou preferências musicais podem mudar”. 24 O conselho que Case dá a adolescentes sobre escutar “rock cristão” é o seguinte: “Tua música aumenta tua fé em Deus e o amor por Ele? Nesse caso, continue a ouvi-la! Se não, esteja disposto a fazer grandes mudanças ou desligue-a”. 25
Uma opinião semelhante é expressa no estudo Shall We Dance? (Dançaremos?), que é patrocinado por várias organizações adventistas, inclusive a Divisão Norte Americana da IASD. Para sermos mais precisos, deve-se mencionar que a declaração inicial na parte introdutória traz a seguinte negativa: “Este livro não é uma declaração oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia com respeito a padrões e valores.” 26 É confortante saber que o livro, embora sendo patrocinado pelas principais instituições Adventistas, não reflete os valores e padrões da igreja.
Relativo ao uso do “rock cristão”, o estudo sugere que seu uso é uma questão de gosto e experiência pessoais. “Alguns experimentaram o impacto [espiritual] através das demandas altas e rítmicas do rock. Muito mais estão aprendendo as alegrias mais amplas de um gosto musical eclético, aceitando o impacto de uma variedade de estilos sobre uma variedade de estados de espírito e necessidades. Cada um de nós tem que dar nossa própria resposta à questão da música. Se seu impacto físico e emocional está em harmonia com o cântico espiritual que quero cantar, então posso julgar isto como aceitável. Se esse impacto lutar contra o meu senso espiritual, então tenho que concluir que essa música está errada para mim”. 27
A Resposta. O gosto pessoal ou a preferência de adolescentes são critérios válidos para determinarem ou não se eles deveriam escutar o “rock cristão”? Podemos esperar que os adolescentes entendam os valores éticos, sociais e religiosos comunicados pela música rock em qualquer forma? Podemos culpar aos jovens por escutarem música rock se nós não os ajudarmos a verem os perigos representados por tal música?
A mim me parece que parte do problema do número crescente de jovens Adventistas estarem se tornando viciados em várias formas de música rock, é a falta de uma liderança forte no lar, na igreja, e na escola. Um
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fator contribuinte é uma falta de entendimento da natureza intrínseca da música rock. Infelizmente, a maioria das pessoas não percebe que há mais na música rock do que aquilo que chega aos nossos olhos ou ouvidos. Tenho que confessar que eu próprio era ignorante sobre este assunto até que me envolvi nesta pesquisa. Verdadeiramente posso dizer que esta pesquisa foi para mim uma experiência para abrir meus olhos e só posso esperar que os resultados de nosso trabalho possam beneficiar a muitas pessoas.
Os vários meses de meticulosa investigação dos aspectos filosóficos, éticos, sociais, e religiosos do rock, convenceram-me de que esta música é um movimento revolucionário “religioso” contra-cultural e anti-cristão, que usa seu ritmo, melodias, e letras para promover, entre outras coisas, uma cosmovisão panteísta/hedonista, perversão sexual, desobediência civil, violência, satanismo, ocultismo, homossexualidade, masoquismo, e uma rejeição aberta da fé e valores cristãos.
Minha análise da música rock está nos Capítulos 2, 3, 4 e 5. De forma simplificada, eis o que aprendi. No Capítulo 2 “A Cosmovisão da Música Rock”, descobri que a música rock reflete uma concepção panteísta de Deus como um poder imanente, impessoal, sobrenatural o qual o indivíduo pode experimentar pelo ritmo hipnótico da música rock e das drogas. A concepção panteísta de Deus facilitou a aceitação da música rock entre os cristãos e as pessoas de inclinação secular, uma vez que ambos os grupos buscam preencher seu anseio interno por uma experiência agradável do sobrenatural através dos efeitos hipnóticos da música rock.
No Capítulo 3 “A Natureza da Música Rock a Partir de uma Perspectiva Histórica”, aprendi que a música rock passou por um processo facilmente reconhecível de endurecimento, passando do rock ‘n’ roll para hard rock, acid rock, heavy metal rock, rap rock, thrash rock, etc. Novos tipos de formas mais pervertidas de música rock estão constantemente aparecendo porque os viciados pelo rock constantemente exigem algo cada vez mais forte que satisfaça seus anseios.
No Capítulo 4 “A Religião do Rock and Roll”, descobri que a cosmovisão panteísta promovida pela música rock tem levado, como conseqüência, à rejeição da fé Cristã e à aceitação de um novo tipo de experiência religiosa. Esta última envolve o uso da música rock, sexo, drogas, e danças para transcender a limitação de tempo e espaço, e conectar-se com o sobrenatural.
No Capítulo 5 “O Ritmo Rock e uma Resposta Cristã”, descobri que a música rock difere de todas as outras formas de música por causa de sua batida forte, alta e incansável. Estudos científicos mostraram que a batida do rock pode alterar a mente e causar várias reações físicas, inclusive
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o excitamento sexual. Estas são discutidas de forma mais completa no Capítulo 8 “Os Efeitos da Música Rock”, de autoria de Tore Sognefest, músico norueguês e autor do livro The Power of Music (O Poder da Música).
A informação confiável acumulada sobre a natureza da música rock durante o curso desta investigação, trouxe-nos abundante clareza de que tal música não pode ser transformada legitimamente em música Cristã apenas mudando suas letras. A música rock, em qualquer versão, é e permanecerá sendo uma música que manifesta um espírito de rebelião contra Deus e contra os princípios morais que Ele revelou para nossas vidas.
Estimulando o aspecto físico e sensual da natureza humana, a música rock desequilibra a ordem da vida cristã. Ela torna a satisfação da natureza carnal mais importante do que cultivar o aspecto espiritual de nossa vida.
Os cristãos deveriam responder à música rock, escolhendo boa música que respeite o equilíbrio apropriado entre melodia, harmonia, e ritmo. O equilíbrio apropriado entre estes três reflete e promove a ordem e o equilíbrio em nossa vida cristã entre os componentes espiritual, mental e físico de nosso ser. A música boa e equilibrada pode contribuir e contribuirá para manter nosso “… espírito, alma e corpo … conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 5:23).
(3) A Música Rock e o Evangelismo
O debate sobre “rock ou não rock” no evangelismo está acontecendo além das linhas interdenominacionais. Os defensores do uso do rock no evangelismo apelam a considerações práticas. Argumentam que o rock faz parte da cultura atual e que, portanto, ele seria necessário para penetrar na geração rock.
Um recente artigo de capa da revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) (17 de julho de 1999), intitulado “The Triumph of Praise Songs – How Guitars Beat Out the Organ in the Worship Wars (O Triunfo dos Cânticos de Louvor – Como as Guitarras Derrotaram o Órgão nas Guerras da Adoração)”, captura, vividamente, como a música popular está substituindo a música tradicional em muitas igrejas hoje. O autor do artigo, Michael S. Hamilton, relata que bandas de louvor e grupos de adoração estão rapidamente substituindo os órgãos e corais. O gosto dos baby boomers pela música rock, que transformou a nossa sociedade está agora governando também o culto de adoração. 28 (N.T. – O baby boom foi um aumento súbito e enorme na taxa de natalidade dos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, durante o período compreendido entre 1947 e 1961. O baby boomer é o cidadão nascido nesse período.)
“Desde os anos cinqüenta, as divisões denominacionais tornaram-se cada vez menos importantes na vida da igreja americana. E a maior parte disso pode ser creditado à geração baby boom. Mas no fundo ainda somos todos sectários; ainda preferimos congregar com os que pensam como nós. Nosso novo
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sectarismo é um sectarismo do estilo de adoração. Os novos credos sectários são os dogmas da música”. 29
Este novo “sectarismo do estilo de adoração” é caracterizado pela adoção do rock religioso, que reflete o gosto, som e identidade dos baby boomers. A batida rock se tornou parte tão integrante de suas vidas que eles querem, inevitavelmente, ouvi-la também na música de suas igrejas. Se a igreja quer atrair a geração rock-and-roll, então a melhor coisa que ela pode fazer é oferecer-lhes a música à qual eles estão viciados – ou não os atrairá.
Esta visão popular é defendida por um número cada vez maior de Adventistas. No artigo “Worship and Praise: One Model for Change in the Worship Hour (Adoração e Louvor: Um Modelo para Alterações na Hora de Adoração)”, que foi publicado na revista Ministry (Ministério) (fevereiro de 2000), John A. Solomon argumenta que, se quer alcançar a geração baby boomer, a igreja tem que oferecer-lhes o tipo de música ao qual eles estão acostumados. 30
Solomon escreve, citando uma recente pesquisa: “Os baby boomers foram fortemente influenciados pela música rítmica. Apenas seis por cento classificaram a música clássica como música de sua preferência, com um preconceito contra a música de órgão. Retroprojetores substituíram hinários; sintetizadores substituíram órgãos; e tambores e guitarras têm assumido seu lugar no repertório na música instrumental da igreja.” 31
Para justificar a adoção de música popular na adoração e evangelismo, Solomon apela a Moisés, Miriam, e Davi que usaram música “exuberante.” “Davi e outros que escreveram os Salmos compuseram algumas das maiores letras e canções da literatura, e quando cantavam acompanhados por pandeiros, címbalos e trombetas, o êxtase enchia o ar (Salmos 145-150). O ponto é que Deus usou esta música, estes instrumentos, e estas ações para trazer glória a Si mesmo. Se Ele fez isto naquela época, isto pode, certamente, ser feito de várias maneiras hoje em dia.” 32 Mostraremos adiante que nenhuma das músicas “exuberantes” mencionadas acima, foram usadas na adoração de Deus no Templo, na sinagoga, ou na igreja apostólica.
A noção de que a Bíblia sanciona música rítmica “exuberante” para adoração divina, está encorajando a adoção de MCC na adoração e no evangelismo Adventista, além de dar origem a numerosas bandas. O artigo “Making Waves (Fazendo Ondas)”, publicado na revista Adventist Review (Revista Adventista) (17 de julho de 1997), relacionou oito bandas Adventistas de sucesso. “Estes artistas vêem seu estilo de música não como rebelião contra o sistema, mas como uma ferramenta ministerial para salvar uma nova geração do secularismo prevalecente e mostrar a ela a graça salvadora de Jesus”. 33
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A Resposta. A principal resposta para o uso da música rock no evangelismo é encontrada nos Capítulos 10 e 11. O Capítulo 10, “Música Popular e o Evangelho”, é de autoria de Calvin A. Johansson, Doutor em Música., Professor de Música Eclesiástica na Universidade Evangelho e autor de dois livros importantes, Music and Ministry: A Biblical Counterpoint (Música e Ministério: Um Contraponto Bíblico) e Discipling Music Ministry: Twenty-first Century Directions (Disciplinando o Ministério da Música: Diretrizes Para o Século Vinte e Um). O prof. Johansson é uma das principais autoridades em música eclesiástica e é citado freqüentemente por autores que lidam com este assunto. Sinto-me imensamente honrado por sua disposição em contribuir com dois capítulos para este estudo.
No Capítulo 10, o prof. Johansson compara e contrasta os valores da música popular com os do Evangelho em oito áreas específicas. Ele conclui que “as características do pop são antagônicas às características do Evangelho. Parece óbvio que uma música (pop) que seja tão distinta do elemento que ela pretende representar (o evangelho), é incapaz de incorporar o evangelho em seu meio de testemunho (música). Assim, o pop é inútil no esforço espiritual. Se for usado, trará muito dano à causa de Cristo, pintando um quadro falso do que é a vida Cristã”. 34
O Capítulo 11, “O Rock Cristão e Evangelismo”, é escrito por Güenter Preuss, um músico Adventista alemão, que nos últimos 15 anos serviu, primeiro como Diretor do Departamento de Música do Colégio Adventista e Seminário Teológico em Collonges-sous-Salève na França (1985-1995), e atualmente como Diretor de Música da Conferência de Baden-Wuerttemberg da IASD na Alemanha (1995-2000).
Preuss tem estado profundamente envolvido no cenário do rock Adventista na Alemanha, buscando ajudar os jovens a superarem seu hábito pela música rock. Atualmente está trabalhando em sua dissertação doutoral sobre os hinos da reforma entre os anos 1700 e 1870 na Universidade de Sorbonne, em Paris. Ele me entregou um manuscrito de quase 100 páginas com um vasta documentação e muitos argumentos. Ele me convenceu imediatamente que é um verdadeiro erudito alemão, ansioso por uma visão ampla e completa. Posso lhes assegurar que não foi uma tarefa fácil para mim reduzir sua composição a um quarto de seu tamanho original. Espero que algum dia ele possa publicar sua pesquisa de forma não resumida.
Preuss recomenda a procura de meios eficazes para alcançar as pessoas de inclinação secular com o Evangelho, mas questiona a legitimidade de usar a música rock, em parte porque testemunhou o impacto de tal música sobre a juventude Adventista na Alemanha. Ele escreveu: “A música rock no evangelismo trabalha
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sobre a imaginação, as associações de pensamentos, como qualquer música. Ela representa falsamente o Evangelho ao encorajar valores mundanos. Faz com que as pessoas acreditem que está tudo bem com elas, quando na realidade elas precisam, desesperadamente, de uma mudança radical em suas vidas – uma experiência de conversão.” 35
Preuss acha que a linguagem da música rock é inadequada para comunicar o Evangelho, porque o meio afeta a mensagem. O meio usado para ganhar a juventude determina a natureza da mensagem para a qual eles são ganhos. Se a igreja usa uma música rock típica de entretenimento, a qual está associada a sexo, drogas, e violência, obviamente que não pode desafiar a juventude com as reivindicações morais do Evangelho.
O Novo Testamento nos convida a apresentarmos com clareza e convicção a santidade do caráter de Deus, o desesperado infortúnio humano, e a surpreendente graça do Evangelho. Estes são assuntos de vida e de morte, os quais não podem ser apresentados com a frivolidade e o desrespeito da música popular.
Os ouvintes do rock religioso nunca se humilharão diante da majestade de Deus, nem serão convencidos das reivindicações morais de Deus sobre suas vidas. O incansável ritmo rock, os movimentos, as luzes, e o comportamento dos cantores populares contêm muito de sensual e sexualmente sugestivo, de forma que dificilmente poderão comunicar a santidade e a pureza do Reino de Deus.
Se adotamos uma aparência mundana para atrair a multidão, como podemos pintar em cores vívidas o contraste entre o reino deste mundo e o Reino de Deus? Paulo reconheceu que o Evangelho não pode ser proclamado por esquemas enganosos, mundanos. Ele falou desta forma aos Coríntios: “A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria [poderíamos dizer ‘com os sons excitantes de canções gregas’], mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens [poderíamos dizer ‘em excitações mundanas’], mas no poder de Deus.” (I Coríntios 2:4-5). 36
O método de Deus, testado para o evangelismo é a ‘loucura da pregação.’ Ele nos deu o ministério da reconciliação. (II Coríntios 5:18). Nossa responsabilidade é não contaminar esta mensagem com linguagens mundanas, como a música rock. Não há nenhuma necessidade da manipulação e excitação da música rock para salvar as pessoas. O evangelismo foi grandemente ajudado por música semelhante a Cristo apresentada por executantes semelhantes a Cristo, mas no final das contas é a proclamação da Palavra de Deus, acompanhado pelo poder convincente do Espírito Santo que traz as pessoas para uma relação de salvação com Jesus Cristo”. 37
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(4) Música Rock e a Herança Negra
Na comunidade negra há uma suposição prevalecente de que a música rock faz parte da herança afro-americana e, por conseguinte, é uma forma legítima de expressão. Cada cultura define sua música de acordo com seus próprios critérios, e alega-se que a música rock reflete as raízes da cultura afro-americana, a qual pode ser traçada até a cultura dos escravos da África Ocidental. Negar aos negros o direito de tocarem música rock em suas igrejas é a mesma coisa que privá-los da sua herança cultural.
A Resposta. Este importante assunto é examinado no Capítulo 12, “A Música Rock e a Cultura”, por uma musicista afro-americana altamente respeitada, Eurydice V. Osterman, Doutora em Música, Professora de Música na Faculdade de Oakwood, compositora, e autora de várias publicações, inclusive o livro What God Says About Music (O Que Deus Diz Sobre Música).
A Dra. Osterman aponta que a “suposição prevalecente de que música rock é uma expressão legítima da herança afro-americana, ignora as diferenças significativas que existem entre os dois. A música da herança afro-americana é predominantemente melódica e baseada no ritmo do dialeto. A música rock, por outro lado, é baseada e conduzida por uma batida que obscurece e domina todos os outros elementos musicais. A música tradicional preserva e cultiva a unidade, enquanto a música rock cria divisão e influencia atitudes rebeldes em relação a valores morais e um desrespeito para com a autoridade”. 38
“As raízes da batida do rock não serão encontradas na música religiosa da herança afro-americana, mas na música secular e freqüentemente irreligiosa, conhecida como ‘Rhythm e Blues‘. Esta música se tornou a expressão daqueles negros que se afastaram ou rejeitaram a fé Cristã. Eles queriam se tornar artistas respeitados tocando uma música secular. O estado de espírito do Blues é a tristeza, pontuada por uma batida regular e forte. A ênfase está nos prazeres deste mundo, especialmente o prazer do sexo ilícito, antes ou fora do casamento”. 39
“A distinção que encontramos na música afro-americana entre o Negro Spiritual religioso e o Rock and Roll secular e irreligioso nos lembra do simples fato de que em todas as culturas podemos esperar encontrar algumas músicas que são pró-cristãs e outras que são anti-cristãs em seus valores. Este é o resultado da queda da raça humana, a qual está presente em todas as épocas, países, e culturas. ‘Todos pecaram e carecem da glória de Deus'” (Romanos 3:23). 40
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(5) A Música Rock e a Bíblia
Talvez o aspecto mais significativo na defesa do rock “cristão”, é o apelo a certos textos da Bíblia para defender o uso de tal música no evangelismo e na adoração na igreja. A hipótese prevalecente é de que a Bíblia sanciona o uso de música rítmica, dançante e dos instrumentos de percussão para a adoração divina.
Em seu livro The Contemporary Christian Music Debate (O Debate da Música Cristã Contemporânea), Steve Miller escreve: “A observação mais surpreendente na adoração bíblica é sua riqueza de variações e poucas restrições na forma”. 41 Ele continua listando uma variedade de instrumentos, volumes e sons, adoradores, maneiras, lugares, ocasiões, hora do dia, posturas, e estados de espírito mencionados na Bíblia. Ele conclui sua pesquisa declarando: “Muitas implicações relativas à presente controvérsia podem ser notadas. Primeiramente, nosso criativo Senhor permitiu que Suas criaturas exercessem uma grande criatividade na adoração. E a Palavra de Deus não nos restringe nem mesmo à variedade de formas listadas na Bíblia”. 42 Surpreendentemente, Miller não se dá conta de que a Bíblia é muito restritiva à música e aos instrumentos a serem usados na adoração divina.
A mesma opinião pode ser encontrada na literatura adventista. Em seu artigo “Sing the Song of Gladness” (Cantai o Cântico de Alegria), publicado na revista Ministry (Ministério) (setembro de 1996), Anita J. Strawn de Ojeda argumenta que, como nós hoje, as pessoas nos tempos bíblicos adoravam ao Senhor louvando-O com “tambores, instrumentos de cordas, órgãos, harpas, címbalos, liras, trompetes, e saltérios…. I Crônicas 13:8 nos fala que Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus, com todas as suas forças…. Se meu pé bate ou minhas mãos batem palmas durante uma canção, eu estou cantando com ‘todas as minhas forças’. Quer dizer, meu ser inteiro está envolvido”. 43
“Se Davi estivesse escrevendo isso hoje, ele poderia ter dito, ‘Louvai-O com tambores e palmas; Louvai-O com guitarras, banjos e sintetizadores; Louvai-O com tambores altos; Louvai-O com guitarra elétrica’ (veja Salmos 150:3-5)? Pondo tudo no contexto, ele poderia muito bem ter dito algo semelhante”. 44 Isto realmente é o que Davi diria hoje com relação ao louvor a Deus durante o serviço divino? Uma visão detalhada do ministério de música estabelecido por Davi demonstra o contrário.
A Resposta. Este argumento popular é examinado especialmente no Capítulo 7 “Princípios Bíblicos de Música” onde analiso os ensinos bíblicos relativos à música. Aqueles que apelam às instruções bíblicas para louvar ao Senhor com uma variedade de instrumentos e volume, para justificar o uso da música rock hoje, ignoram dois pontos importantes.
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Primeiro, na maioria dos casos a linguagem do louvor é figurativa e dificilmente permite uma aplicação literal ao culto divino na Casa de Deus. Por exemplo, o Salmo 149:5 encoraja às pessoas louvarem o Senhor nos “leitos.” No verso 6 o louvor deve ser feito com “espada de dois gumes, nas mãos.” Nos versos 7 e 8 o Senhor deve ser louvado por castigar os povos, por meter os seus reis em cadeias e os seus nobres, em grilhões de ferro. É evidente que a linguagem é figurativa porque Deus dificilmente esperaria que as pessoas O louvassem durante um culto divino estando em pé ou saltando em suas camas ou balançando uma espada de dois gumes.
O mesmo é verdade no Salmo 150 que fala de louvar o Senhor “por seus poderosos feitos” (v. 2) em todo o lugar possível e com todo instrumento musical disponível. O lugar no qual louvar o Senhor é o “Seu santuário”, e “no firmamento, obra do seu poder”. Os instrumentos incluem oito instrumentos familiares.
Este salmo só faz sentido se considerarmos a linguagem como sendo altamente figurativa. Por exemplo, não há nenhuma maneira pela qual o povo de Deus, na terra, possa louvar o Senhor “no firmamento, obra do seu poder”. O propósito do salmo não é especificar o local e os instrumentos a serem usados para o louvor durante o culto divino, mas sim convidar a tudo o que respira ou emite som a louvar o Senhor em qualquer lugar. O salmista está descrevendo com linguagem altamente figurativa a atitude de louvor que deveria caracterizar o crente a toda hora e em todos os lugares. Interpretar este salmo como uma licença para dançar, ou tocar tambores na igreja, é interpretar de forma errada sua intenção.
Um segundo ponto importante, ignorado por aqueles que acreditam que a Bíblia autoriza-os a tocarem qualquer instrumento e música na igreja, é a distinção bíblica entre música secular produzida para o entretenimento e a música sacra executada na Casa de Deus. Como mostrado nos capítulos 6 e 7, a música e os instrumentos usados para louvar a Deus fora do Templo, durante as celebrações das festas eram bem diferentes da música tocada dentro do Templo. Instrumentos como tambores, flautas, oboés, e o dúlcimer não podiam ser usados no Templo por causa de sua associação com o entretenimento secular. O mesmo princípio também foi respeitado na sinagoga e na igreja apostólica, onde não era permitido nenhum instrumento de qualquer tipo.
Se os instrumentos e a música associados ao entretenimento social (religioso) tivessem sido usados na Casa de Deus, os Israelitas teriam sido tentados a transformarem seu lugar de adoração em um lugar de entretenimento, como às vezes acontece em algumas igrejas hoje. Para impedir que isto acontecesse, instrumentos e músicas associados com entretenimento foram
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excluídos do Templo, da sinagoga, e da igreja apostólica. É a ignorância destes fatos que leva as pessoas a acreditarem que a Bíblia sanciona o uso da música rock para adoração e evangelismo. A lição da Bíblia e da história é evidente. A música, como o rock, que está associada ao entretenimento secular, está fora de lugar na Casa de Deus, na qual nos reunimos para adorar e não sermos entretidos.
(6) O Papel de Lutero
Um argumento popular usado para defender a adoção de melodias rock para a música na igreja de hoje é o alegado empréstimo da música secular por compositores cristãos do passado. Anita J. Strawn de Ojeda escreveu na revista Ministry (Ministério): “A história mostra que os compositores cristãos tomaram emprestados elementos da música secular”. 45 Ela se refere, especificamente, aos cristãos primitivos e a Lutero. O raciocínio é que se os cristãos no passado adotaram e adaptaram música secular para uso na igreja, poderíamos fazer o mesmo hoje.
O exemplo de Lutero é citado freqüentemente por causa da sua enorme influência na introdução do canto congregacional na época da Reforma. Steve Miller escreveu: “Os modelos para suas [de Lutero] letras foram as baladas populares da sua época. As melodias foram emprestadas de músicas folclóricas alemãs, das música das massas, e até mesmo de um hino a Maria. Lutero não se preocupou com a associação ou a origem dessas melodias, e sim com sua habilidade para proclamar a verdade”. 46
Com pensamento semelhante, Michael Tomlinson escreveu na revista Ministry (Ministério): “Eliminar as raízes seculares da música cristã significaria dizer adeus aos hinos de Martinho Lutero, cujas as músicas foram tomadas emprestadas de melodias populares alemãs seculares”. 47
A Resposta. Devido à popularidade deste argumento, tomei tempo no Capítulo 2 para investigar se era verdade que Lutero tomou emprestado das melodias seculares, populares do seu tempo para compor seus corais. O que descobri é que este argumento é enganoso e inexato, assim como os outros mencionados anteriormente. Vou mencionar aqui apenas três fatos, já que o resto da informação está disponível no Capítulo 2.
Primeiro, dos trinta e sete corais compostos por Lutero, só uma melodia veio diretamente de uma melodia folclórica secular. Quinze foram compostas pelo próprio Lutero, treze vieram de hinos latinos ou músicas de culto, duas eram, originalmente, canções religiosas dos peregrinos, quatro derivavam de
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canções religiosas populares alemãs, e duas são de origem desconhecida. 48 O que a maioria das pessoas ignora é que mesmo a melodia que foi tomada emprestada de uma canção folclórica, e que “apareceu no hinário de Lutero de 1535, foi substituída mais tarde, por outra melodia no hinário de 1539. Os historiadores acreditam que Lutero a descartou porque as pessoas associavam esta melodia com o seu texto secular anterior”. 49
Segundo, Lutero mudou a estrutura melódica e rítmica das melodias que ele tomou emprestado de fontes seculares, para eliminar qualquer possibilidade de influência mundana. Em seu livro acadêmico, Martin Luther, His Music, His Message (Martinho Lutero, Sua Música, Sua Mensagem), Robert Harrell explica: “O modo mais eficiente de [se opor] à influência mundana seria ‘des-ritmar’ a música. Evitando as melodias de dança e ‘des-ritmando’ as outras canções, Lutero chegou a um coral com ritmo marcado, mas sem os dispositivos que traziam às pessoas lembranças do mundo secular. Tão bem sucedido foi o trabalho feito por Lutero e outros músicos luteranos que os estudiosos eram freqüentemente incapazes de descobrir a origem secular dos corais. O outro modo pelo qual Lutero buscou remover associações seculares da mente da congregação, foi através do uso da Bíblia e de ilustrações bíblicas nos textos. Preenchendo seus corais com a Palavra escrita, Lutero buscava direcionar os pensamentos de seu povo para a Palavra Viva”. 50
Harrell conclui seu bem documentado estudo, dizendo: “Um estudo dos corais de Lutero revela dois fatos importantes sobre o uso de elementos seculares por Lutero em sua música sacra: (1) Embora houvesse muita música popular disponível para ele, de canções de tabernas a música de dança, de melodias religiosas populares a cânticos folclóricos, Lutero escolheu apenas as melodias que melhor se prestassem aos temas sacros e evitou as melodias vulgares, ‘músicas joviais de taberna’ e melodias de dança. (2) Nenhum material que Lutero usou para o canto coral permaneceu inalterado, com exceção de um caso descrito anteriormente. Ao contrário, ‘ele testava cuidadosamente as melodias consideradas, e quando necessário moldava-as convenientemente…. As alterações eram feitas livremente.” 51
Terceiro, Lutero organizou a música para os jovens do seu tempo de modo a guiá-los para longe da atração da música mundana. Isto não pode ser dito da música rock “cristã” de hoje, a qual retém a melodia e ritmo do rock secular. Lutero explicou por que mudou os arranjos musicais de suas canções: “Estas canções foram organizadas em quatro partes, pela única razão que eu desejei atrair a juventude (que deveria e deve ser treinada em música e em outras belas artes) para longe das canções de amor e obras carnais, dando-lhes em lugar disto algo saudável que pudessem aprender, de forma que possam adentrar com prazer ao que é bom, como é próprio à juventude”. 52
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À luz destes fatos, qualquer um que use a declaração de Lutero “Por que o Diabo deveria ter todas as melodias boas?” para defender o uso da música rock na igreja, tem de saber que esse argumento é condenado claramente pelo que o próprio Lutero disse e fez. O uso da música secular por Lutero não nos ensina a “purificar” a música rock que promove sexo, drogas e violências, mas, ao invés disso, escolhermos a melhor música de nossa cultura e fazermos dela um veículo próprio para proclamar a Palavra de Deus. Que maravilhoso exemplo temos em Martinho Lutero! E como seu exemplo foi grosseiramente distorcido por aqueles que desejam legitimar o uso do rock para adoração e o evangelismo!
(7) A Música na Igreja e a Teologia Adventista
O debate corrente sobre o uso de música contemporânea na adoração Adventista está baseado, em grande parte, em gostos subjetivos ou tendências populares. Mas a música e o estilo de adoração da igreja Adventista deveriam refletir sua mensagem e missão profética únicas. Os Adventistas não deveriam aceitar sem crítica os estilos de adoração das outras denominações. Em seu livro And Worship Him (E Adorai-O), Norval Pease, meu antigo professor de adoração no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia da Universidade Andrews, afirma: “Somos adventistas, e temos que aproximar da adoração como adventistas. Um culto de adoração que satisfaz as necessidades de metodistas, episcopais, ou presbiterianos pode ser insatisfatório para nós”. 53
A resposta para a renovação da adoração adventista será encontrada, não na adoção de música rock “cristã”, mas em um reexame de como nossas crenças distintivas Adventistas deveriam ser refletidas nas várias partes do culto na igreja, inclusive na música. Um projeto tão ambicioso está além do escopo limitado deste livro. O que tentei fazer foi apresentar, no Capítulo 6, algumas reflexões preliminares sobre “Uma Teologia Adventista sobre a Música na Igreja”.
O capítulo tenta definir como as três crenças distintivas dos Adventistas do Sétimo Dia, o Sábado, o ministério de Cristo no santuário celestial, e o Segundo Advento, deveriam impressionar na escolha e na apresentação da música durante o culto divino. Resumidamente, estas são as conclusões.
O Sábado nos ensina a respeitar a distinção entre o sacro e o secular, não apenas no tempo, mas também em outras áreas, tais como na música e na adoração na igreja. Usar música secular para o culto na igreja durante o Sábado é tratar o Sábado como um dia secular e a igreja como um lugar secular.
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O estudo da música no Templo de Jerusalém, assim como no santuário celestial, revela que instrumentos e músicas associados ao entretenimento não eram permitidos nos serviços do Templo, nem são usados na liturgia do santuário celestial. A lição do santuário é que a música na igreja tem que expressar grande reverência e respeito para com Deus.
Crer na certeza e brevidade do aparecimento da Rocha Eterna, com a maior banda musical de anjos que este mundo jamais viu, pode inflamar a imaginação dos músicos de hoje a comporem novos cânticos, e inspirar os crentes do Advento a cantarem alegremente acerca da esperança que arde em seus corações.
(8) A Música Rock e o Engano no Tempo do Fim
Os Adventistas do Sétimo Dia acreditam que vivemos hoje contagem regressiva final do grande conflito entre a verdadeira e a falsa adoração, conforme descrita no livro do Apocalipse pela imagem de uma besta que promove a falsa adoração de Babilônia. Esta profecia apocalíptica apresenta a Babilônia antitípica que lidera todas as nações na falsa adoração a Deus (Apocalipse 13:16; 14:8; 18:3).
É importante lembrar que a imagem apocalíptica da falsa adoração promovida pela Babilônia em Apocalipse, deriva do capítulo histórico de Daniel 3, que descreve um evento de significância profética para o tempo do fim. Na Planície de Dura, todos os habitantes do império babilônico foram chamados para adorarem a estátua de ouro do rei Nabucodonosor. Uma fornalha ardente foi preparada para aqueles que se recusassem render homenagem à estátua de ouro. Daniel nos informa que “todo tipo de música” (Daniel 3:7, 10) foi usado para levar todas as classes de pessoas de todas as províncias do império a juntamente adorarem a estátua de ouro (Daniel 3:10).
Em Daniel 3, por duas vezes, há uma longa lista dos diferentes instrumentos musicais usados para produzir “todo tipo de música” (Daniel 3:7,10). Esta música eclética foi tocada para induzir as pessoas à adoração da imagem de ouro. Poderia ser que, assim como na Babilônia antiga, Satanás esteja hoje usando “todo tipo de música” para levar o mundo a uma falsa adoração no tempo do fim, da “besta e de sua imagem” (Apocalipse 14:9)? Poderia ser que um golpe de mestre Satânico escreveria canções gospel que tivessem elementos de todos os gostos de música: música folclórica, jazz, rock, discoteca, country-western, rap, calypso, ect.? Poderia ser que muitos cristãos cheguem a amar a estes tipos de canções gospel, porque elas se parecem em muito com a música de Babilônia?
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A Música Rock e a Falsa Adoração no Tempo do Fim. Os Adventistas, historicamente, identificaram Babilônia com o poder do papado que conduzirá o mundo em formas de adoração pervertidas. Embora reconhecendo o papel profético representado pelo papado, ao levar muitas pessoas a acreditarem no papel intercessório de Maria e dos santos, poderíamos nos perguntar se a música rock também terá um papel vital em promover a falsa adoração no tempo do fim!
Esta não seria a primeira vez na Bíblia que a música aparece conectada à falsa adoração. No pé do Monte Sinai a música e a dança estiveram envolvidas na adoração do bezerro de ouro (Êxodo 32:19). Na planície de Moabe, próximo à Terra Prometida, os israelitas foram “atraídos pela música e dança” 54 para uma terrível apostasia (Números 25:1-2). Eles foram induzidos pela música a participarem na adoração pagã – algo a que eles poderiam ter resistido sob outras circunstâncias.
O impacto universal e revolucionário da música rock sobre a humanidade em geral é reconhecido por muitos analistas sociais. Em seu livro Rock Music (Música Rock), o sociólogo William Schafer reconhece que a música rock se tornou mundialmente uma “ferramenta para alterar consciências”. 55 Quando Bob Geldorf organizou seu programa “Live-Aid” (Ajuda ao Vivo) para arrecadar dinheiro para as vítimas da fome na Etiópia, bandas populares de rock se uniram desde os quatro cantos do mundo. Propagado via satélite, o programa despertou tanto interesse mundial que os sociólogos começaram a explorar a música como um fenômeno para “formação de uma cultura jovem internacional…. baseada nos valores e preferências comuns e mundiais”. 56
Nenhuma outra música hoje em dia transcende as fronteiras culturais e nacionais como o rock. De Mineápolis a Moscou e de Estocolmo a Joanesburgo, a batida do rock reina suprema. O impacto global da música rock, sua rejeição aberta à fé cristã, e sua promoção de uma nova experiência religiosa, caracterizada por uma música ritmada, sexo, drogas e danças, poderia muito bem provar ser o meio mais eficaz para conduzir o gênero humano à falsa adoração final apocalíptica.
Em seu livro provocativo e desafiador, “Music in the Balance” (Música na Balança), Frank Garlock e Kurt Woetzel reconhecem que “um grande segmento da comunidade cristã abraçou entusiasticamente esta música do mundo, seu comportamento associado, e sua filosofia. Todos os três foram implantados na vida da igreja. Não apenas muitos cristãos têm aceitado esta música como apropriada para o louvor e adoração, mas uma atmosfera impregna os concertos cristãos contemporâneos, não diferindo dos primeiros concertos
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da era Elvis. Os crentes fizeram ídolos de seus próprios cantores do rock and roll e continuam a adorar a seus pés com sua devoção e seus talões de cheques.” 57
Wolfgang Stefani pergunta de forma sutil: “Poderia ser que pela promoção de um estilo musical global homogêneo – um estilo que está cada vez mais visível na cultura da música cristã – esteja se preparando o palco para uma resposta global de identidade religiosa? Uma resposta que permitirá às pessoas de todas as nações, e credos religiosos dizerem, ‘Sim, esta é minha música, isto é o que sou: esta é minha música por estar feliz e ser religioso e eu faço parte disto; tenho certeza de que agora estou em casa.'” 58
O chamado das Três Mensagens Angélicas a sairmos da Babilônia espiritual pela rejeição de sua falsa adoração, poderia muito bem incluir também a rejeição à música rock de Babilônia. Logo o mundo inteiro será ajuntado para o conflito final na antitípica planície apocalíptica de Dura e “todo tipo de música” será tocada para levar os habitantes da terra a “adorar a besta e sua imagem” (Apocalipse 14:9). É digno de nota que em Apocalipse o resultado da confrontação envolve o silenciamento da música de Babilônia: “Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada. E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho.” (Apocalipse 18:21-22).
Aqueles que raciocinam de que não há nada de errado com a música de Babilônia, podem estar se condicionando para aceitarem a falsa adoração promovida por Babilônia. Satanás tem suas próprias canções para promover a falsa adoração no tempo do fim. Será que, pela adoção da música de Babilônia, alguns perderão a chance de cantar o Novo Cântico de Moisés e do Cordeiro? Que esta pergunta possa ressoar em nossa consciência e nos desafiar a nos levantarmos pela verdade como os três dignos hebreus.
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Notas
1. Güenter Press, “A Música Rock e o Evangelismo“, Capítulo 11 deste estudo, pág. 304. (voltar)
2. David W. Gould, Contemporary Christian Music Under the Spotlight (Oak Harbor, WA,1998), pág. 16. (voltar)
3. Güenter Press (nota 1), pág. 305. (voltar)
4. Bjorn Keyn, “A Look at Contemporary Christian Music”, um artigo particular preparado para este estudo, pág. 1. Lamentavelmente não pude usar este excelente artigo porque muito do mesmo material está coberto em outros capítulos. (voltar)
5. “Making the Switch!” Insight(13 de janeiro de 1996), pág. 13. (voltar)
6. Roger Record “Contemporary Christian Music: Is It Better than Secular Music?” Insight (13 de janeiro de 1996), pág. 8. (voltar)
7. Ibid., pág. 11. (voltar)
8. Jeff Trubey, “Making Waves”, Adventist Review (17 de julho de 1997), pág. 8 – 13. (voltar)
9. Güenter Press (nota 1), pág. 306. (voltar)
10. “Christian Rocker’s Creed”, CCM Magazine (1988 de novembro), pág. 12. (voltar)
11. Para uma lista sobre as 20 declarações de líderes evangélicos que acreditam na neutralidade da música, veja David W. Gould (nota 2), pp. 19-21. (voltar)
12. Michael Tomlinson “Contemporary Christian Music is Christian Music”, Ministry (setembro de 1966), pág. 26. (voltar)
13. Ibid. (voltar)
14. Harold Byron Hannum, Christian Search for Beauty (Nashville, TN, 1975), pág. 51. (voltar)
15. Ibid., pág. 112. (voltar)
16. Wolfgang Stefani, “Música e Moralidade“, Capítulo 13 deste estudo, pág. 350. (voltar)
17. Ibid., pág. 352. (voltar)
18. Ibid., pág. 354. (voltar)
19. Ibid., pág. 357 (voltar)
20. Ibid., pág. 358 (voltar)
21. Howard Hanson como citado no American Journal of Psychiatry 90 (1943), pág. 317 (voltar).
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22. Jimi Hendrix, entrevistado pela Life (3 de outubro de 1969), pág. 4 (voltar).
23. Steve Case, “Pastor Steve Answers”, Insight (16 de agosto de 1997), pág. 6 (voltar).
24. Steve Case, “What About Christian Rock?” Insight (20 de março de 1999), pág. 7 (voltar).
25. Ibid (voltar).
26. Steve Case, ed., Shall We Dance: Rediscovering Christ-Centered Standards (Riverside, CA, 1996), pág. 15 (voltar).
27. Ibid., pág. 134 (voltar).
28. Michael S. Hamilton, “The Triumph of Praise Songs,” Christianity Today (17 de julho de 1999), pág. 29 (voltar).
29. Ibid (voltar).
30. John A. Solomon, “Worship and Praise: One Model for Change in the Worship Hour,” Ministry (2000 de fevereiro), pág. 16 (voltar).
31. Ibid., pág. 17 (voltar).
32. Ibid (voltar).
33. Jeff Trubey, “Making Waves”, Adventist Review (17 de julho de 1997), pág. 9 (voltar).
34. Calvin M. Johansson, “Música Popular e o Evangelho“, Capítulo 10 deste estudo, pág. 296 (voltar).
35. Güenter Preuss, “O Rock Cristão e o Evangelismo“, Capítulo 11 deste estudo, pág. 316 (voltar).
36. Ibid (voltar).
37. Ibid., pág. 317 (voltar).
38. Eurydice V. Osterman, “Música Rock e Cultura“, Capítulo 12 deste estudo, pág. 326 (voltar).
39. Ibid., pág. 327 (voltar).
40. Ibid (voltar).
41. Steve Miller, The Contemporary Christian Music Debate. Worldly Compromise or Agent or Renewal (Wheaton, IL, 1993), pág. 78 (voltar).
42. Ibid., pp. 78-81 (voltar).
43. Anita J. de de Strawn Ojeda, “Sing the Song of Gladness,” Ministry (1996 de setembro), pág. 5 (voltar).
44. Ibid., pág. 6 (voltar).
45. Ibid (voltar).
46. Steve Miller (nota 39), pág. 113 (voltar).
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47. Michael Tomlison (nota 12), pág. 27 (voltar).
48. O dados foram compilados de diferentes fontes e citado por Robert Harrell, Martin Luther, His Music, His Message (Greenville, SC, 1980), pág. 18 (voltar).
49. Ulrich S. Leupold, “Learning from Luther? Some Observation on Luther’s Hymns”, Journal of Church Music 8 (1966), pág. 5 (voltar).
50. Robert Harrell (nota 43), pág. 21 (voltar).
51. Ibid., pp.21-22 (voltar).
52. O prefácio de Lutero para a coleção de Johann Walter citado por Friedrich Blume, Protestant Church Music: A History (Nova Iorque, 1974), pág. 78 (voltar).
53. Norval Peace, And Worship Him (Nashville, 1967), pág. 8 (voltar).
54. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Casa Publicadora Brasileira, 1960), pág. 479. Itálicos acrescentados (voltar).
55. William J. Shafer, Rock Music (Mineápolis, MN, 1972), pág. 62 (voltar).
56. Deanna Campbell Robinson e outros, Music at the Margins: Popular Music and Global Cultural Diversity (Londres, 1991), pág. xi (voltar).
57. Frank Garlock e Kurt Woetzel, Music in the Balance (Greenville, SC, 1992), pp. 82-83 (voltar).
58. Wolfgang H. M. Stefani, “Endnotes: Music as Ecumenical Force”, Journal of the Adventist Theological Society 5/1 (1994), pp. 221-222 (voltar).
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