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O Cristão e a Música Rock – Capítulo 12

por: Eurydice V. Osterman

A Música Rock e a Cultura



Eurydice V. Osterman é Professora de Música na Faculdade Oakwood, em Huntsville, Alabama. Obteve o doutorado em Artes Musicais pela Universidade do Alabama em 1988. Tem apresentado numerosos seminários de música pelos Estados Unidos, Europa, África, América do Sul, Bahamas e Bermudas. Atua como organista, diretora de coral e membro do Comitê Americano de Organistas.

Osterman recebeu prêmios por suas composições e gravações. Compôs músicas para a Orquestra Sinfônica da Universidade do Alabama, para a Sessão da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia e para o Coral da BBC de Londres. Vários de seus artigos foram catalogados em um livro texto sobre música. Ela é a autora do livro “What God Says About Music” (O Que Deus Diz Sobre Música) [N.T. – Editado em português pela Unaspress – SP)


A música tocada na posse de Nelson Mandela como presidente da África do Sul foi radicalmente diferente da música tocada na posse de William Clinton como presidente dos Estados Unidos. A primeira foi impulsionada pela excitação, júbilo e dança. A segunda foi caracterizada pelo espírito imponente e, de certa forma solene. As duas posses presidenciais foram celebradas com dois estilos culturais diferentes de música. A música americana era melhor que a música sul-africana? Obviamente que não! Cada estilo de música era apropriado para a cultura na qual os eventos estavam acontecendo.

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A cultura envolve os aspectos e comportamentos característicos de um grupo de pessoas e as ideias e valores que elas adotam. “É a soma total de sua linguagem, dialeto, pensamentos, ações e comportamentos que foram aprendidos e transmitidos através dos anos.” 1 Cultura é crachá de identificação de um povo. Conseqüentemente, uma pessoa que tenha um conhecimento e compreensão da linguagem, costumes, música e outros elementos da cultura, aumenta o seu nível de tolerância, aceitação e apreciação de uma cultura em particular. O que era desconhecido pode ser compreendido em seus próprios termos – como as pessoas o compreendem. Hoje temos maiores oportunidades para aprendermos a respeito de diferentes culturas, devido à tecnologia, as viagens e a mídia, as quais tornaram este mundo menor, uma aldeia global. A comunicação instantânea expõe-nos diariamente a culturas diferentes, de uma forma que era inconcebível no passado.

Elementos da Música Cultural. Cada cultura define sua música de acordo com seus próprios critérios. Estes envolvem juízos de valores sobre estética – juízos sobre o que é apropriado e belo; contextos – a noção de quando e com que freqüência a música é executada, assim como a ocasião e sua associação com os estilos de vida; organização social – a idade, o gênero e a composição racial e étnica do grupo; a condição dos músicos – ou seja, seu treinamento ou a falta dele; elementos estilísticos – os sons característicos, os níveis de afinação, o metro, o timbre e a dinâmica que um grupo entende como sendo a sua própria; gênero – as unidades básicas de repertório; texto – a forma com a linguagem e a música são combinadas; composição – ou seja, se a música é composta por um indivíduo ou por um grupo; transmissão – se a música é transmitida por um sistema de notação, pela imitação ou pela memória; e movimento – a atividade física, a dança e os instrumentos musicais usados na produção da música. Estes são alguns dos elementos que ajudam a definir a música de uma cultura em particular.

A música étnica é baseada, geralmente, em uma tradição oral e se origina ou é moldada pelo seu papel e função na sociedade. A música nas sociedades não ocidentais tem, geralmente, um contexto religioso ou filosófico, e as práticas musicais são determinadas pelos sistemas de valores dentro daquela estrutura particular que busca preservar a natureza sagrada ou mística da música. Cada grupo tem suas próprias fontes de som, sistema de escalas, timbre, seleção e arranjos de tons, intervalos e estilos vocais (às vezes as oscilações em torno de um único tom, inflexões na fala, alterações de timbre, tonalidades deslizantes, flexões na voz, etc.), os quais são, todos eles, parte da sonoridade característica.

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Muito freqüentemente, a música étnica é inculta e produz uma resposta emocional do ouvinte. Muitos elementos da música estão ligados às palavras ou textos, com variações de tom que são sutis, mas essenciais. São simples na textura e consistem de repetição ou repetição com mudança, o que é fundamental, e tem seu próprio ritmo e harmonia característicos. Eles também têm seus próprios instrumentos característicos – cordofones ou instrumentos de cordas; aerofones ou instrumentos de sopro, idiofones ou instrumentos de percussão; e membranofones ou tambores. 2

Música Africana. Na cultura africana, a música envolve a vida cerimonial, o trabalho e as atividades de lazer. A música tem sido transmitida oralmente e tem servido para comunicar histórias e eventos atuais. Ela também preservou valores da comunidade e solidariedade, expressou sentimentos que não podiam ser verbalizados, criou um modo para manter uma comunidade espiritualmente saudável.

A música africana não tem nenhuma base teórica. Ela tem um propósito funcional e social – dança, entretenimento, rituais e cerimoniais. Sendo uma linguagem tonal, a altura do tom é vital ao significado das palavras. Desta forma, é fácil fazer uma transição da fala para as canções. Em alguns exemplos, há uma linha tênue de demarcação entre os dois.

Algumas características da execução são chamadas e respostas, polifonia vocal, espontaneidade, notas ligadas, portamentos e glissandos [N.T. – Portamento é a condução da voz, de forma ligada, entre graus conjuntos. Glissando é um deslizamento rápido por uma série de tons consecutivos em passagem de escala]. Como a música não é ensaiada, não existe nenhuma preocupação com uma forma certa ou errada de cantar. A música é projetada para invocar uma resposta do ouvinte como um reconhecimento do que está sendo dito. O corpo também pode ser usado para ajudar a bater os ritmos ou dançar.

A diversidade cultural da música nos lembra que a variedade é um dom de Deus à humanidade. Sendo um Deus de variedade, Ele entende que todas as formas de adoração são moldadas pela cultura e o ambiente. Hoje Deus é adorado em uma variedade de formas, de acordo com a cultura, o estilo e a localização geográfica — mesmo dentro de uma mesma denominação. Com tal diversidade cultural, não é surpreendente que haja controvérsia sobre o que seja a música aceitável ou inaceitável para adoração. 3

Objetivos Deste Capítulo. O objetivo global deste capítulo é considerar se Deus realmente se importa ou não com a cultura, especialmente onde ela afeta a música da igreja. Há um estilo musical particular o qual Deus espera que adotemos? Nossos juízos de valores acerca do ideal de Deus sobre música de adoração são realmente os valores d’Ele?

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O objetivo mais específico é discutir se o uso da música rock, em suas várias versões, pode ou não ser justificado legitimamente como uma expressão cultural da herança afro-americana. De uma perspectiva cristã, a música deveria ser avaliada em termos de sua associação cultural ou com base da distinção bíblica entre o sacro e o profano, a qual se aplica a qualquer cultura?

Com estas questões em mente, este capítulo tem duas partes. A primeira observa a música rock em seu contexto cultural. Examina, especificamente, a suposição prevalecente de que a música rock é parte da herança afro-americana e, por conseguinte, é uma forma legítima de expressão. Nosso estudo demonstra que esta suposição é incorreta. Há uma diferença significativa entre os componentes estruturais da música rock e os da música de herança afro-americana.

A segunda parte do capítulo sugere alguns princípios básicos para guiar os cristãos na realização de boas escolhas musicais. É dada consideração a seis características importantes da música sacra. O objetivo é ajudar o leitor a definir o que constitui música sacra, não com base nos princípios bíblicos, mas em questões culturais.

Parte 1
A Música Rock e Suas Raízes Culturais

As raízes da música rock são geralmente traçadas, no passado da cultura escravocrata da África Ocidental que foi, no decorrer do tempo, levada para a Índia Ocidental e finalmente para o sul dos Estados Unidos. Instrumentos primitivos, feitos em casa, foram sendo substituídos gradualmente pelo clarinete, guitarra, trompete, trombone, contrabaixo e bateria, todos os quais foram usados para criarem um ritmo especial.

Quando os escravos africanos foram trazidos para a América, foram arrancados deles dois elementos muito importantes para qualquer cultura, que são a música e o idioma. Eles eram forçados a falar e cantar em um vernáculo que era totalmente estranho para eles. Com o passar do tempo, porém, eles desenvolveram um vocabulário, um dialeto e uma música que se tornaram distintamente suas próprias.

Negro Spirituals. A música desempenhou um papel muito importante nas vidas dos escravos, porque lhes permitia expressar suas emoções de acordo com a sua própria cultura tradicional, em vez daquela ditada pelos seus senhores. Sua música se tornou conhecida como “Negro Spiritual.” Suas canções eram inspiradas

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nos sofrimentos experimentados pelos escravos: açoites, surras, destruição da unidade familiar, linchamentos e outros abusos.

Embora os Negro Spirituals tivesse um contexto religioso ou filosófico, eles se tornaram as canções da comunidade, baseadas na tradição oral que emanava da África. O seu conteúdo se centralizava em torno dos aspectos da vida cotidiana e servia como ajuda para os participantes interagirem e se comunicarem entre si, criando solidariedade, atenuando a monotonia do trabalho e aliviando o cansaço. O idioma Negro Spiritual também deu à comunidade uma oportunidade para comentar sobre sua própria situação, enquanto proporcionava a cada membro um senso de pertencer a um grupo, em meio a um mundo confuso e terrível. Embora fosse música rítmica, os Negro Spirituals sempre expressaram a esperança na libertação de Deus ao Seu povo.

Como era negado aos escravos o direito de aprenderem a ler ou escrever, eles tiveram que aprender um novo idioma pela audição. Isto resultou na evolução de um novo dialeto, o qual se reflete no ritmo de muitos Spirituals e seus arranjos. Os Spirituals se tornaram as canções cantadas em uma terra estranha, dando inspiração a um povo ao qual se negou seu instrumento de comunicação (tambor) e se forçou a aceitar a ideia puritana de que sua dança e sua vida anterior na África eram pecaminosas. 4

O balanço do Spiritual também é parte da experiência religiosa do afro-americano, sendo mais um sentimento e uma nuance do que uma notação. Por esta razão, a execução é baseada em práticas de entretenimentos populares.

É uma infelicidade que muitos dos Negro Spirituals estão se perdendo ou se tornando desconhecidos da nova geração, pelo fato de serem postos de lado e raramente cantados. O resultado é que muitos afro-americanos não conhecem sua própria herança musical, especialmente as circunstâncias sob as quais os Spirituals nasceram. Ao invés disso, a juventude de hoje tende a gravitar na direção da música Negra contemporânea que eles reivindicam como sua própria música de “herança”.

Herança da Música Negra Clássica. A juventude negra de hoje ignora a contribuição dos compositores negros que criaram e apresentaram formas clássicas de arte antes e até mesmo durante os dias de escravidão. Por exemplo, Ignatius Sancho (1729-1780) escreveu o livro intitulado Theory in Music, dedicado à Princesa Real da Inglaterra, e compôs “Twelve Country Dances” para cravo (1779). Chavalier de Saint Georges (1739 ou 45-1799) era violinista e regente da Academia Real de Ópera em Paris e escreveu óperas, sinfonias, quartetos de cordas, concertos, e muito mais.

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O rev. Richard Allen (1760-1831) foi o autor do primeiro hinário de igreja para Negros. George A. Polgreen Bridgetower (1779-1860) era um bom amigo de Ludwig van Beethoven e tão altamente respeitado que foi contratado pelo Príncipe de Gales para tocar na orquestra da Corte.

Francis “Frank” Johnson (1792-1844) era um compositor negro americano da Filadélfia que se tornou o primeiro a ganhar reconhecimento na América e na Inglaterra, possuindo um grupo musical no exterior para se apresentar na Europa. Ele também foi o primeiro a introduzir concerto ao ar livre na América, foi o primeiro a estabelecer uma escola de músicos negros, e o primeiro a ter suas composições publicadas como partituras de música (1818). A lista continua. 5

Esta amostragem de artistas e compositores negros é suficiente para mostrar que os negros têm uma herança musical clássica legítima e não precisam buscar suas raízes musicais na música rock, uma música que rejeita as crenças e os valores cristãos. Hoje, mais de cinco mil compositores e artistas negros têm gravações. Esta informação é significativa porque mostra que a música e os músicos negros não precisam ser relegados ao gênero do rock.

Negro Spirituals, belos como possam ser, representam um capítulo triste, mas significante na história do povo negro. Sua contribuição para a música religiosa não foi completamente reconhecida. Uma razão porque os negros têm a tendência de serem atraídos na direção da música rock e reivindicá-la como sua música de “herança” é porque o rock não tem a associação negativa que os Spirituals têm. Os músicos de rock e artistas negros são respeitados por seu talento e retratados como indivíduos prósperos que contribuíram ao cenário musical. Assim, tornam-se os ícones e modelos a serem seguidos pelos negros que buscam ascender sobre o estigma do passado.

A Música Rock e a Herança da Música Africana. A suposição prevalecente de que a música rock é uma expressão legítima da herança afro-americana ignora as diferenças significativas que existem entre as duas. A música de herança afro-americana é predominantemente melódica e é baseada no ritmo do dialeto. Por outro lado, a música rock é baseada e impulsionada por uma batida que eclipsa e domina todos os outros elementos musicais.

As raízes da batida do rock não serão encontradas na música religiosa de herança afro-americana, mas na música secular e freqüentemente irreligiosa, conhecida como “Rhythm and Blues.” Esta música se tornou a expressão daqueles negros que se desviaram ou que rejeitaram a fé Cristã.

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Eles queriam ser artistas respeitados tocando uma música secular. O humor do Blues é de tristeza, pontuado por uma batida pesada, regular. A ênfase está nos prazeres deste mundo, especialmente no prazer do sexo ilícito antes ou fora do casamento.

Depois de Segunda Guerra Mundial, artistas brancos, fascinados pela batida do Blues, começaram a copiar este estilo de música e aumentaram a instrumentação com guitarras elétricas, baixos e baterias. Logo esta música foi popularizada por cantores como Bill Haley, Chuck Berry, Buddy Holly e, especialmente, Elvis Presley. Desta fusão, um novo estilo musical nascia – o Rock and Roll. Este último difere do Blues por causa de sua batida de percussão constante que a torna impulsionadora para a dança.

A distinção que encontramos na música afro-americana entre o Negro Spiritual religioso e o Rock and Roll secular e irreligioso, lembra-nos o simples fato de que em todas as culturas podemos esperar encontrar algum tipo de música que seja a favor do cristianismo e algum tipo que seja anti-cristã em seus valores. Este é o resultado da queda da humanidade, que está presente em todas as épocas, países e culturas. “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” (Romanos 3:23).

Rock Versus Música de Herança. Um olhar mais de perto nas características da música de herança afro-americana e nas da música rock revelam diferenças significativas. Enquanto a música de herança preserva e promove a unidade, a música rock cria divisão e influencia atitudes rebeldes com relação aos valores morais, além de um desrespeito à autoridade. Talvez a semelhança seja devida o fato de que a bateria, um instrumento fundamental em ambas as situações, esteja envolvido. A verdade é que, além do uso da bateria, nenhuma delas tem qualquer coisa em comum.

Na tradição africana, os tambores são considerados como “instrumentos sociais” que falam uma linguagem compreensível ao povo daquela cultura. Eles possuem bases funcionais e propósitos sociais. Servem como meio de comunicação – sinalização, dança, entretenimento, rituais e outras cerimônias. O próprio corpo é usado como tambor para marcar ritmos.

Na música rock, os tambores também são instrumentos fundamentais porque criam uma pontuação estática mediante incessantes batimentos tão característicos nesse tipo de música. Conquanto a maioria das pessoas utilize os termos “ritmo” e “batida” alternadamente, há uma diferença técnica entre os dois. A “batida” é estruturalmente vertical, e é, por definição, uma pulsação regular recorrente, como a batida do coração. Por outro lado, “ritmo” é estruturalmente horizontal

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e o resultado de uma combinação de notas de valores longos e curtos, que criam um movimento fluente e progressivo. Os eruditos traçaram a origem do rock até o tambor africano por causa dos ritmos complexos, dos quais se dizem que invocam seres sobrenaturais malignos.

Os Tambores São do Mal? O mito de que os tambores são do mal originou-se com missionários europeus que foram para a África e não conseguiram se relacionar com a cultura. A África foi apelidada de o “Continente Negro” não apenas por causa da cor da pele de seus habitantes, mas “principalmente porque o mundo exterior sabia muito pouco sobre a geografia e o povo desta vasta massa de terra, particularmente na área ao sul do Deserto do Saara.” 6

Os tambores eram e ainda são parte integrante da cultura africana. Porém, pelo fato dos missionários não terem entendido as complexidades da sua execução e porque eles, às vezes, eram usados no vodu e em outros ritos que envolviam espiritualismo, eles foram considerados malignos. A falha em lidar com a música africana em seus próprios termos, fez com que os missionários substituíssem estas tradições pelos padrões europeus que lhes eram familiares. Conseqüentemente, esta aculturação tentou tirar dos africanos um dos elementos mais importantes de sua cultura.

Através da observação, uma pessoa pode ver que nem todos os tambores são criados iguais e que eles não têm todos a mesma função. Por exemplo, os tambores africanos autênticos são feitos de madeira e peles de animais. “Eles podem ser tocados em cerimônias religiosas e reuniões sociais, danças tradicionais para jogos de crianças, para o trabalho e para a guerra.” 7

O que os missionários não perceberam foi que, como instrumento, o tambor não é pecado por si e o ritmo do tambor é apenas uma linguagem – uma ferramenta de comunicação que poderia viajar muito mais longe que a voz humana, devido à natureza de sua acústica. Na realidade, o tambor é para os africanos o que o shofar ou a trombeta eram para os Israelitas.

Dois Tipos de Tambores. Hoje, os tambores parecem ser os mais controversos de todos os instrumentos. Isso se deve em parte a sua tradicional associação com a invocação de maus espíritos, e em parte ao modo como são usadas no rock para produzir sua batida implacável.

Na música ocidental, todavia, os tambores são divididos em duas categorias: tonais (tímpanos, steel drums – [N.T. – instrumentos metálicos de percussão utilizados nas músicas caribenhas], surdos, etc.) e atonais (repiques, bongôs, bateria, etc.). A bateria é um conjunto (bumbo, surdos, repiques, prato suspenso e hi-hat, [N.T.- dois pratos opostos, ou chimbal]), que provém dos

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instrumentos das bandas militares européias e é a fonte da controvérsia atual.

Nos anos vinte, percussionistas de jazz experimentaram com uma pessoa tocando vários instrumentos, usando tanto os pés quanto as mãos. Com o aperfeiçoamento da tecnologia da técnica durante os anos decorrentes, a bateria tornou-se um dos principais componentes da música popular, das bandas de rock, dos conjuntos de jazz e até mesmo da música gospel.

É interessante notar que estes tambores são tocados principalmente com varetas ou baquetas, enquanto os tambores africanos eram tocados com as mãos. Levando-se isto em conta, a discussão subseqüente sobre tambores é em referencia à bateria, e os princípios citados também se aplicam a instrumentos eletrônicos — sintetizadores, baterias eletrônicas e todos os outros que reproduzem o som de instrumentos acústicos.

Os Efeitos da Música Rock. O nascimento do rock teve um impacto sobre várias culturas ao redor do mundo. De fato, a ampla popularidade do rock está levando à perda gradual de muitas tradições culturais e um declínio nas tradições sociais. Inicialmente, quando a “música pop” dos anos cinqüenta foi chamada “rock and roll”, ainda exibia algumas características da “boa” música. A melodia ainda era o elemento dominante.

Dentro de poucos anos, porém, a ênfase mudou da cabeça (melodia) para o corpo (ritmo) na mensagem, no som e na nuance. A música rock ganhou popularidade quando os Beatles vieram para a América em 1964, trazendo com eles baterias, instrumentos amplificados e “a batida”, a qual se tornou o elemento dominante, deslocando totalmente a melodia e a harmonia. Até mesmo a ortografia de seu nome – BEATles – [N.T. – A autora faz aqui um trocadilho com a palavra inglesa “beat”, batida, e o nome do conjunto.] anunciou a chegada de um novo tipo de música que logo atrairia as pessoas ao redor do mundo. O rock é um tipo de música que foi criado para ser sentido e não para ser ouvido – uma música que anestesiaria os sentidos das pessoas em todas as culturas.

Conforme o rock foi se endurecendo no decorrer dos anos, sua batida hipnótica inundou todos os gêneros da música, inclusive o Canto Gregoriano, a música sacra mais monótona de todas as músicas sacras. Além de sua batida hipnótica, outra dimensão foi acrescida para assegurar o total controle da mente – as gravações de vídeos. Enquanto o corpo é bombardeado pela pulsação da batida, a mente é hipnotizada pela cintilação rápida da luz no vídeo.

Por exemplo, quando uma televisão está num quarto escuro, a pessoa pode observar melhor o efeito estroboscópico da luz em uma parede. Isto se deve à freqüência com que as cenas mudam. Embora o efeito não seja tão

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perceptível em um quarto iluminado, o resultado é o mesmo, porque os olhos são focalizados em uma direção – A direção da luz tremeluzente.

Em outubro de 1999, Dr. Neil Nedley apareceu na rede Three Angels Broadcasting, no programa “Health for a Lifetime.” Ele delineou em seu livro, Proof Positive, dezessete perigos de assistir aos shows de entretenimento, tais como a MTV, com luzes cintilantes que ele chama de “a mudança rápida do cenário de referência.” Os dezessete perigos são:

– Hipnose

– Reduzido interesse na leitura e aprendizado

– Enfraquecimento da capacidade mental

– Promoção de um estilo de vida inadequado (fumo, bebida, comilança, conduta sexual, etc.)

– Obesidade

– Indução crescente a fantasias

– Redução da capacidade criativa

– Redução da capacidade discriminatória; inabilidade de discernir entre o certo e o errado

– Condicionamento a uma resposta não reativa (ri-se de um estupro e crime)

– Consideração leviana da violência

– Irritabilidade

– Agressividade crescente

– Acelerada atividade sexual

– Vícios

– Tempo reduzido para a produtividade

– Diminuição do tempo familiar

– Efeito adverso sobre atividades espirituais

Os efeitos de “mudança rápida no cenário de referência” estão em paralelo com um outro fenômeno da música rock chamado de “substituição.” Isto faz com que o corpo entre em um estado de confusão e alarme, tendo dificuldades de percepção, uma diminuição no desempenho (na escola e na produtividade do trabalho), hiperatividade e inquietude, redução na capacidade de tomada de decisão e uma perda de energia sem nenhuma razão aparente.

Também há uma queda na taxa de açúcar no sangue (a fonte de nutrição do cérebro) a qual, depois de um certo período de tempo, resulta em mudanças estruturais nas células cerebrais. Isto, como conseqüência, deixa o corpo totalmente incapaz de distinguir entre o que é bom ou o que é prejudicial, danificando desta forma a capacidade de tomar decisões morais. Este efeito mental é significativo para nossa discussão subseqüente acerca dos estilos de adoração.

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A Verdadeira Origem da Música Rock. Enquanto o nascimento da música rock possa ser traçado aos anos 1950, o fenômeno da música rock não é novo. A Bíblia sugere que a batida hipnótica fascinante de tambores, que tem afetado tão desfavoravelmente a humanidade, originou-se com Lúcifer, o ato coroador da criação no céu. “Estavas no Éden, jardim de Deus… Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.” (Ezequiel 28:13).

Satanás desejou “ser como o Altíssimo” através da rebelião e engano. Por fim, ele foi expulso do céu, e daquele dia em diante ele procurou difamar o caráter de Deus e apagar Sua imagem na humanidade. Seu alvo é gravar sua própria imagem no caráter de cada indivíduo. Isto pode ser visto especialmente no comportamento rebelde e pervertido provocado pela música rock.

A influência da batida do rock não é um fenômeno novo. Algumas das características da música rock já existiam na época de Moisés. Lemos que ao voltar para o acampamento israelita depois de receber os Dez Mandamentos no Monte Sinai, Josué disse a Moisés, “‘Há alarido de guerra no arraial.’ Respondeu-lhe Moisés: ‘Não é alarido dos vencedores nem alarido dos vencidos, mas alarido dos que cantam é o que ouço.’ Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte.” (Ex 32:17-19).

Os Israelitas dançavam ao redor do bezerro de ouro ao som das batidas. Séculos mais tarde foi a dança da filha de Herodias que influenciou a execução de João Batista. Exemplos bíblicos como estes indicam que a música rítmica, dançante, tem estado em cena por muito tempo e tem desempenhado um importante papel em promover a oposição à vontade de Deus e a perversão moral.

Através da adoração do bezerro de ouro, os israelitas rejeitaram o Deus Criador e Redentor, escolhendo, ao invés, adorar um objeto de sua criação. Tendo acabado de sair da escravidão egípcia, os israelitas ainda estavam em escravidão para com aquela influência cultural. Eles imitaram a adoração idólatra que tinham testemunhado por longo tempo, utilizando a dança rítmica que aprenderam no Egito.

A “multidão misturada” que se uniu aos Israelitas influenciou, indubitavelmente, na sua apostasia. Embora sua adoração em volta do bezerro de ouro fosse espirituosa, eles não eram espirituais. A espiritualidade se manifesta nas atitudes e comportamentos que coincidem com aquilo que seja biblicamente aceitável a Deus.

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Dois Estilos de Adoração Antigos. De forma a criar um contraste, visualize outra cena, ou seja, a inauguração do Templo por Salomão. Nos é dito que todos os cantores levitas “estavam acordes em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças, e quando levantavam a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos de música, e louvavam ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre; então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa do Senhor, … porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus.” (II Crônicas 5:13-14).

A música do coro levítico e aquela dos adoradores do bezerro de ouro eram semelhantes no sentido de que ambas envolviam uma resposta alta e emocional. Porém, uma diferença óbvia entre as duas é que uma expressava adoração autêntica a Deus e a outra era uma contrafação. É significante que Josué tenha percebido inicialmente que a música dirigida ao bezerro de ouro era como se fosse o barulho de uma batalha. Tal descrição se ajusta bem ao barulho explosivo dos concertos de rock.

Contrariamente ao canto na inauguração do Templo, Deus não estava presente na adoração do bezerro de ouro porque era a adoração a um ídolo feito pelo homem. Deus declarou, “Em Horebe, fizeram um bezerro e adoraram o ídolo fundido. E, assim, trocaram a glória de Deus pelo simulacro de um novilho que come erva. Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que, no Egito, fizera coisas portentosas.” (Salmos 106:19-21).

A sua música era uma expressão exterior de uma condição interior. O “barulho” de sua música era uma cacofonia de sons – discórdia, clamor, comoção, desarmonia e pandemônio. A mesmas atitudes características – comoção, desarmonia e comportamento – estão presentes hoje na música rock que falsifica a adoração a Deus.

Dois Estilos de Adoração Atuais. Ainda existem dois estilos de adoração atualmente. Um é conhecido como estilo conservador e o outro como estilo liberal. A música da igreja no estilo de adoração conservadora é derivada da tradição européia e consiste em hinos, antífonas, música clássicas e algumas músicas cristãs contemporâneas.

O órgão e o piano são os principais instrumentos usados, embora outros instrumentos também sejam empregados. Ao contrário do que algumas pessoas dizem, a música deste estilo de adoração não está morta ou entorpecida. Pelo contrário, algumas das mais vigorosas, belas e tocantes músicas são executadas nesse estilo. Um fator determinante é um líder de cânticos dinâmico, competente e espiritual que possa inspirar a congregação a cantar com todo o seu coração.

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O estilo de música liberal, por outro lado, é de natureza mais Pentecostal e improvisadora. Normalmente consiste em música gospel que promove uma resposta como a batida de pés, palmas e o balanço do corpo. A instrumentação inclui bateria, guitarras elétricas e sintetizadores que são acoplados com o piano e o órgão. Na maioria dos casos, os músicos (e alguns pastores), embora sejam bastante talentosos em outras áreas, têm pouco ou nenhum treinamento musical; por conseguinte, eles tocam principalmente de ouvido. Como a música neste contexto é chamada erroneamente de música de “herança” por alguns, a busca pela preservação cultural é, às vezes, levada ao extremo.

O termo “música negra” é mais ou menos um rótulo que foi colocado num estilo e sonoridade musical que são geralmente associados à cultura afro-americana, porque contém certas características étnicas – metros compostos (algumas vezes chamados de métrica longa), harmonias ricas, ritmo, síncopes, improvisação, notas alteradas, ornamentação, tonalidades tristes e coisas afins.

Alguns pensam que os estilos contemporâneos são música de herança por causa destas características e porque eles foram popularizados pelos artistas negros. Porém, por definição, música de “herança” é aquela que tenha sido passada por gerações sucessivas. Este dificilmente é o caso com as várias versões da música rock contemporânea. Ela é chamada corretamente de “contemporânea” porque se afasta tanto da herança da música africana quanto da européia. Nós demonstramos que há uma diferença radical entre a música de herança dos Negro Spirituals e da música rock.

A tendência hoje, entre os vários grupos étnicos e religiosos, é divinizar sua cultura através de ícones, símbolos e a música que melhor os represente. Julgam que a adoração seja menos significativa se não ajustar aos seus valores culturais e gostos pessoais. Parecem se esquecer que a cultura, como qualquer coisa neste mundo, está corrompida pelo pecado. Isto significa que a cultura deve ser testada pela autoridade normativa da Bíblia e não vice-versa.

O “Idioma” e o “Dialeto” da Música. Depois de ponderar durante algum tempo sobre o debate atual acerca dos estilos de adoração, sinto que a causa do problema não é necessariamente o estilo de adoração propriamente dito, mas o “idioma” e “dialeto” musicais que são usados. O idioma é uma ferramenta de comunicação composta de um vocabulário que seja compreensível e significante ao ouvinte.

O “dialeto” associado com o idioma é o que agrupa as pessoas e se torna seu crachá de identificação de afinidade. Qualquer um que

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fale o idioma com um dialeto diferente é chamado, normalmente, de “estranho.” Quando Paulo relacionou “línguas” como um dos dons espirituais, provavelmente ele não quis se referir apenas à habilidade para falar diferentes idiomas, mas a dialetos também.

Para ilustrarmos melhor este ponto, consideremos os vários tipos de “idiomas” que existem dentro do mesmo idioma. Por exemplo, há o idioma legal, o idioma de rua, o idioma profissional, o idioma do esporte, o idioma acadêmico, o idioma musical e a lista continua. Se o vocabulário de quaisquer dos “idiomas” anteriores é configurado de modo que nem todos possam entender, então se torna uma “língua estranha” e é totalmente inútil ao ouvinte.

O mesmo é verdade quanto à música. Por exemplo, o que é conhecido como “ebâneo” ou música “negra”, tem se infiltrado na igreja e mudado o “idioma” e o “dialeto” da música sacra para um som comercial. O resultado é que uma nova cultura musical nasceu, a qual está resistindo e rejeitando a tradição musical européia, especialmente, quando esta é elevada a ser “o padrão” para se avaliar a música.

As cicatrizes psicológicas resultantes deste conflito ainda não foram curadas. Este conflito afetou a experiência de adoração de muitos. “Paredes de separação foram erguidas entre brancos e negros. Estas paredes de preconceito cairão por si mesmas como as paredes de Jericó, quando os cristãos obedecem a Palavra de Deus, a qual requer deles amor supremo ao seu Criador e amor imparcial aos seus próximos”. 8

Edificação. Na adoração, a palavra chave é edificação. Se o “idioma” musical for estranho à congregação, é irrelevante e sem sentido, tornando-se como “bronze que soa, ou um címbalo que retine”. A mensagem é perdida, e a igreja não é edificada. Esta é uma das razões porque a Igreja Católica permitiu, finalmente, que se dirigisse as missas no vernáculo do povo.

Se a linguagem musical é estranha à congregação, como ela pode ser edificada? Quando oferecemos nossa música com o Espírito e com entendimento, músicos celestiais se unem conosco. Deus espera que cultivemos nossas vozes assim como podemos falar e cantar de maneira que todos possam entender.

A música na adoração tem que ser para edificar à congregação. Quando é apresentada de uma forma que seja estranha ao ouvinte, ela não significa nada. Isto não significa que tudo é apropriado à adoração, contanto que seja expresso no idioma da cultura. Como notado anteriormente, nossa cultura deve ser provada através da Bíblia e não vice-versa. Infelizmente, freqüentemente, numa tentativa de enfatizar a identidade cultural, esta se torna o objeto da adoração.

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O Perigo do Orgulho Étnico. É interessante notar que antes do movimento dos direitos civis, pastores pregavam as doutrinas da igreja sem se preocuparem com diferenças étnicas. Mas depois do movimento dos direitos civis, muitos pastores foram envolvidos pelo culturalismo, e começaram a pregar os atributos de uma raça, em vez dos atributos do Cristianismo. Assim, nasceram os conceitos do “black power” (poder negro) e da “consciência negra.” O cristianismo foi colocado em competição com a cultura. A música começou a refletir também esta filosofia.

Devemos estar atentos à influência cativante do orgulho étnico, o qual é usado pelo inimigo para desviar nossa atenção de Deus. Os princípios cristãos transcendem os limites culturais, porque o sangue de Jesus Cristo foi derramado às pessoas de todas as raças em todas as culturas. Qual mérito tem estas questões à luz de nossa salvação? Jesus Cristo ensinou que não existem limites territoriais, castas ou orgulho étnico no reino de Deus.

Em 1969 o arranjo de Edwin Hawkins de “Oh Happy Day” cruzou a linha. Nunca antes uma canção “religiosa” havia sido transmitida no programa secular de rádio “Top 40”, para não dizer nada de ela ter se tornado o sucesso número um. Desde então, muitas gravadoras de música religiosa passaram a existir. Elas proveram oportunidades para que mais artistas negros se envolvessem com o rock religioso.

Como vários grupos de rock surgiram após a estréia dos Beatles, sua música e estilo de vida mudou para pior. Drogas, sexo, violência e todos os tipos de imoralidade se tornaram disseminados entre a cultura jovem alcançando seu apogeu no concerto de Woodstock em 1969. Nesta época, alguns jovens que tinham estado procurando alguma coisa melhor sem encontrá-la, decidiram então “Tentar Jesus.” Assim o “Movimento de Jesus” veio a existência. A juventude por todo o país começou a “entrar no clímax” de Jesus, enquanto cantavam canções religiosas com a batida do rock que eles amavam tão ternamente. Isto marcou o início da indústria da Música Cristã Contemporânea ou aquilo que eu chamo da música “pop gospel”.

Como A Música Rock Entrou Na Igreja? Como a música rock foi capaz de entrar na igreja? A razão principal é a liderança espiritual fraca de pastores que foram facilmente influenciados pela demanda popular. Paulo advertiu que “virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.” (II Timóteo 4:3-4). A pressão popular pode influenciar

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líderes fracos, como ilustrado pelo exemplo de Aarão. Ele temeu por sua própria segurança e assim se rendeu aos caprichos dos Israelitas. Se Aarão tivesse mantido firme o princípio, muito provavelmente poderia ter evitado a apostasia no Monte Horebe.

“Quantas vezes em nossos próprios dias é o amor aos prazeres disfarçado por uma “aparência de piedade”! II Timóteo 3:5. Uma religião que permite aos homens, enquanto observam os ritos do culto, entregarem-se à satisfação egoísta ou sensual, é tão agradável às multidões hoje como o foi nos dias de Israel. E ainda há Arãos flexíveis, que ao mesmo tempo em que mantêm posições de autoridade na igreja, cederão aos desejos dos que não são consagrados, e assim os induzirão ao pecado.”

Quando os líderes são fracos ou medrosos em tomarem posições, tendem a se renderem aos caprichos e desejos dos paroquianos. Em vez de conduzir, eles são conduzidos, causando sua própria derrota eterna, como também o das pessoas a eles confiadas. Hoje, como no Israel antigo, o problema é mais da liderança do que dos membros. Quando os líderes não conduzem o povo nas veredas da justiça, permitem-lhes seguirem as veredas da autodestruição. 9

Os líderes da igreja precisam compreender que, embora certos estilos musicais reflitam “o idioma” e “o dialeto” de um povo em particular, eles não representam necessariamente os princípios da Palavra de Deus. Freqüentemente na MCC ocorre a mistura do sacro com o profano, porque a preocupação final é vender, em vez de salvar os pecadores perdidos.

A música produzida por causa do lucro, entretenimento e sensacionalismo não promove crescimento espiritual. Em vez disso, debilita o intelecto e a força moral, entorpece nossa avaliação do que é sacro, tendo um efeito adverso em nossa vida de oração e na leitura da Bíblia.

Em muitos exemplos, o espírito e a maneira pela qual a Música Cristã Contemporânea é executada, reflete o ambiente de entretenimento do concerto secular, boate, discoteca, etc. A música parece como Blues, Rock, Rap, Jazz, Country, ou algum outro gênero popular. É inundado por conotações sensuais que deslumbram, excitam e induzem ao movimento. Quando o sacro é misturado com o profano e está incorporado em nossa adoração, torna-se uma oferta maculada, que Deus não pode aceitar.

Até mesmo durante a época de Jesus, o sistema tinha se tornado tão corrupto que o Senhor expressou Sua justa indignação expulsando os vendilhões do Templo, porque eles estavam comercializando na Casa de Deus. Hoje há a mesma necessidade de se proteger a integridade e a santidade do lugar de adoração, inclusive na sua música. É imperativo que os líderes da igreja ensinem suas congregações como adorar a Deus na beleza de Sua santidade, explicando-lhes os princípios básicos da música sacra.

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Parte 2
Princípios da Música Sacra

A música é o dom de Deus à família humana. É uma ferramenta poderosa que pode enaltecer, edificar, inspirar, elevar, evangelizar, reforçar doutrinas e convicções, subjugar características não cultivadas de caráter e promover a harmonia. Pode fixar palavras na memória e impressionar o coração com a verdade espiritual. Pode servir como uma arma contra o desânimo e trazer a alegria do céu à alma.

A percepção da “boa” música que honre a Deus pode ser mais fácil para alguns do que para outros. Os seguintes elementos da boa música deveriam servir como um guia para aqueles que estão interessados em compreender mais completamente o que constitui música sacra que honre ao Senhor.

Unidade. Uma primeira característica da música sacra é encontrada em II Crônicas 5:13 onde nos é dito que os cantores levíticos “estavam acordes em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças.” 10 Havia uma inconfundível unidade e harmonia no som de sua música. As vozes e os instrumentos se combinavam. A unidade é vital na música Cristã.

Uma característica da música contemporânea é a improvisação. Freqüentemente instrumentistas ou vocalistas improvisam, compondo e executando simultaneamente no impulso do momento. Bandas “quentes” são conhecidas em “fazer do seu próprio jeito”, combinando, mas não de modo planejado. Interpretações musicais são freqüentemente inundadas ou motivadas pelo sensacionalismo (ginásticas vocais, uso excessivo de ornamentação, floreios no teclado, acordes extravagantes, etc.) de forma a deslumbrar, excitar ou induzir ao movimento, palmas, balanço do corpo, etc. Tal música é caracterizada pela polarização e discórdia e não pelo “louvor em uníssono“, como na música sacra.

A prática é necessária para apresentar nossa melhor música ao Senhor. Alguns cristãos crêem que o ensaio para louvar ao Senhor é desnecessário, porque cantar deveria ser natural. A atitude de que alguns minutos de ensaio com o coro antes do culto é suficiente, dificilmente reflete a importância que a Bíblia dá à música.

Para alcançarem a unidade, os músicos têm que ter um conhecimento e entendimento da natureza e função do seu instrumento na produção da música, especialmente a bateria. Eles precisam entender que a bateria deveria ser orquestrada para acrescentar “cor” à música e não para ser forte e dominante

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ou causar distração da mensagem da música. Quando os instrumentos sobrepujam a melodia, harmonia e a letra a ponto de que a mensagem se perca, então a interpretação não edifica o ouvinte porque não há um “louvor em uníssono.”

Centrado na Palavra. Uma segunda característica da música sacra é sua “centralização na Palavra.” Ajuda a ouvir a Palavra de Deus mais claramente. A música sacra, apresentada ao Senhor e ouvida pelo Seu povo, deveria fortalecer a mensagem do Evangelho e não banalizá-lo. A Bíblia nos fala “a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Deus.” (Romanos 10:17). A música deveria contribuir para o ouvir da mensagem da Palavra de Deus, que constrói fé.

Isto significa que o som da música tem que se harmonizar com as palavras. As verdades bíblicas são ouvidas nas palavras, e a música não deve distorcer ou empurrar para o segundo plano “a palavra da verdade” (Colossenses 1:5). Se o volume ou a dissonância da música são tais que as palavras não podem ser ouvidas claramente, então toda a apresentação se torna um exercício absurdo e desrespeitoso.

Louvor e Ações de Graças. Uma terceira característica da música sacra é seu louvor e ação de graças a Deus. Os cantores do Templo “estavam acordes em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças” (II Crônicas 5:13). 11 Repetidamente a Bíblia nos convida a cantar louvores ao Senhor com ações de graças (Salmos 7:17; 47:6-7; l8:49; Juízes 5:2;Ezequiel 3:10; Jeremias 20:13)

A Música Cristã Contemporânea põe uma ênfase considerável ao louvor, mas as canções que expressam louvor significativo são escassas. Algumas delas são muito vulgares, superficiais, simplistas e divertidas. Enquanto os hinos da Bíblia exaltam a grandeza de Deus e Seus poderosos feitos, muito da música contemporânea usa, constantemente, os pronomes na primeira e segunda pessoa.

A primeira canção registrada na Bíblia tem estas palavras notáveis: “O SENHOR é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação” (Êxodo 15:2). Moisés se refere a Deus como “minha canção”, porque toda a canção é consagrada à honra de Deus e é planejada para louvá-Lo por libertar Seu povo.

Pode-se dizer isto da música rock “cristã”, caracterizada pela batida, ritmo, intensidade e síncopes? Tal música expressa a pureza, majestade e santidade de Deus? Celebra as maravilhosas realizações criativas e redentoras de Deus? A música sobre Deus

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deveria ser como Deus, refletindo-O, e comunicando algo da beleza de Seu caráter.

Ministério Para o Senhor. Uma quarta característica da música sacra é seu objetivo de ministrar “ao Senhor”, ao invés de entreter o ouvinte. A diferença entre os dois é percebida tanto pelo ouvinte quanto pelo artista. A música sacra que ministra ao Senhor exalta Sua santidade e majestade, enquanto a música de entretenimento busca trazer atenção ao músico.

Como Jacob Aranza demonstra, “o músico se torna outro astro da música e é a principal atração no lugar do Senhor. Em tais casos, Jesus se torna apenas na plataforma para o músico exibir a carne. Isto seria como se Jesus tivesse entrado em Jerusalém montado em um jumentinho e as pessoas aplaudissem o jumentinho. Como isso é tolo e triste!” 12

Em seu livro “A Philosophy of Church Music“, Robert Beglund escreve: “Se o entretenimento é o objetivo principal dos cultos na igreja, então a música que é predominantemente entretenedora é apropriada. Porém, é difícil alguém desenvolver um argumento fundamentado biblicamente que defenda o entretenimento como sendo o objetivo primário (ou até mesmo secundário) nos cultos da igreja.” 13

Há uma clara distinção entre música sacra que ministra “ao Senhor”, e música denominada “cristã” que entretém o ouvinte em casa ou na igreja. “Na primeira (ministério) o músico e o ouvinte são movidos pela música, pelo caráter piedoso que ela reflete e pela mensagem clara da letra. Na segunda (entretenimento) o músico e a platéia são movidos pela habilidade do artista em comunicar, influenciar, controlar e inspirar. No ministério, a atenção é levada pelo veículo para o assunto da música. No entretenimento, o veículo traz o foco para si mesmo.” 14

Música é ou sacra ou secular. O santo não deveria ser misturado com o profano. “A meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o imundo e o limpo.” (Ezequiel 44:23). Este imperativo bíblico aplica-se muito bem à música.

Não há coisas tais como “jazz gospel” ou “rap cristão” ou “rock cristão.” Tais rótulos são um paradoxo. Assumir que a música que promove perversão pode se tornar em um meio para proclamar salvação, apenas mudando seu rótulo e letra é como acreditar que o diabo pode se transformar em um Salvador apenas mudando a descrição de seu trabalho.

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O evangelho são as boas novas de que Jesus sofreu abuso desumano para ganhar nossa salvação. Banalizar a mensagem do evangelho misturando-a com o que é secular (comercialismo) não é só sacrílego, mas também uma afronta à magnitude do sacrifício expiatório de Cristo.

A “música” rap é uma fala rítmica que contradiz a diretiva bíblica para “cantar” e fazer uma “melodia.” O inimigo não quer que “cantemos até o Senhor”, por isso, ele criou uma contrafação do canto. Infelizmente, há aqueles que se iludem em acreditar que essa música pode ser usada para levar outros a Cristo. Deus nunca usou nem usará as ferramentas do diabo para atrair os pecadores até Ele

“Há sempre perigo, quando o comum é mesclado com o sagrado, de que ao comum seja permitido tomar o lugar do sagrado… Quando assunto censurável é mesclado com assunto sagrado… as bênçãos [de Deus] não podem repousar sobre o trabalho realizado.” 15

Vida Piedosa. Uma quinta característica da música sacra é sua capacidade de encorajar uma vida disciplinada e piedosa. A descoberta da vontade de Deus para nossas vidas deveria ser a preocupação constante com todo cristão seriamente comprometido. “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (I Tessalonicenses 4:3). Santificação não vem facilmente. Não é servido aos cristãos numa bandeja.

“A vida Cristã é uma luta, não uma festa; um conflito, não um concerto. É uma batalha constante contra as forças do mal e exige vigilância, disciplina, sacrifício e determinação espiritual. Sua música tende a levá-lo nesta direção, ou tende a ser suave, piegas ou sentimental? Ajuda-o a focalizar sua mente em coisas que são ‘verdadeiras… nobres… respeitáveis… adoráveis…. admiráveis… louváveis’? (Filipenses 4:8).” 16

A música sacra nos ajuda a viver no mundo sem tomar parte nele (I João 2:15). Este tem sido o desafio Cristão em todas as eras. Hoje o desafio se tornou mais intenso porque os cristãos são pressionados de todos os lados para se conformarem com essas filosofias, padrões, valores e estilos de vida que são diametralmente opostos àqueles apresentados na Bíblia. A música sacra deveria nos inspirar e renovar nosso compromisso com o Senhor, dizendo: “Quero sempre ser, Senhor Jesus, Todo Teu, todo Teu; Teu querer cumprir a andar na luz Vinda lá do Céu.” 17

“Que voz você está ouvindo em sua música? Ela apela ao sensual ou ao espiritual? Suas raízes parecem ser deste mundo ou do céu? Estimula apetites puros ou impuros? Leva-o a

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querer mais dos valores do mundo ou menos? As pessoas mundanas estão confortáveis com ela ou são constrangidas por ela? Ela ajuda ou atrapalha o desejo de libertar-se da maneira mundana de fazer as coisas? Não existe neutralidade aqui – a Bíblia torna claro que ‘Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.’ (Tiago 4:4). A questão não é essencialmente do que você gosta, mas a quem você ama.” 18

Música Apropriada ao Céu. Uma sexta característica da música sacra é que ela é apropriada para o céu, a pátria da música. Deus revelou ao apóstolo João que haverá música no céu. Em uma das passagens que mais nos tira o fôlego de toda a Bíblia nos é dito que cada criatura no céu e na terra uniu-se no cântico: “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 5:13).

A música que você aprecia é apropriada para louvar a Deus no céu? Dá glória exclusiva ao “Cordeiro que foi morto”? (Apocalipse 5:12). Você pode imaginar esta música sendo tocada ou cantada por seres divinos? Você pode se imaginar cantando a mesma canção, enquanto está em pé diante da majestade indescritível do trono de Deus? É importante nos lembrarmos que “nossa pátria está nos céus” (Filipenses 3:20) e todo o aspecto de nossas vidas, inclusive nossa música, deveria ser uma preparação para aquela experiência gloriosa.

Conclusão

A diversidade cultural começou quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel e subseqüentemente “espalhou [as pessoas] pela superfície de toda a terra” (Gênesis 11:8). Cada grupo de pessoas tornou-se relevante na sua própria singularidade. Seu crachá de identidade é refletido por sua música, idioma, dialeto, comportamento, ideias e valores que foram aprendidos e transmitidos de uma geração para a próxima. É o dom da singularidade que Deus deu a humanidade.

A música pode ser classificada em quatro categorias principais: música artística, música de igreja, música folclórica e música “pop”/comercial. Cada uma destas é distintamente diferente. Destas categorias, a música “pop”/comercial, que é caracterizada pela batida do rock, é a única que tem se infiltrado agressivamente em cada uma das outras e maculado suas características distintivas. Fazendo assim, toda a música soa semelhante.

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A ampla popularidade da música rock ao redor do mundo está levando ao desaparecimento gradual de algumas tradições musicais, especialmente entre a juventude. Não têm nenhum desejo em preservar a música clássica que veio até eles, porque a acham tediosa e irrelevante. Não os estimula fisicamente como a música rock. Este sentimento é transferido à música religiosa. Hinos, que são o aspecto didático das crenças religiosas, estão sendo substituídos por canções de louvor que são mais animadas, mas às quais falta, freqüentemente, conteúdo bíblico e qualidade musical.

Uma história humorística pode servir para ilustrar a diferença entre hinos e canções de louvor. Um fazendeiro compareceu a uma igreja da cidade num final de semana. Ao voltar para casa sua esposa lhe perguntou, “Como foi o culto?” “Bem”, disse o fazendeiro, “foi bom. Mas fizeram algo diferente. Eles cantaram corinhos de louvor em vez de hinos.” “Corinhos de louvor?” disse sua esposa, “O que é isso?” “É um tipo de hino, só que diferente”, disse o fazendeiro. “Bem, qual é a diferença?” “Bem, é assim: Se eu fosse dizer a você, ‘Marta, as vacas estão no milharal’, bem isso seria um hino. Se por outro lado eu dissesse a você, ‘Marta, Marta, Oh Marta, MARTA, MARTA, as vacas, as vacas grandes, as vacas marrons, as vacas pretas, as vacas brancas, as VACAS, VACAS, VACAS, estão no milho, estão no milho, estão no milharal, estão no milharal’, bem, isso seria um corinho de louvor.”

Canções de louvor podem ser descritas como uma frase, dois acordes, três horas. Quando pontuadas por uma batida de rock, este é o resultado – repetição sem sentido que logo se torna hipnótica em seus efeitos. Alguns buscam glorificar este tipo hipnótico de música rotulando-a como uma “herança cultural.”

O propósito da adoração é glorificar a Deus, não a cultura. Quando a cultura se torna o foco e o fundamento no qual a adoração é baseada, então o verdadeiro motivo para adoração se perde. Deus aceita a adoração das pessoas de todas as culturas oferecida a Ele em seus diferentes idiomas e estilos de música, mas em cada cultura uma distinção deve ser feita entre o que é santo e o que é mundano, sacro ou profano.

Freqüentemente, a pergunta é feita, “O que há de errado com a música rock? Afinal de contas, ela faz parte da minha herança cultural.” A Palavra de Deus nos aconselha a resolvermos esta questão, perguntando, “O que está certo com a música rock?” Ela glorifica a Deus (I Coríntios 10:31)?

A pergunta para o cristão deve ser: “O que agradará o Senhor? Há alguma coisa boa na música rock que agrade o Senhor? Ela promove valores Cristãos? Dá uma visão do arrependimento pela depravação humana?

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Constrói a fé cristã ou a estraçalha? Glorifica a Deus ou exalta as perversões humanas?” A resposta a estas perguntas não é difícil de encontrar, porque a mensagem das várias versões da música rock é alta e clara. Sua ênfase está na violência, rebelião, anarquia, promiscuidade sexual, cultura das drogas, ocultismo, homossexualidade, e não na paz, fidelidade, temperança e santidade.

Nós estamos servindo um Deus que diz: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor,” (Isaías 55:8). O desafio de nossa vida Cristã é “prova[armos] sempre o que é agradável ao Senhor.” (Efésios 5:10), em vez de seguir as ordens de nossa herança cultural ou as tendências da sociedade. Lembremo-nos de que se Deus não se agrada com nossa adoração, inclusive nossa música, então todos os nossos esforços serão vãs repetições – “como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.” (I Coríntios 13:1).

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Notas

1. Jeff Todd Titon, James T. Koetting, David P. McAllester, David B. Reck, Mark Slobin, Worlds ofMusic. An Introduction to the Music of the World’s People (New York, 1984), p. 9.

2. Andrew J. Broekema, The Music Listener (Dubuque: WBC, 1978), p. 200.

3. Ibid., p. 203.

4. Marvin V. Curtis and Lee V. Cloud, “Traditions and Perfor­mance Practices,” Choral Journal ACDA (novembro de 1991), p. 15.

5. Nevilla Ottley, Some Famous Black Composers Born Before 1850 (Washington, DC, 1994), pp. 1-12.

6. Jeff Todd Titon (note 1), p. 64.

7. Claire Jones, Making Music. Musical Instruments in Zimba­bwe Past and Present (Zimbabwe, 1962), p. 146.

8. Ellen G. White, The Southern Work (Washington, D C, 1966), p. 43.

9. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas(Casa Publicadora Brasileira, SP), p. 317.

10. Ênfase acrescentada.

11. Ênfase acrescentada.

12. Jacob Aranza, More Rock Country & Backward Masking Unmasking (Shreveport, LA, 1985), p. 44.

13. Robert Bergiund, A Philosophy of Church Music (Chicago, 1985), p. 20.

14. Frank Garlock and Kurt Woetzel, Music in the Balance (Greenville, SC, 1992), p. 178.

15. Ellen G. White, Testimonies for the Church (Mountain View, CA, 1962), vol. 8, p. 88.

16. John Blanchard, Pop Goes the Gospel (Durham, England, l99l),p. 164.

17. Hinário Cantai ao Senhor (Casa Publicadora Brasileira, SP, 1986) nr. 454

18. John Blanchard (nota 16), p. 165.

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Capítulo 13

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