Sonorização

Adoração e Aparelhagem de Som

por: Carlos Renato de Lima Brito

Não tenho dúvida de que um dos maiores desafios para um ministro de louvor é fazer com que a aparelhagem de som da Igreja funcione bem. Não importa a complexidade dos recursos técnicos, não importa o material humano disponível, não importa o tempo de dedicação que o ministro dê aos microfones, cabos, mesa de som e potências, o som vai dar problema na hora mais indevida.

Alguns fatores contribuem para que o som da Igreja seja uma latejante dor de cabeça. A aparelhagem de som é muito sensível. Se um mesário desligar ou ligar a aparelhagem com um canal de volume aberto, é fatal que um dos altos falantes quebrem. Se um microfone cai no chão uma única vez, naquele instante de contato com o solo, o microfone perde a sua sensibilidade. É necessário um manuseio muito cuidadoso para não avariar sua aparelhagem em algum ponto.

Outro fator de stress é que a aparelhagem de som à medida que melhora fica mais complexa. Temos uma mesa de 32 canais. Nos nossos ensaios dificilmente não tem que responder a pergunta: “em que canal está Fulano mesmo”. Esta mesa é profissional, tem um monte de filtros para ruídos e freqüências de rádio, pode separar grupos de caixa de som, para vários ambientes, mas quem disse que sabemos usar todos aqueles recursos!

O terceiro fator de quedas de cabelo e embranquecimento dos mesmos nas frontes e têmporas do pastor de música é o custo financeiro da compra e manutenção da aparelhagem de som. Os técnicos afirmam que, para fazer com que nossa Igreja tenha um som perfeito para seu ambiente teríamos que gastar mais uns R$ 3.000,00, sabendo que, em 4 anos, temos gastado o dobro deste valor.

Alguns dirão: “sua proporção é muito pequena, nossa Igreja gastou muito mais do que isso!”. Tudo bem! Sei que o orçamento nesta área em muitas Igrejas tem aumentado extraordinariamente. É que, quando penso em quantos poderiam ser evangelizados com esta quantia, fico imaginando se nós pastores não poderíamos fazer um curso e um treinamento em oratória para falar alto e claro como Whitefield e Spurgeon faziam, sendo ouvidos em ambientes maiores do que os nossos e por um público maior do que o nosso, e então investir este valor em outra necessidade do Reino, e enfim, não ter nunca mais problema e despesa com som.

Costumo dizer que a tradução daquele ruído irritante que a aparelhagem produz quando algum está errado é sempre um valor financeiro. Exemplo: quando a aparelhagem faz “tum!”, isto quer dizer “R$ 100,00”; quando a aparelhagem faz “sssssssssssssssss”, traduzindo, “R$ 50,00”.

Há algumas ações que podem fazer com que o ministro de música volte a dormir. O que está a frente do louvor deve fazer um curso técnico com alguém que realmente entenda. Não ponha para funcionar nesta área sem ler, sem pesquisar e sem ser orientado, não por um vendedor, mas por alguém que tenha conhecimento em eletrônica e em música. Promova cursos na Igreja nesta áreas aos que vão manusear a aparelhagem e aos instrumentistas, cantores, dirigentes de culto e pastores. Não permita que qualquer pessoa tenha acesso ao som da Igreja. Deve ser escolhido um grupo de pessoas bem organizadas, preparadas, dispostas a seguir regras rígidas de horário, de procedimento e de conduta cristã que não dividirá o acesso a microfones, cabos, caixas de som com mais ninguém da Igreja. Além disso, o som da Igreja deve sofrer manutenção toda semana. Exemplo: um cabo se rompeu. Não dê um jeitinho para continuar usando. Separe o cabo e vá com ele na segunda-feira para uma eletrônica e faça o reparo de imediato. Além de ser feio esteticamente um som cheio de ruídos e que não amplifica nossas vozes com naturalidade, é uma falta de reverência e temor a Deus deixar a aparelhagem da Igreja de maior a pior, dando sustos nos irmãos a cada momento de louvor.

Que o Deus dos impossíveis nos ajude a superar e este nosso insuperável! (Os ministros de louvor sabem que não estou exagerando!).


Fonte: ViolaBrito

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