A Adoração

A Santidade de Deus – Lição da Escola Sabatina – Adultos – 2012

Verso Para Memorizar:“Exaltem o Senhor, o nosso Deus; prostrem-se, voltados para o Seu santo monte, porque o Senhor, o nosso Deus, é santo” (Salmos 99:9, NVI).

Leituras da semana: Mateus 11:10; Marcos 1:2; Gênesis 2:3; Jó 42:5, 6; Lucas 5:1-11; Lucas 4:31-36; Isaías 6:1-3; Apocalipse 4:8, 9

Pensamento-chave: As Escrituras dão muita atenção à santidade de Deus. O que essa santidade nos diz acerca de como é Deus e o que isso significa para o plano da salvação?


Introdução

Um dos pressupostos fundamentais dos escritores bíblicos é o de que o Deus do Céu existe. Nenhum deles jamais expressou qualquer dúvida sobre isso e nenhum deles fez qualquer tipo de tentativa de provar isso. A existência de Deus é um princípio, um ponto de partida, Assim como um axioma em geometria.

Em vez disso, encontramos entre os 66 livros da Bíblia uma extensa narração de como é Deus e como Ele Se relaciona conosco, seres caídos a quem Ele deseja resgatar.

A lição desta semana focaliza um aspecto da natureza de Deus que é fundamental nas Escrituras: a santidade de Deus. Sim, Deus é amor. Sim, Deus ordena que O chamemos de “Pai”. Sim, Deus é paciente, perdoador e solícito.

Mas, segundo as Escrituras, Sua santidade é fundamental para nossa compreensão de Deus. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a santidade de Deus alicerça a revelação de Si mesmo. Esse tema aparece através das Escrituras, de uma ou de outra maneira.

O que significa dizer que Deus é santo? Como a Bíblia descreve Sua santidade? E como nós, seres impuros, podemos nos relacionar com um Deus como esse?


“Está escrito”

Mesmo um estudo superficial da história da igreja deixa claro que é muito fácil desenvolver ideias sobre Deus e então adorar essas ideias, em lugar de adorar o próprio Deus revelado na Bíblia. Como o cético Voltaire ironizou: “Deus fez o homem à Sua imagem, e o homem retribuiu a honra”. Podemos nem mesmo perceber que temos uma compreensão incompleta ou falsa de Deus.

Assim, precisamos retornar às Escrituras e comparar nosso pensamento sobre Deus com o que é ensinado ali. Esse estudo deve incluir ambos os Testamentos, pois em ambos o Senhor nos falou. Este ponto é importante porque alguns têm argumentado que o Deus revelado no Novo Testamento é diferente do que é revelado no Antigo. Essa não é uma posição aceita pelos adventistas do sétimo dia, nem é uma posição ensinada na Bíblia.

1. Que frases aparecem frequentemente nos profetas do Antigo Testamento? Jeremias 7:1-3

Milhares de vezes as mensagens proféticas do Antigo Testamento estão entremeadas com a frase “assim diz o Senhor” ou uma equivalente. Isso deve nos lembrar de que não somente o profeta estava falando para Deus, mas o próprio Deus estava falando, por meio do profeta.

Ao mesmo tempo, o Novo Testamento está cheio de referências ao Antigo Testamento. De fato, toda a teologia do Novo Testamento está intrinsecamente ligada ao Antigo Testamento. Como é possível, por exemplo, entender o sacrifício de Jesus, à parte de todo o sistema de sacrifícios revelado no Antigo Testamento? Quantas vezes Jesus, bem como os escritores do Novo Testamento, se referiram às passagens do Antigo Testamento, a fim de apoiar seus argumentos e ideias? Todo o Novo Testamento encontra seu fundamento teológico no Antigo. Não há justificativa para nenhuma divisão radical entre eles. Toda a Escritura, ambos os Testamentos, é inspirada pelo Senhor (II Timóteo 3:16).

2. Qual é a ligação entre o Novo Testamento e o Antigo? Como Jesus, bem como os escritores do Novo Testamento, viam o Antigo Testamento? Mateus 4:4; 11:10; Marcos 1:2; 7:6; João 12:14, 15; Atos 13:33; Romanos 3:10; Gálatas 3:13; I Pedro 1:16; I Coríntios 5:7

Mark Twain disse uma vez que não eram as partes da Bíblia que ele não entendia que o incomodavam; eram as partes que ele entendia. Quem não encontra, às vezes, trechos enfadonhos na Bíblia? Diante do que a Bíblia diz sobre si mesma (II Timóteo 3:16), como devemos reagir às partes que não entendemos, ou de que talvez nem mesmo gostemos? (I Coríntios 13:12).


Ser separado

3. Qual é a primeira vez em que o conceito de “santidade” (da mesma raiz que, muitas vezes, é traduzida como “santificado”) é mencionado nas Escrituras? Qual é a importância do fato de que a primeira coisa considerada santa na Bíblia é o tempo? Gênesis 2:3

Esse texto nos dá a primeira compreensão da santidade. Mostra que alguma coisa, nesse caso o tempo, é “separada” daquilo que está em torno dela. O sétimo dia, em si, não é diferente de nenhum outro período de 24 horas de pôr do sol a pôr do sol. O que o torna diferente, “santo”, é a declaração divina. Ele o separa do restante da semana.

A palavra hebraica ali para “santificou” significa “tornou santo” ou “declarou santo”. Santidade, portanto, sugere algo especial sobre o que é “santo”, algo que o separa do que não é santo.

Até certo ponto, essa ideia deve nos ajudar a entender a santidade de Deus. Ele é separado de todas as outras coisas na criação. Ele é separado de modo transcendental, muito acima e além de qualquer coisa que possamos realmente compreender. Ser santo é ser “outro”, ser diferente de maneira especial, como acontece com o sábado do sétimo dia.

4. O que destaca a santidade de Deus, em comparação com os falsos deuses? Êxodo 15:11; I Samuel 2:2; Salmos 86:8-10; Salmos 99:1-3; Isaías 40:25

Esse conceito de santidade deve nos ajudar a entender mais a diferença entre um Deus santo e uma raça de pecadores. Deus é separado de nós, não apenas porque Ele é o Criador e nós, as criaturas, mas porque somos seres caídos. Tudo isso deve nos ajudar a entender mais o que Cristo fez por nós.

Mesmo tendo sido criados à imagem de Deus, de que forma somos radicalmente diferentes dEle? Como essas diferenças nos ajudam a entender nossa necessidade de um Salvador? Faça uma lista dessas diferenças e leve para a classe no sábado.


Arrepender-se no pó e na cinza

Depois de suportar sofrimento desumano nas mãos de Satanás, Jó clamou: “Meus ouvidos já tinham ouvido a Teu respeito, mas agora os meus olhos Te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42:5, 6, NVI).

5. Como Jó percebeu a santidade de Deus, em contraste com a pecaminosidade humana? Que aspecto do evangelho pode ser visto na reação de Jó ao encontro com Deus? O que mudou na visão dele acerca de si mesmo? Jó 42:5, 6

O profeta Ezequiel, a quem Deus graciosamente enviou aos israelitas (embora eles estivessem cativos em Babilônia como resultado de sua infidelidade), também experimentou a impressionante presença de Deus. O que aconteceu? (Ezequiel 1:28).

Jacó teve que fugir de casa após enganar seu pai Isaque e seu irmão gêmeo Esaú. Qual foi a resposta de Jacó depois de sua visão noturna da escada para o Céu e de Deus falando com Ele? (Gênesis 28:16, 17).

Enquanto Israel permanecia acampado no Sinai, o Senhor novamente desceu na nuvem sobre o monte e Se manifestou a Moisés. Como Moisés reagiu? (Êxodo 34:8).

Daniel, outro profeta durante o cativeiro babilônico de Israel, também recebeu importantes visões de Deus, enquanto servia como alto funcionário do governo.

6. Embora repetidamente ouvisse que era amado no Céu, como Daniel reagiu quando recebeu uma visão de Deus? Por que você acha que ele teve essa reação? Daniel 10:5-8

Embora esses homens fossem fiéis, piedosos e justos (eles eram até mesmo profetas!), suas reações à presença de Deus foram de medo, tremor e adoração. Sem dúvida isso ocorreu porque, entre outras coisas, eles tiveram um senso da própria indignidade e pecaminosidade, em contraste com a santidade de Deus. Em sua própria maneira, essas passagens sugerem a necessidade de um Salvador, um substituto, alguém para transpor o abismo entre o Deus Santo e criaturas pecaminosas como nós. Graças ao Senhor, temos essa ponte em Jesus.

Imagine você tendo uma experiência semelhante à de um desses homens mencionados acima. Como você reagiria, e por quê?


“Afasta-Te de mim!”

No Antigo Testamento, encontramos um consistente histórico de respostas humanas ao Deus santo. E no Novo Testamento? Alguns cristãos modernos argumentam que o Antigo Testamento apresenta um quadro primitivo e ultrapassado de Deus: um Ser severo e muito propenso à ira. Mas quando Jesus veio ao mundo, Ele era o Deus da graça e do amor. Sabemos, é claro, que essa é uma visão distorcida da Bíblia e do caráter desse Deus que não muda.

7. O que os escritores do Novo Testamento ensinam sobre a santidade de Deus? Como isso mostra a coerência entre o Antigo e o Novo Testamento acerca da santidade de Deus? Lucas 5:1-11

Depois que esses pescadores trabalharam durante toda a noite, mas sem sucesso, Jesus proporcionou uma pesca miraculosa para Seus esforçados discípulos. Quando isso ocorreu, se poderia pensar que uma resposta humana normal seria gratidão a Jesus por essa extraordinária ajuda financeira.

A resposta de Pedro, porém, estava focalizada em outra coisa. Sua reação foi muito parecida com a dos personagens do Antigo Testamento que encontraram o Senhor.

“Mas Pedro não cuidava agora de barcos e cargas. Esse milagre, acima de todos quantos havia presenciado, foi para ele a manifestação de poder divino. Viu em Jesus alguém que tinha toda a natureza sob Seu comando. A presença da divindade revelou sua própria impiedade. Amor por seu Mestre, vergonha de sua incredulidade, gratidão pela complacência de Cristo e, sobretudo, o sentimento de sua impureza na presença da pureza infinita, tudo o subjugou. Enquanto os companheiros punham em segurança o conteúdo da rede, Pedro caiu aos pés do Salvador, exclamando: ‘Senhor, retira-Te de mim, porque sou pecador'” (Lucas 5:8; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 246).

Por que essa reação? É porque não mais estamos no Jardim do Éden, onde Adão e Eva, antes da queda no pecado, saudavam a presença de Deus no frescor do anoitecer. Essa íntima comunhão mudou drasticamente logo depois da queda, quando o casal correu e se escondeu. Não mudou muita coisa desde então. Na verdade, essa reação continua ao longo das Escrituras. Sempre que um ser humano encontra o Deus vivo, há o espanto inicial de finalmente ver a verdadeira profundidade do próprio pecado.

Quando foi a última vez em que você examinou atentamente sua natureza pecaminosa? Uma visão terrível, não é? Qual é sua única esperança, e por quê?


Quando demônios falam

8. Que testemunho foi dado pelo demônio sobre a santidade de Cristo? Que lições podemos tirar dessa história sobre a santidade de Deus? Lucas 4:31-36

Demônios, que são anjos caídos, se lembram de quem Jesus realmente é, e mesmo eles, em sua maldade, ódio e rebelião, são constrangidos a reconhecer Sua santidade. Observe, também, que eles temiam que Ele os destruísse. Por que tanto medo? Deve ter sido porque, sendo tão cheios de pecados, mesmo os demônios temem diante da santidade de Deus, até certo ponto da mesma forma que os seres humanos pecaminosos fazem.

No último livro da Bíblia, João descreve uma visão dada por Deus (Apocalipse 1:12-17). João, às vezes, é mencionado como o apóstolo que teve a maior compreensão do amor de Deus. No entanto, ao encontrar o santo Deus, ele apresentou a mesma reação que vimos no Antigo Testamento.

Além disso, uma visão de como os seres celestiais adoram a Deus no santuário celestial revela uma imagem semelhante à que Isaías descreveu séculos antes em uma visão (Isaías 6:1-3).

9. O que João ouviu os seres celestiais ao redor do trono dizendo? Apocalipse 4:8, 9

Embora Deus seja amor, e todos os seres celestiais O adorem, podemos ver que, ao redor do trono celestial de Deus, o hino de adoração não é “Deus é amor, amor, amor”. Os seres celestiais também não clamam: “Deus é bom , bom, bom”. Em lugar disso, dia e noite, esses seres poderosos exclamam: “santo, santo, santo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso” (NVI). Ainda que todo o Céu esteja envolvido no ministério do amor de Deus e da salvação ao mundo, seres celestiais ao redor do trono de Deus dia e noite louvam Sua santidade. Sendo seres sem pecado, eles ficam admirados com Sua santidade, mas não se escondem com medo dela, como os seres caídos.

Em todos os encontros humanos com o divino, como descritos nas Escrituras, nunca se encontra sinal de que Deus seja assustador. Em vez disso, o que vemos é que, à luz penetrante de Sua santidade, os seres humanos finalmente se veem como realmente são. E isso é assustador. Nas Escrituras, quando as pessoas realmente encontram o Deus do Céu, não existem palmas, tapinhas nas costas, nem cânticos alegres. Ao contrário, há humilhação e arrependimento pessoal. Cada um vê e admite sua culpa pessoal, sem desculpas e sem referências às faltas dos outros. Como as nossas palavras, nossa vida e nossas ações seriam diferentes se vivêssemos com a sensação constante, não somente da presença de Deus, mas também de Sua santidade!


Estudo adicional

Quando Cristo Se coloca diante da multidão de negociantes no templo, “silencia o tumulto. O som do comércio e das negociações cessa. O silêncio se torna penoso. Apodera-se da assembleia um sentimento de respeito. É como se estivessem citados perante o tribunal de Deus, para responder por seus atos. Olhando para Cristo, veem a divindade irradiando através do invólucro humano. A Majestade do Céu está como o Juiz há de estar no derradeiro dia… com o mesmo poder de ler o coração. Seu olhar percorre rapidamente a multidão, abrangendo cada indivíduo. Seu porte parece elevar-se acima deles, em imponente dignidade, e uma luz divina ilumina Seu semblante. Fala, e Sua clara, retumbante voz – a mesma que, do Sinai, havia proclamado a lei que sacerdotes e principais agora transgridem – ouve-se ecoar através dos arcos do templo: ‘Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de Meu Pai um mercado (Jo 2:16, NVI).”

“… Com zelo e severidade nunca antes por Ele manifestados, derruba as mesas dos cambistas… Ninguém pretende questionar Sua autoridade… Oficiais do templo, sacerdotes que especulavam, corretores e mercadores de gado, com suas ovelhas e bois, saem precipitadamente do lugar, com o único pensamento de escapar à condenação de Sua presença” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 158).


Perguntas para reflexão
1. Por que a justiça própria e a satisfação pessoal, especialmente acerca da própria condição espiritual, é um engano muito perigoso? O que nos ajuda a perceber esse engano?
2. Pense numa pessoa “santa”, que parece justa, honesta e pura. Alguém “separado” das pessoas. Como você reage à presença dela? Ela faz você se sentir bem ou mal, e por quê?

Resumo: Pode ser mais agradável se concentrar no amor de Deus, em vez de Sua santidade, mas isso seria distorcer a verdade. Compreender Sua santidade, e, em contrapartida, a nossa pecaminosidade, é crucial para entender o que significa a expiação, por que ela é tão desesperadamente necessária, e por que teve um preço tão elevado.

Respostas sugestivas [às perguntas acima]: 1: Assim diz o Senhor; Palavra do Senhor. 2: As palavras do Novo Testamento são fundamentadas nas palavras do Antigo Testamento. Jesus e os escritores do Novo Testamento citaram o Antigo Testamento muitas vezes. 3: Na ocasião em que Deus descansou, abençoou e santificou o sábado. A santificação do tempo ajuda as criaturas a manter na mente a lembrança de sua origem e de seu relacionamento com o Criador. 4: Feitos gloriosos e tremendos; não há nenhum outro além de Deus; Suas obras são incomparáveis; Ele é o Criador, digno de adoração. 5: Ao ver a santidade de Deus, Jó desprezou sua impureza; diante da grandeza de Deus, se arrependeu, se humilhou e mudou de atitude. 6: Diante da visão da santidade de Cristo, em contraste com sua indignidade, Daniel ficou sem forças, muito pálido e quase desfaleceu. 7: Ao perceber o milagre da pesca, operado pela palavra de Jesus, Pedro não se sentiu digno de estar perto de Jesus. 8: O demônio reconheceu que Jesus era o Santo de Deus. Mesmo reconhecendo a verdade, a impureza do demônio tornava necessária sua expulsão. 9: “Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, que era, que é e que há de vir.”


Fonte: http://www.cpb.com.br

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