A Adoração / Palestras e Sermões em Vídeo

A Família que Adora Unida – Episódio 2/5

Como Deus Deseja Ser Adorado

por: NCFIC (National Center for Family-Integrated Churches)



Assista aos outros episódios da série A Família que Adora Unida


Transcrição da Tradução

A adoração parece dar a impressão de que se trata primariamente deles, em vez de Deus.


Como sabemos como Deus quer que O adoremos? A única maneira que Deus deseja que O adoramos é de acordo com o que Ele ordenou na Bíblia. Ponto final.


Se eu creio que posso fazer qualquer coisa que a Palavra de Deus não permite… ou não proíbe, então passo a poder trazer qualquer coisa que queira à igreja, contanto que eu não veja como algo grotescamente pecaminoso.


O Princípio Regulador é basicamente o produto de uma geração que foi forçada a pensar arduamente sobre a adoração a Deus.


A Família que Adora Unida

Episódio 2 Como Deus Deseja Ser Adorado

Bem-vindos mais uma vez a "A Família que Adora Unida". Nesta sessão, vamos analisar como Deus deseja ser adorado.

Já vimos que Deus é o centro de nossa adoração, e que nossa tarefa como pais e líderes de igreja, é levar nossa família e nossa igreja diante do trono de Deus. Mas agora, visto que Deus nos criou para adorar, devemos estar atentos a se Ele nos deu alguma orientação quanto a como Ele deseja ser adorado.

Ouça a seguinte ilustração: É muito útil voltar aos escritos históricos sobre adoração. É possível acessar a Confissão de Westminster, a Confissão Batista, muitas das grandes confissões históricas tratam desse assunto da adoração, com riqueza de detalhes, pois há muita confusão sobre isso. Um exemplo é o catecismo de John Owens sobre a adoração a Deus.

Ele faz a seguinte pergunta: "O que Deus pede de nós, em nossa dependência dEle, a fim de que Ele seja glorificado por nós, e sejamos aceitos por Ele?"

Resposta: "Que O adoremos da maneira que Ele mesmo nos indica."

E ele faz outra pergunta: "Como as maneiras e meios da adoração a Deus nos são tornadas conhecidas?"

Resposta: "Somente pela Palavra escrita, a qual contém uma revelação plena e perfeita da vontade de Deus."

O ponto é o seguinte: Se não for assim, nossa adoração talvez não seja adoração, e sim, invenções de nossa própria mente, que O desonram. A única maneira de saber como Deus deseja ser adorado é aprendendo dEle por meio das Escrituras. Descobrir quais instruções específicas nos deu sobre como adorá-Lo.

Esta é a crença de que a Palavra de Deus regula como devemos adorá-Lo. Isso é conhecido como o Princípio Regulador. Trata-se de um princípio revigorante porque exalta a Deus e a Sua Palavra. Exalta o que Ele disse sobre adoração muito além do que o coração do homem pode vir a criar.

Temos que perguntar: "A sinceridade é o suficiente na minha adoração?" "É o suficiente que o meu coração se sinta bem?" "Importa o que eu faço se o meu coração se sente bem?"

O que queremos sugerir aqui, nesta sessão, é que há mais coisas a considerar que somente o seu coração. É preciso considerar o coração, mas ao mesmo tempo, Deus ordena que O adoremos de maneira específica. E é por isso que Jesus disse: "Este povo me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."

Este é o cerne do princípio que queremos comunicar: que Deus comunicou os meios pelos quais Ele deseja ser adorado. E é errado de nossa parte inventar uma adoração por nós mesmos.


O Princípio Regulador

O Princípio Regulador é basicamente o produto de uma geração que foi forçada a pensar arduamente sobre a adoração a Deus.

Você vai apreciar o fato de que antes da Reforma a Igreja Católica, primariamente a Igreja Católica Romana, trouxe para a adoração a Deus muitas atividades, muitas ordenanças, o que eles chamavam de sacramentos, tinham vestimentas diferentes, entre muitas outras coisas. Quando os reformadores entraram em cena, precisavam responder à pergunta: "O que devemos manter, em termos de adoração, e o que não devemos permitir?"

Precisavam adotar um princípio. Veja, a Bíblia não é uma enciclopédia, não se encontra uma lista de coisas. A Bíblia foi escrita no decorrer da vida, relacionando-se a situações reais. Os reformadores viveram numa época em que não havia profetas inspirados, então, tiveram que recorrer à Bíblia e buscar alguns princípios. Tudo se resumiu a duas coisas. Primeira: "Permitiremos tudo o que a Bíblia [não] proíbe?" Ou: "Somente permitiremos o que a Bíblia diz que devemos permitir?"

Os reformadores basicamente se dividiram em dois grupos. Aqueles a quem a vasta maioria do protestantismo se alinhou foram a favor do que se conhece pelo Princípio Regulador, que, basicamente, dizia que só se permitem os elementos de adoração que o próprio Deus prescreveu. Afinal, a adoração é para Ele. Então, é óbvio que Ele deve nos dizer como deseja que O adoremos.

Isso se tornou o Princípio Regulador e se tornou quase um filtro que foi usado para avaliar tudo naquela época que compunha a adoração. Assim, puderam dizer: "Isso não deve estar. Isso tem que estar."


O Princípio Regulador da adoração significa que tudo o que se faz no culto de adoração deve ser regulado por este princípio a fim de que se harmonize com o que o Novo Testamento diz que deve estar presente na adoração. É por isso que há votos, saudações, leitura da Bíblia, oração, música e, é claro, o item central, o sermão. Todas essas coisas se encontram na adoração no Novo Testamento.

A palavra "Regulador" significa que regulamos nossa adoração e toda a adoração é centrada na Palavra. Qualquer outra coisa que se acrescente a isso é proibido. Aí é que entra o debate. "O que é secundário na adoração e que ajuda na adoração?"

Por exemplo, tem-se os instrumentos musicais. Em minha denominação em particular, permitimos um órgão, mas o órgão não é considerado parte do culto de adoração, é secundário para ajudar as pessoas a cantar melhor, a fim de que possamos adorar a Deus com mais pureza. Então isso é tolerado.

Há questões de consciência aqui que não são tão fáceis de resolver. O que é secundário e o que, de fato, é adoração?

A adoração, em si, não deveria ter nada do que não está plenamente prescrito no Novo Testamento. Se saímos disso, entramos em áreas cinzentas e aí é ladeira abaixo. Há espaço para discussão dos secundários, mas o principal é que tudo sobre o culto de adoração deve ser estritamente escriturístico.


O Princípio Regulador, aplicado à adoração, aplica-se a tudo na vida cristã. O que Deus ordenou? Existe algo melhor? Ou as Escrituras são suficientes?

No Princípio Regulador, se trouxermos 10 pessoas que crêem nele e ainda haverá 10 ideias distintas, haverá nuanças distintas. E não há problema nisso. Pois o que temos são 10 pessoas que, ao menos, são sérias quanto a extrair tudo o que fazem na igreja das Escrituras. Contanto que possa me sentar com alguém que, sinceramente, defende esse princípio, podemos ter diferenças em nuanças, mas sei, como crente em Cristo, que ele está buscando seguir as Escrituras de todo o coração.

Entre os evangélicos modernos, ninguém mais vai às Escrituras a fim de descobrir o que deve ser feito na igreja. Geralmente, prego em lugares em que ninguém sabe sobre o Princípio Regulador. Falo com líderes de adoração, pois creio que adoração é muito importante e creio que muitos envolvidos com ela são sinceros. Mas eu lhes pergunto: "Como líder de adoração, alguma vez, você estudou toda a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, para buscar entender que tipo de adoração Deus deseja, e que tipo de adoração Ele condena?"

E todas as vezes, a resposta é: "Eu nunca pensei nisso! Nunca pensei em fazer isso!"

Aí, com um brilho nos olhos, pois quero lhes ser útil e amável, eu digo: "Não sei de Deus matando um pregador por um sermão ruim, mas em Levítico, Ele matou dois líderes de adoração. Talvez você precise analisar isso!"


As Escrituras, até onde eu entendo, ensinam que devemos adorar a Deus somente da maneira que a Bíblia nos revela. Para mim, não foi algo restritivo, mas maravilhoso, deleitoso, ver que o Deus do Altíssimo nos ama tanto a ponto de dizer: "Em sua condição caída, você não sabe como Me adorar. Então, adore-Me assim!"

É certo que há muito espaço no modo como entendemos o Princípio Regulador, mas essas ideias que fazem esse princípio ser o que é são, certamente, mantidas por todos que professam crer nesse jeito particular de adorar a Deus. Sempre deve haver música que exalta a Deus, sempre deve haver oração, e certamente deve sempre haver a pregação fiel da Palavra de Deus. Trata-se de um modelo bem sucinto comparado ao que vemos hoje.


Tendo estabelecido os elementos básicos da adoração, deve haver uns 5 ou 6 deles, no todo, questões de canto, a Palavra, sacramentos, etc., ou, como dizemos, ordenanças. Além disso, eles vieram a reconhecer que há modos que esses elementos assumiriam, e os modos seriam… Vou tomar um exemplo típico, quando falamos do canto, há aqueles que insistem que só podem ser salmos, e há outros que dizem poder haver salmos, hinos e cânticos espirituais, e, assim, haveria mais modos nos quais expressar o canto. É só um exemplo simples que eu poderia usar.

Finalmente, temos as circunstâncias. Por exemplo, deveríamos nos reunir somente uma vez no Dia do Senhor, ou duas vezes? Se duas vezes, a que horas? E por aí vai. Isso tem a ver com a maneira pela qual estamos exaltando os elementos básicos. É assim que o Princípio Regulador deve ser compreendido e levado a cabo nas igrejas.

É triste ver que as igrejas de hoje praticamente perderam esse princípio. É mais um copiando o outro. "Isso foi legal naquela igreja, vamos colocar na nossa para nos divertir". Na verdade, a geração passada tinha uma melhor maneira de tratar disso.


Uma das coisas que chamamos de aberração daquilo que pessoas como nós cremos é que muita gente crê que se oferecem algo a Deus com um coração sincero Ele vai receber. Não cremos que a Bíblia ensina assim. É por isso que vemos as vastas diferenças.

Se eu creio que posso fazer qualquer coisa que a Bíblia não permite, ou não proíbe, então passo a poder trazer qualquer coisa que queira à igreja, contanto que eu não veja como algo grotescamente pecaminoso.

É por isso que numa igreja que se atém à visão normativa, quer a compreendam ou não, se vê peças de teatro, danças, durante a adoração, enquanto que aquelas que seguem o Princípio Regulador estão fazendo o que podem para adorar honestamente a Deus de acordo com as Escrituras viriam isso como ofensivo, até mesmo insultante a Deus em Sua santidade.


A adoração tem dado a impressão que tem mais a ver com eles, do que com Deus. Então, vão à igreja basicamente para ter um momento agradável, divertir-se. Mas, na verdade, a adoração tem a ver com descrever algo da dignidade de Deus. Tem a ver com destacar algo sobre quem Deus é. Embora quando homens e mulheres piedosos se unem nesse ato, eles encontrem realização e bênçãos, ainda assim, não tem a ver basicamente com eles, tem a ver basicamente com Deus.

Para mim, é o maior erro da adoração no mundo evangélico de hoje. Há uma grande necessidade de se reverter essa tendência. Caso contrário, terminaremos com pessoas com a mentalidade de ir a um estádio de futebol, a fim de se divertir, quando, de fato, esse não é o caso. Estamos indo a um lugar onde pensamos essencialmente em Deus e na descrição de algo de Sua dignidade.


A adoração não segue modas. Não trazemos algo da moda a cada ano. Infelizmente, vemos muitas igrejas, muitos missionários, trazendo novas ideias, novas modas, estilos de adoração.

Acho que precisamos voltar às Escrituras e analisar Davi, analisar Daniel, o apóstolo Paulo, analisar o próprio Cristo, analisar João, quando escreveu o Apocalipse.

Eu chamo o Apocalipse de o Evangelho do Apocalipse, pois a mensagem de Apocalipse é sobre a igreja, é sobre sua história, nós cantaremos esses hinos, glorificaremos a Deus no céu. Se, durante toda a eternidade, vamos glorificar a Deus, do modo que Deus deseja que O glorifiquemos, por que não fazer isso enquanto estamos aqui? E fazer isso para agradá-Lo.

Nós O agradaremos da forma que Ele nos pede. Nós obedecemos ao Seu comando.


Como sabemos como Deus deseja que O adoremos? A única maneira que Deus deseja que O adoramos é de acordo com o que Ele ordenou na Bíblia. Ponto final. Não é tão difícil de entender!

Não cremos em ética situacional, como os evangélicos. Não cremos que para ser certo ou errado tudo dependa da situação. Sabemos que há absolutos morais na Bíblia, como os Dez Mandamentos, por exemplo. Não nós, mas a maioria dos cristãos evangélicos, praticam a adoração situacional. "O que me faz sentir bem, o que me faz sentir perto de Deus."  "O que eu sinto vontade é o que temos que fazer no culto de adoração." Isso tem se tornado o princípio regulador na adoração. O que o pregador sente que a congregação precisa.

Como se pode usar como princípio que regula a adoração os "meus sentimentos", quando o foco supremo da adoração é o senhorio do Deus Todo-poderoso? Devemos confessar o senhorio de Deus em cada área da vida, mas, na adoração, é o momento primordial no qual confessamos diante do Deus vivo que somos Suas criaturas, e que somos salvos por Sua graça. "Mas, Deus, é assim que vamos fazer. É assim que achamos que o Senhor deve ser adorado." Conseguem ver a grande contradição? Uma verdadeira blasfêmia!

Deus deseja ser adorado de acordo com o modo que ordenou na Bíblia. Ponto final. Tudo o que precisamos para adorar a Deus, Ele já nos ordenou. Não precisamos acrescentar nada a isso. É o que diz a Bíblia. Deus diz para não acrescentar, não retirar. Basta fazer o que Ele revelou. Pois não é preciso acrescentar ou retirar.

Tudo o que Ele deseja que façamos na adoração, Ele ordenou nas Escrituras. Quer por declaração expressa: "Ora a Teu Deus!", ou por alguma dedução inevitável da Bíblia. Mas Deus é o padrão. Não somente para ética, mas também para adoração. E é a Palavra de Deus que é o Princípio Regulador da adoração.

Como Deus deseja que O adoremos? Conforme o que ordenou na Bíblia. E ponto final. Se Ele não ordenou na Bíblia, talvez não tenhamos que fazer, pois isso é acrescentar à Palavra de Deus.

Em suma, há 3 frases: mas se nos lembrarmos disso, toda nossa adoração mudará. Em casa, para si mesmo, em público, na congregação…

1) Quando Deus diz que é proibido na adoração, é proibido. A maioria dos evangélicos concorda com isso. Se Deus diz que não se deve fazer, é porque não se deve fazer.

2) Tudo o que Deus diz que deve ser feito é um requisito. Há certas coisas que fazemos na adoração: cantamos, oramos, há ofertas, pregamos, confessamos nossa fé, temos os sacramentos, entre outros. Por quê? Porque Deus ordenou assim.

Se há algo que estamos fazendo que Deus não ordenou, muitos diriam que é permitido, pois Deus não falou que não era. Deus não disse que não deveria fazer o sinal da cruz. Deus não disse que eu não devia tirar meus sapatos. O que Deus não ordenou está proibido, pois está acrescentando à Palavra. Se não está ordenado por Deus, não deveríamos fazer, independente de quão perto de Deus isso nos faça sentir.

Uma coisa importante a se pensar. Se Deus não nos ordenou a fazer algo, e o fizermos, talvez isso nos faça sentir mais perto de Deus, mas não nos leva à proximidade com Deus. Somente a obediência a Deus nos leva a um contato mais de perto com Ele. E não os nossos sentimentos.

Um pregador certa vez me disse: "Não existe Levítico no Novo Testamento, que possua todos os detalhes e ordens sobre como adorar a Deus." Minha resposta foi: "Não, talvez não haja Levítico no Novo Testamento, mas há Levítico na Bíblia!"

No Novo Testamento, temos liberdade em Cristo. não para desobedecer à lei de Deus, não para vivermos por nossas próprias regras, mas liberdade na Bíblia é a capacidade de fazer o que Deus deseja de nós de coração. É disso que Gálatas 5 fala: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão" das regras, tradições, inovações e sugestões de homens. Liberdade em Cristo significa a capacidade de fazer o que Deus deseja que façamos, agora que estamos salvos, e nosso coração mudou, e somos crentes no Senhor Jesus Cristo.

No Novo Testamento – isso é importante – No Novo Testamento, um cristão não tem mais nem menos liberdade em sua adoração a Deus que o filho de Deus no Antigo Testamento. Ou seja, ele não deve acrescentar ou retirar, mas todas as diversas belezas do Antigo Testamento, as cerimônias e rituais, como o sacrifício de animais, ou as vestes sacerdotais, todas essas coisas tinham como finalidade apontar para Cristo.

As leis cerimoniais do Antigo Testamento foram, para crentes no Antigo Testamento, o que a pregação do evangelho é hoje. Elas pregavam o evangelho. Agora que temos a Cristo, todos esses ritos e rituais, embora haja princípios subjacentes que ainda são verdadeiros, já não são exigidos de nós. Há uma simplicidade na adoração do Novo Testamento que não havia na adoração no templo no Antigo Testamento. Não porque a lei diminuiu, mas por haver certas leis que deveriam passar, os rituais cerimoniais, quando o antítipo entrasse em cena. Quando o Senhor Jesus veio.

E agora que temos a Cristo, há princípios básicos de adoração que sempre regeram a adoração a Deus, que ainda estão em vigor. Exceto aqueles rituais cerimoniais do Antigo Testamento que apontavam a Cristo. Agora temos a Cristo. Mas os princípios subjacentes são os mesmos de sempre.

Você precisa fazer um sacrifício para ir ter com Deus. Mas não são cordeiros, bodes e bois, é Cristo. Você precisa de um sacerdote para se chegar a Deus. Mas não é o sacerdote levita, é o Senhor Jesus Cristo. Mesmo nos antigos rituais cerimoniais, o princípio subjacente do evangelho que deveriam ilustrar ainda permanece, embora tais ritos e rituais já tenham saído de cena.

É por isso que há uma simplicidade na adoração do Novo Testamento que não vemos na adoração no templo. Isso se deve ao fato de Cristo ter vindo, e os símbolos se perderam.


Acho que a raiz de tudo em todas as suas manifestações, é simplesmente que o povo, hoje em dia, e a igreja, geralmente pensa em coisas que podem regular a adoração de acordo com seus desejos, em vez de seguir as prescrições do Novo Testamento. E quando se vai nessa direção, não há limites aonde alguém pode chegar, porque se diz: "o que o homem quiser, o que o povo de minha igreja quiser, "é o que nós faremos."
Contanto que não ofenda a consciência de muita gente.

Então a igreja se torna a consciência do que é permitido na adoração. Em vez de permitir que as Escrituras sejam o guia.

No século XVI houve um debate extensivo sobre adoração entre puritanos e anglicanos, na Inglaterra. O termo "coisas indiferentes" entrou em cena.

Os puritanos tendiam a se posicionar ao lado dos que diziam: "Há muito poucas coisas indiferentes quando se trata de adoração pois o Novo Testamento é claro no que é ordenado e, portanto, tudo o mais está proibido."

Os anglicanos diziam: "Sim, deveríamos seguir a adoração do Novo Testamento, mas há mais coisas indiferentes que podemos adicionar, pois é um costume ou edifica a igreja… Não precisamos encontrar isso exatamente no Novo Testamento de maneira tão precisa." Então, a definição deles de "coisas indiferentes" incluía itens litúrgicos que não se achavam no Novo Testamento, mas sentiam que acrescentavam à adoração.

Os anglicanos diziam: "Temos mais coisas do que os puritanos na categoria coisas indiferentes, especialmente na liturgia." Então eles tinham vários elementos litúrgicos na adoração não encontrados diretamente nas Escrituras do Antigo Testamento, mas faziam isso com consciência tranquila, dizendo, "isto não é essencial na adoração, isto é uma ‘coisa indiferente’".

Então, incluíam na adoração para edificar o povo. Mas os puritanos eram mais estritos em manter sua adoração de acordo com as Escrituras do Novo Testamento.

E o princípio dos puritanos se comprovou ser algo muito bom, hoje em dia. Hoje, vemos igrejas indo em diversas direções, incluindo todo o tipo de coisas sob "coisas indiferentes". É muito melhor tratar do modo dos puritanos, pois só temos poucas coisas secundárias que ajudam na adoração, mas tem-se o cuidado em não trazer muitas coisas como "coisas indiferentes".


Quando consideramos como devemos adorar a qualidade mais importante é humildade.

É a humildade que diz o que filhos verdadeiros sempre dizem em seu coração: "Não se faça a minha vontade, mas a Tua." Foi isso que o nosso Senhor Jesus Cristo disse ao Seu Pai, e é a representação da felicidade em Deus que diz: "Deleito-me em fazer a tua vontade."

É a humildade que diz: "Deus, quero fazer o que o Senhor deseja que eu faça. Os Teus caminhos são os melhores." É o coração que diz: "Senhor quero substituir meus caminhos pelos Teus."

Isso significa que o maior valor na adoração não é nossa criatividade, mas nossa humildade que gera obediência. Não a inovação de coisas novas, mas veneração de coisas eternas.

Para ilustrar isso: quando os filhos de Israel fizeram o bezerro de ouro, fizeram-no para criar algo super-fantástico para adorar a Deus. Com Nadabe e Abiú, ao oferecerem fogo estranho, queriam fazer algo incomum, algo impressionante. Pois queriam adorar a Deus de uma maneira diferente, melhor. De maneira que fosse empolgante aos seus sentidos. E ao fazê-lo, desviaram-se das doces águas da vida, que Deus os havia fornecido ao definir como deveriam adorar.

Invenções na adoração são o oposto de como Deus deseja que O adoremos. Portanto, temos que estar contentes com o modo que Deus nos deu para adorá-Lo. Esse é o caminho da vida quando se trata de adoração.


Tradução: Hander Heim – Fatos Incríveis – Sob encomenda de Música Sacra e Adoração


Fonte: NCFIC


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