Histórias de Hinos / Livros Recomendados

Posso Crer no Amanhã

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Autor: Tércio Sarli

112 belas histórias de hinos favoritos, clássicos e contemporâneos, para enriquecer os momentos de louvor nas igrejas e nos lares

Editora Certeza Editorial

Caixa Postal 3844
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A Razão Deste Livro

por: Tércio Sarli

Ao escrever um livro, o autor deve aos leitores uma explicação de seu propósito. Por que achou conveniente aumentar a corrente volumosa de publicações que saem das gráficas a cada dia? Tem uma justificativa plausível ou é apenas uma questão de vaidade?

Nos parágrafos seguintes procuraremos dar os motivos da preparação e publicação deste livro.

Desde os primeiros dias da igreja cristã, a começar com Jesus, seu divino Fundador, o cântico de hinos tem sido parte importante dos cultos de adoração e da vida dos crentes. De Jesus é dito que, terminada a Ceia, “tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras” (Mateus 26:30). Paulo e Silas, presos no cárcere de Filipos, cantavam hinos, enquanto os outros presos escutavam (Atos 16:25). Foi também Paulo quem admoestou os crentes de Éfeso com as seguintes palavras: “Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo” – Efésios 5:19 e 20.

O registro histórico a respeito do uso de hinos em louvor a Deus, porém, vem de tempos imemoriais. No livro de Jô, em interessante referência à criação do mundo, encontramos o seguinte registro: “Depois disto o Senhor, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: […] Onde estavas tu quando Eu lancei os fundamentos da terra, […] quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” – Jô 38:1, 4 e 7.

Ensinam os comentaristas que essas “estrelas da alva” e esses “filhos de Deus”, mencionados neste texto sagrado, referiam-se aos seres celestiais e aos habitantes de outros mundos louvando a Deus e se alegrando pela criação do nosso planeta.

No Velho Testamento há o relato a respeito de Moisés e Miriam elevando o ânimo da nação israelita com hinos de exultação, após a passagem pelo Mar Vermelho. – Êxodo 15:1 a 20.

E como poderíamos nos esquecer de Davi, o “suave cantor de Israel”, que compôs numerosos salmos de exaltação e louvor a Deus?

Já mais perto de nós, por ocasião da Reforma Protestante do século XVI, Martinho Lutero introduziu a prática dos hinos nos cultos congregacionais e nos lares, promovendo assim a ativa participação dos fiéis nas atividades litúrgicas da igreja, o que não era comum naqueles tempos.

Sem dúvida, depois da Bíblia, o hinário tem sido o livro mais importante para o fortalecimento da fé e ampliação do conhecimento da Palavra de Deus na vida dos crentes. E assim deve ser ainda hoje.

Este presente livro, Posso Crer no Amanhã, que ora colocamos ao dispor de nossos irmãos e obreiros, tem como objetivo incentivar o uso do nosso hinário com mais entusiasmo e mais entendimento, tanto nos cultos da igreja como na devoção pessoal e nos cultos familiares.

Há uma certa tendência, hoje, de substituir os grande hinos da herança cristã-evangélica por cânticos e corinhos de menos densidade bíblica e espiritual. Esses cânticos e corinhos, quando feitos de acordo com os princípios da boa música, têm também o seu lugar de importância, mas é preciso usá-los dentro dos limites e momentos próprios.

O professor e maestro evangélico Godofredo dos Passos ilustra de forma interessante o uso apropriado tanto dos hinos como dos corinhos. Escreve ele: “Em banquetes, não é natural ou aceitável servir saquinhos de pipocas em lugar de alimentos de melhor qualidade. Nada contra os saquinhos de pipocas ou os corinhos e cânticos ‘gospel’, mas que sejam usados em hora e circunstâncias apropriadas. E o bom-senso cristão nos ajuda a discernir isso. Os cultos de adoração e as reuniões solenes, no entanto, requerem hinos do mais elevado conteúdo musical e teológico, para o adequado louvor a Deus e avivamento da fé dos fiéis.

Outro item importante que queremos realçar é a necessidade de a igreja reavivar o cântico congregacional, tornando-o uma prática relevante e regular em suas reuniões solenes.

A introdução constante de solos ou grupos vocais nos cultos tem desenvolvido a atitude de deixar alguém ou um grupo na frente cantando, enquanto os membros da igreja ficam passivamente ouvindo. Concordamos em que a igreja deva incentivar e desenvolver seus talentos musicais, principalmente os jovens, e por certo haverá ótimas oportunidades para isto nas programações JA e nos corais e conjuntos da igreja, em suas apresentações especiais, mas, nas reuniões tradicionais da igreja, nos serviços de louvor, ou no início e no final dos cultos, a regra deve ser a igreja toda cantando. E as chamadas “músicas especiais” (solos, conjuntos, etc.) devem ser honrosas exceções.

Escreve H.A.Miller, professor de música do Southern Missionary College, dos Estados Unidos: “Quando uma voz é erguida em louvor, ela pode produzir um grau de inspiração e elevação nos ouvintes. Mas, quando centenas de vozes se unem no cântico de um hino, há majestade e uma onda incomparável de poder. No cantar de um hino pela congregação reside a possibilidade de grandes realizações espirituais.”

Em conclusão: Nosso desejo é que este livro possa incentivar os fiéis a participarem com mais entusiasmo e alegria dos cânticos de louvor a Deus, nas reuniões da igreja e nos lares. Se este propósito for alcançado, ao menos em parte, terá valido a pena o esforço.


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