Histórias de Hinos

Histórias de Hinos do Hinário Adventista – Nr. 363

Terra de Beulá

Letra e Música: Charles Austin Miles (1868-1946)

Título Original: Dwelling in Beulah Land

Texto Bíblico: Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará Desolada; mas chamar-te-ão Hefzibá, e à tua terra Beulá; porque o Senhor se agrada de ti; e a tua terra se casará. Pois como o mancebo se casa com a donzela, assim teus filhos se casarão contigo; e, como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus (Isaías 62:4 e 5)


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1. Ouço ao longe sons de lutas, brados de batalha,
É a Terra envolta em guerra de pecado e dor;
Mas as coisas deste mundo já não me perturbam,
Pois habito em Terra de Beulá.

Coro:
Vivo no alto da montanha,
Sob um céu de puro azul,
Junto à fonte de águas vivas,
Que nunca secara,
E me alimento cada dia
Desse bom maná do Céu,
Pois habito em Terra de Beulá.

2. Lá distante a tempestade ruge sobre o mundo;
Dúvidas, temores grassam em todo lugar;
Mas estou bem firme na Palavra de meu Deus,
Pois habito em Terra de Beulá.

3. Nem as nuvens mais escuras podem assustar-me;
Eu não temo pois seguro estou nas mãos de Deus;
Vivo à luz do Sol e da presença de meu Rei,
Pois habito em Terra de Beulá.

4. Quando aqui eu vejo, de meu Deus, as maravilhas,
Quedo-me silente e adoro em contemplação;
Compreendo Seu amor e a grande salvação,
Pois habito em Terra de Beulá.


Foi em 1911 que Charles Austin Miles, um ex-farmacêutico que mais tarde se transformou num conhecido escritor e editor de hinos, escreveu essa canção.

Há uma porção de hinos [nos hinários americanos] que falam sobre viver em “Beulá”. Mas o que isso, de fato, significa? Em primeiro lugar, a palavra Beulá é usada uma só vez na bíblia (embora a palavra hebraica
by’ulah seja usada uma dúzia de vezes, em aspectos relacionados ao casamento).

“Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará Desolada; mas chamar-te-ão Hefzibá, e à tua terra Beulá; porque o Senhor se agrada de ti; e a tua terra se casará.” (Isaías 62:4).

O texto retrata o momento em que o Messias virá para reinar. Ele descreve a alegria e o contentamento de Israel diante dessa promessa. A profecia continua dizendo:

“Eis que o Senhor proclamou até as extremidades da Terra: Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; eis que com ele vem o seu galardão, e a sua recompensa diante dele. E chamar-lhes-ão: Povo santo, remidos do Senhor, e tu será chamada Procurada, cidade não desamparada.” (Isaías 62:11-12).

Como esta profecia, que é claramente sobre a nação de Israel, pode ser aplicada aos cristãos de hoje? A igreja é a Nação Celestial de Deus (Filipenses 3:20), portanto, a profecia acima pode ser aplicada hoje de uma forma secundária e ilustrativa. E isso, feito com cautela, não anula o significado original das palavras de Isaías.

O propósito declarado de Deus para Israel era tirá-los da escravidão do Egito e levá-los para a terra de Canaã, a terra que Ele havia prometido a Abraão, Isaque e Jacó. “Mas ele nos tirou do Egito para nos trazer para cá e nos dar a terra que, sob juramento, prometeu a nossos antepassados.” (Deuteronômio 6:23).

A libertação da escravidão egípcia é análoga à salvação dos pecadores hoje. Canaã (ou Beulá) é a representação de uma vida cristã abundante, uma vida de paz e vitória, que Cristo nos oferece (João 10:10). Nesse hino, Miles descreve o cristão como separado do mundo (num sentido moral e espiritual), ligado e abençoado por Deus.

Notem ainda que no coro Miles comete um erro anacrônico: “E me alimento cada dia desse bom maná do céu…” O povo de Israel não foi contemplado com o maná em Canaã. Essa dádiva cessou quando eles entraram na terra prometida (Josué 5:12). Entretanto, se entendermos a palavra “maná” como uma metáfora para as dádivas espirituais podemos compreender a inserção da mesma no hino.

Tendo em conta estas advertências e limitações, o hino expressa a alegria da união do crente com Cristo e a segurança Eterna oferecida por Ele.


Fonte: Hinos Tradicionais


Veja a partitura cifrada deste hino

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