Jesus, Sempre Te Amo
Letra: William Ralf Featherston (1846-1873)
Título Original: My Jesus, I Love Thee
Música: Adoniram Judson Gordon (1836-1895)
Texto Bíblico: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. (João 14:21)
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1. Jesus sempre Te amo,
Porque sei que és meu;
A Ti toda glória,
Na Terra e no céu!
Meu Mestre divino,
Meu Deus e meu Rei,
A Ti, ó meu Cristo,
Submisso serei.
2. Eu Te amo porque
Tu morreste por mim;
Eu Te amo porque
Teu amor não tem fim.
Em Ti confiança
Pra sempre terei;
A Ti, ó meu Cristo,
Submisso serei.
3. Eu Te amo, Meu Mestre,
Enquanto viver.
Eu hei de louvar-Te
Com grande prazer.
Agora e pra sempre
Contigo estarei;
A Ti, ó meu Cristo,
Submisso serei.
Esta comovente letra de William Ralph Featherstone, escrita aos seus dezesseis anos em 1862 (possivelmente ao converter-se), traça a íntima ligação entre amar e submeter-se a Cristo, nosso Mestre, Senhor e Rei. Featherstone enviou a letra para sua tia, que achou por bem recomenda-la para publicação. Foi publicada em The London Hymn Book (O Hinário de Londres) em 1864 e em mais oito coletâneas antes de aparecer com a melodia de Adoniram J. Gordon. Mas é esta melodia, com que está associada hoje, que fez o hino aparecer em hinários pelo mundo afora.
Da vida de William Ralph (ou Rolf) Featherstone sabemos pouco. Nascido em Montreal, no Canadá em 23 de julho de 1846, num lar cristão, foi membro duma igreja metodista wesleyana. Aparentemente continuou em Montreal durante toda a sua vida, vindo a falecer em 20 de maio de 1873
Adoniram Judson Gordon (1836-1895), cujo nome foi dado em homenagem ao missionário pioneiro batista na Índia e Birmânia, compôs a melodia que recebeu o seu nome, GORDON, para o texto de Festherstone. Apareceu pela primeira vez no hinário que Gordon compilou em parceria com S. L. Caldwell, The Service of Song for Baptist Churches (O Serviço de Cânticos para as Igrejas Batistas), em 1876.
Adoniram Gordon teve uma vida que demonstrou seu amor verdadeiro por Cristo, Bacharelou-se pela Universidade Brown, Estado de Rhode Island, EUA, estudou teologia no Seminário Teológico Newton (hoje Andover-Newton), em Massachussetts. Ordenado ao ministério batista em 1863, serviu em igrejas do mesmo estado. Foi notável como pastor da Igreja Batista Clarendon Street, em Boston, pastorado que ocupou durante vinte e cinco anos.
O encontro de Gordon com o Evangelista, D. L. Moody, em 1877, transformou a sua vida. Com nova vitalidade espiritual, tornou-se gigante no campo de missões mundiais. Sua igreja repetidamente ultrapassou-se nas suas ofertas para missões. Na Conferencia Centenária de missões Anglo-Americanas, na Inglaterra, Gordon ganhou “reputação internacional como apologista para o empreendimento missionário”. Fez uma conferencia missionária em Endimburo, na Escócia, com A.T. Pierson, outro ilustre líder internacional em missões. Lograram inédito sucesso levantando verbas e grande número de voluntários entre os jovens escoceses.
De volta à sua terra, foi eleito relator da Comissão Executiva da União Missionária Batista Americana. Sob sua liderança, a missão cresceu notavelmente, especialmente na África. Também tornou-se mentor do movimento de Estudantes Voluntários, cujo lema era: “A evangelização do mundo nesta geração.” Sua declaração, “Nossa tarefa não é trazer todo mundo a Cristo, mas indisputavelmente é levar Cristo a todo o mundo”, continua a ser o âmago da nossa visão até hoje
“Se Gordon foi gigante no campo de missões, foi um verdadeiro pioneiro em educação teológica de homens e mulheres leigos”. Por causa do seu compromisso missionário legendário, fundou a Escola Boston de Treinamento Missionário. Liderou na aceitação de mulheres ente as fileiras missionárias, convicto dos seus dons e capacidades e de que o “ide” de Jesus incluía a elas. Seu exemplo inspirou líderes por todo o mundo a levantarem semelhantes escolas de treinamento. A faculdade e o Seminário Gordon-Conwel em South Hamilton, também em Massachusetts, sucessores da notável escola de Gordon, hoje levam o nome deste grande servo de Deus.
Gordon foi um dos redatores de dois hinários batistas, redator da revista mensal The Watchword (A Divisa) e autor duma série de livros devocionais chamada Quiet Talks (Palestras Devocionais) . A Universidade Brown lhe conferiu o grau de Doutor em Divindade (honoris causa) em 1873.
Em 2 de fevereiro de 1895, em Boston, Adoniram Judson Gordon fechou os seus olhos. Foi muito digno do seu nome. O primeiro Adoniram teria tido orgulho dele.
Bibliografia: Robert, Dana L., in: Rosell, Garth M., ed., The Vision Continues, South Hamilton, Massachussetts, Gordon Conwell Theological Seminary, 1992, p. 6.
Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):
Um bispo protestante Episcopal de Michigan relatou certa vez a seguinte experiência a um grande auditório em uma das reuniões do Rev. E. P. Hammond em St. Louis:
“Uma jovem atriz, de talento e bondosa estava andando na rua de uma grande cidade. Vendo, através da porta entreaberta de uma bela mansão uma mocinha pálida e doente deitada num sofá, ela entrou, na esperança de por sua vivacidade e conversa agradável poder ajudar a jovem inválida.
A jovem doente era uma cristã devota, e suas palavras, sua paciência, submissão e a luz divina que parecia brilhar em sua face, demonstravam tão bem o espírito de sua religião que a atriz foi levada a pensar profundamente e tornou-se uma verdadeira seguidora de Cristo. Ela contou ao seu pai, o diretor do grupo teatral, a respeito de sua conversão e do seu desejo de abandonar o palco, afirmando que não poderia viver uma vida realmente cristã a seguir a carreira de atriz.
O pai ficou atônito, e disse-lhe que seu meio de vida estaria perdido e que os negócios ficariam arruinados se ela persistisse em sua resolução. Ela abrandou seu propósito por amor a seu pai e consentiu em cumprir, parcialmente, o compromisso do qual já havia sido feita publicidade. Ela era a estrela do grupo, e a preferida por todos. Os preparativos foram feitos para a peça em que ela deveria aparecer.
Chegou a noite marcada e o pai estava alegre por ter ganho a filha de volta e porque o seu meio de vida não estaria perdido. Chegou a hora; a sala de espetáculos estava repleta. A cortina subiu e a jovem atriz veio para frente do palco com passo firme em meio aos aplausos da multidão. Uma luz diferente brilhava em sua bela face. em meio ao grande silencio que se fazia no auditório, ela repetiu:
“Jesus, sempre Te amo, porque sei que és meu;
A Ti seja a glória, aqui e no céu.
Tu és meu amparo, meu bom Redentor,
Fiel e submisso serei ao Teu amor.”
Isto foi tudo. Através de Cristo ela havia vencido; deixando o auditório em lagrimas, ela retirou-se do palco para nunca mais pisar nele. Por meio de sua influência, seu pai converteu-se através dos esforços conjugados de ambos em obras evangelísticas, muitos foram levados a Deus.
Este hino foi cantado, em 1867, por mil vozes, no funeral do herói missionário escocês, Robert Annan, que morreu afogado na baía de Dundee ao tentar salvar uma criança que se afogava.
Veja a partitura cifrada deste hino
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