A Nós a Porta Franca Está
Letra: Lydia Baxter (1809-1874)
Título Original: The Gate Ajar for Me
Música: Silas Jones Vail (1818-1884)
Texto Bíblico: Conheço as tuas obras (eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar), que tens pouca força, entretanto guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. (Apocalipse 3:8)
Observação: Este hino também é conhecido pelas palavras do primeiro verso, There Is a Gate That Stands Ajar
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A Srª Lydia Baxter, nascida em Petersburgo, Nova York, em 1809, foi inválida por muitos anos. Mas, seu interesse pelo bem estar espiritual dos que a rodeavam foi manifesto de muitas maneiras. Ela escreveu “A Nós a Porta Franca Está” mais ou menos três anos antes de sua morte, na cidade de Nova York, em 1874, quando já havia passado dos sessenta anos.
Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):
Este cântico, muito usado na Inglaterra, em nossas reuniões de 1873-74, foi cantado no culto da noite de vigília, em 1873 e na véspera do Ano Novo no Free Assembly Hall em Edimburg. Uma jovem que estava presente, Maggie Lindsay, de Aberdeen, Escócia, ficou muito impressionada com este cântico, e as pessoas que estavam sentadas próximo dela ouviram-na exclamar: -“Oh meu Pai, é verdade que a porta está aberta para mim? Se for assim, eu entrarei.” Nessa noite ela tornou-se discípula de Jesus Cristo.
No dia seguinte ela visitou o seu pastor, o Rev. J. H. Wilson, ministro da Igreja de Barclay, e falou-lhe a respeito da sua decisão. Ele ficou muito contente e a aconselhou a relatar sua experiência aos seus colegas da escola. Ela o atendeu e conseguiu guiar muitos para a Luz.
Menos de um mês mais tarde, a 28 de janeiro, Maggie tomou um trem para a sua casa, e nunca chegou lá com vida. Em “Manual Junction” houve uma colisão entre um trem de minério e o que ela ocupava. Muitos passageiros foram mortos, e Maggie, foi encontrada entre os destroços muito ferida, e com muitas fraturas. Em uma de suas mãos estava uma cópia de “Sacred Songs and Solos“, aberta no seu cântico predileto: “A Nós a Porta Franca Está”, cuja pagina estava manchada com sangue do seu coração.
Maggie foi levada a uma cabana próxima à estação, onde viveu por uns poucos dias, e freqüentemente podia ser ouvida cantando em seu leito de moribunda o coro deste cântico que ela tanto amava: “A mim, a mim, do céu, a porta abriu!”
Em memória a este acontecimento, que me tocou profundamente, escrevi meu primeiro cântico: “Finalmente no Lar, cuja música também compus” diz Sankey.
Um tocante incidente foi relatado a Sankey por um dos colportores da Associação Cristã de Colportores da Inglaterra:
“Fui em uma casa em B., onde viviam duas pessoas de idade, que eram inválidas. Já havia estado lá várias vezes antes, mas nunca conseguira vender-lhes qualquer livro, ou interessá-los em qualquer das boas novas que eu trazia. Nesta ocasião comecei a cantar ‘A Nós a Porta Franca Está’. Quando cheguei ao coro: ‘Oh, quanto amor Jesus sentiu’, vi lagrimas nos olhos da idosa senhora, e parei, mas ela disse: – ‘Continue: este é um belo cântico!’ Continuei, mas antes de terminara ela rompeu em prantos e perguntou: – ‘É este amor para mim também?’ Falei-lhes então de Jesus e orei com eles. Compraram um hinário contendo o cântico e me imploraram que voltasse logo que pudesse. Tenho-os visitado mensalmente; na ultima semana quando lá estive, a pobre senhora estava morrendo, mas quando o marido lhe contou que eu estava lá ela disse: – ‘Quero vê-lo, diga-lhe que entre. ‘Ela quase não podia falar, mas, murmurou num cochilo: – ‘Cante meu predileto!’ Eu sabia a que ela se referia e cantei suavemente:
‘Oh, quanto amor Jesus sentiu
Do Céu, a porta já me abriu!”
Ela tentou cantar comigo, mas não conseguiu; estava exausta. Não pude quase falar com ela, pois estava muito fraca, mas, ela segurou minha mão firmemente, repetindo ainda: ‘Oh, quanto amor Jesus sentiu!’ Acabo de receber a notícia de que ela faleceu feliz no amor de seu Salvador, e cantando o melhor que podia este belo cântico.”
Lord Shaftesbury contou certa vez a seguinte estória:
“Uma jovem havia se afastado do seu lar e dos seus pais. Certo dia enquanto ouvia o evangelho, ficou tão impressionada, que resolveu voltar para casa. Ao chegar em casa, encontrou a porta apenas encostada; entrou e subiu as escadas para encontrar sua mãe. Ao vê-la perguntou: -‘Mamãe, por que é que eu chego e encontro a porta aberta?!’ – ‘Minha filha,! ‘respondeu a mãe, ‘esta porta nunca foi fechada desde que você saiu de casa. Eu pensei que alguma noite minha pobre menina iria voltar para casa’.”
Fonte: Histórias de Hinos e Autores – CMA – Conservatório Musical Adventista
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