Palestras, Seminários e Sermões

Música na Adoração

por: Paulo Tavares

Hino Inicial – H.A. 01 – Ó Deus de Amor Leitura Bíblica: Efésios 5:19

Apesar de que o assunto que vou tratar aqui é muito polemico, não se preocupem, pois não vou falar sobre pintura, calça comprida nem mini-saia. Quero falar sobre a música dentro da nossa adoração, como parte do nosso louvor.

Minha formação musical: Estudei mais de 4 anos de violino, sendo mais de 2 deles no Conservatório Musical de Tatuí, que é a maior escola de música do país. Lá fundei e regi o coral da igreja de Tatuí, durante 4 anos. Também regi o coral da igreja de Campo de Fora em São Paulo. Participei de vários cursos de regência, e cantei no Coral ACASP por quase 2 anos.

Importância da Música na Igreja:

“Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração.” (Ellen G. White – Evangelismo, p. 168)

“A música é um dom precioso e grandioso que freqüentemente me tem despertado e movido à pregação. Depois da Teologia, concedo a música o lugar mais elevado e de maior honra. Meu coração palpita e se emociona em resposta a música, que tem refrescado e libertado muitas almas das garras malignas.” (Pastor Gerald Klingbeil – diretor da Faculdade de Teologia na Universidade Adventista do Peru):

Eu acrescento que não existe conversão alguma que não tenha sido ricamente influenciada pela música.

O Poder da Música

A música é “um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais.” (Ellen G. White – Evangelismo p. 496)

Ver artigos científicos acerca do poder da música em:
Efeitos da Música Sobre Plantas e Animais
( https://musicaeadoracao.com.br/efeitos-da-musica/sobre-plantas-e-animais/)
Efeitos da Música Sobre o Corpo e a Mente Humanas
( https://musicaeadoracao.com.br/efeitos-da-musica/sobre-o-corpo-e-a-mente-humanas/)

O Que é a Música?

Nas primeiras aulas de música se aprende que música é a arte de combinar sons a fim de agradar os ouvidos. Ela se divide em três partes: Melodia, Harmonia e Ritmo, onde cada parte tem seu lugar apropriado dentro da composição musical.

A Melodia exprime com elegância os sentimentos e a emoção.

A Harmonia trabalha com o nosso intelecto, com a razão, e a inteligência, unindo varias notas que se combinam entre si, formando uma rica variedade de climas que ajuda a melodia a alcançar a emoção e os sentimentos.

O Ritmo rege a pulsação, o andamento da música, mas quando ele é salientado e acrescido de instrumentos de percussão mexe somente com o nosso corpo, com os sentimentos carnais. Isto hoje já é comprovado cientificamente, mas vou deixar pra provar isto no final.

Apropriado é tudo que é adequado, compatível, ou próprio para a ocasião. Ex: música de Casamento, Funeral, Circo, Parada Militar, etc. Imaginem ouvir uma música de parada militar num velório. Recentemente foi visto um grupo de pessoas que saíram de um ônibus de excursão numa praia e se dirigiram para a água com roupas comuns (eram crentes). Imaginem o papel ridículo e escandaloso, igualmente seria se visemos alguém de trajes de banho compondo a plataforma. O mesmo principio deve ser aplicado à musica. O que pode ser uma música romântica, corretamente aceita e emotiva, para um filme ou na vida cotidiana não pode e não deve ser adequada nem aceita para o serviço de culto.

Não vamos falar a respeito das letras, somente da parte musical ou instrumental, pois normalmente as letras apresentadas são apropriadas (com raras exceções).

Existe uma música popular brasileira que diz que o diabo é pai do Rock; mas o que dizer de todas estas músicas que derivaram do Rock? Estas musicas chamadas de românticas, que são própria mistura do Rock com Blues estão invadindo as igrejas.

Poderíamos discutir aqui todos os tipos de musicas e tendência musicas atuais, mas vamos ouvir o Espírito de Profecia.

“A música, muitas vezes, é pervertida para servir a fins maus, e assim se torna uma dos poderes mais sedutores para a tentação. Corretamente empregada, porém, é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma.” (Ellen G. White – Educação p. 166 – ênfase acrescentada)

“Sinto-me alarmada quando presencio a frivolidade de moços e moças que professam crer na verdade. Parece que Deus não ocupa seus pensamentos. Sua mente é povoada de futilidades. Sua conversação é vazia e vã. Possuem um apurado ouvido para música e Satanás sabe qual órgão excitar, incitar, absorver e fascina a mente de modo que Cristo não seja desejado. Desvanecem-se os anseios espirituais da alma por conhecimento divino, por crescimento em graça.

Foi-me mostrado que a juventude deve assumir um padrão elevado e fazer da Palavra de Deus seu conselheiro e sua guia. Solenes responsabilidades repousam sobre os jovens, às quais consideram levianamente. A apresentação de música em seus lares em vez de conduzir á santidade e espiritualidade tem sido um meio para afastar as mentes da verdade. Canções frívolas e música popular do dia parecem adequadas ao seu gosto. Os instrumentos de música têm tomado o tempo que deveria ser devotado a oração.

A música quando não abusiva, é uma grande benção; porém é uma terrível maldição quando mal usada. Ela excita mas não comunica a força e a coragem que o cristão pode encontrar somente no trono da graça enquanto humildemente apresenta seus anelos; e com forte clamor e lágrimas suplica força celestial para fortificar-se contra as poderosas tentações do mal. Satanás está levando a juventude cativa. Oh, o que lhes poderia dizer para levá-los a romper esse poder de fascinação! O inimigo é um sedutor atraente, enlaçando-os para a perdição.” (Ellen G. White – Testimonies, vol. 1, pp. 496 e 497)

Não confundir hino animado com ritmado. Ex: Hinário Adventista nr. 320 – A Todo Semelhante Meu

Desculpas comuns: Muitos dão aquela velha desculpa de que temos que estar sempre atualizados, que devemos ser progressistas, que temos que acompanhar a modernidade e ficarmos na vanguarda e não na retaguarda, que temos que seguir as tendências, etc…

Isto não passa de uma bela desculpa para competir com o pecado usando a mesma arma com o mesmo poder diabólico. Você já viu alguém falando de Jesus com um cigarro na boca? O mundo que deve vir para a igreja ou a igreja que deve ir para o mundo? Vamos promover baile na igreja?

Advertiu a igreja de que prevaleceria uma “tendência para nivelar o sagrado ao comum. Tais pessoas, professando a verdade, serão uma ofensa a Deus e uma lástima para a religião.” (Ellen G. White – Testemunhos Seletos vol. 2, p. 202)

Uma vez fui assistir a um batismo, fruto de uma série de conferências. Só tinha o nome da rua, e na procura fui e voltei, perguntei várias vezes, e todos me indicavam um local pelo qual eu já havia passado várias vezes por ali, mas não dei nenhuma atenção porque dali vinha um barulho tão grande que calculei que se tratava de alguma destas igrejas que agem assim. Numas destas passadas reconheci o pastor chegando, e meio desconfortável, reconheci que era ali mesmo. Enquanto cantavam “aqueles tipos de corinhos”, fiquei imaginando: vão se batizar 16 almas; se a música fosse espiritual e inspiradora quantos mais seriam, quem sabe 32 ou 64? Resultado, em pouco tempo só permaneceram 2 na igreja.

Os músicos entre nós estão assumindo os estilos desenvolvidos pelo mundo, e com muita freqüência, todos os ritmos dos salões de dança e (das rádios), estão se tornando a música da igreja, tudo feito em nome da comunidade, para alcançar as pessoas onde elas estão. É o mesmo caso de falar de Jesus fumando.

Quem hoje está impondo a moda musical ao redor do mundo não é o lar, nem a igreja ou a escola, mas os interesses comerciais do rádio, televisão e dos filmes. A Mídia está impondo as regras.

“Nunca devemos rebaixar o nível da verdade, a fim de obter conversos, mas devemos elevar o pecador e corrupto à alta norma da lei de Deus.” (Ellen G. White – Evangelismo p. 137)

Os instrumentos quando mal arranjados ou com volume muito alto, impedem os ouvintes de receberem a luz contida nas letras e o prazer da melodia. O problema, repito, não está nas letras, mas nos arranjos feito em computadores e nos péssimos arranjadores, que geralmente tem uma fraca formação musical. Além do mal gosto, acabam se influenciando por musicas mundanas que tem por objetivo vender discos e não em elevar a mente humana a Deus.

“A industria da música e gravação estão … se aproveitando da oportunidade de fazer milhões de dólares ao mesclarem os sons populares atuais com palavras religiosas. … Quando a contemplamos assimilamos tornamo-nos condicionados a ela, e a linha de distinção entre o santo e o profano ficam anuviados ou desaparecem por completo. … Embora a Bíblia sancione o uso de instrumentos no culto, se o fruto da música é sensual e soa igual a música mundana, não é aceitável a Deus, e Ele claramente diz que não irá aceitá-la.” [1]

“As baterias, as guitarras, os sintetizadores, e os sistemas elaborados de amplificação, que intensificam grandemente o efeito rítmico e a sonoridade da musica, estão, fazendo uma dramática incursão no culto, enquanto são produzidos comercialmente acompanhamentos em playbacks, muitos dos quais em estilo do rock. Uma forte experiência emocional/física de “incitamento” pode ser criado pelos ritmos repetitivos e pelos efeitos harmônicos cuidadosamente calculados.” [2] São arranjos pré programados por computadores.”

E o que podemos dizer de como os nossos púlpitos sagrados estão sendo profanados para servir de Show e para servir interesses puramente pessoais e comercias? E porque? Só porque é pratico? É pratico também para a dona de casa comprar enlatados, todo tipo de alimentos industrializados e artificiais que levarão seus familiares ao túmulo mais cedo também.

“Deveria a música no culto centralizar a pessoa nas suas emoções em vez de centralizar no louvor a Deus? Em nosso mundo voltado para o entretenimento, devemos ser cautelosos em fazer diferença entre entretenimento e culto. O culto é que apresentamos a Deus, entretenimento é uma apresentação ou um show que tem o objetivo de recrear e entreter.” [3]

A igreja não é um lugar de entretenimento, ou de encontro social, mas puramente de adoração e louvor.

Será que o Altíssimo, O Santo dos Santos que tem um coral anjos que lhe prestam louvor constantemente e de um nível digno Dele, estaria interessado nestes “louvores profissionais”? O pior é que, não sei como, mas chega a impressionar alguns na igreja.

A música contemporânea da igreja está moldada mais pelos valores seculares e comercias do que pelos princípios espirituais. Essa música (que não podemos chamar de hino, nem de louvor), “continua a permanecer numa área principal da vida da igreja, não tocada pela teologia bíblica, deveria deixar os Adventistas do Sétimo Dia inquietos.” [4] E muitos estão inquietos, só que outros se sentem felizes quando são tocadas estas baladas evangélicas. Estão somente trazendo divisão para a igreja.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro…” (Mateus 6:24)

“Como podemos nós, que nos denominamos cristãos e embaixadores de Cristo, apresentar na igreja, música contaminada pelo mundanismo, tudo em nome da adoração? Será que isto se deve a nosso conceito de igreja, de culto, do que é sagrado e santo ter sido adulterado ou perdido de vista?” [5] Ou será que Deus pode ter mudado?

Estamos com um problema sério. Nossos valores foram pervertidos e invertidos.

“Essas coisas que aconteceram no passado hão de acorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida.” (Ellen G. White – Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 38)

“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.” (I João 2:15)

Alem dos três elementos que compõe a musica, os quais já destacamos acima, hoje já existe um quarto elemento da música que também deve ser analisado: é o volume.

“Se a música parece mundana ou desprovida de sentimento [religioso], dificilmente será uma dádiva digna de ser ofertada a Deus. Este pode ser um dos motivos porque muitos já não comparecem aos cultos: a música oferecida a Deus não é uma dádiva que eles desejam oferecer a um amigo ou parente, muito menos Deus!” [6]

Alguém poderia me dizer se existe algum progresso em alguma atividade artística, ou em algum segmento artístico no mundo hoje? Não, nenhum! Todas as artes estão em visível decadência, inclusive a musica. Porque alguns ainda acham que só a música adventista estaria em desenvolvimento? Onde está o progresso que muitos alegam e do qual se orgulham? Será que está no famoso movimento Gospel, que timidamente estamos imitando?

Sempre vemos os pais reprimindo as crianças, elas querem balançar as mãos os pés ou dançar com algumas músicas que ouvimos na igreja. Acho que ao invés de chamar a atenção dos pequenos, por responderem naturalmente a um forte estímulo corporal, deveríamos chamar a atenção de quem está provocando a situação.

E quanto aos jovens como vai a música deles?

“A apresentação de música em seus lares em vez de conduzir à santidade e espiritualidade tem sido um meio para afastar as mentes da verdade. Canções frívolas e música popular do dia parecem adequadas ao seu gosto. Os instrumentos de música tem tomado o tempo que deveria ser devotado à oração.” (Ellen G. White – Testimonies, vol. 1, p. 497)

“As coisas eternas tem pouco peso para a juventude. Anjos de Deus choram quando registram palavras e atos de professos cristãos. Adejam anjos em torno de uma habitação além. Jovens estão ali reunidos; ouvem-se sons de música em canto e instrumentos. Cristãos acham-se reunidos nessa casa; mas que é que ouvis? Um cântico, uma frívola canção, própria para um salão de baile. Vede, os puros anjos recolhem para si a luz, e os que se acham naquela habitação são envolvidos pelas trevas. Os anjos afastam-se da cena. Tem a tristeza no semblante. Vede como choram! Isto vi eu repetidas vezes pelas fileiras dos observadores do sábado.” (Ellen G. White – Testemonies, vol. 1, p. 506 – ênfase acrescentada)

Mas os jovens precisam de novidade. A novidade está no hinário com mais de 600 belíssimos hinos, que infelizmente cantamos de 20 a 30 % deles, e se ninguém incentivá-los a cantarem, em breve eles terão vergonha de cantá-los e também de levar consigo o hinário Adventista.

“Em nosso falar, nosso canto, e em todos os nossos cultos espirituais, devemos revelar a calma e a dignidade, e o piedoso temor que atua em todo verdadeiro filho de Deus”. (Ellen G. White – Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 43)

Gestos exagerados e expressões faciais demonstram somente falta de técnica ou puro exibicionismo.

“A música cristã, assim como a cristandade exerce uma influencia enobrecedora, mas a música barata produz uma religião barata. Tanto a música e a religião barata são superficiais e não produzem uma transformação de caráter.” [7]

“Seja o talento do canto introduzido na obra. O emprego de instrumentos de música não é absolutamente objetável.” (Ellen G. White – Evangelismo, p. 501)

“A faculdade de cantar é um dom de Deus; seja ela usada para Sua glória. Escolha-se um grupo de pessoas para tomar parte no serviço de canto. E seja este acompanhado por instrumentos de música habilmente tocados. Não nos devemos opor ao uso de instrumentos musicais em nossa obra. Esta parte do serviço deve ser cuidadosamente dirigida; pois é o louvor de Deus em cântico.” (Ellen G. White – Obreiros Evangélicos, pp. 357-358)

“Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4)

Os adúlteros ficarão de fora não só os que transgridem o 7o mandamento, mas também os que estão adulterado o louvor e usurpando a adoração que é exclusiva de Deus. Muitos estão usando o sagrado púlpito para seu próprio engrandecimento.

A união das igrejas está sendo regida pelo grande regente, Satanás, e é somente pelo poder da música que será possível tal união. Isso acontecerá até que Deus dê a ordem “Sai dela povo Meu.” Quem vocês acham que sairão? Os que aprovam a música contaminada? Adulterada? Ou será que aqueles que estão expondo os seus ouvidos ao sofrimento provocado pela música da Babilônia?

A Bateria

Como surgiu ela? Na virada do século XIX para o século XX, ela apareceu com a finalidade de juntar os instrumentos da fanfarra com a possibilidade de ser tocada por uma única pessoa.

Foi o meu primeiro instrumento, com 15 anos, por isso sei o quanto ela é diabólica.

Em Ezequiel 28:13 diz que Satanás foi expulso juntamente com os seus tambores [*].

“O Senhor revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente antes do fim do tempo da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas.” (Ellen G. White – Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 36 – ênfase acrescentada)

Em resumo: é uma hipocrisia não termos ainda a bateria na igreja, se a usamos em play-back.

Em II Samuel 6:5 Davi tentou levar a arca e arca fazendo uma festa, usando todo tipo de percussão existente. Não deu certo, mas quando foi usado somente som das trombetas, foi um sucesso.

Aqui esta a prova bíblica, entre outras, de que percussão não se mistura com música sacra. Agora vou apresentar a prova cientifica à qual me referi no inicio

Na cidade de Denver, Colorado, por mais de dois anos, a Senhora Dorothy Retallack fez experimentos com centenas de plantas de uma variedade grande: gerânio, rabanete, milho, abóbora, petúnia, zínia, malmequer, feijão – Todos plantados no mesmo tipo de solo, expostos à mesma quantidade de luz, temperatura e horário de aguagem. As plantas expostas por tempos prolongados a música popular inclinaram-se na direção oposta ao alto-falante e todas morreram dentro de três semanas. (ver detalhes)

Aceitamos pertencer a uma doutrina IMPOPULAR, seguimos um caminho IMPOPUPAR, estamos numa igreja IMPOPULAR, e porque a nossa música tem que ser POPULAR?

A verdadeira finalidade da música na igreja é congregacional.

“O canto não deve ser feito apenas por uns poucos. Todos os presentes devem ser estimulados a tomar parte no serviço de canto. Tanto quanto possível que toda a congregação se una em louvor.” (Ellen G. White – Testimonies, vol. 9, p. 144)

A música é um dom de Deus, destinado a inspirar e elevar as pessoas. Esse dom pode ser pervertido para servir aos propósitos do diabo, e como tal, é o agente mais atrativo da tentação. O canto deve ser dirigido a Deus, pois do contrario, é pouco mais do que uma exibição do próprio eu.

A ênfase que a música tem no meio cristão hoje, também deve ser considerada. Existem muito mais solistas, do que quartetos, conjuntos e corais. Se fizermos uma visita a uma loja evangélica, facilmente perceberemos que há muito mais material musical para solistas. Se visitarmos várias igrejas, poderemos notar que nos cultos regulares, existem mais solos do que músicas coletivas. O problema de haver muita ênfase em músicas solo, é que exalta muito o indivíduo, e o individualismo, e pode levá-lo a jactância e ao estrelismo.

“Quantos empregam este dom (a música) para exaltar o eu, em vez de usá-lo para glorificar a Deus!” (Ellen G. White – Patriarcas e Profetas, p. 594)

“Mas raramente deve o canto ser feito por uns poucos. A aptidão de cantar é um talento que exerce influência, a qual Deus deseja que todos cultivem e empreguem para glória de Seu nome.” (Ellen G. White – Testimonies, vol. 7, pp. 115-116)

Quando a Bíblia fala da música celestial, ela fala de uma “multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus” (Lucas 2:13), e que “as estrelas da alva JUNTAS alegremente cantavam…” (Jó 38:7). Além disso, quando procuramos desenvolver na igreja corais ou grupos musicais, ajudamos a promover o companheirismo, a fraternidade, a integração e a união dos membros, alem do desenvolvimento musical na igreja.

No Apocalipse encontramos um testemunho do papel importante que a música representa na adoração escatológica de Deus no santuário celestial. Os coros principais que participam na adoração celestial são:

(1) os 24 anciãos (Apocalipse 4:10-11; 5:8-9; 11:16-18; 19:4);

(2) O coral dos 144 mil. (Apocalipse 14: 1-3

(3) A multidão inumerável de anjos e remidos (Apocalipse 5:11-12; 7:9-12; 14:2-3; 19:1-3, 6-8);

(4) O conjunto universal de toda criatura no céu e na terra (Apocalipse 5:13).

A adoração no Apocalipse é ‘genuinamente congregacional’ (NÃO EXISTE SOLOS NEM SOLISTAS), e une de forma inclusiva níveis variados da criação, em um mar de louvores doxológicos à Divindade.

Líderes da adoração que estão insistindo no o uso de baterias, contrabaixos, guitarras rítmicas para dar uma pulsação da música popular à música de suas igrejas, deveriam notar o fato que tanto no Templo de Jerusalém quanto no santuário celestial, nenhum instrumento de percussão foi permitido. O único instrumento usado pelos coros celestiais é um conjunto de harpas (Apocalipse 5:8; 14:2).

Qual deve ser nosso esforço no que diz respeito a nossos cânticos de louvor?

“… Devemos esforçar-nos, em nossos cânticos de louvor, por nos aproximar tanto quanto possível da harmonia dos coros celestiais.” (Ellen G. White – Educação, p. 166)

Todos conhecemos a história de Caim e Abel, e as ofertas oferecidas por eles a Deus. Caim, cujos motivos eram puramente egoístas, ofereceu o que ele quis, enquanto Abel ofereceu o que Deus pediu. É nossa música uma oferta que Deus pode aceitar, porque é diferente do mundo, ou é o que nós desejamos que Ele aceite? Temos que ser a luz do mundo, e o sal da terra, temos que fazer a diferença, porque somos um povo diferente, com uma verdade diferente.

Se existe música funeral, música de circo, de discoteca, de filme, de romance, etc.. cada uma com suas próprias características de tom, clima, e todas peculiaridades, porque não podemos conservar nossa música sacra, com estilo, sabor e aroma do céu?

O verdadeiro louvor está em nós e não nos equipamentos eletrônicos nem nos playbacks barulhentos e geralmente mal arranjados.

Deus quer e merece o nosso melhor, e sei que podemos melhorar nosso louvor.

Oremos para pedir poder para discernir entre o santo e o profano.

Hino Final – H.A. – 12 – Vinde, Povo do Senhor!


Notas:

[1] – Eurydice V. Osterman – Música Cristã – Sagrada ou Secular, citado em Música na Igreja – Veículo de Adoração e Louvor – Dep. Música da Divisão Sul Americana da IASD, pp. 89-90

[2] – Jeffrey K. Lauritzen – Música no Culto – Estamos Realmente Adorando a Ele?, citado em Música na Igreja – Veículo de Adoração e Louvor – Dep. Música da Divisão Sul Americana da IASD, p. 101

[3] – Marvin L. Robertson – A Escolha da Música é Realmente Importante?, citado em Música na Igreja – Veículo de Adoração e Louvor – Dep. Música da Divisão Sul Americana da IASD, p. 81

[4] – Jeffrey K. Lauritzen – idem, p. 99

[5] – Eurydice V. Osterman – idem, p. 87

[6] – Steve Case – Música a Seus Ouvidos, citado em Música na Igreja – Veículo de Adoração e Louvor – Dep. Música da Divisão Sul Americana da IASD, p. 9

[7] – Eurydice V. Osterman – idem, p. 92


[*] – Nota dos editores do Música Sacra e Adoração: Há um debate acerca da correta interpretação deste verso. Veja duas diferentes versões para este verso: Nova Versão Internacional e versão Almeida Corrigida e Revisada. (voltar)


Paulo Tavares, é construtor de violinos (atelierdeviolinos.com.br/), freqüenta a IASD de Riacho Grande – São Bernardo do Campo – SP.

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