(Falsas) Estratégias de Crescimento para a Igreja

Pragmatismo na Igreja – Capítulo 4

por: Mac Dominick

Pragmatismo na Igreja – Uma Religião Orientada Para Resultados: Uma Apostasia com Propósitos

O Fundamentalismo nos Anos 1950-1975: Uma Casa Construída Sobre a Areia

Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” [Mateus 7:24-27].

Como podemos medir o sucesso? A medição comum pelo padrão do mundo baseia-se em grande parte na riqueza monetária, ou na acumulação de patrimônio. Por outro lado, freqüentemente, a medida de sucesso para uma igreja local é um assunto de grande debate. Muitos medem o sucesso de uma igreja pelo número de indivíduos que freqüentam as reuniões agendadas. Outros poderiam argumentar que os batismos ou as conversões são uma medida mais precisa de uma congregação local. Alguns mesmo fariam tal avaliação baseando-se na estrutura física dos edifícios, o número de ônibus que recolhem as pessoas para a Escola Dominical, o montante de doações e ofertas, ou outros bens amealhados, como a medida final do sucesso. Entretanto, a utilização do padrão do mundo como instrumento de medição dos bens espirituais é totalmente inadequada para a avaliação dos esforços. Isso é reiterado pelo princípio das Escrituras que insiste que “o homem vê o que está diante dos olhos, porém Deus olha para o coração” [I Samuel 16:7b]. Portanto, se Deus olha para o coração, não deveria a verdadeira medida de sucesso da igreja local ser o caráter e o desenvolvimento espiritual de cada um de seus membros individuais? A história recente mostra que esse ponto não é apenas freqüentemente negligenciado, mas é também no mínimo parcialmente responsável pela decadência do caráter espiritual dos membros das igrejas em grande medida. Essa mesma omissão é também um fator adicional no desenvolvimento da moderna Religião Orientada Para Resultados.

A fim de estabelecer uma clarificação completa neste ponto, deve-se compreender claramente que a missão da igreja é agora, e sempre foi, alcançar os perdidos para Cristo e, subseqüentemente, discipular e nutrir os convertidos para que alcancem a maturidade espiritual. A despeito das tendências ditadas pelos “psicólogos cristãos” de hoje, a missão da igreja não é agora (nem nunca foi) a provisão de uma fonte para a aquisição das habilidades necessárias para atingir relevância cognitiva em todos os aspectos da experiência humana. Falando de forma mais clara, a igreja hoje ainda está envolvida em uma guerra arriscada e as almas eternas dos homens correm perigo, mas a maioria dos membros das igrejas parece estar tão preocupada consigo mesma que se esquece completamente (ou prefere ignorar) desse fato vital. Além disso, se os cristãos como um todo encarassem com seriedade sua participação no Exército dos Céus, compreenderiam que Lúcifer não é um personagem de desenho animado; mas é um inimigo terrível, mortal e enganoso, com uma força e armas além do que a frágil imaginação humana pode compreender. É, portanto, crítico que os cristãos sigam as instruções em Efésios 6 e revistam-se “de toda a armadura de Deus” a fim de “estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”. O problema com os conceitos de Efésios 6 na sociedade de hoje parece ser que as armas e a estratégia para a dita defesa não são detalhadas em um livro-texto de Psicologia, nas revistas semanais de informação, ou nos programas de auditório ou de variedades na televisão. Os métodos para derrotar Lúcifer também não são desenvolvidos descobrindo nossa própria autogerada “força interior” ou aumentando nossa própria “auto-estima”. O simples fato da questão é que a estratégia para a vitória completa contra Lúcifer pode ser encontrada apenas dentro das páginas da Palavra escrita de Deus. É então a combinação de uma falta de implementação dessas estratégias bíblicas junto com a substituição pela metodologia humana que tem culminado na erosão completa da fibra espiritual de muitos membros de igrejas conservadoras. É de espantar então que a igreja está produzindo membros que não são soldados, mas cristãos fracos? É de espantar então que muitos daqueles que estão aquecendo os bancos até mesmo de igrejas conservadoras não tenham nenhuma ideia daquilo em que crêem, por que crêem no que crêem, ou não têm a mínima ideia do que significa “Defender a Fé”? Por que tantos deixam de compreender os seguintes fatos dessa guerra particular e suas profetizadas conclusões?

  1. Jesus Cristo, o Rei dos Reis, vencerá esta guerra no final.
  2. A guerra terá um “cessar-fogo” durante um período de 1000 anos.
  3. Enquanto isso, algumas batalhas serão vencidas e outras serão perdidas.
  4. Nem todos que se alistam no exército seguirão as ordens do comandante em chefe.
  5. Algumas vitórias aparentes — ou períodos de vitória — podem provar com o passar do tempo serem menos que vitórias completas, “Vitórias de Pirro”, ou táticas enganosas do inimigo que deu apenas uma ilusão temporária de vitória.

A pergunta mais confusa de todas, entretanto, é esta: Como grandes segmentos da igreja do Deus Vivo degeneraram a esse nível? O fundamentalismo bíblico da primeira metade do século XX — liderado pelos grandes homens de Deus que combateram o aparecimento do Modernismo, da Neo-ortodoxia, e do Neo-evangelicalismo — seguramente lançou um firme fundamento para a igreja de hoje. Como isso tudo pôde dar tão errado? As respostas para essas perguntas podem ser encontradas nas páginas de história escritas entre 1950 e 1975.

Como foi discutido no Capítulo 3, a disposição do mundo ocidental (e particularmente do povo americano) nos anos 50 era muito conservadora, e essa disposição não era especialmente receptiva à tendência liberal dos Conselhos Mundial e Nacional de Igrejas. Com os esforços de homens como McIntire, Bundy, e Hargis, os anos 50 e o início dos 60 testemunharam um êxodo em massa das principais igrejas protestantes por aqueles que estavam convencidos que o CMIC e o CNI eram nada mais que organizações comunistas. Mesmo diante da ameaça exterior do Movimento Ecumênico, do Vaticano II, e da ameaça interna dos neo-evangélicos, por volta de 1965 o fundamentalismo em geral e os batistas independentes, em particular, estavam crescendo em uma taxa mais rápida que qualquer outro grupo religioso no mundo ocidental. Além disso, a derrota fragorosa das forças árabes combinadas por Israel em 1967 levou ao surgimento de novos “ministérios proféticos do fim dos tempos” e um novo foco no estudo do Apocalipse. Como resultado de todos esses fatores, quando parecia que esse renovado momento fundamentalista continuaria crescendo como cogumelos além de toda compreensão humana, o movimento repentinamente entrou em rápido declínio. Por volta de 1979, a segunda onda do Movimento Carismático estava varrendo o globo, e as Assembléias de Deus substituíram os batistas independentes como as igrejas de mais rápido crescimento no mundo.

Qual foi a razão para a queda do fundamentalismo de um precipício que requereu quatro décadas para ascender? Segundo o Dr. Bob Jones III, presidente da Universidade Bob Jones, a ascensão meteórica do Movimento Batista Independente dentro do fundamentalismo resultou em uma “Igreja Construída no Ar”. Em uma entrevista pessoal com este autor, o Dr. Jones explicou que embora o sentimento anticomunista dos anos 50 e 60 fosse certamente fundamentado em fatos estabelecidos, esse sentimento não era uma base bíblica para a igreja crescer. [1] Como citado anteriormente, a missão da Igreja é alcançar os perdidos para Cristo e, subseqüentemente, nutrir esses convertidos para que alcancem a plena maturidade espiritual. Exatamente como aqueles que gostariam de transformar a igreja de hoje em uma sessão de aconselhamento de grupo têm métodos e metas errados biblicamente, o Dr. Jones destaca que a igreja construída com base em um sentimento anticomunista também estava errada biblicamente e, assim, faltava o fundamento bíblico para manter seus membros focados em sua missão bíblica. (No entanto, deve ser observado neste ponto, que milhares de verdadeiros convertidos, que cresceram e atingiram a plena maturidade espiritual, foram adicionados à igreja nesse período de tempo.) Entretanto, o Dr. Jones também aponta que o sentimento anticomunista se tornou uma técnica de publicidade sem uma fundação sólida, o que resultou em muitos membros cujas metas não eram consistentes com os ensinos bíblicos — daí a expressão “Igreja Construída no Ar”. A analogia do Dr. Jones de uma “Igreja Construída no Ar” é perfeitamente coerente com a parábola de Jesus Cristo sobre a casa que o homem tolo construiu sobre a areia, e a igreja baseada em prioridades extrabíblicas definitivamente se qualifica como tal.

Ainda que a “casa” construída pelos fundamentalistas anticomunistas possa bem ter sido construída “sobre a areia”, essa “casa”, quando combinada com aqueles fundamentalistas que estavam solidamente alicerçados em princípios puramente bíblicos, possuía vigor suficiente para representar uma ameaça maior ao ecumenismo. Assim, por um lado, as aberturas ecumênicas do Concílio Vaticano II, que chamou os protestantes de “irmãos separados” não apenas eram um paradoxo histórico, mas exibiam mais de um descasamento de conceitos (algo semelhante a pedir uma pizza no horário de pico da manhã). Por outro lado, essa aliança enigmática do modernismo com o catolicismo exemplificou o próximo passo lógico na evolução do processo ecumênico. Além disso, a concessão filosófica necessária para alguma das partes alcançar tal aliança dá credencial à noção de que religiosos liberais (assim como políticos liberais) têm a capacidade inata de funcionar otimamente como um grupo. Os assim chamados liberais (como regra geral) estão aparentemente desejosos de pôr de lado as diferenças filosóficas ou doutrinárias intrínsecas para avançar a causa ecumênica do grupo. Por outro lado, os conservadores religiosos e políticos não se organizam bem. As organizações religiosas conservadoras enfatizam a salvação individual, a responsabilidade individual, os direitos individuais, e o espírito dos pioneiros do “individualismo rude”. Os membros dessas organizações não estão ávidos ou desejosos de contemporizar a doutrina ou os princípios de modo a alcançar uma síntese de pensamento que beneficie o grupo ou um movimento em particular. Como resultado, o fundamentalismo está particularmente fragmentado e as igrejas independentes têm dificuldades em evitar a divisão da igreja devido ao dogmatismo dos indivíduos até mesmo nas mínimas questões críticas. Visto que a organização de massa desses grupos individuais foi (e permanece) virtualmente impossível, a cooperação do modernismo e do catolicismo no Concílio Vaticano II apareceu como uma grande onda destinada a esmagar o crescente, porém fragmentado movimento fundamentalista.

Os eventos mundiais, entretanto, promoveram o crescimento do fundamentalismo nesse período. Durante os anos do Concílio Vaticano II, o início dos anos 60 se tornou um campo de batalha espiritual em muitas frentes. A sociedade ocidental foi dilacerada pela “Revolução Sexual”, a “Cultura das Drogas” e a “Nova Moralidade”. Nos Estados Unidos, os anos 60 também trouxeram os novos dilemas morais apresentados pela agitação do Movimento de Direitos Civis e das passeatas de protesto por causa da Guerra do Vietnã. Foi a reação justa a esse período de agitação da sociedade que catapultou a causa do fundamentalismo bíblico acima da ameaça do ecumenismo. No fim dos anos 60, as igrejas batistas independentes (lideradas pela Primeira Igreja Batista de Hammond, Indiana, e seu pastor, Jack Hyles) se gabavam de ter os maiores números de pessoas em seus cultos em todo o mundo. Ironicamente, foi o sucesso aparente desses grandes ministérios que conduziu aos afastamentos adicionais da concordância absoluta com a missão bíblica da igreja.

Muitas dessas grandes igrejas batistas independentes foram descritas pelo Dr. Jones III como “Igrejas Ganhadoras de Almas Superagressivas”. Esses ministérios foram as igrejas que acentuaram muitas técnicas agressivas para “ganhar os perdidos para Cristo” enquanto pensavam pouco no crescimento espiritual desses novos convertidos. (Outra vez, deve-se notar que ganhar os perdidos é uma missão crítica da igreja, e não deve ser negligenciada de maneira nenhuma. Entretanto, essa não é a única missão da igreja e a metodologia de ganhar os perdidos para Cristo deve seguir as diretrizes bíblicas.) No fim dos anos 60 e início dos anos 70, certas publicações dentro dos grupos fundamentalistas definiram padrões irrealistas e sem base bíblica para as igrejas alcançarem e batizarem grandes números de pessoas. Por exemplo, o Dr. Jones informou que uma dessas publicações dizia que qualquer “igreja individual com menos de 200 batismos por ano estava em uma condição de ‘desviada'”. Além disso, o Dr. Jones acentuou que tais medições irrealistas e arbitrárias não tinham absolutamente nenhum fundamento bíblico e levavam a muitas profissões de fé falsas e que outra vez contribuíram para uma igreja “construída no ar”. Outro desses exemplos fala de um homem que levou cem pessoas a Jesus Cristo em um único sábado; esse homem estava muito ávido para compartilhar essa sua grande realização, mas onde estavam os convertidos no dia seguinte, na semana seguinte, ou no ano seguinte? A despeito dessas questões, as “Igrejas Ganhadoras de Almas Superagressivas” continuaram a utilizar esses métodos, ao mesmo tempo em que retinham alguns poucos dos muitos convertidos para nutrir e discipular. O Dr. Jones diz que esses ministérios testemunharam “uma falta de frutos” nas vidas de seus membros. Assim, muitos ficaram desiludidos e se desligaram.

O Dr. Jones também observa que o foco dentro do fundamentalismo mudou duas vezes desde os anos 50. A exposição do comunismo se moveu para a postura superagressiva, e pelos meados dos anos 70, essa igreja “construída no ar” estava em decadência. Para tornar as coisas piores, o foco do fundamentalismo mudou outra vez no fim dos anos 70 e início dos 80. Essa troca foi liderada por um dinâmico pastor batista de Lynchburg, na Virginia, Jerry Falwell. Quando o pastor Falwell organizou a “Maioria Moral” como um movimento político, o foco de muitos no cristianismo fundamentalista mudou uma vez mais da missão bíblica da igreja para uma campanha política “Salvemos Nossa Cultura”. Isso subseqüentemente levou à fundação de outros ministérios cujo único propósito era “preservar nossa herança cristã”. A guerra cultural foi, em grande parte, bem intencionada e pode ter sido válido lutar em um nível estritamente político; além disso, as convicções do pastor Falwell eram certamente honrosas. Entretanto, fazendo um retrospecto, o movimento mais uma vez fez a igreja perder o foco de sua missão bíblica. Quanto aos esforços para preservar a “herança cristã da América”, se os americanos reconhecessem sua verdadeira herança cristã, compreenderiam que a maioria dos ministérios nessa arena está muito enganada sobre quais exatamente foram os progenitores do cristianismo bíblico em seu país. Na realidade, o esforço para “Salvar nossa Herança Cristã” é exatamente outro aspecto da “Guerra Cultural”. Entretanto, Jesus Cristo nunca mandou que salvássemos nossa cultura, e essa não é a missão da igreja. Além disso, como o Dr. Jones expressou com precisão, “a cultura não foi salva, os convertidos das igrejas superagressivas desapareceram, as promessas não foram mantidas, e a maioria ficou muito desiludida.” Como resultado, muitos ex-fundamentalistas recém-afastados estavam agora maduros para a colheita.

Uma entrevista com o pastor fundamentalista Jack Burgess dá uma análise mais introspectiva da decadência do fundamentalismo de meados até o fim dos anos 70 [2]. Ele crê simplesmente que a responsabilidade por essa decadência deva ser atribuída aos pastores. Em um corpo eclesiástico autônomo, a congregação é responsável unicamente diante de Deus. Portanto, quando a responsabilidade é passada na cadeia de comando de modo a atribuir a culpa pelo fracasso, a responsabilidade não pode ir além do pastor da congregação local. Não há uma hierarquia para acusar, um concílio ou sínodo para culpar, e não há nem mesmo um seminário para indiciar pelo fracasso. No caso do Movimento Batista Independente dos anos 60 e início dos anos 70, muitos de seus mais prolixos líderes locais esqueceram-se que as ordens básicas para um soldado no Exército de Deus é “Defender a Fé”. Estimulados pelo crescimento do número de membros, ao invés de uma postura defensiva, muitos pastores passaram à ofensiva, ofendendo o governo com medidas que não apenas os separava, mas também os alienava do mundo perdido que deveriam alcançar, de acordo com o chamado de Deus. Essas medidas ofensivas então levaram muitos ao ponto em que seu dogmatismo retratava uma virtual infalibilidade. Essa virtual infalibilidade foi então suportada com emocionalismo, pregação sobre preferências pessoais, e previsões sobre o cumprimento das profecias bíblicas, como o arrebatamento da igreja. O resultado foi que muitos pastores locais simplesmente conseguiram criar um nome para si mesmos como servos consumados de Jesus Cristo. Tais ações orgulhosas estavam certamente sentenciadas a falhar e o declínio resultante veio com as regras e regulamentos difíceis de suportar que as igrejas fundamentalistas impuseram sobre seus membros espiritualmente imaturos, e as datas proféticas que passaram sem que os eventos ocorressem. Muitos membros das igrejas fundamentalistas se tornaram desiludidos com os regulamentos e políticas da igreja e ficaram desanimados com as expectativas que não se cumpriram.

A conclusão final é que a essência da medida de sucesso é a passagem no teste do tempo. Muitos no mundo dos negócios medem o sucesso com base em cotas semanais, mensais, ou trimestrais e concluem fazendo um relatório anual. O sucesso da companhia é então medido pelo desempenho da companhia no ano em curso comparado com o desempenho nos anos anteriores. Além disso, as previsões são feitas para anos futuros e a companhia é avaliada quanto ao seu desempenho em relação à previsão feita. Um exemplo explícito disso é a Panasonic, uma companhia gigante da indústria eletrônica. A Panasonic requer que seus executivos desenvolvam um plano de duzentos anos para prever o sucesso futuro da companhia. Embora alguns possam argumentar que esses métodos são um tanto extremos, ninguém pode discutir o sucesso financeiro dessa companhia multinacional. Embora a comparação da obra do Senhor com os aspectos mundanos do ramo da eletrônica de consumo ultrapasse os limites de viabilidade, a comparação reforça uma verdade inquestionável: O SUCESSO NÃO É MEDIDO EM ANOS, MAS EM DÉCADAS. Portanto, o sucesso da missão verdadeira da igreja deve passar pelo teste de tempo. Alguém poderia então argumentar que o sucesso daqueles primeiros guerreiros do fundamentalismo do fim do século XIX e do início do século XX suportou o ataque do tempo, mas uma nova geração surgiu e transformou aquilo que tinha sido construído em uma base sólida na “Igreja Construída no Ar”, ou uma casa construída sobre a areia — uma Igreja que fracassaria no teste do tempo.

A ascensão meteórica do Movimento Fundamentalista e dos Batistas Independentes nas décadas de 50 e 60 certamente careceu de um sólido fundamento bíblico. Embora muitas dessas igrejas ainda existam, e muitas ainda mantenham a mesma metodologia que trouxe grandes sucessos em seu apogeu, muitas tiveram o número de membros grandemente reduzido, ou o crescimento continuado é composto de uma rotatividade dos membros existentes. O Dr. Bob Jones III resumiu precisamente os resultados trágicos da “igreja construída no ar” quando relacionou as causas subjacentes para o declínio:

  1. A sã doutrina bíblica foi negligenciada e/ou omitida.
  2. Esses ministérios não tinham uma base sólida.
  3. Esses ministérios eram orientados para o mercado, com nada para sustentá-los além de ar.
  4. Os membros não sabiam em que criam.

A avaliação do Dr. Jones da situação uma vez mais ensina que a humanidade — mesmo o povo cristão — não aprende nada com a história. Sua lista de causas subjacentes é duplicada nos ministérios Orientados Para Resultados e “confortáveis aos adoradores” de hoje. Além disso, a avaliação do pastor Burgess da responsabilidade pastoral está finalmente no centro da cada vez mais desesperadora situação atual. O clima religioso volúvel dos Estados Unidos na segunda metade dos anos 70 foi a culminação da apostasia, do evangelismo ecumênico, do neo-evangelicalismo, do fracassado Movimento Ecumênico, e a rápida ascensão e declínio do Movimento Batista Independente. Essa série de eventos criou não apenas os vazios espirituais perfeitos para acomodar o surgimento de um novo (e neste caso renovado) movimento religioso de massa, mas também forneceu números adequados de indivíduos desencantados e desiludidos que estavam “maduros para a colheita”. De modo a capitalizar a situação, um movimento religioso renovado precisaria ser apoiado por organizações bem financiadas, como a Igreja Católica Romana. Esse movimento precisaria incluir componentes do Ecumenismo e do Fundamentalismo. Esse movimento deveria ter uma ampla base de aceitação, indo dos católicos aos batistas. Esse movimento precisaria exercer uma profunda influência na “grande comunidade evangélica”. Esse movimento finalmente faria uma grande contribuição para a Religião Orientada Para Resultados de hoje. A Segunda Onda do Movimento Carismático foi exatamente esse movimento.


Notas Finais

  1. Jones, Bob III, Entrevista pessoal, Bob Jones University, Greenville, SC, 17 de abril de 2002.
  2. Burgess, Jack. Entrevista por telefone, 10 de março de 2002.

Fonte: A Espada do Espírito


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