Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 13 – Adoração no Livro do Apocalipse

Comentários de Gilberto G. Theiss


Texto Central: “Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da Terra.” (Apocalipse 14:3)


Sábado

O Apocalipse é um livro especial em toda a Bíblia, pois apresenta com indescritível mistério o conflito entre o bem e o mal em toda a história. Embora seja um mistério, este livro não é incompreensível. Deus providenciou meios para que, no tempo adequado, suas alegorias sejam compreendidas de maneira clara. Hoje, estamos nesses dias em que estes grandes mistérios passaram a ser desvendados a nós. Sob este contexto, somos um povo privilegiado. O livro apresenta claramente o conflito entre a verdadeira e a falsa adoração e em todos os seus pormenores destaca o personagem central – Jesus Cristo, e o seu adversário – Satanás.Todos nós somos o alvo destes personagens e a nossa participação neste enredo é determinada pelas decisões que tomamos, se adoraremos a besta e seu sinal ou se adoraremos ao cordeiro recebendo o seu sinal. A luta pela adoração é acirrada e todos nós, aceitando ou não, estamos ou estaremos envolvidos.


Domingo
“Caí a Seus Pés Como Morto”
(Jó 42:1-6; Apocalipse 1:13-18)

Muitas heresias, liberalismos e mundanismos permeiam a vida de muitos professos cristãos, talvez por não entenderem bem a grandiosidade da majestade dos Céus. Moisés quando viu o reflexo da glória de Deus ficou estupefato e seu rosto brilhou a ponto do povo não conseguir encarar-lhe a face. De igual forma, João, ao contemplar a glória e o caráter de Cristo se humilhou imensuravelmente. Ellen White pode contemplar em algumas visões a grandiosidade e bondade de Deus e suas declarações a este respeito são impressionantes. Em uma das ocasiões ela mencionou: “‘Vi quão grandioso e santo é Deus. Disse o anjo: ‘Ande com cuidado diante dEle, pois Ele é alto e sublime, e o séquito de Sua glória enche o templo.’ Vi que no Céu tudo está em perfeita ordem. Disse o anjo: ‘Vede vós, Cristo é a cabeça, movei-vos em ordem, movei-vos em ordem. Tende um significado para cada coisa.’ Disse o anjo: ‘Vede vós e sabei quão perfeita, quão bela é a ordem no Céu; segui-a.'” (Manuscrito 11, 1850). Em outra ocasião também disse, “Que Deus nos ajude a vermos nossa pequenez e a grandeza de Deus. Que Deus não permita que tenhamos ideias exaltadas de nossa própria grandeza e exaltemos o eu. A magnitude de experiência não é medida de valor. Deus tem um padrão tão diferente dos padrões humanos, e se víssemos como Deus nos avalia, observaríamos valor onde supomos haver pequenez, e pequenez onde supomos haver grandeza” (Carta 48, 1886).

Não há absolutamente nada do que nos orgulhar ou exaltar. Nós somos pó e viemos à existência pelas mãos do Criador. Às vezes temos muita facilidade para nos orgulhar e exaltar. Na verdade, pequenas coisas são suficientes para encher nosso coração de orgulho e soberba. Há!!! se pudéssemos ver a dimensão da glória da Majestade do Céu! Também cairíamos como que mortos ao chão. Quantas pessoas se exaltam pelo que não tem e quantos outros se exaltam pelo que acham que tem. Muitos acadêmicos sentem-se deuses pelo simples fato de possuir um currículo de doutor. Esses “PHDeus” de nosso século, se escondem por trás de seus currículos e sentem-se donos da verdade. No entanto, qual será a reação desses indivíduos, caso não se humilhem diante da fonte de todo o conhecimento e verdade? O que será de nós caso não paremos para enxergar a glória do redentor? Do que temos de nos orgulhar, uma vez que, não possuímos absolutamente nada, a não ser uma vida miserável e cheia de vergonhas e desprezo? Pense nisso…


Segunda-feira
Santo, Santo, Santo…
(Apocalipse 4:8-11; Apocalipse 5:8-14; Apocalipse 7:9-12; Apocalipse 11:15-19; Apocalipse 15:1-4; Apocalipse 19:1-5)

Imagine que você estivesse vivendo no tempo de Cristo e fosse um bom judeu praticante. Em um belo dia, ao levantar o cutelo, com o cordeiro nas mãos, alguém lhe chama a atenção para dizer-te que não é mais necessário sacrificar animas pois o verdadeiro cordeiro já havia sido imolado. Inquieto e sem entender absolutamente nada pede um melhor esclarecimento. Então, com detalhes, o amigo lhe diz que Jesus era o messias prometido e que Ele cumpriu ao pé da letra todas as profecias pronunciadas pelos profetas. Então, este camarada lhe dá todos os detalhes de cada profecia e mostra com perfeita exatidão o cumprimento em Cristo das palavras dos profetas. De repente, você olha para a ovelha e para o cutelo nas mãos e todo o sangue ali já derramado naquele dia. Observa com muita apreensão os rituais do santuário e em sua mente consegue ter um vislumbre da cruz e do seu significado. Encantado com a situação larga o cutelo e corre desesperadamente para casa com o objetivo de contar as boas novas à família.

Esta narrativa acima embora apenas ilustrativa,pode nos dar uma vaga ideia de como deve ter sido a experiência de alguns Judeus ao compreenderem a verdade do Messias. No dia do pentecostes, com certeza muitos judeus ficaram maravilhados com o que perceberam a respeito de Cristo. Ninguém melhor do que um judeu convertido daquele tempo para entender bem a realidade da cruz e do sacrifício de Cristo por nós.

Bom, esta surpreendente realidade é apenas uma peça do infinito quebra cabeça das maravilhas que Deus tem feito por nós. Ele, embora grandioso, majestoso e cheio de glória, tudo o que Ele faz visa nosso bem e felicidade. O Universo, a Terra e tudo que nela há foram criados para nós, e a vida nos concedeu para que fôssemos um colorido a mais na existência. Enfim, tudo parece girar ao nosso redor para nosso bem e felicidade. O que mais precisamos compreender para cair de joelhos e servi-lo? O que mais precisamos para entender o que realmente somos e o que devemos fazer por Ele? Pense nisso…


Terça-feira
Apocalipse 13

Apocalipse 13 apresenta um cenário de luta, perseguição e adoração. Um confronto entre as forças do bem e as forças do mal. Uma batalha que está além da primeira e segunda guerra mundial – na verdade uma batalha cósmica que dura quase seis mil anos e que acontece no céu, na terra e em nossas vidas. Satanás e seus anjos batalham contra o Cordeiro e Seus anjos. No centro desta intensa luta estão os seres humanos caídos e condicionados à morte – devido a entrada do pecado.Embora Cristo e Seus anjos sejam infinitamente superiores em tudo, Satanás obtém mais êxito na conquista dos seres humanos. Ele, através de sua astúcia leva multidões a seus pés, “adorá-la-ão todos os que habitam sobe a terra, aqueles cujos nomes não estão escritos no livro da Vida” (Ap 13:8). O profeta amplia a situação caótica da adoração no futuro e faz uma pergunta intrigante “Quem pode pelejar contra ela?” (Ap 13:4). Impressionante notar que, através destas narrativas, parece que o mal definitivamente triunfará. No entanto o mal, por mais prevalecente que pareça, seus dias de triunfo estão contados. A falsa adoração, por mais atraente e enganadora que pareça, cedo ou tarde será desmascarada. Nem todos aceitarão se submeter à falsa adoração. Nem todos dobrarão seus joelhos a baal. O verso 15 apresenta uma cena interessante dos verdadeiros cristãos que adorarão ao cordeiro mesmo em face da morte e o verso 10 apresenta que, mesmo em meio a tanta heresia, perseguição e adoração falsa, ainda permanecerá um povo fiel e santo. Deus seja louvado, pois manterá seu povo sincero e escolhido em pé diante do conflito iminente. Os dias finais estão diante de nós e em breve a última grande crise mostrará quem realmente é quem nesse drama…


Quarta-feira
Apocalipse 14
(Apocalipse 14:6-12)

Apocalipse 14 é o centro da verdadeira adoração e o baluarte da verdade presente. Em contraste com Apocalipse 13 podemos ter uma noção mais profunda dos valores que envolvem a palavra adorar em seu contexto no grande conflito entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás, entre o povo de Deus e o povo de Satanás, entre a lei de Deus e as leis dos homens, entre o Sábado (sinal de Deus) e o domingo (sinal da besta), entre os que glorificam a Deus em suas obras (Jo 15:8; Mt 5:16) e os que vivem de maneira irresponsável quanto aos deveres cristãos e estilo de vida.

A linha que demarca e separa a verdadeira da falsa adoração está baseada na vontade. Eu sigo e me submeto à vontade Deus ou eu me submeto a minha própria vontade. Em todas as decisões que temos a tomar na vida estão em jogo as determinações de Deus em Sua Palavra ou as determinações do relativismo humano. Esse contraste pode ser nitidamente notado nos dois capítulos: Em Apocalipse 13 João descreve “adorá-la-ão todos” (Ap 13:8), todos aqueles que não tiverem o sinal de Deus. Em Apocalipse 14 João descreve “Aqui está a paciência dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus” (Ap 14:12). O contraste é claro e simples, se prende além de salvação pela graça e se estende até a obediência e submissão plena. Portanto, embora a ideia do perfeccionismo seja real, por outro lado, ao mesmo tempo pode ser uma retórica para inibir a necessidade de transformação e de submissão plena a Deus. Satanás procurará contrafazer ou contrariar toda e qualquer mensagem que nos conduza a Deus pela fé e pela obediência. As últimas cenas do grande conflito serão as mais difíceis de serem compreendidas, pois como bem ilustrou a revelação, a linha que separará a mentira do erro será quase que imperceptível aos olhos humanos. Somente uma vida de entrega absoluta, luta contra o próprio eu e profunda aproximação com Cristo é que nos ajudará a não sermos enganados nos dias finais. Pense nisso…


Quinta-feira e Sexta-feira
Adore a Deus
(Apocalipse 19:10; Apocalipse 22:8-9)

Alguém certa feita disse que adorar é apenas uma questão de foco. Claro que particularmente eu não podia concordar com tal visão sobre adoração. Se adorar fosse apenas uma questão de foco, significaria que qualquer coisa ou jeito serviria para adorar a Deus, bastaria apenas mudar o foco. Músicas mundanas poderiam ser usadas para adorar a Deus, basta apenas mudar a letra, ou seja – o foco. Alguns povos no passado ofereciam orgia sexual para os seus deuses, bom, se a questão é apenas o foco, orgia sexual pode ser bem vinda aos cultos. Em nosso estilo de vida poderíamos viver de qualquer maneira já que o importante é foco. Vivemos em um tempo muito difícil onde o santo têm sido encarado como profano, e o profano têm sido encarado como santo. Os que buscam viver piamente a vontade de Deus são considerados fanáticos, e elevar a norma de Deus tem sido considerado por muitos como perfeccionismo. Ellen White, a este respeito escreveu que “terríveis juízos destruirão os que O representam mal, dizendo: “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jr 7:4), quando seu exemplo é enganoso” (Signs of the Times, 31 de outubro 1900). Também afirmou que “Ao nos aproximarmos do fim do tempo, a falsidade estará tão misturada com a verdade, que somente os que têm a guia do Espírito Santo serão capazes de distinguir a verdade do erro” (SDA Bible Commentary, vol. 7, pág. 907). No que diz respeito a adoração, adorar não é somente ir a igreja e cantar algum louvor, mas viver um estilo de vida que glorifique a Deus (Jo 15:8). Nossos atos, nossas palavras e nossos pensamentos devem refletir a imagem de Cristo e glorificá-lo. Nada menos que isso deve acontecer em nossas vidas. Isso é adorar a Deus.


Leitura Adicional


Fonte: http://gilbertotheiss.blogspot.com


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