Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 08 – Conformidade, Concessão e Crise na Adoração

Comentários à Lição de Jovens – Escola no Ar

por: Tales Tomaz


Texto Central: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. (Hebreus 5:14)


Sábado
Conformidade, compromisso e crise na adoração

A lição desta semana aborda um tema que é um grande desafio para milhões de jovens cristãos: a relação da adoração com a sua cultura. Milhões de jovens se deparam dia a dia com escolhas entre aquilo que é “normal” e aquilo que é bíblico. A depender de seu relacionamento com Cristo, esses jovens fazem as escolhas certas, mas podem até se sentir tolhidos na sua própria individualidade. O que a Bíblia tem a nos dizer sobre isso?

Primeiramente, podemos ter certeza de que Cristo conhece nosso drama. A vida dEle nesta Terra foi marcada, do início ao fim, por essa mesma condição. A todo instante Ele precisava optar entre aquilo que era a vontade do Pai e aquilo que era a Sua vontade própria, como no Getsêmani. Em outros momentos, devia escolher entre as tradições da religião judaica – que O tornariam bem-visto diante da elite local – e os claros preceitos das escrituras – que atrairiam a raiva e o ódio dessa mesma elite.

Podemos ter certeza: Ele conhece o que é enfrentar a própria cultura para adorar da forma certa. Nesta semana, a lição fala um pouco sobre isso. E este comentário procurará ressaltar alguns aspectos.

Pense: “[…] seja feita a Tua vontade, assim na terra como nos céus.” (Mt 6:10)

Desafio: Reforce a sua submissão à vontade de Deus. Leia o drama de Cristo no Getsêmani, em Mateus 26:36-44, mantendo em mente o fato de que Cristo tinha consciência de que era Deus, ou seja, tinha todo o poder.


Domingo
Adorando sem pressões

Só sentimos pressão do grupo em que estamos inseridos porque, como humanos, somos seres gregários. Isso significa que só nos sentimos realmente bem quando estamos em relacionamento pleno com outros seres humanos. Daí que, se temos algo que nos distingue demais, corremos o risco de ser taxados, rotulados e, por fim, excluídos do grupo.

A nação de Israel também se sentiu assim. Aliás, quando Israel pediu a Samuel que constituísse um rei para o povo, o principal argumento era o de que queriam “um rei […] à semelhança das outras nações” (1 Sm 8:5). Mas Israel não era uma nação qualquer, assim como o cristão não é uma pessoa qualquer. Israel tinha o privilégio de ser uma nação cujo guia era o próprio Deus criador. Não é à toa que os outros povos tinham tanta inveja de Israel!

Semelhantemente, o jovem cristão recebeu uma bênção. Ele foi instruído, ainda na sua juventude, sobre a forma correta de se viver. Ele não precisa se tornar um viciado perdido na vida para ter inveja da sobriedade dos cristãos. Ele pode, desde já, ser o sóbrio adorador que Deus quer. Essa perspectiva deve ser, para o jovem, um alento e um estímulo para adorar a Deus em meio a uma cultura que finge não precisar dEle, mas que, lá no fundo, tem inveja da segurança do cristão.

Pense: “Vocês, porém, não adorarão o Senhor, o seu Deus, como eles adoram os seus deuses.” (Dt 12:4 NVI)

Desafio: converse com algum membro experiente que tenha vivido a juventude na igreja. Pergunte a ele como eram as pressões dos seus amigos e como ele lidou com isso.


Segunda-feira
Morte para os corações modernos

A lição nos apontou, ontem e hoje, o que a Bíblia nos diz sobre o nosso coração. Ele pode ser enganoso. Com certa facilidade, nosso coração pode ser posto em várias coisas inúteis. Você já pensou em quanta gente vive em função do seu time de futebol? Você já viu, após uma final de campeonato, o rosto daqueles torcedores do time perdedor? Vivem por algo completamente inútil e perverso, que gera dinheiro para um monte de gente – dirigentes de clube, jogadores, emissoras de televisão e por aí vai – menos para o próprio torcedor. Pior ainda, é um desejo que escraviza e impede de viver bem se o time não estiver bem.

É, esse exemplo não nega: o coração é enganoso. Mas nosso coração pode nos enganar em outras coisas mais sutis, que nossa cultura tornou legítimas. Por exemplo, a correria sem fim por dinheiro, posses e bens. Achamos que, se tivermos uma certa quantidade de bens, seremos satisfeitos. “Se comprar a roupa da moda, agora sim serei visto por aquela garota ou aquele rapaz.” Engano puro. Essas coisas são, como diz Salomão, “correr atrás do vento” (Ec 2:26).

Diante de tanta insensatez, o mais sensato é pôr o coração naquilo que é sólido, na Rocha, que é o Deus criador e redentor. E veja só a ironia: é justamente isso que o mundo vê como loucura, como “morte”! Que Deus nos ajude a vermos de que lado está a loucura (no coração humano) e de que lado está a sabedoria e a vida (em Deus).

Pense: “Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.” (1 Co 1:18 NVI)

Desafio: Faça uma lista de coisas que você fez nos últimos três dias. Vá acrescentando, na frente de cada uma delas, a finalidade daquilo. Será um exercício interessante ver em quanta coisa o coração está sendo posto enganosamente.


Terça-feira
Progressão para regressão

Para achar um meio termo entre o que o mundo pede e o que Deus pede, nós, jovens cristãos, às vezes adaptamos a nossa adoração para parecer mais “lógica” aos olhos dos nossos amigos. Queremos que a igreja produza e toque músicas semelhantes àquelas que nossos amigos ouvem, queremos acessar a Bíblia no celular, para não precisarmos carregar um livro “estranho”, queremos que o culto seja mais um programa de auditório do que um momento de solenidade e reverência para a adoração ao verdadeiro Deus.

É esse tipo de coisa que a lição está chamando de “compromisso com outras nações”, a exemplo do que ocorreu com Israel. O risco disso é evidente: essa é a porta de entrada para a falsa adoração. Moldamos a adoração ao nosso gosto. Exigimos da igreja e do pastor que, para nos “atrair”, façam da igreja uma casa de espetáculo e dificilmente é isso que Deus quer.

O que Deus quer? “Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros” (1 Sm 15:22 NVI). Ele quer uma adoração em que o adorador, seja ele homem ou mulher, jovem ou velho, chegue de “coração quebrantado e contrito” (Sl 51:17) e saia disposto a obedecê-Lo. Quando Israel se comprometeu com a forma de vida de seus vizinhos, sua adoração se tornou idolátrica e sua vida gradativamente caiu em rebeldia e obstinação. Israel comprometeu-se com outras nações e se tornou desobediente.

Pense: “Ofereça a Deus em sacrifício a sua gratidão, cumpra os seus votos para com o Altíssimo.” (Sl 50:14 NVI)

Desafio: Escreva em um caderno quantas vezes você e seus amigos comentaram que os cultos da igreja estão “sem graça”. Será que vocês, que são o futuro da igreja, estão assim obrigando a igreja a se adaptar à cultura na qual vocês estão inseridos? Pense se assim vocês não correm o risco de “comprometer a igreja com outras nações”.


Quarta-feira
A importância da religião verdadeira

A diferença entre a religião falsa e a verdadeira pode ser sutil no início, como foi no caso de Jeroboão (1 Rs 12:25-33). Mas, com o passar do tempo, a diferença se torna gritante, como na época de Elias (1 Rs 18). O problema é que, como a mudança é gradual, dificilmente aqueles que estão envolvidos no processo percebem a realidade. É como a água que, se for aquecida gradativamente, não nos deixa perceber que está tão quente.

Mas não importa quão gradual seja a mudança, o afastamento dos princípios de Deus significa que a adoração é falsa. E isso é tudo o que não precisamos neste mundo onde a falsidade já prospera. É importante, por isso, distinguir aquilo que Deus quer daquilo que as nossas tradições e nossos desejos pessoais sugerem.

Há apenas uma forma de conhecer o que Deus quer, nesse caso. Ter um relacionamento pessoal com Ele através da Bíblia. Ela é a nossa garantia. Se a estudarmos com afinco, extrairemos dela a orientação de Deus. Teremos mente mais capaz para discernir Seus caminhos. Quanto mais a estudarmos, veremos a beleza dos seus escritos. Seremos impressionados pela vida daqueles que nos antecederam na jornada rumo à vida eterna. Só isso pode nos assegurar de seguir o verdadeiro Deus e adorá-Lo de forma correta.

Pense: “Estes são os que não se contaminaram com mulheres [falsas formas de adoração], pois se conservaram castos e seguem o Cordeiro por onde quer que Ele vá.” (Ap 14:4)

Desafio: Estude Apocalipse 14:6-13 para ver o que Deus espera da verdadeira religião no tempo do fim. Procure estudar a história da Igreja Adventista do Sétimo Dia e relação dela com esse capítulo. Para tanto, recomendo a leitura do livro “Uma nova era segundo as profecias do Apocalipse”, de C. Mervin Maxwell, lançado pela Casa Publicadora Brasileira.


Quinta-feira
Benefícios da adoração

Uma vez, andando pela cidade, encontrei um jovem adventista fumando escondido. Quando me viu, ficou constrangido e tentou esconder o cigarro. Ele não deve ser o único. Então fico a me perguntar: como é possível jovens que estão protegidos do vício pela sua religião se sentirem atraídos para essa desgraça? Daqui a 20 ou 30 anos, essas mesmas pessoas estarão com famílias destruídas, lutando para largar o vício que adquiriram gratuitamente e passarão grande sofrimento.

A adoração sincera é como um escudo contra a irracionalidade desses desejos. Ela nos chama a atenção a todo instante para quem nós somos e quem Deus é. Pecado é justamente a perversão dessa compreensão. Pecamos quando achamos que nós – criaturas – somos deuses da nossa vida. A adoração nos põe no devido lugar.

Quando sabemos quem somos e quem Deus é, quando reconhecemos o que Ele fez por nós, estamos dando passos importantíssimos para uma vida segura nos caminhos dEle. Mas lembre-se: isso não é natural em nós. O pecado é a condição primária da nossa existência. Por isso, a adoração sincera precisa ser cultivada. Ela nasce de uma exposição constante à influência de Deus e de Seu espírito, através do culto na igreja, do estudo diário da Bíblia e da oração. Sem a comunhão, logo esquecemos quem somos e caímos na besteira do pecado.

Pense: “Faze-me discernir o propósito dos Teus preceitos; então meditarei nas Tuas maravilhas.” (Sl 119:27 NVI)

Desafio: Leia o Salmo 119 com calma e procure identificar por que o salmista vê tanta beleza na obediência a Deus.


Sexta-feira
Adorando em um mundo virtual

Falar em mundo virtual está na moda, não é mesmo? Parece que tudo aquilo que lemos e assistimos tem que fazer uma referência à internet. Isso muda alguma coisa na adoração?

Parece que está mais difícil adorar a Deus num mundo cheio de equipamentos digitais. O mundo digital nos acelera, porque temos acesso a uma enxurrada de informações com um clique. Parece quase irresistível se concentrar em uma coisa só, gastar tempo só com aquilo.

Quer fazer um teste? Neste momento em que você está lendo o Escola no Ar, quantas outras abas estão abertas no seu navegador? Quantos programas estão abertos simultaneamente? Se você estiver só com esta página aberta, você é um herói da internet. A maioria de nós está lidando ao mesmo tempo com várias outras coisas.

Se você levar só a Bíblia para a igreja, não será tentado a fazer outras coisas. Mas se levar a Bíblia em versão digital, dentro de algum equipamento, terá à sua disposição um monte de outras coisas para acessar naquele momento em que o culto estiver “sem graça”. Só que Deus requer exclusividade no instante da adoração. É isso que garante que você realmente seja transformado a cada encontro com Ele, que você reconheça o seu lugar de criatura e o dEle de criador. Não dificulte a sua própria adoração. Não a comprometa com as “outras nações”.

Pense: “Satanás bem sabe que todos quantos negligenciam a oração e o exame das escrituras serão vencidos por seus ataques. Portanto, inventa todo artifício possível para ocupar a mente.”[EGW, O grande conflito (versão condensada), p. 296]

Desafio: Se estiver em casa, aproveite este instante para desligar o computador, pegar a sua Bíblia e estudar ao menos um tema específico. Faça deste um momento de adoração exclusiva. Se estiver em outro ambiente, quando voltar para casa, evite ligar rádio, TV ou computador automaticamente. Faça um momento de devoção exclusiva.


Tales Tomaz, nascido em Belo Horizonte (MG), é jornalista e professor de Jornalismo no Unasp. Estuda a comunicação e o impacto das novas tecnologias. Na igreja, gosta de atuar dando estudos bíblicos.


Fonte: https://www.escolanoar.org.br


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