Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 02 – Adoração em Êxodo: Compreendendo Quem é Deus

Comentários do Prof. Sikberto Renaldo Marks


Texto Central: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de Mim.” (Êxodo 20:2-3)


Sábado à tarde
Introdução

“Respondendo à mulher, Jesus disse: “Crê-Me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos, porque a salvação vem dos judeus.” João 4:21 e 22. Jesus mostrara ser isento do preconceito judaico contra os samaritanos. Agora procurava derribar o mesmo preconceito da parte desta samaritana contra os judeus. Ao mesmo tempo que aludia à corrupção da fé dos samaritanos pela idolatria, declarou que as grandes verdades da redenção haviam sido confiadas aos judeus, e que dentre eles devia aparecer o Messias. Nos Sagrados Escritos tinham clara apresentação do caráter de Deus e dos princípios de Seu governo. Jesus Se colocou juntamente com os judeus, como sendo aqueles a quem o Senhor outorgara conhecimento a Seu respeito” (O Desejado de Todas as Nações, 188 e 189).

Os samaritanos adoravam o que eles não conheciam. E porque não conheciam seus deuses? Não é difícil entender. Eles não tinham nenhuma revelação, nem por escritos, nem por profetas, a respeito desses deuses. Na verdade eles adoravam de forma mística, isto é, misteriosa. Eram deuses misteriosos, invenção de homens. O mais curioso é que os próprios deuses não tinham noção de sua existência, pois eram feitos de madeira, de metal ou de pedra. Imagine só, adorar algo que nem ele, o adorado, tem alguma noção de que é um pedaço de pau, ou de pedra! Nem o adorador nem o deus tinham conhecimento. É uma relação impossível, uma tentativa só da parte do adorador, que se iludia pensando ser atendido pelo deus.

Mas havia casos em que ocorria algum conhecimento em relação ao deus. Era quando adoravam algum ser humano. Nesse caso havia alguma troca de informação e havia alguma formação de conhecimento. Contudo, o que o ser humano sabia de relevante sobre o outro ser humano que adorava? E o que o adorado sabia a respeito do adorador? Beira a nada, ou seja, aquele deus também não possuía conhecimento nem de si mesmo para se revelar, e muito menos possuía conhecimento sobre quem o adorava, para o socorrer, ou guiar, onde quer que estivesse. Aliás, estando os dois distantes, não haveria a menor possibilidade de troca de informações, e nem mesmo do deus saber o que se passava com quem o adorava. Nesse sentido, era uma adoração de ignorantes, como disse JESUS.

Modernamente isso também acontece. Precisamos expandir um pouco mais o conceito de adoração. Adorar não significa apenas referir-se em forma de prece ou louvor ao DEUS verdadeiro. Significa também ter o senso de dependência dEle, confiança nEle, esperança nEle. Significa depositar em DEUS tudo o que possui e que é; todo o ser. Adoração é a resposta do ser humano ao amor de DEUS. É também ofertar algo a DEUS, dar algo a Ele, ou devolver algo que Ele já nos deu. É sempre uma relação de resposta do adorador a DEUS, pelo que Ele já fez antes a quem O adora. Adoração é falar respeitosamente a respeito de DEUS, partilhar com outros a Seu respeito, seja em forma de sermão, de cântico ou de ensinamentos, ou ainda pela página escrita. Testemunhar também pode ser adorar. Enfim, adorar é uma relação de comunhão diária, de vida, com DEUS, fazendo a Sua vontade, que sempre é a melhor opção para nós, porque DEUS é puro amor. Isso é adorar. Portanto, a adoração não se limita apenas ao ato de ajoelhar-se e fazer uma oração. Podem ler a respeito um interessante artigo, esclarecedor, sobre adoração, sob o titulo: “O Que Significa Adoração?” de Andrew Fountain. Observa-se apenas que este autor não é adventista, por isso fez uma referência à adoração dominical. Mas o conteúdo sobre adoração é algo impressionante.

Presentemente muita gente adora algo desconhecido, ou seja, que não sabe bem o que vem a ser, e cujo adorado não conhece o adorador, ou nem sabe de sua existência. Os atuais deuses geralmente vivem muito bem com base nos adoradores, que é exatamente o contrário do que quer fazer o DEUS verdadeiro. Ele quer servir; os deuses desse mundo querem ser servidos. Alguns exemplos de deuses atuais, entre os muitos que existem: o prestígio, a fama, o dinheiro, a moda, o poder, os ídolos de cinema ou de exportes, os famosos, os bens, o luxo, e assim por diante. É uma imensidão de deuses, que vivem muito bem a partir da adoração por parte de milhões de pessoas. Se não vivem, são conceitos e costumes que assumem uma atitude de tornar os adoradores dependentes para explorá-los. Geralmente os adoradores trabalham e os deuses fazem festa, se drogam ou até levam outros à morte. Mas uma coisa eles não fazem: dar a sua vida pelos que amam, pois o amor deles é de interesses para si mesmos.


Primeiro dia
Terra Santa
(Êxodo 3:1-15)

Moisés estava tranquilamente cuidando das ovelhas de seu sogro. Num certo momento, viu fogo ali adiante. Isso chamou a sua atenção. Quem teria acendido aquele fogo? Percebeu que era fogo numa planta, uma sarça, que é uma espécie de acácia espinhenta do oriente. A planta queimava, e isso não era novidade, pois é um tipo de planta resinosa que queima com facilidade, mesmo verde. Mas nesse caso havia algo curioso que atraiu Moisés para mais perto: a sarça não se consumia. Isso era bem estranho, principalmente por se tratar de um fogo que apareceu, como se diz, do nada. Essa árvore, também chamada “Shittim” no Brasil é conhecida por Jurema, bem comum no nordeste brasileiro. Sua altura pode chegar até uns 3 metros.

Estando mais perto, do meio do fogo surge uma voz, que fala com Moisés. Logo dá uma ordem, que Moisés tire suas sandálias, pois a terra que pisava era terra santa. Daqui tiramos duas lições importantes. O lugar onde está DEUS, não importa se é na igreja, ou se no deserto, ou se em nossa casa, ou na rua, se DEUS está ali, devemos manifestar reverência, isto é, atitude respeitosa de quem está diante de DEUS.A segunda lição é que DEUS está em todos os lugares onde esteja um filho Seu. É verdade, pois o ESPÍRITO SANTO habita no coração dos filhos de DEUS. Portanto, em todo o lugar onde estiver um filho de DEUS, ali, esse mesmo filho de DEUS deve demonstrar respeito, pois DEUS está com ele. Logo, mais respeito ainda devemos demonstrar quando estivermos na casa de DEUS.

O diálogo entre Moisés e DEUS nos ensina algo sobre a atitude de adoração. Moisés demonstrou uma atitude de respeito por DEUS. Demonstrou sua inferioridade e reconheceu a superioridade de DEUS. Viu-se incapaz, e até indigno para fazer o que DEUS pedia; sentia-se fraco para isto. Possuía o senso humilde de pecador, não o orgulho de quem se acha muita coisa, que se imagina superior. Por fim, sentindo que DEUS faria tudo e que ele seria apenas um porta-voz, aceitou a missão. Veja bem, Moisés foi não como alguém que se acha importante por ter sido escolhido por DEUS dentre milhares; ele foi como um homem humilde, cuja capacidade de realizar uma grande missão não estava com ele, mas com DEUS. Aí sim, tudo dá certo. Mas quando nos achamos suficientes, mesmo em pouca coisa, já entramos na estrada do fracasso espiritual. Não é esse o caminho que devemos seguir.


Segunda
A Morte dos Primogênitos: Páscoa e adoração
(Êxodo 12:1-36)

O primogênito é o primeiro filho. JESUS é considerado o primogênito de DEUS, não que ele tenha nascido de DEUS. Mas JESUS é como um filho para DEUS. Essa é uma relação de amor, como é a lei celeste. Assim também o povo de Israel é considerado o primogênito na Terra, e certamente hoje é a igreja adventista do sétimo dia.

Na noite que antecedia a saída de Israel do Egito foi que eles tiveram que pintar as vergas das portas de entrada das casas com sangue de animais. Esse sangue simbolizava o sangue de JESUS, que iria morrer por eles, e por todos. Seria a morte do primogênito de DEUS, e também Filho único, para que os seres humanos não necessitassem morrer, embora tenham pecado. Naquela noite o anjo da morte – porque essa era a sua missão: matar todos os primogênitos nas casas em que não havia sangue nas portas – matou todos os filhos mais velhos dos egípcios, pois eles não pintaram nada. O pintar as ombreiras das portas significava que o pecador devia e deve fazer alguma coisa para ser salvo. Ele deve obedecer, em primeiro lugar, se arrependendo de seus pecados.

No dia seguinte houve grande velório entre os egípcios. Eles choravam, e clamavam também para que os israelitas saíssem, antes que o DEUS deles os destruísse por inteiro. Naquele dia nenhum egípcio perguntou ao rei o que deveria fazer com os israelitas. Todos, como se fossem um só, fizeram o possível para ajudar os israelitas saírem. Deram-lhes presentes, alimento, e muito dinheiro. Para os egípcios o que valia era que ficassem vivos, o que ainda restava deles. Foi o dia em que o faraó perdeu toda a sua autoridade e quem assumiu essa autoridade foi o povo. Quando o seu rei não permitia a saída, nesse dia, o povo não só permitiu, mas clamou para que saíssem, e os encheram de presentes. Aí se vê quem é e quem não é DEUS. A essa altura dos acontecimentos, nesse dia, até o faraó queria que os israelitas saíssem. Todos os egípcios estavam unânimes nesse ponto.

Essa cerimônia do sangue se tornou, daí em diante, motivo de adoração, pela libertação do Egito. Era a cerimônia da Páscoa, que até hoje celebramos, embora de modo diferente e com motivos diferentes. Na noite em que JESUS seria preso para ser morto, o primogênito de DEUS, ele instituiu a páscoa atual, como a conhecemos, que inclui o lava-pés e depois a cerimônia do pão e do suco de uva. Simboliza a libertação, não mais do Egito antigo, mas do Egito do pecado, que é esse mundo, quando seremos resgatados para a vida eterna. Portanto, essa é uma cerimônia muito importante, em relação à qual devemos ter grande respeito e zelo, pois, assim como para os israelitas, também para nós hoje, ela retrata a diferença entre a vida e a morte eterna.


Terça
Não Terás Outros Deuses
(Êxodo 20:1-6)

Vamos tentar imaginar o que se passava entre os israelitas, diante do monte Sinai, quando receberam os Dez Mandamentos. É muito bom que se saiba que esses mandamentos já existiam por tradição, ou seja, um contava para o outro. Já se sabia que só havia um único DEUS, e só Ele deveria ser adorado; sabia-se que o sábado era o dia memorial da criação; sabia-se que não se deveria matar, que se deveria ser respeitoso com os pais, e assim por diante. Já havia o conhecimento de todos os princípios deles, embora não organizado em dez preceitos. Por exemplo, quando Caim matou Abel, DEUS o repreendeu por isso. O sábado fora instituído junto com a criação. Cam foi repreendido severamente porque zombou de seu pai. Na verdade bastava eles terem conhecimento do que é o amor, e todos os preceitos dos mandamentos seriam automaticamente seguidos.

Agora DEUS estava para dar-lhes os princípios que compõe o amor a DEUS e o amor ao próximo em forma de Dez Mandamentos, simples e completos em si. Esses mandamentos representam o caráter de DEUS, por isso eles jamais podem ser alterados. Se, como muitas igrejas admitem e até pregam, esses mandamentos pudessem ser alterados, então estão a dizer, ao mesmo tempo, que DEUS não é tão poderoso a ponto de ser perfeito e infinito em tudo, pois qualquer alteração nesses mandamentos implica em alteração no caráter de DEUS, o que é inadmissível. Se DEUS tiver que mudar, então Ele não pode ser DEUS, e sim, no máximo, um ser muito poderoso, mas não infinito em poder nem perfeito em seu caráter. É bom pensar bem nessas coisas.

Vamos imaginar o que se passava lá no Sinai, durante o pronunciamento de DEUS ao proclamar esses mandamentos. Pense no contraste do DEUS verdadeiro com os deuses do Egito, com os quais eles se haviam acostumado. Aqueles deuses, sempre calados, que não diziam nem sim nem não, que nem saíam do lugar, e que não demonstravam glória alguma, eram como nada perto desse DEUS, que fazia tremer a terra, que fez rachar as rochas do grande monte Sinai, rachaduras que evidentemente estão lá, que fez aparecer relâmpagos, trovões, que falou em poderosa e grande voz. O povo nunca vira algo igual, e tão diferente dos ídolos nos quais os egípcios confiavam, e nos quais, certamente, muitos israelitas já estavam confiando.

Então DEUS proclamou em grande voz os quatro primeiros mandamentos, que podemos resumir em dois pontos: Não adianta nada querer adorar outros deuses ou fabricar algum, pois não existe a mínima possibilidade de haver outro. E só se deve adorar ao DEUS criador, respeitar o Seu nome, e guardar o Seu dia de descanso, por Ele mesmo estabelecido. Esses mandamentos se referem à adoração a DEUS. Portanto, são os mandamentos maiores, ou, os mais importantes. Os outros seis são os menores, pois dizem respeito a como nós devemos nos relacionar com as outras pessoas. Resumindo, os quatro primeiros mandamentos dizem respeito a como amar a DEUS, o que é a adoração; e os outros, dizem respeito a como amar o semelhante, o que é servir. Assim, a DEUS se adora, e ao próximo se serve. E em uma palavra, isso é “amor”.

E DEUS, que conhece o futuro tanto quanto o passado (isso não entendemos como pode ser, mas é assim, aceitamos pela fé, sabemos pelas profecias, pois Ele previu, e quando as coisas previstas acontecem, então Ele mesmo disse que é para que creiamos), teve a sabedoria de colocar no segundo mandamento o que sem sombra de dúvida é a maior de todas as tentações do ser humano: idolatrar algo. Por isso DEUS disse, não farás para ti imagem de escultura, e não devemos adorar tais imagens que alguém tenha feito. E dito e feito. Embora exista esse mandamento, o que mais impera nesse planeta são imagens e ídolos sendo adorados.

Pensando bem, o segundo mandamento parece um tanto bobo, não acha? Ora, desde quando um ser humano, dotado de inteligência racional, iria ter a ideia de ele mesmo fabricar um ídolo de um pedaço de madeira, e curvar-se diante dele, para o adorar, e achar que é o seu DEUS, que o pode livrar? Mas bobos são os seres humanos. O pecado os levou a tal estupidez, que foi justamente essa coisa boba que eles fizeram. Por isso DEUS colocou esse mandamento, um tanto esquisito, entre os dez. Veja sobre esse tema, algo muito interessante em Isaías 44:12 a 20. É um trecho hilário, e triste, da condição aviltada em que chegou o ser humano. Outro trecho semelhante, que vale a pena ler, é Isaías 46:6 e 7. Compare com os versos 3 e 4, pois aí está uma comparação entre o que é capaz um ídolo fazer (ele não faz nada, tem que ser carregado pelo próprio adorador) e o que o verdadeiro DEUS é capaz de fazer. Vale refletir sobre essa importante comparação.

Resumindo o estudo de hoje, nada mais ridículo adorar o que quer que seja, mas que não é o DEUS, que é capaz de criar e de manter o que criou, e de amar Suas criaturas.


Quarta
“Estes São Teus Deuses”
(Êxodo 32:1-6)

Moisés e Josué haviam subido ao monte Sinai, e já se encontravam por lá há alguns dias. O povo tornou-se impaciente. Havia entre o povo duas influências poderosas em ação. Uma era o costume de idolatria em que viveram, como escravos por séculos. Eles foram fortemente influenciados pela cultura egípcia. A segunda poderosa influência foram os egípcios e as egípcias, em grande número, que vieram junto com os israelitas. Esses eram idólatras, como seus familiares de onde vieram. Muitos desses se casaram com israelitas; outros vieram junto por vários motivos. Eles foram um peso negativo para os israelitas, e se tornaram razão de tentação a eles, influenciando-os rumo à idolatria.

Apareceu uma oportunidade dessas pessoas agirem. Os demais israelitas eram facilmente influenciáveis por poderes contrários à sua adoração, pois estavam fragilizados por séculos de escravidão e falta de orientação sobre o verdadeiro DEUS e sobre a verdadeira adoração. Essa fragilidade pode se repetir no final dos tempos, entre o povo de DEUS, por falta de leitura e por falta de colocar a fé em prática. Satanás facilmente se aproveitou da situação para desqualificá-los a receberem os Dez Mandamentos de DEUS, e aprenderem sobre como se adora ao Criador. A oportunidade que apareceu foi a demora de Moisés sobre o monte. Essa demora foi como a árvore da ciência do bem e do mal para Adão e Eva; e eles caíram no teste. A aparente demora, hoje, de JESUS voltar é o nosso principal teste. Muitos se acomodam, pensando, “o meu Senhor tarde virá”.

Agora paremos para pensar. Qual a razão de uma demora ser motivo de buscarem voltar aos deuses do Egito, que há poucas semanas foram humilhados ao pó? Esses falsos deuses nada puderam fazer diante do DEUS que convidara Moisés a subir ao monte. Então, se foi o grande DEUS que agira com mão forte no Egito, que fizera passá-los por meio do Mar Vermelho, que afogara todo o exército do Egito, incluindo o faraó, não era de esperarem com paciência para saber das novidades que esse DEUS estava passando a Moisés? Se demorava é porque o assunto era importante! Pois, se o seu líder humano estava junto com DEUS, não era para eles terem expectativa de saberem o que DEUS estava dizendo a Moisés? Sim, porque depois daquelas demonstrações de poder por parte do DEUS que estava com Moisés, e sabedores da inutilidade de todos os deuses do Egito, não havia motivo algum para duvidarem do Criador e de quererem retornar aos deuses do Egito. Se havia algo que não fazia sentido, era, depois de tudo o que se passou, terem vontade de adorar algo que se assemelhasse àqueles deuses.

Mas aconteceu o inimaginável. Eles tornaram-se como loucos, e seus pensamentos perderam a capacidade de todo raciocínio lógico; e influenciados por más companhias, forçaram a Arão a lhes fabricar um deus à semelhança de um dos do Egito. Isso não é memória curta; ninguém esquece tão rápido algo que se passou há algumas semanas. Isso é ceder à tentação de um inimigo terrível, por meio de seus agentes infiltrados, agindo sobre os mais vulneráveis do povo, e seduzindo o líder maior, que no caso era Arão. Os poucos que não aceitaram a decisão, foram vencidos pela maioria que se tornou não-racional. Hoje não é diferente. Temos as profecias, e a maioria delas já se cumpriu; e o principal objetivo das profecias nem é que saibamos o que vai ser no futuro, e sim, que quando vemos o seu cumprimento, creiamos em DEUS. Portanto, nós hoje somos o povo de DEUS que mais tem fundamentos para uma fé viva, e forte confiança em DEUS. Mas, ao contrário, muitos de nós vivem como se não desse para confiar nesse DEUS. A história se repete, e até isto já estava previsto.

E como foi essa adoração? Foi ao estilo dos pagãos: danças, som alto e barulho, sensualidade, diversão. Enfim, êxtase para impressionar os sentidos, e impulsionar os músculos ao movimento frenético. Uma algazarra. É exatamente esse o culto que o atual pentecostalismo faz hoje. Em algumas de nossas igrejas já penetrou, embora as advertências de Ellen G. White. Alguns de nossos líderes estão hoje fazendo o papel de Arão. Nesse sentido, somos uma igreja dividida, pois há pastores nossos que são fortemente contra esse tipo de adoração, e outros, fortemente a favor, e ainda outros, que não se definiram. Não é admissível que a igreja verdadeira esteja dividida justo em relação à adoração, pois somos incumbidos de ensinar ao mundo como se procede para adorar em espírito e em verdade. Há pessoas, e muitos líderes que imaginam adorar a DEUS na base do grito. E esse é o ômega da apostasia, que será o principal motivo para a sacudidura mais forte que está muito próxima. Aliás, a fase branda da sacudidura já começou há algum tempo.

O barulho da adoração pagã entre os israelitas foi tão alto que Josué pensou que estavam em guerra. Imaginou que talvez tivessem sido atacados por algum outro povo. Mas era coisa pior: estavam em guerra, contra o verdadeiro DEUS. A adoração verdadeira é em primeiro lugar reverente, e, logo a seguir, é harmoniosa e melodiosa. Não há barulho, nem êxtase, mas há muita humildade, conhecimento, inteligência, sabedoria e felicidade, um senso de esperança e segurança inexplicável. Logo, o barulho é uma guerra espiritual contra a verdadeira adoração, e toda guerra é, por princípio, barulhenta. Que triste semelhança entre a falsa adoração e a guerra: o barulho!

Não caiamos jamais nessa situação. Que o nosso louvor não seja confundido com uma guerra, nem com uma briga, mas que seja reconhecido como a adoração de gente sábia e inteligente. No mínimo, gente racional, à semelhança de DEUS (refiro-me ao Criador).


Quinta
“Mostra-me a Tua Glória”
(Êxodo 33:12-23)

Moisés estava no âmago da experiência com DEUS. Desde a experiência da sarça ardente, Moisés vinha tendo um relacionamento muito próximo a DEUS, que falava com esse homem quase todos os dias. Enquanto no Egito, ele viu bem de perto a ação do poder de DEUS. Agora, ao dirigir o povo rumo ao país da liberdade, ele continuava tendo o supremo prazer de andar com DEUS. Depois de DEUS ter perdoado o povo por causa da idolatria, de não ter extinto aquele povo, Moisés teve aumentada a sua admiração ao DEUS que ele já conhecia tão bem. Ele percebeu que seria excelente conhecer ainda mais a DEUS. Moisés, com o tempo, passou a ter sede de estar com DEUS, de falar com Ele, de aprender dEle, de ser transformado por Ele. Era bom demais estar na companhia do Criador. Então foi que esse homem fez um pedido do fundo de seu coração. Um pedido humilde: que DEUS mostrasse a ele o Seu rosto, a Sua face, que é a beleza da glória de DEUS. A face de DEUS tem um brilho impressionante, oriundo do amor às Suas criaturas.

DEUS não poderia mostrar por inteiro a Sua glória, pois isso consumiria o pecador. DEUS Se mostrou pelas costas, e Moisés ficou tão impressionado com essa visão que exaltou a DEUS como o grande perdoador.

Um dia, quando pudermos ver a DEUS, então veremos que Ele é puro amor. Isso está estampado em Seu rosto. Essa é a Sua glória, é amar e perdoar. Só em ver, já se sabe que DEUS é assim.


Aplicação do estudo
Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

A adoração a DEUS deve ser em humildade e reverência. E qual a razão? Ao menos uma das razões é: no Céu todos são humildes e reverentes. Aqui na Terra que é diferente: as pessoas são orgulhosas, centradas no “eu”, e irreverentes. Aqui, para nós, é coisa estranha e muitas vezes até vulgar, ser humilde, honesto, sincero, reverente, bem comportado. Aqui precisamos aprender esses princípios de vida. E uma das maneiras de aprendê-los é por meio da adoração.

JESUS CRISTO, quando estava na Terra, nos ensinou como se ama, sendo humilde servo dos outros. É assim no Céu. Lá ser humilde é o normal; aqui é algo estranho. DEUS, que criou a todos, é infinito em Seus atributos porque Ele ama, e porque serve a todos, mantém tudo em excelente estado, eternamente. Lá o poder existe para fazer o bem. O infinito poder de DEUS é para Ele, humildemente, servir as Suas criaturas. Dessa humildade advém a glória de DEUS. Então não deve ser visto como algo estranho que, para adorar a DEUS, se deva chegar com humildade, reverência e submisso. Esse é o modo normal de vida no Céu; é por isso que lá tudo funciona perfeitamente bem. Ou como DEUS disse na criação: “e viu DEUS que é bom”. A adoração é o ato mais íntimo de amor entre toda a criatura e o Criador. Bem por isso, nesse momento, deve haver a expressão do mais alto valor do reino de DEUS: a humildade. Só sendo humildes que se pode amar 100%, e a adoração é um momento para se aprender esse princípio positivo, como também para nos fazer ver como é a vida onde DEUS governa.


Sikberto Renaldo Marks é professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí – RS)


Fonte: Cristo em Breve Virá


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