A Adoração

A Santidade de Deus – Otoniel Tavares de Carvalho

por: Otoniel Tavares de Carvalho

Verso para memorizar: Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos ante o Seu santo monte, porque santo é o Senhor, nosso Deus.” Salmos 99:9.

Leitura Bíblica da Semana: Mateus 11:10; Marcos 1:2; Gênesis 2:3; Jó 42:5 e 6; Lucas 4:31ª 36; Lucas 5:1 a 11.


Introdução

A Lição desta semana trata da SANTIDADE DE DEUS. Deus é Santo. Ele mesmo afirma esta verdade: “Santos sereis, porque EU, o Senhor, vosso Deus, SOU SANTO.” Levítico 19:2. O termo “SANTO” tem o sentido básico de “separado”. Em relação à idolatria reinante entre todas as nações, nas quais o PANTEÍSMO dominava (panteísmo é a ideia de que Deus é uma energia que está dentro de cada elemento, tais como animais, plantas, astros, rios, mares e coisas em geral. Vem da raiz grega PAN, que significa tudo, todo, toda. Logo, segundo o panteísmo, tudo é deus, pois a energia divina está em todos os seres e em todas as coisas). Para se destacar desse conceito panteísta, politeísta, IAVÉ se apresenta como DEUS SANTO, Deus separado de tudo o que o povo adorava como sendo deus. Deus Único, Verdadeiro, Autoexistente. Onipotente. Onipresente. Onisciente. E o povo que cultua e adora a IAVÉ deve ser um povo monoteísta, SANTO, separado, no que se refere à adoração, pois cultua apenas UM DEUS, e faz isto de maneira única e especial. Assim o povo de Deus adora IAVÉ, o grande “EU SOU”.


“Está Escrito”
Leitura bíblica do dia:
Jeremias 7:1 a 3. Mateus 4:1 a 11; Marcos 1:2; 7:6; João 12:14 e 15; Atos 13:33; Romanos 3:10; Gálatas 3:13; I Pedro 1:16; I Coríntios 5:7.

Um famoso comentarista brasileiro de arbitragem de futebol costuma dizer: “A REGRA É CLARA. VALE O QUE ESTÁ ESCRITO.”

É exatamente isto que é por demais importante para toda pessoa que adora e cultua IAVÉ, o Deus Único e Santo: “ESTÁ ESCRITO…”; ou: “ASSIM DIZ O SENHOR…”. Nada neste mundo deve ser mais importante para o cristão do que um “ASSIM DIZ O SENHOR…”!

As pessoas em geral, e centenas em nossa e em outras igrejas, preferem seguir a religião e cultura do ACHISMO, no qual a autoridade final para sua vida nunca é um “ASSIM DIZ O SENHOR…”, mas o “eu acho que…” ou o “eu penso que…”, onde a opinião de seres humanos falíveis e imperfeitos se contrapõem e predominam contra a Palavra de Deus, ou o “ESTÁ ESCRITO…”.

Jesus declarou: “Se alguém quiser fazer a vontade dEle [de Deus], conhecerá a respeito da doutrina [do ensino, das normas, dos mandamentos, das instruções divinas para nós], se ela é de Deus, ou se falo por mim mesmo.” João 7:17, interpolações nossas. E ele declarou mais ainda: “Examinais as Escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. CONTUDO NÃO QUEREIS VIR A MIM PARA TERDES VIDA.” João 5:39 e 40, com grifos nossos. Nós costumamos, como cristãos, ler a Bíblia, e dizemos que estamos buscando saber a vontade de Deus para nossa vida. No entanto, na hora de decidir as coisas, muitas vezes deixamos de lado o “ASSIM DIZ O SENHOR…”, citado na Bíblia, e seguimos o ACHISMO de nossas próprias opiniões, o que para nós e para nossos interesses humanistas é mais conveniente. Nesse caso, Deus deixa de ser a autoridade final para nós, deixando de ser o Senhor de nossa vida, pois nós mesmos sentamos no trono e determinamos como as coisas devem ser. Isto acontece muito entre nós, adventistas, quer seja na direção da Obra, quer seja na direção de nossa vida pessoal. O ACHISMO tem sido a religião mais seguida.


Ser Separado
Leitura bíblica do dia:
Gênesis 2:3. Êxodo 15:11. I Samuel 2:2. Salmos 86:8 a 10. Salmos 99:1 a 3. Isaías 40:25.

“Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de Ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus.” I Samuel 2:2.

“Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” Êxodo 15:11.

“Vós, porém, sois raça eleita, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.” I Pedro 2:9.

“Porque está escrito: Sede santos, porque Eu sou santo.” I Pedro 1:16.

A expressão usada por Pedro em relação aos crentes: “povo de propriedade exclusiva de Deus”, confere com o ensino de Paulo a Tito sobre os crentes: “…e purificar para Si mesmo um povo exclusivamente Seu, zeloso, de boas obras.” Tito 2:14.

Os cristão que querem viver em fidelidade e honra a Deus, o Eterno, não devem se misturar e se envolver nos pecados do mundo. Estão no mundo, devem testemunhar de Jesus no mundo, mas não devem seguir a religião, filosofia e cultura do mundo. Os crentes são pessoas separadas para serem “exclusivamente” de Deus. Jesus ensinou: “Ninguém pode servir a dois senhores…”. E Paulo aconselhou: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos” II Coríntios 6:14 e 15. Precisamos ter consciência de que devemos nos separar dos pecados, da idolatria e da promiscuidade sexual que domina este mundo em que vivemos. O conselho de Deus aos crentes desse tempo do fim é: “Retirai-vos dela [ou sai dessa…], povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes de seus flagelos [as sete últimas pragas que cairão sobre os incrédulos e mundanos]” Apocalipse 18:4, interpolações nossas.


Arrepender-Se no Pó e na Cinza
Leitura bíblica do dia:
Jó 42:5 e 6. Daniel 10:5 a 8.

O ARREPENDIMENTO tem que ser honesto e verdadeiro. O fundamento do verdadeiro arrependimento não é o medo do castigo de Deus, mas a tristeza por haver pecado contra Deus, quebrando o relacionamento entre o crente e seu Deus. O centro da questão é DEUS e o relacionamento do homem com Ele. O centro da questão não é o homem e seus sentimentos confusos, de medo, ansiedade, raiva, perda, vingança ou coisa semelhante. Todo verdadeiro arrependimento nasce da fé que a pessoa tem em Deus, e do seu relacionamento com Deus. José nos oferece um modelo desse relacionamento ideal com Deus. Quando a mulher de Potifar convidou José a praticar sexo ilegal com ela, a resposta dele foi: “Como faria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?”Gênesis 39:9. A primeira preocupação de José foi conservar íntegro seu relacionamento com o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, seu pai. José sabia que o PECADO é, primeiro que tudo, uma quebra de relacionamento do humano com o divino; e nesse ato o humano sai quebrado, fragilizado, perdido. Portanto, ARREPENDIMENTO é um passo decisivo para que o ser humano reate com Deus o relacionamento partido pelo pecado.

Há cristão que fingem arrepender-se de seus pecados, pois querem provocar nas pessoas uma reação positiva em seu favor. Não pensam em Deus, e o quanto seu pecado quebrou o relacionamento com Deus. Pensam em si mesmas, e em seus sentimentos pessoais, e em sua autoimagem arranhada diante do público. Então, fingindo estar arrependidos, pedem desculpas de maneira social, humanista, mas, intimamente, não assumem que pecaram contra Deus, violando algum mandamento divino. Não há perdão de Deus, nem restauração de relacionamento com Deus, para quem não reconhece verdadeiramente seus erros, e se humilha diante de Deus em arrependimento e confissão sincera. Ninguém engana a Deus, pois o Senhor sabe o quanto estamos sendo verdadeiros e honestos em nosso aparente arrependimento.


“Afasta-Te de Mim!”
Leitura bíblica do dia:
Lucas 5:1 a 11. Mateus 7:21 a 23.

“Vendo isto [a pesca maravilhosa que fizeram, seguindo as ordens do Mestre], Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: ‘Senhor, retira-Te de mim, porque sou pecador.” Lucas 5:8, interpolações nossas.

Pedro ficou impressionado com o que aconteceu. Haviam pescado “toda a noite” e nada haviam apanhado. Jesus ordenou que eles lançassem novamente ao mar suas redes de pesca, e em pouco tempo eles apanharam “grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes”. Isto foi demais para o pobre pecador e pescador Pedro. Ele jamais tinha visto coisa semelhante, em muitos anos de pescaria. Ele viu e sentiu que estava diante de alguém que era mais do que humano; uma espécie de profeta, assim como Elias ou Eliseu. Daí suas palavras até certo ponto impensadas: “Senhor, retira-Te de mim!”, ou da minha presença.

Muitas pessoas que se dizem cristãs não sabem fazer diferença entre o santo e o profano. E por causa disso, procuram se relacionar com Deus como se estivessem se relacionando com alguém igual a elas. Nivelam a Deus por baixo. Em vez de se elevarem até Deus, em espírito e em verdade (João 4:20 a 24), baixam Deus ao seu nível, e de maneira profana falam de Deus e falam com Deus. Não entendem tais pessoas, muitas delas em nossa própria igreja, que o Senhor Deus não é igual a nós, nem está moralmente em nosso nível. Ele é o SANTO. Deus perfeito, puro, verdadeiro, Único. Por mais que Deus Se humilhe a Si mesmo, como o fez através da Encarnação do “Verbo”, o qual “Se fez carne e habitou entre nós” (João 1:1 a 3 e 14), e a Si mesmo “Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens”, sendo na Terra reconhecido em “figura humana”; Se humilhou a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:5 a 8), ainda assim quando Pedro O viu fazendo tamanhas maravilhas, grandes milagres, ele pediu a Jesus, Deus feito homem: “Retira-Te de mim, porque sou pecador!” Pedro viu que o Ser Humano que tinha diante de si era muito mais que apenas humano; Ele era Deus em forma de homem.

Para uma humanidade irreverente como a nossa de hoje, essa declaração de Pedro parece excesso de zelo religioso. Mas não é. Pedro estava certo, no que tange à diferença que fez entre o Santo e o Profano. Hoje, tudo vem misturado. Não se faz mais distinção entre uma coisa e outra. Por isso, muitos dos cultos que oferecemos a Deus, em nossa casa ou em nossos templos, são atos de culto sincréticos, nos quais misturamos elementos sagrados a elementos profanos, na música que cantamos, na irreverência que demonstramos no momento de adoração, em algumas pregações que são feitas, nos projetos que promovemos no templo, nas vendas costumeiras que promovemos no ato de adoração, nas roupas com as quais comparecemos à presença do Senhor, no espírito de mundanismo do qual estamos impregnados quando vamos ao templo, e de muitas outras palavras e atitudes que permeiam nosso ato de adoração. Misturamos o santo com o profano, elementos de culto a Deus com elementos de culto ao demônio, e nossa adoração se torna em sincretismo religioso, coisa que condenamos nos outros cristãos, mas vemos ocorrer com freqüência em nossos templos, a cada sábado. Por tudo isso, precisamos passar por um profundo arrependimento, por um reavivamento da verdadeira adoração, e por uma profunda reforma de procedimentos, atos e costumes religiosos. Se não fizermos isto, e continuarmos a oferecer a Deus um culto sincrético, seremos rejeitados pelo Senhor, pois o verdadeiro remanescente de Deus não age assim. Pensemos nisso!


Quando Demônios Falam
Leitura bíblica do dia:
Lucas 4:31 a 36. Apocalipse 4:8 e 9.

Leia os textos com atenção.

Embora os anjos caídos, os demônios, tenham reconhecido a santidade de Jesus, o Filho de Deus, pois O conheciam do Céu, onde foram anjos e depois se juntaram a Lúcifer e pecaram contra Deus, o Senhor espera que os homens O louvem e O reconheçam como Deus e Senhor. Esse louvor, glória e ação de graça devem partir de lábios humanos, homens e mulheres que foram salvos pela Graça de Deus, mediante a fé em Jesus. O povo de Deus deve ser o primeiro e mais destacado personagem a falar e proclamar as excelentes virtudes de Deus, como foram manifestadas visivelmente em Jesus Cristo.

Jesus falou: “Se estes se calarem, até as pedras clamarão!” Ora, o povo de Deus não deve jamais calar o seu louvor, sua adoração, sua ação de graça, sua exaltação a Deus, Pai; a Seu Filho, Jesus; e ao Espírito Santo, o Consolador. O mundo inteiro precisa ouvir dos lábios e da vida do povo de Deus um louvor pleno, contínuo e total. Que nossos lábios; que nossa vida; que nossas atitudes (obras) sempre louvem ao Senhor. Como Paulo aconselhou: “Quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” I Coríntios 10:31. Amém.


Otoniel Tavares de Carvalho é pastor da IASD e diretor do site missionário: A Verdade Revelada


Fonte: Otoniel Tavares de Carvalho


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