por: Paulo Roberto Barbosa
“Pôs na minha boca, um novo cântico, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor” (Salmos 40.3).
É agradável aos nossos ouvidos o cântico afinado e inteligível. Porém, será que essas coisas em si traduzem um perfeito louvor? Tem se presenciado muita gente cantando hinos sacros, até em ocasiões especiais, sem que ao menos apresente uma vida exemplar, um comportamento que dignifique o louvor prestado a Deus que é todo pureza, todo santidade, e que não pode ver o mal.
Conta-se que Gandhi, sempre que viajava de trem pela Índia, comprava passagem de terceira classe. Ali os passageiros, como sói acontecer em alguns outros países, também não cultivavam hábitos de higiene, nem de boas maneiras. Certa ocasião, quando empreendia uma das suas viagens, ele chamou a atenção de um rapaz que viajava junto a ele no mesmo vagão e que de quando em quando cuspia no chão. Diante da advertência recebida, o moço respondeu indelicadamente e repetiu várias outras vezes o gesto. Gandhi calou-se. Depois de um bom tempo de viagem, o rapaz pegou no seu violão, dedilhando-o por uns momentos até afiná-lo, e começou a tocar e também a cantar músicas que exaltavam o grande líder e herói nacional – Gandhi. Quando, finalmente, o trem parou na estação da cidade para onde Gandhi se dirigia, ele se levantou, preparando-se para descer.
O jovem, que também ficaria ali, juntou suas coisas para sair. Na estação, ele percebeu que alguém de certa importância e grande respeito estaria chegando, porque havia uma enorme recepção organizada com músicas instrumentais, fogos de artifício e discursos. Parou para ver… Era Gandhi quem chegava! Só quando o viu recebido com tamanha honra e distinção foi que o rapaz se deu conta de que o passageiro a quem havia respondido de maneira tão descortês e insolente era exatamente aquele que havia enaltecido com tanta veemência através das suas canções. Ele não conhecia Gandhi, mas certamente entendeu que para ele nada significaram suas músicas e o seu cântico.
Essa experiência pode muito bem ser aplicada em relação a Deus. Ele deseja receber o nosso louvor e numerosas foram as vezes em que Ele mencionou esse seu prazer. Porém, deixou sempre claro que o desejava de maneira humilde, sincera e real. Citou como exemplo de perfeito louvor aquele que parte da boca das crianças, porque essas na sua pureza e despretensiosamente sabem ser honestas, sinceras e puras.
Condenou o povo que procurava apresentar-lhe honra e louvor superficiais, dizendo: “Este povo honra-me com os lábios; e o seu coração, porém, está longe de mim” (Mateus 15.8).
O texto acima foi recebido no dia 31/07/2002, como uma das meditações diárias enviadas por Paulo Roberto Barbosa, um pastor aposentado e deficiente visual, que mantém o ministério “Para Refletir”, um admirável trabalho de envio de meditações diárias via Internet.
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