por: Paul Mizzi
Eu concordo com a declaração de A.W. Tozer de que a adoração é “a jóia perdida das igrejas evangélicas”. Tal declaração concernente à adoração não é simplesmente negativa; ela busca um arrependimento e uma reforma dos caminhos pelos quais nos temos desviado.
Num todo, e julgando de minha leitura e experiência, tanto no exterior, mas especialmente localmente, os cristãos não estão muito cientes de que o Pai está procurando por aqueles que O adorem em Espírito e verdade. Eles não são ensinados que a adoração é a “suprema prioridade”, como o pastor John MacArthur Jr. a chama. E certamente ela é.
A adoração é expressa por termos como latrueô e proskuneô. O primeiro significa servir, prestar serviço ou homenagem religiosa. O último significa fazer mesura, reverenciar, (pros, para com, kuneô, beijar). Na adoração, o homem toma o seu devido lugar, com sua face no pó e Deus é reconhecido por aquilo que Ele é: o Criador, Preservador e Soberano Redentor de seu eleito. Quando Deus é confessado desta forma, nossa vida inteira, atitude, cosmovisão e perspectiva sobre todas as coisas serão radicalmente afetadas.
Talvez o Senhor tenha escondido o Seu rosto de nós e com isto, nos feito tropeçar; estamos apalpando na escuridão, multiplicando as atividades e correndo daqui para ali, pensando que estamos servindo a Deus. Mas Deus quer o sacrifício de nos mesmos antes de querer o que temos. O Todo-suficiente não necessita de nós: “Se eu tivesse fome, não to diria” (Salmos 50:12). Talvez pensemos que estamos fazendo um favor a Deus ao atendermos os serviços de adoração; e não percebemos que na adoração a Deus chegamos a conhecer melhor tanto Ele, como nós mesmos.
A igreja evangélica hoje sofre desta forma, penso, porque ela está muito mais engolfada no espírito deste século. Sendo homens de pequena fé, não “vemos” o Deus invisível. Assim, é somente “algumas vezes” que Deus nos surpreende com Sua presença, como Cowper expressou em versos.
Certamente necessitamos de reforma na igreja, antes de esperar por reavivamento. Temos nos afastado do padrão demonstrado para nós, como aqueles que adoram a Deus em Espírito e não confiam na carne. Necessitamos traçar nossos passos de volta às “antigas veredas”.
Fonte: http://www.monergismo.com
Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 31 de julho de 2004.