Comentários do Prof. Sikberto Renaldo Marks
Texto Central: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” (Isaías 5:20, 21)
Sábado à tarde
Introdução
Em poucas palavras, o verso acima alerta aos que invertem as coisas. E hoje é assim que acontece. Os delinquentes estão soltos (alguns estão presos), e os honestos presos em suas casas cercadas. Os casais heterossexuais podem sofrer chacotas, mas as duplas homossexuais têm proteção. O Ministério da Educação quer fazer uma cartilha contra a homofobia, mas não se interessa em relação ao bullying por outros motivos, que existe desde sempre. Os honestos sempre pagam as contas, os sonegadores enriquecem e são bem vistos na sociedade como pessoas capazes. A maioria, por alguma vantagem, compra produtos sem nota, ou importados ilegalmente, em vez de agir segundo a lei. Mas quem não age assim é classificado como incompetente. Quem se cuida e não bebe bebida alcoólica é taxado de fraco. Quem faz a reforma da saúde, muitas vezes, até pelos seus “amigos” é ridicularizado. Quem procura levar uma vida simples e despojada de ingredientes do mundo, é taxado como puritano. Um juiz que insiste em seguir a constituição pode ser punido, mas uma corte que a atropela é bem vista pela sociedade. Quem quer seguir as leis do país é visto como retrógrado e preconceituoso, mas quem vive como a onda presente, esse é progressista ou sem preconceitos. Quem se prepara para a Nova Terra é classificado como retardado, mas quem acredita que o mundo vai melhorar e que aqui será um lugar seguro, esse é visto como otimista e esclarecido. Quem tem uma família alinhada, feliz e saudável é visto como incapaz de aproveitar a vida, mas quem vive nas festanças de final de semana, esse sabe o que é viver bem. A violência é que promove vendas e enriquece pessoas, assim como as drogas, mas qualquer coisa sossegada e harmoniosa é cada vez menos interessante. Pelas drogas se fazem passeatas para liberação, mas por uma alimentação saudável isso não e feito. Os governos investem, no mundo, cerca de um trilhão de dólares em armamentos por ano, mas pela educação e saúde esse valor é muito inferior.
O mal está sendo visto como algo bom, e o bem, como algo sem sentido. Tudo está sendo invertido. O essencial, nesses dias de inversão de valores, é o mais íntimo apego a DEUS, a Seus mandamentos, à Sua Palavra. Obediência, entrega diária e vida humilde diante de DEUS, é uma orientação segura para quem deseja ser salvo. “O propósito de Deus era ensinar ao povo que devem dEle aproximar-se com reverência e temor, e da maneira indicada por Ele mesmo. Não pode Ele aceitar uma obediência parcial. Não era bastante que nesta hora solene de culto quase tudo tivesse sido feito conforme Ele determinara. Deus pronunciou uma maldição sobre aqueles que se afastam de Seus mandamentos e não fazem diferença entre as coisas comuns e as coisas santas. Declara pelo profeta: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem da escuridade luz, e da luz escuridade. … Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos!… Dos que justificam o ímpio por presentes, e ao justo negam justiça!… Rejeitaram a lei do Senhor dos exércitos, e desprezaram a Palavra do Santo de Israel.” Isa. 5:20-24. Ninguém se engane com a crença de que uma parte dos mandamentos de Deus não é essencial, ou que Ele aceitará uma substituição daquilo que exigiu. Disse o profeta Jeremias: “Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?” Lam. 3:37. Deus não pôs em Sua Palavra ordem alguma a que os homens possam obedecer ou desobedecer à vontade e não sofrer as consequências. Se os homens escolhem qualquer outro caminho que não o da estrita obediência, acharão que “o fim dele são os caminhos da morte”. Prov. 14:12.” (Patriarcas e Profetas, 361).
Primeiro dia
A Consagração (Levítico 9)
Hoje o assunto é consagração. Os sacerdotes se consagraram por 7 dias para o serviço no santuário.
O que é consagração? É uma confirmação, ratificação, dedicação a DEUS. Significa separar-se, seja do mundo, seja até de atividades corriqueiras e lícitas, para a dedicação mais intensa ou em alguns casos, integralmente a DEUS.
Um trecho de Alexandre Pevidor achei interessante, sobre vida consagrada:
“O que deve ser comum na vida de um cristão que deseja ser consagrado:
a) Separar-se para Deus. “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.” (2Co 6.14-18);
b) Ter momentos separados para meditação na Bíblia. “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!” (Sl 119.97);
c) Ter momentos separados para oração. “Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 18.1);
d) Cultuar constantemente. “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns” (Hb 10.25)”
Ellen G. White trata muito sobre a consagração. Anexamos algumas citações bem interessantes, que podem ser estudadas, para construirmos um conceito bem fundamentado sobre esse assunto, e assim, podermos tomar decisões corretas em nossa vida.
“Depois da dedicação do tabernáculo, os sacerdotes foram consagrados ao seu ofício sagrado. Estas cerimônias ocuparam sete dias, cada um assinalado por cerimônias especiais. No oitavo dia, deram início ao seu ministério. Auxiliado por seus filhos, Arão ofereceu os sacrifícios que Deus ordenara, e levantou as mãos e abençoou o povo. Tudo havia sido feito conforme Deus indicara, e Ele aceitou o sacrifício, e revelou Sua glória de maneira notável; fogo veio do Senhor e consumiu a oferta sobre o altar. O povo olhou para esta maravilhosa manifestação de poder divino. Com espanto e intenso interesse, nela viram o sinal da glória e favor de Deus, e alçaram uma aclamação geral de louvor e adoração, caindo sobre seu rosto como se estivessem na presença imediata de Jeová” (Patriarcas e Profetas, 359).
“Toda manhã e tarde, um cordeiro de um ano era queimado sobre o altar, com sua apropriada oferta de manjares, simbolizando assim a consagração diária da nação a Jeová, e sua constante necessidade do sangue expiatório de Cristo. Deus ordenara expressamente que toda oferta apresentada para o ritual do santuário fosse “sem mácula”. Êxo. 12:5. Os sacerdotes deviam examinar todos os animais levados para sacrifício, e rejeitar todo aquele em que se descobrisse algum defeito. Apenas uma oferta “sem mácula” poderia ser um símbolo da perfeita pureza dAquele que Se ofereceria como “um cordeiro imaculado e incontaminado”. I Ped. 1:19. O apóstolo Paulo aponta para esses sacrifícios como uma ilustração do que os seguidores de Cristo devem tornar-se. Diz ele: “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom. 12:1. Devemos entregar-nos ao serviço de Deus e procurar que a oferta se aproxime o máximo possível da perfeição. Deus não Se agradará de coisa alguma inferior ao melhor que podemos oferecer. Aqueles que O amam de todo o coração, desejarão dar-Lhe o melhor serviço de sua vida, e estarão constantemente procurando pôr toda a faculdade de seu ser em harmonia com as leis que promoverão sua habilidade para fazerem a Sua vontade” (CRISTO em Seu Santuário, p. 33).
“Vossos pensamentos precisam ser santificados. Paulo escreve aos coríntios: “Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” II Cor. 10:5. Ao chegardes a estas condições, a obra de consagração vos será a ambos mais compreensível. Vossos pensamentos serão puros, castos e elevados; puras e santas as ações. Conservareis o corpo em santificação e honra, a fim de que o apresenteis em “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. Rom. 12:1. Requer-se de vós que vos negueis a vós mesmos nas coisas pequenas, assim como nas maiores. Deveis fazer a Deus uma completa entrega; não tendes Sua aprovação no estado em que vos encontrais” (Testemunhos Seletos, v. 1, p. 300).
“No sábado deve haver uma solene consagração da família a Deus. O mandamento inclui todos quantos se encontram dentro de nossas portas; todos os moradores da casa devem pôr de parte suas ocupações seculares, e empregar as horas sagradas em devoção. Unam-se todos para honrar a Deus em um culto deleitoso em Seu santo dia” (Testemunhos Seletos, v. 2, 185).
Segunda
Fogo do Senhor (Levítico 10:1-11; Êxodo 30:9; Levítico 16:12; Levítico 10:9)
Em algumas ocasiões muito especiais, o Senhor Se manifestou com fogo. A primeira vez não foi na consagração do Tabernáculo, em que desceu fogo do Senhor e consumiu a oferta, que representava JESUS na cruz (Lev. 9:24). Veio fogo do Senhor e consumiu a Sodoma e Gomorra (Gên. 19:24), e seus pecadores e pecados. Veio fogo do Senhor e consumiu, não a JESUS representado, mas o pecador, aliás, dois, Nadabe e Abiu (Lev. 10:1 e 2), que bêbados, resolveram brincar com DEUS, tomando-O em pouca conta, e ofereceram fogo estranho, que fora aceso de outra fonte, não daquela do fogo contínuo que deveriam manter sempre aceso, e que viera daquele primeiro fogo do Senhor. Eles foram consumidos por outro fogo do Senhor, que demonstrava que aquela leviandade não seria jamais tolerada. Outra vez desceu fogo do Senhor e consumiu as beiradas do arraial, porque o povo se rebelara (Num. 11: 1 a 3). Mais uma vez desceu fogo do Senhor, agora na inauguração do Templo de Salomão (II Crôn. 7:1 a 3). E também quando Elias orou, e desceu fogo do Senhor para consumir a oferta, depois que os sacerdotes rezaram, gritaram e pularam para que Baal o fizesse (I Reis 18:38. Houve outras manifestações sobrenaturais de DEUS, com fogo, como no caso de Elias ao receber as embaixadas do rei Acazias. Cada embaixada era formada por um capitão e 50 soldados, para levarem Elias ao rei. Duas dessas embaixadas foram consumidas com fogo do Senhor (II Reis. 1:9 a 12). Agora, satanás se prepara para simular fogo do Céu (Apoc. 13:13 e 14), e fazer o mundo pensar que é do Senhor, quando será apenas uma simulação. Muitos acreditarão ser um sinal de DEUS, e na direção contrária do que Elias demonstrou, crerão em satanás, e ratificarão sua crença na santidade do domingo. E a última vez que vai descer fogo do Senhor será após os mil anos de prisão de satanás, quando a Terra será purificada totalmente (Apoc. 20:10).
Nós, em nossos dias, devemos ter o cuidado de Daniel, em não introduzirmos nos cultos coisas que DEUS não aceita. Nós sabemos que coisas são essas. Temos toda a luz a esse respeito. Temos dezenas de livros escritos por Ellen G. White, além da Bíblia completa, repleta de exemplos positivos e negativos. Daniel é para nós um bom exemplo de fidelidade. “Daniel poderia ter argumentado que, à mesa do rei e por sua ordem, não havia para ele outra atitude a seguir. Mas ele e seus companheiros reuniram-se em conselho. … O vinho, em si, era uma armadilha. Estavam familiarizados com a história de Nadabe e Abiú que lhes viera nos pergaminhos. Naqueles homens, o uso do vinho havia estimulado o amor à bebida. Bebiam vinho antes de seus sagrados serviços no santuário. Seus sentidos ficavam confusos. Não conseguiam distinguir entre o fogo sagrado e o comum. Na embotada condição de seu cérebro, fizeram o que o Senhor recomendara não fizessem os que serviam no santo ofício” (CRISTO Triunfante. MM, 2002, p. 172).
“Nem por estardes entre incrédulos, vos torneis descuidados em vossas palavras; porque eles estão vos avaliando. Estudai a instrução dada a Nadabe e Abiú, os filhos de Arão. Eles “trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara”. Lev. 10:1. Tomando fogo comum, colocaram sobre seus incensários. “Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor. E disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a Mim e serei glorificado diante de todo o povo.” Lev. 10:2 e 3. Os colportores devem lembrar-se de que estão trabalhando com o Senhor para salvar almas e de que não devem trazer a Seu sagrado serviço nada de comum ou baixo. Que a mente esteja repleta de pensamentos puros e santos e que as palavras sejam bem escolhidas. Não impeçais o êxito de vosso trabalho, pronunciando palavras levianas e descuidadas” (Manual do Colportor, p. 30).
“Ao misturar a apresentação de histórias fabulosas com seus discursos, está o pastor usando fogo estranho. … Tendes, para enfrentar, homens de todas as espécies de intelecto, e ao tratardes da Palavra Sagrada, deveis manifestar fervor, respeito e reverência. Não se produza em mente alguma a impressão de que sois oradores vulgares e superficiais. Suprimi de vossos sermões os contos fabulosos. Pregai a Palavra. Se houvésseis constantemente pregado a Palavra, teríeis maior colheita para o Mestre. Pouca compreensão tendes da grande necessidade e anelo da alma. Alguns estão lutando com a dúvida, quase em desesperação, quase sem esperança. …
“Deus é ofendido quando Seus representantes se rebaixam ao uso de palavras triviais e frívolas. A causa da verdade é desonrada. Os homens julgam todo o ministério pela pessoa a quem escutam, e os inimigos da verdade tirarão o maior proveito de seus erros” (Evangelismo, 210).
Terça
Você é Feliz, ó Israel (Deuteronômio 33:26-29)
O que você acha? Desde Abraão, já se passaram mais de 400 anos. Os patriarcas peregrinaram por terra de outros poderes. Eles foram escravos no Egito. Peregrinaram por 40 anos no deserto. Agora, já podendo ver a Terra Prometida, não era de estarem felizes? Bem logo cada um teria o seu terreno e a sua casa. Teriam o seu governo. Teriam a sua pátria, a que DEUS prometera. Teriam um lugar de repouso. E acima de tudo, tinham um DEUS cujos poderes são infinitos, e cujo caráter é amor. E esse DEUS superior aos demais, era seu amigo, os conduzia, e era capaz de torná-los uma grande e próspera nação. Agora iria iniciar a parte boa dessas aventuras todas. Era para eles estarem felizes? Certamente que sim.
Do mesmo modo ocore hoje, passados seis mil anos de angústia. Tempos de graves dificuldades, como a Inquisição; os 1260 anos de perseguições; JESUS já foi morto e já ressuscitou, e agora já está no lugar santíssimo. Já estamos vendo, e participando do reavivamento final da igreja, e sabemos que este é o sinal do desfecho de nossa incumbência aqui na Terra. Pelos sinais, vemos que está chegando a hora de JESUS voltar. Finalmente poderemos vê-Lo. É ou não é para estarmos felizes? Por isso, preparemo-nos, pois ainda temos pouco tempo aqui.
E Moisés? Ele que fora o líder humano do povo de DEUS nessa Terra, o braço direito de DEUS na condução daquele povo pelo deserto, nos ensinamentos, na mudança de cultura da idolatria para uma cultura do alto. Ele, que sempre fora fiel, bom exemplo, exceto uma única vez. Agora esse líder, tão amado e também tão odiado (líderes a serviço de DEUS sempre serão amados por uns, odiados por outros), agora deveria concluir a sua obra na Terra. Ele até poderia viver por mais uns tempos, pois vigor físico teria. Mas era chegada a hora do povo conquistar Canaã, entrar na Terra Prometida. E Moisés não deveria liderá-los para além do Jordão. Ele cometera um erro público, e esse lhe foi fatal. Acontece que, quando um líder erra, esse erro, se não for punido exemplarmente, se torna referencial para que os liderados também pensem que podem errar sem problema algum. Moisés até poderia ser perdoado na hora, por DEUS, como cremos que foi, mas o povo devia saber que pecado tem preço alto. Moisés não deveria entrar na Terra Prometida. Ele não entrou porque o povo o levou a pecar.
E na humildade dele, orou pela última vez por aquela nação, desejando que DEUS os acompanhasse, que fossem vitoriosos, que naquela terra se mantivessem fiéis ao DEUS que os conduzira pelo deserto. Ele subiu ao monte, viu a Terra Prometida, viu a história futura, vislumbrou o sacrifício de CRISTO. Então DEUS lhe concedeu o sono da morte. Mas Moisés não deveria ficar na morte até a segunda vinda de CRISTO.
Um dia desses, Moisés ouve um chamado. Ele acorda da morte, a agora vê Aquele que pedira para ver há quase quarenta anos. A voz era familiar, a mesma que falava com Ele no monte Sinai, e que o acompanhava pelo deserto, e falava com ele na tenda da congregação. Era Aquele que estava na nuvem, face a face, com o líder humano. Agora O podia ver, como Ele era.
O que aconteceu? Moisés fora ressuscitado por JESUS. Ele o viera buscar para o Céu. O grande líder humano estava transformado, jovem, perfeito, imortal. Iria para a Nova Terá celeste, unir-se com Enoque. Mais tarde, viria também Elias.
Perante os homens, Moisés teve que amargar a não entrada na Nova Terra terrestre, mas perante DEUS, ele foi levado para um lugar muito melhor. Ele foi à frente, e bem logo, todo aquele povo que ele conduziu pelo deserto, os que se mantiveram fiéis, se unirão a ele, quando JESUS retornar. E nós também.
Quarta
Uma Atitude de Entrega (I Samuel 1)
Ana é um exemplo de adoradora para nós. Ela tinha problemas graves. É mais difícil a seres humanos que vão bem na vida, que nada necessitam, adorar como DEUS deseja. É desses que muitas vezes surgem ideias de adoração do tipo “fogo estranho”.
Ana já havia perdido o posto de esposa única para Penina, que dava filhos a Elcana (que marido era ele! e mesmo assim, queria convencer Ana que a amava!). Ela sofria por pressões de várias frentes. Era a sua rival, que a queria deslocar para mais longe do marido. Era a sociedade que a classificava como pecadora, por isso ficara estéril, conforma uma crendice da época. Era a sua autoestima de mulher, que naqueles tempos só se preenchia tendo filhos. E assim por diante.
Mas Ana confiava em DEUS. Essa fé nunca perdera, aliás, vinha aumentando. Mas um dia desses, ela decidiu que lançaria a DEUS tudo o que possuía. Ou melhor, o que possuiria. Ela agiu como DEUS: daria o filho que nasceria do clamor de suas orações para ter esse filho. Ela daria o seu filho para o serviço do Tabernáculo. Ela daria tudo, pois além de DEUS, outro que fizera tal coisa fora Abraão. Poucos são capazes de doar tanto. Dar-se a si mesmo, é bem mais fácil do que dar um filho, ainda quando é único, e quando veio, como para a Abraão e Sara, e como a Ana, de forma milagrosa.
Ana foi vendo a sua angústia aumentar, até que chegou ao fundo do poço. Já não daria mais para suportar a vida desse jeito. Mas ela não apelaria para soluções ou figas do tipo humano. Ela recorreria, totalmente, a DEUS. Foi junto com o marido Elcana ao Tabernáculo, para lá adorar a DEUS. Lá havia um lugar de adoração, onde se reuniam. Ela se desmanchou diante de DEUS, a tal ponto que Eli, o sacerdote naqueles dias, pensar que ela estava alterada por causa de bebida forte. Mas quando ele soube da realidade, falou por DEUS, e o seu filho fora prometido. Ela, tendo fé, levantou-se com o seu problema resolvido, e foi, com seu marido, para casa, segura de que de agora em diante a vida seria diferente. E foi.
Porque essa mulher foi atendida? Porque ela entregou tudo. E isso é que é adoração. Entregar tudo a DEUS. Devemos ter ciência de nossa dependência total de DEUS. Isso quer dizer, devemos saber que, sem Ele, nada podemos fazer. Ou, o pouco do que somos capazes, sempre será insuficiente. “A oração de Ana foi atendida; recebeu a dádiva que tão fervorosamente havia rogado. Olhando para o filho, chamou-o Samuel – “pedido a Deus”. I Sam. 1:8, 10, 14-16 e 20″ (Patriarcas e Profetas, 569 e 570).
Quinta
Adoração e Obediência (I Samuel 15:22-23)
A pergunta de Samuel, em I Sam. 15:22 e 23 é significativa até nós hoje. Ele queria saber de Saul, o líder político de Israel, se DEUS preferia sacrifícios ou obediência. Raciocinemos: Qual a principal razão dos sacrifícios? Foi a desobediência! O próprio sacrifício de JESUS CRISTO se tornou necessário por causa da desobediência da raça humana. Então fica evidente que é muito superior obedecer a sacrificar.
A nós, hoje, dá-se o mesmo. O que é mais importante? O ritual de nossos cultos ou a obediência? Ou mais acentuadamente: impressionantes formalismos, ou fazer a vontade de DEUS? Ora, os cultos existem para aprendermos por eles qual é a vontade de DEUS, e para então a praticarmos. Assim como os antigos sacrifícios foram um ritual para dizer aos pecadores que necessitavam de um Salvador porque desobedeceram, os cultos de hoje são rituais para nos ensinar que JESUS vai voltar logo, e que precisamos estar a todo momento preparados.
Os sacrifícios deveriam ajudá-los a ver como a desobediência era algo ruim, e levá-los a desejarem obedecer. Mas, o seu principal líder político, o rei Saul, foi o que puxou à frente para o país desobedecer. E os demais foram na mesma trilha. Como é fácil desencaminhar um povo inteiro! Basta ter um líder que influencie, pois a maioria das pessoas não tem senso de avaliação das coisas, como os bereanos, para distinguir o certo do errado. Ao líder o espelho sempre deve ser JESUS, para que tenhamos certeza de que o rumo que seguimos é o correto. E JESUS nos deixou uma Bíblia inteira que é o manual da salvação, e o Espírito de Profecia, material mais que necessário para termos o mapa de onde passar, e o que evitar.
Aplicação do estudo
Sexta-feira, dia da preparação para o santo Sábado:
Que contradição! Aquilo que Saul havia condenado, a feitiçaria, foi ao que ele recorreu em sua decadência. Aqui está mais uma lição para todos nós. Três conceitos devemos ter sempre presentes: o da verdade presente que é algo como revelação progressiva, o do equilíbrio e o da fidelidade a DEUS.
A verdade presente quer dizer que, no geral, a igreja foi aprendendo sobre as doutrinas necessárias para esses tempos, pois DEUS foi revelando aos poucos. Também quer dizer que pessoas há que recém se converteram, e ainda não sabem tanto quanto aquelas que estão na igreja há mais tempo. De modo que as exigências devem ser conforme o que cada um já sabe, e a igreja deve servir como uma escola onde se ensinam as verdades de DEUS para todos obterem mais conhecimento sobre a vontade de DEUS. Em vez de exigir demais de quem é novo na fé, o que se deve fazer é ensiná-lo a obter mais conhecimento, e pelo nosso testemunho, ensiná-lo a como colocar esse conhecimento em prática. Isso vale especialmente para a juventude, sobre a qual há uma competição poderosa por parte do mundo para seduzir para fora da igreja.
O segundo conceito é “equilíbrio”. Ellen G. White era uma pessoa assim. Fiel a DEUS, zelosa pelo conhecimento da fé, e equilibrada na aplicação desses conceitos. Exigia muito e era durona em relação a líderes que também já sabiam muito, e que por isso, deveriam ser exemplos de fidelidade e obediência. Mas era compreensiva com aqueles que estavam iniciando no conhecimento da verdade. JESUS também foi assim. Ele condenou aqueles que estavam condenando a prostituta, e a ela perdoou. Mas Ele disse: vai e não peques mais. Tudo resolvido! É só querer não pecar mais, ter apoio de alguém para contar com uma força adicional, e lutar, com o poder do ESPÍRITO SANTO, para obter a vitória. Todos nós devemos agir equilibradamente. Por exemplo, com relação à reforma da saúde, sugiro que as pessoas abandonem cada coisa por vez, sem estresse e sem atropelos, mas que avancem sempre, para cima, para mais perto de JESUS, que já está Se preparando para vir em nossa direção. As 40 madrugadas são importantes, mas só darão o seu efeito, se, de fato, colocarmos em prática o que ali se ensina.
O terceiro conceito é fidelidade a DEUS. Em tudo o que já sabemos devemos ser fiéis. Isso se chama consciência. Ela é movida pelos princípios de caráter. Devemos ser fiéis àquilo que nós mesmos já aprendemos sobre o que é a verdade. Assim formaremos um caráter puro, e seremos obedientes a DEUS, que, nessas condições, vai nos ensinar cada vez mais.
Saul falhou nisso tudo. Em primeiro lugar, ele deixou de continuar aprendendo do profeta de DEUS, e proclamou uma espécie de independência religiosa. O profeta dizia uma coisa, mas ele fazia outra. Também não foi equilibrado, ou seja, a um tempo condenou os feiticeiros e determinou que fossem mortos, e noutro tempo, recorreu a uma feiticeira para pedir conselho. Totalmente desequilibrado. E quanto à fidelidade a DEUS, ele se interessou muito mais por sua imagem como rei, pelo seu poder, sua autoridade, por seu prestígio do que a DEUS.
Então, o que é afinal a tal maldição sobre aqueles que se afastam dos mandamentos de DEUS? A rigor, é colher os frutos de fazer as coisas erradas, pois esses mandamentos ensinam como fazer as coisas certas.
Sikberto Renaldo Marks é professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí – RS)
Fonte: Cristo em Breve Virá
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