História da Música

Alejandro Garcia Caturla

  Alejandro Garcia Caturla (1906 – 1940)
 

Compositor, violinista e diretor de orquestra, nasceu em 7 de março de 1906, Remedios, falecendo em 12 de novembro de 1940. Realizou seus primeiros estudos musicais em sua cidade natal com Fernando Estrems e posteriormente com Maria Montalvan, com quem garantiu uma sólida base musical. Em 1922 se instalou em Havana para estudar música com Pedro Sanjuan. Em junho de 1928 mudou-se para Paris onde estudou com Nadia Boulanger. Esta mudança foi conseqüência de sua vinculação com as correntes renovadoras da música no século XX e as posições estéticas. Nadia Boulanger disse que poucas vezes teve um discípulo tão dotado, revelando uma força natural, própria e que se deixava manifestar facilmente. Quando retornou a Cuba em outubro de 1928 exercia sua profissão de advogado, mas jamais abandonou sua carreira musical compondo numerosas obras que lhe conferiram os mais ilustres lugares na esfera dos compositores do seu continente. Foi homenageado com seu nome na sala de arte do Museu Jose Maria Espinosa. Em setembro de 1929 voltou à Europa juntamente com o compositor Eduardo Sanchez de Fuentes para participar dos Festivais Sinfônicos Ibero-Americanos da Exposição Internacional de Barcelona, onde executou três danças cubanas para orquestra sinfônica. Aproveitou-se deste momento para contactar alguns dos músicos espanhóis mais conceituados na época, tais como: Ernesto Halffter, Bartolomeu Perez Casas e Adolfo Salazar. Ao final dos festivais, seguiu de Barcelona para Paris, onde estreou seus poemas para voz e piano. Em 30 de novembro deste mesmo ano regressou a Havana.

Não pode participar da estréia de Bembe em sua primeira versão que ele mesmo escreveu em Paris. Em 1932 fundou a Sociedade de Concertos de Caibarien, de cuja orquestra foi diretor, executando um trabalho de transcrição para os instrumentos disponíveis das obras de Vivaldi, Mozart, Ravel, Gershwim e outros. Em 1938 ganhou o prêmio com sua obra Obertura Cubana no Concurso Nacional de Música. Recebeu menção honrosa por sua composição Suite para orquestra. Suas obra sinfônicas têm sido executadas em Cuba, Moscou, Filadélfia, Los Angeles, México, Caracas, Sevilha, Barcelona, Paris etc. Apresentou-se também como violinista ocupando o lugar de segundo violinista da Orquestra Sinfônica de Havana. Também como pianista tocava a música norte-americana em uma jazz band. Ficou imortalizado na execução de Rapsódia nº 6. Além de todas essas maravilhas ainda tocava saxofone, clarinete e percussão.

Ainda muito jovem atuava como cronista social e crítico teatral. No esporte praticou o tênis e remo. Sua arte é uma síntese da nacionalidade e universalidade, de tradicionalismo e atualidade colocando todos os recursos possíveis para integração. Em sua obra se emparelham som e minúcias, o bolero e a exuberância, a parceria e a ginga, o poema sinfônico, a rumba e a forma sonata, tudo envolto numa linguagem que une o tradicionalismo cadenciado, a modalidade dos cantos folclóricos e a peculiaridade da melodia, com a agressividade cromática da vanguarda europeia de seu tempo. A poliharmonia e a poliritmia são frutos de sua mente prolífera e imaginativa, características das múltiplas formas de fazer música do povo cubano. Os ramos de sua universalidade sempre atualizada estiveram firmemente unidos às raízes musicais de sua terra natal. Sua preocupação com justiça o levou a realizar importantes trabalhos nas reformas do código eleitoral e um notável ensaio sobre delinquência juvenil. Seu caráter em permanente luta contra o convencionalismo social e artístico o levou à morte. Morreu assassinado por um criminoso que seria condenado por ele horas mais tarde.


Fonte: Publicado originalmente no espaço virtual Arte Manhas


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