por: Levi de Paula Tavares
1 – Não terás outros deuses diante de Mim.
Este mandamento indica que é exigido de cada um de nós um comprometimento total com Deus; um comprometimento que O coloque acima de tudo em todos os aspectos da nossa vida. Se usarmos tempo demasiado ouvindo música, negligenciando a oração individual e o estudo da Bíblia, ela se torna o nosso deus pessoal e efetivamente nos afasta do único verdadeiro Deus.
“Jeová, o Ser eterno, existente por Si mesmo, incriado, sendo o originador e mantenedor de todas as coisas, é o único que tem direito a reverência e culto supremos. Proíbe-se ao homem conferir a qualquer outro objeto o primeiro lugar nas suas afeições ou serviço. O que quer que acariciemos que tenda a diminuir nosso amor para com Deus, ou se incompatibilize com o culto a Ele devido, disso fazemos um deus.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 215)
“Os instrumentos de música têm tomado o tempo que devia ter sido dedicado à oração. A música, quando não abusiva, é uma grande bênção; mas quando usada erroneamente, é uma terrível maldição.” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 408)
2 – Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Embora este mandamento se aplique, de forma primária, às estátuas de falsos deuses utilizadas nos cultos pagãos, ele pode ser aplicado a qualquer coisa diante da qual nos encurvamos (em sinal de submissão) e à qual servimos (em sinal de senhorio). Isso nos leva a questionar: por que os artistas de renome são chamados de “ídolos”? A resposta parece óbvia: seus fãs se submetem a eles e os servem. Estão desta maneira idolatrando os artistas, mesmo aqueles que supostamente cantam a respeito de Jesus. Desviando-se de Deus desta forma estamos, em última análise, nos curvando diante de Satanás que através da música induz o mundo a este comportamento.
“A música é o ídolo que muitos professos cristãos observadores do sábado adoram. Satanás não se opõe à música, uma vez que possa torná-la um canal através do qual tenha acesso à mente dos jovens.” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 295)
“A música só é aceitável a Deus quando o coração é consagrado, e enternecido e santificado por sua docilidade. Muitos, porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma sobre produzir melodia ao Senhor, em seu coração. Estes foram “após seus ídolos”. (Ellen G. White, Carta 198, 1899. Citado em Evangelismo, p. 512)
3 – Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
A aplicação aqui é por demais óbvia. Muitas músicas com letra “religiosa” possuem em seu estilo, em sua batida e em suas harmonias elementos completamente mundanos. Como poderia a mensagem de salvação ser conduzida através de um veículo de perdição? “E que comunhão tem a luz com as trevas?” (II Coríntios 6:14). Muitos se iludem e têm a consciência embrutecida ao pensarem que, por ter uma letra “religiosa”, seria correto ouvi-la e tocá-la em qualquer situação e em todos os momentos. Porém, nem toda música “religiosa” é intrinsicamente “boa”.
“Este mandamento não somente proíbe os falsos juramentos e juras comuns mas veda-nos o uso do nome de Deus de maneira leviana ou descuidada, sem atentar para a sua terrível significação. Pela precipitada menção de Deus na conversação comum, pelos apelos a Ele feitos em assuntos triviais, e pela frequente e impensada repetição de Seu nome, nós O desonramos.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 216)
“Jovens reúnem-se para cantar e, se bem que cristãos professos, desonram frequentemente a Deus e sua fé por frívolas conversas e a escolha que fazem da música. A música sacra não está em harmonia com seus gostos. Minha atenção foi dirigida aos positivos ensinos da Palavra de Deus, que haviam sido passados por alto. No Juízo todas essas palavras da Inspiração hão de condenar os que lhes não deram ouvidos.” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 506)
4 – Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.
O descanso sabático semanal deve ser para o cristão um memorial perpétuo de que Deus é o Criador de tudo e que somos Suas criaturas; lembrando-nos que Deus é digno de todo nosso louvor e adoração, especialmente neste dia separado e abençoado para este propósito. Devemos pensar como a música tem contribuído (ou não) para este propósito. Se nossa música não é voltada exclusivamente para a adoração e para engrandecer os atributos de Deus, então ela pode levar nossa mente a contemplar as coisas deste mundo, a admirar os “artistas” do momento ao invés de adorar unicamente ao Criador. Desta forma, estaremos efetivamente profanando o propósito do sábado. Quando isso acontece, Satanás obtém sucesso em suas investidas e a congregação de adoradores se transforma em uma plateia de auditório desonrando a Deus.
“Para santificar o sábado não devemos mesmo permitir que nosso espírito se ocupe com coisas de caráter mundano. E o mandamento inclui todos dentro de nossas portas. Os que convivem na casa devem durante as horas sagradas pôr de parte suas ocupações mundanas. Todos devem unir-se a honrar a Deus por meio de um culto voluntário em Seu santo dia.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pp. 216, 217)
“A associação com as coisas do mundo no setor musical é considerado inofensivo por alguns observadores do sábado. Tais pessoas estão, porém, em terreno perigoso. É assim que Satanás procura desviar homens e mulheres, e dessa maneira tem ganho o controle de almas. Tão suave, tão plausível é o trabalho do inimigo que não se suspeita dos seus ardis, e muitos membros de igreja tornam-se mais amigos dos prazeres que amigos de Deus.” (Ellen G. White, Manuscrito 82, 1900. Citado em Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 332)
5 – Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
Em muitos lares a música continuamente ouvida é de tal natureza que incita à rebeldia e ao conflito entre gerações. Não se pode esperar que uma música desta espécie favoreça a guarda deste mandamento; na verdade ela é uma forte tendência ao seu quebrantamento. Outro ponto é abandonar os valores e os ensinamentos dos pais, tanto sanguíneos quando na fé (os pioneiros), para buscar novos caminhos musicais e até mesmo doutrinários, sobre os quais não há um claro “assim diz o Senhor”.
“Os pais têm direito ao amor e respeito em certo grau que a nenhuma outra pessoa é devido. O próprio Deus, que pôs sobre eles a responsabilidade pelas almas confiadas aos seus cuidados, ordenou que durante os primeiros anos da vida estejam os pais em lugar de Deus em relação aos seus filhos. E aquele que rejeita a lícita autoridade de seus pais, rejeita a autoridade de Deus.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 217)
“A atmosfera de moralidade frouxa, de incredulidade, de indiferença às coisas religiosas, tem uma tendência para contrariar a influência dos pais. Exemplos de rebelião contra a autoridade paternal, e divina, estão sempre diante dos jovens; muitos fazem amizades com ateus e incrédulos, e lançam sua sorte com os inimigos de Deus.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 114)
6 – Não matarás.
A ciência tem demonstrado, através de várias áreas de pesquisa, que os elementos musicais – com destaque especial para o ritmo e o volume – exercem uma influência marcante na fisiologia e psicologia humanas, sendo possível excitar estados de espírito específicos, bem como manifestações físicas tais como arritmias, problemas digestivos, etc. O volume, quando muito elevado e por períodos prolongados, leva a danos permanentes no sistema auditivo. Como mordomos do Criador nós temos que zelar pelo templo corporal que nos foi dado; se expomos a nós mesmos e expomos outras pessoas a músicas que contenham elementos prejudiciais, estamos quebrando este mandamento.
“Nestes dias, os jovens de nossas cidades se devem unir como um exército, firmes e decididos contra toda forma de satisfação egoísta, destruidora da saúde. Que poder poderiam eles ser para o bem! Quantos poderiam salvar de se tornarem desmoralizados nos salões e jardins providos de música e outras atrações para seduzir os jovens!” (Ellen G. White, The Youth’s Instructor, 16 de Julho de 1903. Citado em Temperança, p. 235)
“Em nosso tempo a dança está associada com a extravagância e as orgias noturnas. A saúde e a moral são sacrificadas ao prazer. Para os que frequentam os bailes, Deus não é objeto de meditação e reverência; sentir-se-ia estarem a oração e o cântico de louvor deslocados, na assembleia deles. Esta prova deve ser decisiva. Diversões que tendem a enfraquecer o amor pelas coisas sagradas e diminuir nossa alegria no serviço de Deus, não devem ser procuradas por cristãos.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 522)
7 – Não adulterarás.
É público e notório que música é um forte indutor de emoções. Satanás está atento a este fato, sabendo muito bem como utilizar os elementos musicais para induzir comportamento não santificado e pensamentos corruptores da moralidade cristã. Músicas que contenham letras ou elementos musicais de caráter lascivo precisam ser terminantemente evitadas por aqueles que pela graça de Cristo pretendem manter a si mesmos puros, não contaminados pelos valores do mundo.
“Este mandamento proíbe não somente atos de impureza, mas pensamentos e desejos sensuais, ou qualquer prática com a tendência de os excitar. A pureza é exigida não somente na vida exterior, mas nos intuitos e emoções secretos do coração. Cristo, que ensinou os deveres impostos pela lei de Deus, em seu grande alcance, declarou ser o mau pensamento ou olhar tão verdadeiramente pecado como o é o ato ilícito.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 217)
“Sinto-me alarmada ao testemunhar por toda a parte a frivolidade de jovens, rapazes e moças, que professam crer na verdade. Parece que Deus não está em suas cogitações. Têm a mente cheia de tolices. Sua conversa não passa de um falar vazio, frívolo. Têm ouvido agudo para a música, e Satanás sabe que órgãos estimular para animar, cativar e encantar a mente, de modo que Cristo não seja desejado. Falta o anseio espiritual do coração, em busca de conhecimento divino e de crescimento na graça.” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, pp. 496,497)
8 – Não furtarás.
A música pode nos levar a furtar a Deus de duas maneiras. A primeira delas é com relação ao tempo que dEle recebemos para administrar. Quando desperdiçamos com a música o tempo que deveria ser utilizado no desenvolvimento da espiritualidade – mesmo que a música seja de boa qualidade – estamos efetivamente roubando a Deus. A segunda é com relação aos recursos dispendidos nesta forma de entretenimento, pois tais recursos poderiam ser mais bem aplicados na pregação do evangelho e no auxílio ao próximo. O entretenimento musical é bom, porém o problema está em desviar recursos que deveriam ser sabiamente usados na causa de Deus.
“Os amantes de prazeres estão sempre descontentes, desejando continuamente ir de novo em busca da agitação do salão de bailes, do teatro ou das festas de prazer. O tempo que Deus nos concedeu a fim de nos prepararmos para a eternidade, gastam-no milhares de pessoas em devorar histórias fictícias. O intelecto, dado por Deus, é pervertido, negligenciada a Palavra divina, a mente e o coração roubados do poder moral necessário para a luta contra faltas e erros, hábitos e práticas que impedem a pessoa de fruir a presença de Cristo aqui e na vida imortal do futuro.” (Ellen G. White, Carta 82, 1895. Citado em Para Conhecê-lo, p. 316)
“Quanto mais gastarmos em ostentação e satisfação dos prazeres, tanto menos teremos para alimentar o faminto e vestir o nu. Todo níquel usado desnecessariamente tira a oportunidade preciosa de fazer o bem. Roubam-se a Deus a honra e glória que para Ele deviam refluir pelo aproveitamento dos talentos por Ele outorgados.” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 189)
“Reteremos de Deus o que é propriedade Sua? Não roubeis a Deus, empenhando o Seu tempo, Seus talentos e Suas energias com o mundo. Ele pede vossas afeições; dai-Lhas. Elas Lhe pertencem. Pede-vos o tempo, momento a momento; dai-Lho. Ele Lhe pertence.” (Ellen G. White, Carta 23, 1873. Citado em Nossa Alta Vocação, p. 37)
9 – Não dirás falso testemunho.
Ao entoarmos um cântico que evoca o nome de Deus ou ao apresentarmos uma música instrumental sacra, estamos dando um testemunho do Deus a quem adoramos. Precisamos ter certeza de que este testemunho é verdadeiro e que está de acordo com o Deus que Se revela a nós através da Sua palavra. Uma música que pretende ser sacra, mas tem elementos que recordam aos ouvintes os prazeres mundanos; é uma música cujos participantes fazem trejeitos de voz e de corpo a fim de imitar músicos do mundo; é uma música cujos participantes estão incompatíveis com a modéstia cristã no vestuário e na postura, tudo isso é um falso testemunho para as pessoas, sejam elas cristãs ou não.
“Deus gostaria que o Seu povo, em palavras e conduta, declarasse ao mundo que nenhuma atração terrena ou posses mundanas são de valor suficiente para compensar a perda da herança celestial. Aqueles que são verdadeiros filhos da luz e do dia não serão vãos nem frívolos na conversação, no vestuário ou na conduta, mas sóbrios, meditativos, constantemente exercendo uma influência para atrair almas ao Redentor. O amor de Cristo, refletido da cruz, pleiteia em favor do pecador, atraindo-o pelas cordas do infinito amor à paz e felicidade encontradas em nosso Salvador. Deus requer de todos os Seus seguidores que deem um testemunho vivo em linguagem inconfundível pela conduta, vestuário, conversação e em todas as atividades da vida, de modo que o poder da verdadeira piedade seja proveitoso a todos nesta vida e na que há de vir; possa isso unicamente satisfazer a alma do recebedor.” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 580)
10 – Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
A área da música é um campo fértil para o cultivo de egos exagerados, de maledicências de todo tipo, de intrigas e ódios. A cobiça, a inveja e o orgulho são irmãos. Muitos músicos cobiçam posições de destaque e tomam atitudes opostas à sua profissão de fé, iludidos pela fama passageira das glórias terrestres. Isto tem acontecido em pessoas que se declaram tementes a Deus e comprometidas com o avanço do Seu Reino. A cobiça, que é fruto direto do orgulho, é um pecado íntimo e velado que causa mais males à causa de Deus do que pecados abertos e públicos.
“O décimo mandamento fere a própria raiz de todos os pecados, proibindo o desejo egoísta, do qual nasce o ato pecaminoso.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 218)
“As afeições dos amantes dos prazeres são atraídas das coisas celestes para as terrenas. Eles subordinam as glórias da eternidade aos absorventes interesses temporais. Em seu desejo de possuir riquezas terrenas, perdem de vista o tesouro celestial. Os direitos da vida futura são desprezados, tomando o domínio os que são desta vida.” (Ellen G. White, The Review and Herald, 10 de Junho de 1852. Citado em Filhos e Filhas de Deus, p. 47)
“O entretenimento da música, que convenientemente conduzido não é prejudicial, torna-se muitas vezes fonte do mal. No presente estado da sociedade, com padrões morais tão baixos, não apenas dos jovens, mas dos que possuem mais idade e experiência, há um grande perigo de se tornar descuidado e dar atenção especial a favoritos criando assim inveja, ciúmes e suspeitas más. O talento musical não raro incentiva o orgulho e o desejo de exibição, e os cantores não dedicam senão pouca atenção para o culto a Deus. A música, em vez de levá-los a lembrar-se de Deus, leva-os com frequência a esquecê-Lo.” (Ellen G. White, Carta 6a, 1890. Citado em A Fé Pela Qual eu Vivo, p. 242)