A Forma da Adoração

Música Cristã Contemporânea x Adoração

por Jeremy James

Em um ensaio anterior, intitulado “As Duas Principais Armas do Cristão e Como Satanás Está Trabalhando Furtivamente para Neutralizá-las”, examinamos a estratégia que Satanás está usando para solapar o Cristianismo bíblico. Identificamos a Bíblia (em uma tradução fidedigna) e a oração cristã tradicional como os dois principais alvos desse ataque. Satanás não pode tomar à força essas duas armas de nossas mãos, porém pode enganar e fazer os cristãos aceitarem substitutos engenhosamente elaborados.

Fizemos também referência ao ataque correspondente aos hinos cristãos tradicionais, um tópico que nos propomos agora a explorar em maior profundidade. Veremos, em particular, os métodos que estão sendo usados para redefinir a adoração cristã e eliminar os hinários tradicionais. Examinaremos também o modo como a música está sendo usada para condicionar os cristãos professos a aceitarem a filosofia ecumênica da vindoura Religião do Mundo Unificado.

Compreendendo a Natureza Deste Ataque

Muitos aspectos das nossas vidas são afetados pela música que ouvimos habitualmente. A música tem uma influência em nosso humor, em nosso estado emocional e em nossa atitude mental. Assim, para compreendermos o modo como esse ataque está sendo realizado — com graves consequências para a igreja — precisamos primeiro estabelecer, além de qualquer dúvida, que a escolha errada de música para a adoração cristã pode afetar nosso relacionamento com Deus.

A música do tipo certo pode alargar nosso desejo pelas coisas espirituais, enquanto que a música de má qualidade, ou a música que desagrada a Deus, pode ter um efeito prejudicial, frequentemente de formas que podemos não reconhecer.

Nossas Duas Armas Principais

Todo cristão verdadeiro está vivendo em um tempo de guerra. Temos um Inimigo invisível, que está trabalhando com afinco para nos destruir, embora a maioria dos cristãos professos parece não aceitar isso. Nossas duas principais armas nessa guerra são a Bíblia (em uma tradução fidedigna) e nossas orações com um coração arrependido e contrito. Mas, também temos algo que combina com o poder dessas duas armas e que virtualmente também pode ser considerado uma arma. Essa arma é a verdadeira adoração cristã.

Quando cantamos hinos de louvor na igreja, estamos nos dirigindo ao nosso Pai Celestial, exatamente como nos dirigimos a Ele em oração. Da mesma forma, quando cantamos em voz alta as verdades escritas para nossa edificação na Bíblia, estamos portando o poder da santa Palavra de Deus. O cântico de hinos deveria, portanto, ser visto por todos os cristãos verdadeiros como uma expressão potente de nossas duas armas principais.

Podemos orar e estudar a Bíblia sozinhos, mas o cântico de hinos normalmente ocorre entre um grupo de outros fiéis. Isto coloca em jogo dois fatores adicionais que o próprio Jesus identificou no capítulo 18 do Evangelho de Mateus. Realmente precisamos compreender as implicações desses fatores para a verdadeira adoração cristã. Com relação ao primeiro, o Senhor diz:

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” [Mateus 18:20].

Quando entoamos hinos de louvor e adoramos nosso Pai Celestial na igreja, reunidos em Seu santo nome, Seu Filho está em nosso meio. Isto transforma nossa voz congregacional em algo realmente especial, um som que é profundamente singular. Se a oração fervorosa de um justo “pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16), então o mesmo precisa ser verdadeiro a respeito das canções oferecidas em harmonia diante de Deus em louvor e adoração.

O Senhor também nos diz que, quando dois concordarem em uma questão e orarem em harmonia diante de Deus, em busca de auxílio, a oração deles certamente será ouvida.

“Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.” [Mateus 18:19].

Isto também precisa ser verdadeiro a respeito dos fiéis cristãos que se reúnem harmoniosamente, cantando hinos de louvor a Deus que incluem súplicas a favor do bem-estar dos santos e do compartilhamento do Evangelho.

À luz disto, é fácil ver por que Satanás sempre odiou o canto dos hinos cristãos tradicionais. Esses hinos fortaleceram a igreja ao longo dos séculos e derramaram grandes bênçãos sobre as vidas dos fiéis cristãos individuais. A adoração conjunta permite que a igreja trabalhe como um corpo, em que cada um dos membros individuais pode expressar — audivelmente e com verdadeira emoção — a paz que encontrou em Cristo.

A Bíblia Adverte Sobre a Música e a Idolatria

A Bíblia adverte que o Maligno usará a música para promover a idolatria. Quando o rei babilônio Nabucodonosor erigiu um enorme ídolo de ouro, de 60 côvados (cerca de 27 metros) de altura em um local público, ele ordenou que todos se prostrassem e adorassem, sempre que ouvissem o som “da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música” [Daniel 3:5]. A palavra “bateria” não aparece na Bíblia, mas a frase “e de toda a espécie de música” — isto é, outros instrumentos que não foram especificados — muito provavelmente incluía os tambores e a percussão. Os jovens hebreus que se recusaram a adorar o ídolo — Ananias, Misael e Azarias — foram lançados na fornalha ardente, mas foram milagrosamente preservados.

Quando a Palavra de Deus faz uma clara conexão entre música e a idolatria grosseira, os cristãos devem encarar isto com muita seriedade. A importância dessa conexão é reforçada pelo fato de o conjunto de instrumentos ser mencionado quatro vezes em apenas alguns poucos versos (5, 7, 10 e 15) — “da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música”.

Por que Nabucodonosor empregaria a música para este propósito se não fosse para aumentar a natureza satânica daquilo que ele estava fazendo? E por que a Escritura se refere aos instrumentos musicais quatro vezes em seguida, uma perto da outra, se eles não estivessem vinculados com a abominação?

A Palavra de Deus está revelando, para nosso benefício, o poder espiritual da música, não apenas no céu — como no livro do Apocalipse — mas também aqui na Terra.

A Escritura também nos diz algo sobre Satanás que precisamos considerar neste aspecto:

“… em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.” [Ezequiel 28:13]

Os “tambores” e “pífaros” são tamborins e flautas, respectivamente. Como esta passagem descreve os adornos concedidos a Lúcifer no tempo em que ele foi criado, podemos inferir que o papel dele no céu, antes de sua queda, estava relacionado de algum modo com a adoração e exaltação do Senhor por meio da música. Portanto, não devemos nos surpreender que a música esteja sendo usada hoje pelos poderes das trevas para seduzir os corações dos homens e escravizar suas mentes.

A música também aparece na vida do Messias. Lembre-se do último ato que Jesus realizou junto com seus discípulos, antes da crucificação: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras.” [Marcos 14:26].

Lembre-se também como Sofonias descreveu o retorno de Jesus a Jerusalém em Sua segunda vinda e como ele cantará com alegria junto com o remanescente salvo:

“O SENHOR teu Deus, o poderoso, está no meio de ti, ele salvará; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo.” [Sofonias 3:17].

É significativo que o Senhor tenha encerrado Seu primeiro ministério público com um cântico e que celebrará com júbilo o início de Seu segundo, também com um cântico!

Nosso Pai Celestial até cantou um cântico para Seu Filho em Isaías 5:1:

“Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil.”

Este é o famoso Cântico da Videira, que fala do precioso relacionamento entre Cristo e os filhos de Israel. Somente podemos nos maravilhar que o Pai o compartilhe conosco. Referindo-se a esta passagem, o comentarista Matthews Henry disse:

“Deus, o Pai, dita-o para a honra de Cristo, Seu Filho amado, a quem constituiu Senhor da vinha. O profeta canta para a honra de Cristo também, pois Ele é seu bem-amado.”

Estas passagens das Escrituras demonstram, por um lado, o poder sustentador e alimentador da música quando ela é usada para um propósito santo e, por outro lado, seu efeito potencialmente corruptor — quando usada incorretamente — sobre as mentes dos homens. Isto nos mostra que, ao escolhermos a música para a adoração cristã, precisamos exercer o maior discernimento possível.

Duas Concepções Errôneas Sérias

Examinaremos agora duas concepções errôneas sérias sobre a música, que são amplamente adotadas pelos apoiadores da Música Cristã Contemporânea (MCC). Até mesmo aqueles que saíram do movimento da MCC e redescobriram a alegria da verdadeira adoração cristã estão surpresos pela forma obstinada como eles mantiveram uma ou ambas dessas falsas ideias. Embora isto seja devido, em parte, à má instrução, há um pronunciado elemento sobrenatural em operação aqui. Satanás está determinado a dominar as emoções dos cristãos professos, especialmente dos jovens, e promover uma cultura de satisfação dos próprios desejos e complacência. É por isto que tantos jovens hoje aderem à máxima: “Se algo produz boas sensações, então com certeza é bom.”

Erro de Concepção 1: Se Algo Produz Boas Sensações, Então com Certeza É Bom

Como Harry Ironside certa vez observou, a palavra “sentimentos” (ou sensações) aparece somente duas vezes na Bíblia — uma vez em Efésios e outra em Hebreus — e em nenhum dos dois casos ela tem o significado que tem aqui.

Biblicamente falando, não podemos julgar nada pelos nossos sentimentos ou sensações. O conhecimento é essencial. Quando o livro de Juízes diz que “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos”, o que está efetivamente dizendo é que cada indivíduo fazia o que achava correto, sem considerar aquilo que Deus tinha dito.

“Se produz boas sensações, então com certeza é bom” — este é o padrão de aferição hoje para decidir quais canções devem ser usadas na adoração cristã. Mas, nos muitos artigos e tributos para a MCC ao longo dos anos, raramente se pode encontrar uma referência ao único critério que realmente importa: Esta canção é agradável a Deus?

Retornaremos a esta questão posteriormente, pois ela tem implicações devastadoras para a MCC e seu papel na adoração cristã.

Erro de Concepção 2: A Música É Moralmente Neutra

A segunda concepção errônea diz que a música é moralmente neutra. Foi somente no século 20 que essa ideia ganhou apoio. Até então, era amplamente aceito que a música tinha sua própria estrutura interna e leis estéticas e que a beleza acústica que identificamos ao ouvir não era meramente um produto do condicionamento cultural. Até mesmo os ateístas no passado reconheciam que a música tinha uma influência sobre o seu comportamento.

Todavia, com o crescimento do relativismo moral, homens de saber, bem como instituições científicas de ponta, começaram a tentar provar que a estrutura e a ordem do universo eram arbitrárias. Eles estavam determinados a rejeitar Deus. Isso significa trivializar qualquer coisa que parecesse sugerir que o mundo tinha um propósito espiritual. As artes visuais ficaram sob ataque, como também a música. Se certas composições musicais pareciam belas, ou se produziam enlevo espiritual, então, eles insistiam, isto deveria ser devido a algum fator aleatório na mente humana. O enlevo não poderia ser devido a uma propriedade da própria música, pois isto poderia, por sua vez, implicar que um projetista soberano tinha colocado aquilo ali.

A ideia que a música é moralmente neutra ganhou uma firme aceitação na academia, ajudada, em parte, pela chegada do Jazz e pela invenção da música atonal por Schoenberg e outros. A última se propunha a mostrar que os padrões agradáveis, ou “beleza”, que identificamos em uma obra musical não são uma propriedade da própria música, mas, ao contrário, são um produto de fatores culturais, neurológicos e igualmente subjetivos.

Uma vez que a música foi vista como um meio moralmente neutro, como simplesmente um modo de expressar preferências subjetivas por meio do som, a porta ficou aberta para virtualmente todo gênero e estilo musical. Eles eram todos agora vistos como moralmente equivalentes. Isto rapidamente levou a uma ampla aceitação do Rock-and-Roll, talvez o mais incongruente e desconcertante de todos os estilos musicais.

Os cristãos devem saber que, apesar das afirmações dos acadêmicos céticos e dos eruditos progressistas, a música não é moralmente neutra. Praticamente todos têm uma memória de um momento na infância quando ouviram uma peça musical que era tão bonita e tão tocante que quase os fez chorar. Eles podem se lembrar também como aquela música despertava um desejo genuíno dentro deles de descobrir a fonte invisível daquela beleza. Nada disso foi culturalmente condicionado, mas estava enraizado unicamente na própria música.

Nenhum regimento já marchou ao som de uma valsa de Strauss, tampouco alguma donzela já perdeu os sentidos ao ouvir O Voo do Besouro, de Rimsky-Korsakov.

Terminologia e Controle

O movimento da MCC fala somente sobre canções de adoração, nunca sobre hinos. Esta última palavra é praticamente tabu em muitas igrejas hoje. A palavra hino passou a significar uma música que é chata e sem vida, ou irrelevante e obsoleta. O hinário é um livro que antigamente despertava o coração de todos os fiéis cristãos, mas hoje não é mais visto em muitas igrejas. O hinário foi substituído por um telão em que as letras prescritas são projetadas. Isto permite que o “diretor musical” controle a congregação. Alguma coisa nova pode ser empurrada goela abaixo da congregação a qualquer momento. Um membro interessado da igreja está impossibilitado de apanhar um hinário e apontar para os muitos hinos que tocam o coração, e que agora não são mais cantados — porque não há mais hinário. Como resultado, a maioria dos membros das igrejas hoje desconhece completamente os muitos hinos bonitos que as gerações anteriores cantavam, mas que foram virtualmente abolidos pelos seguidores da MCC.

Atribuímos corretamente aos pastores a responsabilidade pelo ensino dado em suas igrejas, porém muitos pastores hoje entregaram poder extraordinário nas mãos de seu “diretor musical”, geralmente um jovem que gosta muito de música, especialmente da música popular, mas que possui muito pouco conhecimento da Bíblia. A decisão do diretor musical afeta grandemente a atmosfera espiritual da igreja, a atitude dos participantes e o modo como a adoração é dirigida. Provavelmente, é seguro dizer que muitos diretores musicais têm um impacto maior sobre a oração e adoração do que os pastores e diáconos/presbíteros. Todavia, os mesmos diretores musicais podem ir para casa após o fim do serviço na igreja e ouvir música secular durante horas, uma música que é, em grande parte, indistinguível das canções que eles selecionaram para “adoração” naquela manhã. Como consequência dessa situação insana, a maioria das igrejas hoje está “adorando” de acordo com os ditames da indústria musical, com pouca ou nenhuma consideração para a forma como o próprio Senhor nos pediu para adorar.

Música de Adoração

Vamos definir nosso termo básico: Música de adoração é oração e louvor expressos por meio de uma canção. Ela precisa ser oração, pois é dirigida e cantada para Deus. Se não for oração, então para quem a estamos cantando? Ela precisa incluir louvor, pois a adoração, por definição, glorifica a Deus. Ela também precisa incluir a voz humana, pois somente uma pessoa viva pode louvar e adorar o Senhor: “Louvarei ao SENHOR em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca.” [Salmos 34:1].

A música de adoração é pessoal, porque a oração é pessoal. Isto é evidente a partir do fato que ficamos diante de Deus e fazemos o que nunca faríamos diante de ninguém mais.

Sabemos que Deus gosta da música de adoração, porque Ele dedicou um livro inteiro da Bíblia à canção. Os Salmos de Davi expressaram, como nada mais poderia, o relacionamento dele com Deus. Eles expressam verdades, são cheios de reverência, são emocionais e pessoais. Eles são orações em todos os sentidos e também são canções em todos os sentidos.

Os Salmos são o hinário de Deus. Eles são um modelo, ou gabarito, para o tipo de canções que são agradáveis a Deus. Assim também são as passagens que a própria Escritura descreve como uma canção (ou cântico), como o Cântico de Moisés (em Deuteronômio 32), o Cântico de Míriam (em Êxodo 15), ou o Cântico de Débora (em Juízes 5).

Existem passagens extensas em Jó e em Isaías que se parecem com um oratório quando são recitadas em voz alta. Muitas outras passagens das Escrituras estão estruturadas assim e preenchidas com alegria, grandiosidade e profundidade, que parecem pulsar com uma música toda própria. Haendel teve somente de acrescentar uma melodia simples a Isaías 9 para produzir um dos mais belos hinos de todos os tempos — “Porque um Menino nos Nasceu”, um dos coros de seu oratório O Messias.

O Quê Exatamente Está Errado com a MCC?

Antes de tentarmos responder a esta questão, devemos primeiro reconhecer que muitos dos antigos hinos eram realmente sem vida e enfadonhos, muitos seguiam um padrão lento ou tinham letras artificiais e palavras anacrônicas. Mas, os melhores resistiram ao teste do tempo. Eles provaram seu valor e elevaram milhares de corações tristes e feridos até grandes alturas. A alegria e satisfação que os antigos hinos trouxeram a milhões de fiéis cristãos nos últimos séculos foram imensuráveis.

Ao olharmos para a MCC, enfocaremos somente as melhores. As piores são tão ruins, tão imersas no secularismo, em sentimentos mundanos e em apresentações no estilo da música Rock, que devem seguramente agredir os ouvidos e entristecer os corações da maioria dos cristãos verdadeiros.

O Apêndice A traz a lista que compilamos das melhores canções da MCC. A lista pode não ser igual à escolha das “30 Melhores” de todo diretor musical, mas as canções poderiam quase certamente estar entre as “50 Melhores”. Como tais, elas são representativas do que há de melhor na MCC e fornecem uma seleção honesta em que uma crítica possa estar baseada.

Gostaríamos de incluir as letras de todas as canções, mas achamos que não poderíamos fazer isso devido às restrições de direitos autorais. (Este é um ponto de grande importância e ao qual retornaremos mais tarde.)

Examinaremos agora essa seleção das 30 Melhores dentro de dez subtítulos.

1. Repetição Excessiva

É natural que uma canção tenha frases recorrentes, mas não é natural que algumas poucas palavras sejam repetidas dezenas de vezes, com regularidade neurótica. Muitas das canções na nossa lista das “30 Melhores” são altamente repetitivas. Neste aspecto, elas têm muito em comum com a música popular e música de discoteca, em que certas letras, por mais tolas que sejam, são repetidas inúmeras vezes, puramente para fins de efeito. Elas não transmitem qualquer significado. Na verdade, após as primeiras repetições qualquer conteúdo racional evapora e somente uma assinatura sônica permanece.

Cristo condenou a oração repetitiva: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.” [Mateus 6:7]. Uma canção de adoração é, essencialmente, uma oração colocada na forma de música e, portanto, a recomendação dada por Jesus se aplica a ela. Por que, então a repetição excessiva é uma característica tão proeminente e amplamente aceita na MCC?

Jesus também descreveu a vã repetição como um aspecto da oração “pagã”. Sendo pagã, essa oração não é ouvida por Deus e nem aceitável a Ele. (Retornaremos a esta questão posteriormente, pois ela se refere, não apenas à qualidade da música cristã contemporânea, mas também se ela é ou não aceitável a Deus.)

Este é outro problema sério com a repetição excessiva. Ela faz algumas verdades espirituais parecerem muito mais importantes do que outras e trivializa aquelas que raramente são mencionadas. Falando em termos gerais, se algo nunca é mencionado, então aquilo pode não ser assim tão importante, enquanto que as poucas coisas que são continuamente enfatizadas devem com certeza ser essenciais. Desse modo, a MCC está sendo usada para moldar a mensagem do Evangelho, para editar a Palavra de Deus e focar somente aquelas partes que os arquitetos da MCC consideram importantes.

Isto resultou em um evangelho ecumênico e aguado que ensina, entre outras coisas, que todos (ou quase todos) serão salvos, que todos os cristãos professos devem adorar sob um estandarte eclesiástico comum, que as distinções denominacionais e doutrinárias são divisivas, que Deus é amor e que não punirá e nem condenará os pecadores não-regenerados, e que há algo do bom em todas as pessoas.

2. Ênfase Acentuada no Ritmo

A música é composta por três componentes — ritmo, harmonia e melodia. Esses três correspondem aos componentes do nosso ser — corpo, alma e espírito. O ritmo apela principalmente para o nosso corpo, a harmonia apela para a nossa alma e a melodia para o nosso espírito. Embora não tenhamos espaço aqui para explorar este assunto intrincado, é importante compreender que o ritmo afeta diretamente nosso corpo. O próprio corpo é uma expressão maravilhosa de ritmos interrelacionados, a totalidade dos quais chamamos de nosso ritmo circadiano.

A MCC acentua grandemente o papel do ritmo na música de adoração, até o ponto de introduzir instrumentos cuja única função é o de maximizar o ritmo. Os tambores e baterias são agora elementos comuns da MCC, ao mesmo tempo que eles não tinham vez no canto dos hinos tradicionais. Isto dá à MCC um caráter totalmente novo e separa-a completamente dos hinos tradicionais. As gerações anteriores cantavam música de adoração que apelava quase que exclusivamente à alma e ao espírito, enquanto que os cristãos professos hoje estão envolvidos em uma forma de adoração que foi criada deliberadamente de forma a estimular uma resposta fisiológica.

Alguns podem dizer: “E daí?” Mas, esta não é uma atitude aceitável a adotar em uma questão tão importante. Há uma marcada indisposição para considerar se a música produzida por ritmo acentuado ou percussão dominante é agradável a Deus. Isto tem algum apoio nas Escrituras? Esta mudança fundamental afetou a espiritualidade da igreja? Ela favorece a verdadeira adoração?

Retornaremos a estas questões posteriormente.

3. Conteúdo Ecumênico e Interfé

Já mencionamos como a repetição seletiva permite que um evangelho raso e/ou uma teologia enganosa se formem nas mentes da congregação. Isto também pode ser alcançado por meio da letra somente. Palavras aparentemente inocentes podem ser carregadas com imagens e ideias sem base bíblica. Isto certamente pode afetar a igreja se o indivíduo considerar suas aspirações sentimentais como uma base para servir a Deus. Um exemplo primordial disto é a canção “Here I Am Lord” (Aqui Estou, Senhor), de Dan Schutte, publicada em 1981 (veja a lista das 30 Melhores).

A teologia presente nesta canção é verdadeiramente bizarra, uma combinação de panteísmo de Nova Era com salvação baseada em obras do Catolicismo Romano (Schutte é um padre jesuíta). A canção coloca palavras na mente de Deus que não são encontradas na Bíblia. O “deus” em questão é o deus do mar, do céu, do vento e das chamas. Ele precisa de alguém a quem possa enviar para solucionar os problemas da humanidade. Quer esteja intencionado ou não, o cantor se identifica com a voz no coro, que ecoa Isaías 6. Ele até faz uma promessa repleta de ambição e justiça própria: “Eu terei teu povo no meu coração.”

O ecumenismo nesta canção é óbvio. O deus em questão envia o homem para realizar seu trabalho e criar o céu na Terra. Cristo nunca é mencionado pelo nome. O deus do amor quer que todos sejam felizes. Ele planeja salvar a todos, o que é a falsa mensagem do Universalismo: “Todos aqueles que habitam nas trevas e no pecado minha mão salvará.” Na verdade, o ecumenismo nesta canção é tão abrangente que até hindus, budistas e gurus da Nova Era poderiam cantá-la sem qualquer constrangimento.

Temos espaço somente para mencionar mais alguns exemplos da lista das 30-Melhores, a maioria dos quais está imbuída com a mesma filosofia ecumênica e universalista, seja de forma declarada ou implícita. Essas canções se apoiam umas nas outras, de modo que o ímpeto ecumênico cresce com a passagem do tempo.

Be Still for the Presence of the Lord Um hindu poderia cantar esta canção — a presença ardente de deus está brilhando ao redor. A letra é consistente, do início ao fim, com o panteísmo. O deus em questão poderia ser Indra ou Vixnu.
Better Is One Day Os hindus podem aplicar as palavras “Senhor Todo-Poderoso” a diversos de seus deuses, como Xiva. Não há nada nesta canção que seja exclusivamente cristão.
Come, Now Is The Time To Worship Outra canção para hindus. Todos são convidados a virem diante do deus desconhecido, exatamente como eles estão — nenhum arrependimento é necessário.
Open the Eyes of My Heart Outra canção para hindus. Ela poderia ter sido escrita por George Harrison, do grupo The Beatles, cuja canção “My Sweet Lord” ela parece imitar.
Indescribable Embora tenha muitos sentimentos nobres, esta canção poderia ser cantada por membros de virtualmente qualquer religião.
Your Love Never Fails Outra canção para hindus. Uma canção popular para a Nova Era.
Our God Os hindus podem ter alguma dificuldade com a linha de abertura, mas depois disto, ela é Vixnu até o fim.

 
É chocante descobrir que, entre as 30 canções mais conhecidas da MCC, pelo menos 8 poderiam ser cantadas por pagãos, iogues, xamãs e gurus da Nova Era.

A maior parte das outras canções está arruinada de uma forma similar, com grande quantidade de algodão doce teológico e uma insistente, às vezes impertinente determinação de se sentir bem consigo mesmo e sarar o mundo. Uma referência ocasional a “Jesus” ou à “cruz” é tudo o que distingue essas canções das religiões orientais e do panteísmo da Nova Era.

4. Familiaridade Inapropriada

O temor a Deus raramente é evidente nas canções da MCC. Isto é devido, em parte, ao uso extravagante que elas fazem da repetição e, em parte, ao sentimentalismo.

O Evangelho de Lucas apresenta a parábola do fariseu e do publicano, ambos os quais foram ao Templo para orar. Um deles adotou um tom de familiaridade e justiça-própria diante de Deus e recitou suas boas obras, enquanto que o outro inclinou sua cabeça e disse: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador.” [Lucas 18:13]. Jesus está nos dizendo que, em essência, cada um de nós está diante de Deus em uma dessas posições. Qual você acha que tipifica o mundo da MCC?

Uma coisa é saber que nosso Pai Celestial nos ama e se alegrar com esse conhecimento, mas outra bem diferente é dirigir-se a Ele com uma familiaridade inapropriada e indevida.

Naturalmente, todos nós queremos nos aproximar de Deus e conhecê-Lo melhor. Apesar disso, quando cantamos para Ele em louvor e adoração, nunca devemos nos esquecer de quem Ele é e, correspondentemente, de quem nós somos — pecadores miseráveis, resgatados das profundezas da destruição por um grande preço.

5. Teologia Vaga

Em geral, o conteúdo teológico das canções da MCC é notavelmente vago. Pode ser difícil discernir uma mensagem clara do Evangelho nessas canções, ou relacionar mais do que meia dúzia delas a um texto bíblico. Uma grande proporção dos jovens que são atraídos à MCC tem uma compreensão deficiente das Escrituras e não percebem que muitas das ideias nessas canções não têm base bíblica.

Antigamente, os cristãos conseguiam aprender os rudimentos da teologia com a letra dos seus hinos, mas isto hoje não é mais possível. Em geral, a MCC é uma coleção de clichês repetidos diversas vezes. Seu principal propósito, ao que parece, é colocar de lado os grandes hinos do passado e substituí-los por canções sentimentais, aspirações místicas e expressões delicadas de lealdade e afeição.

Aqui estão apenas alguns exemplos das 30 Melhores da MCC:

Majesty “Autoridade do Reino / Fluir desde Seu trono”. Isto implica, falsamente, que Jesus já está assentado sobre o trono de Davi.
Shine, Jesus, Shine “Ateia fogo Espírito, ateia”. Onde na Bíblia o Espírito ateia fogo na Terra? Isto é confuso.
Days of Elijah Esta mistura de eventos do fim dos tempos rejeita a Tribulação
King of Kings, Majesty “Deus do céu, que vive em mim.” Isto abre a porta para o panteísmo. Uma teologia que se encaixa em todas as religiões.
Here I Am to Worship O conceito de adoração nesta canção poderia ser aplicado a qualquer divindade.
Beautiful One Uma canção com uma forte cepa de panteísmo. Ela também implica que o homem pode ver a beleza de Deus, como em uma visão mística.
Mighty to Save “Todos precisam de perdão.” Esta canção aponta para um Jesus falso, sentimental.
Sing, Sing, Sing “O que não é amor em ti?” Outro retrato sentimental de Jesus.
Cornerstone “Minha esperança está firmada em nada menos que no sangue de Jesus e na justiça.” Justiça de quem? Está confuso.

 

6. Falsas Doutrinas

Apesar de sua teologia vaga e sua inclinação ecumênica, a MCC ainda consegue promover duas doutrinas substantivas que estão em conflito com o Cristianismo bíblico. A primeira é a doutrina carismática que o Espírito Santo transformará o mundo se um número suficiente de cristãos, agindo coletivamente, implorar que Ele faça isto. A maioria dos carismáticos pensa no Espírito Santo não como uma pessoa, mas como uma energia, ou força, que responderá positivamente às suas invocações emocionais e ao entusiasmo cheio de fé.

A segunda é a doutrina Dominionista que o mundo será salvo eventualmente, não pelo retorno de Cristo, mas pela evangelização bem-sucedida de nações inteiras. Essa doutrina ensina que a humanidade irá gradualmente se converter ao Cristianismo e passar por uma transformação espiritual que permitirá o retorno de Cristo. Existem muitas variações de Dominionismo, mas todas elas rejeitam a descrição bíblica do fim dos tempos, em que “… os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.” [2 Timóteo 3:13].

Estas falsas doutrinas encontram suporte em muitas canções da MCC, incluindo várias das 30-Melhores:

Be Still for the Presence of the Lord “Estamos em terra santa.” Esta é uma ideia carismática.
Shine, Jesus, Shine “Ao olharmos para teu brilho real, nossas faces mostram tua imagem.” Isto retrata os fiéis cristãos como um Jesus em miniatura, carismático.
Days of Elijah “Justiça sendo restaurada.” Isto sugere que a evangelização converterá as nações.
King of Kings, Majesty “A Terra e o céu te adoram.” Outro sentimento carismático.
Come, Now is the Time to Worship “Um dia toda lingua confessará que tu és Deus. Um dia todo joelho se dobrará. Mas, o maior tesouro permanece para aqueles que alegramente te escolhem agora.” Isto ensina o Universalismo, a crença que todos serão salvos, o que tem muitos apoiaores entre os carismáticos e dominionistas.
Beautiful One “Belo, eu te amo. Belo, eu te adoro.” Este é o “Jesus” visto pelos místicos católicos romanos em suas “belas visões”.
Mighty to Save “Brilha tua luz e faça o mundo todo ver.” Isto é dominionismo. Na realidade, quando todo o mundo ver Cristo, será em um tempo de ira e julgamento.

 

7. Orientadas para a Auto-Estima

Muitas canções da MCC apontam de um modo sutil para o valor intrínseco do indivíduo. Esta atitude pode ser resumida nas palavras: “Se o próprio Deus me salvou, então eu era digno de ser salvo.” Este sentimento permanece caladamente no segundo plano de muitas canções da MCC. O foco está no indivíduo e em suas necessidades, enquanto que Deus é retratado como um ser beneficente que tem a honra de atender a essas necessidades.

Aqui estão mais alguns exemplos:

Meekness and Majesty “Ajoelhe em humildade e lave nossos pés.
Here I Am to Worship “Tu és todo amável, todo digno.”
Beautiful One “Você conquistou meu coração com este amor.”
Mighty to Save “Assim, leve-me quando me encontrares.”
Sing, Sing, Sing “O que não é amor em ti?”

 

8. Uma Preocupação Consigo Mesmo

Embora esteja relacionada de perto com a auto-estima, a preocupação consigo mesmo, que flui como um rio pela maioria das canções da MCC, é uma categoria própria. Muitas canções são pouco mais do que um veículo para projetar as emoções do indivíduo, com referências copiosas a si mesmo na primeira pessoa. Algumas até parecem ter sido extraídas do diário de uma adolescente apaixonada. É difícil compreender como um cristão pode se colocar diante de Deus todo domingo e cantar com entusiasmo sobre si mesmo.

9. Uma Obstinada Omissão da Palavra de Deus

Um dos aspectos mais chocantes da MCC é a extensão em que ela evita mencionar ou fazer citações da Palavra de Deus. É como se os autores das letras estivessem presos a uma restrição secreta — “Sob nenhuma circunstância você deve citar versos bíblicos!” Nas poucas ocorrências em que uma referência explícita às Escrituras pode ser encontrada, ela está geralmente fora do contexto e tem seu significado distorcido.

O quanto nos afastamos dos dias em que os cristãos cantavam somente os Salmos e glorificam usando a santa Palavra de Deus! Em contraste, hoje temos letras insípidas, paráfrases repletas de erros e chavões sentimentais, todos redigidos por pessoas que parecem ter pouco conhecimento ou compreensão da Palavra de Deus.

10. Fraqueza Melódica

Alguém poderia pensar que, com a ampla comercialização de seus trabalhos, os compositores da MCC teriam pelo menos se esforçado para produzir canções com melodias satisfatórias, mas este não é o caso. Até mesmo entre as 30-Melhores, existem somente uma meia dúzia de melodias agradáveis. Muitas não têm virtualmente melodia alguma, mas são construídas vocalmente com base em uma série de cantos ou mantras que têm de ser repetidos uma dúzia de vezes para compensar a ausência de uma clara linha melódica.

De modo a explorar este fator mais completamente, precisaremos primeiro examinar alguns aspectos técnicos de estrutura musical — veja a próxima seção.

Síncope, Contratempo, Ostinato e Acordes Não Resolvidos

A maioria dos leitores já ouviu falar de síncope, porém muitos talvez não compreendam o que ela significa. Aqui está uma definição concisa (à qual talvez você precise referenciar posteriormente):

Síncope: (Música) Uma interferência deliberada no ritmo, onde uma ênfase que deveria estar em uma posição é colocada em outra. O fluir da música é interrompido por uma batida inesperada, ou uma batida normalmente não enfatizada que é enfatizada. Na síncope da batida ausente, uma batida que o ouvinte espera ouvir não é tocada. Quando isto acontece, o ouvinte tende a fazer um movimento físico para preencher o vazio deixado pela batida ausente. Em resumo, a síncope faz alguma coisa com o fluir da música que nossa mente não espera.

É importante observar que, independente do modo como é produzida, a síncope tem um efeito físico sobre o corpo. Ela faz o ouvinte se mover com a música, de modo a restaurar o ritmo que a síncope perturbou.

Estudos mostram que a síncope complexa pode ser usada para gerar um alto nível de estresse e abrir o ouvinte para ideias que ele normalmente não aceitaria. Nas mãos de um musicólogo habilidoso, a síncope pode até mesmo ser usada para fins de controle mental.

A síncope pode se aplicar a uma única batida formada por somente duas notas musicais. Humanamente, o modo mais natural e que causa satisfação de acentuar um par de notas, é colocar a ênfase na primeira nota (DA-da). Isto é chamado de tempo forte (down beat). Quando isto é feito da forma contrária (da-DA), e o acento é colocado na segunda nota, isto é chamado de contratempo (back beat).

Esta diferença pode parecer pequena, mas ela na verdade afeta o modo como respondemos à música. Por exemplo, a sequência DA-da-da é tranquilizadora e similar a uma valsa para nossos ouvidos; ela se harmoniza naturalmente com o ritmo da nossa mente e corpo.

Entretanto, se a ênfase for colocada na terceira nota, o efeito é menos harmonioso — da-da-DA. É por isto que a música Rock pode ser ser cheia de tensão. Como faz uso intensivo da síncope e do contratempo, ela atinge continuamente nossa mente e nosso corpo com ritmos desconcertantes. A tensão gerada pela música Rock não necessariamente será sentida como tensão pelos participantes, mas como um “estímulo”, ou uma emoção. Contudo, ela é cheia de tensão. Por exemplo, em seu livro Your Body Doesn’t Lie (1989), o Dr. John Diamond (um médico) delineou uma série de testes que realizou em centenas de voluntários. Ele descobriu que o peso normal necessário para subjugar o músculo deltóide no ombro de uma pessoa saudável era em torno de 18 a 20 Kg. Mas, quando a música Rock era tocada, somente de 4,5 a 7 Kg eram necessários. (O músculo deltóide tem a função de elevar o braço.)

Bill Haley foi um dos pioneiros da música Rock. Certa vez ele foi solicitado a caracterizar o “novo som”, isto é, o que fazia o Rock soar de forma tão diferente. Ele disse: “— Achei que se eu pegasse uma melodia típica, digamos, do sul dos EUA, removesse a primeira e terceira batidas, enfatizasse a segunda e a quarta, e adicionasse uma batida que os ouvintes pudessem acompanhar com palmas e também dançar, isto poderia ser aquilo que eles estavam querendo.”

Haley simplesmente pegou o “UM-dois-TRÊS-quatro” e o transformou em “um-DOIS-três-QUATRO” e depois adicionou uma batida. Na verdade, em uma de suas canções mais famosas, Rock Around the Clock, ele abria com uma proclamação daquilo que estava fazendo:

“One-two-THREE-o’clock-FOUR-o’clock-ROCK… five-six-SEVEN-o’clock-EIGHT-o’clock-ROCK…”

Foi assim que nasceu a síncope no contratempo, que caracteriza a música Rock.

Outro termo importante é ostinato, que se refere a uma frase rítmica ou melódica que é repetida constantemente. Dependendo de como é usado, o ostinato pode ter o efeito de induzir um transe. Ele é especialmente eficaz se o praticante estiver tentando entrar em um estado alterado de consciência e se “submete” à música.

O conceito final que queremos abordar é o acorde dissonante (ou não-resolvido). Algumas combinações de notas ou acordes são muito mais agradáveis aos nossos ouvidos do que outras. (Um acorde são três ou mais notas que são tocadas ao mesmo tempo). Quando ouvimos um acorde plenamente resolvido, não esperamos ou antecipamos outra nota para fazer a série parecer completa ou totalmente formada.

Acordes estáveis desse tipo produzem consonância, enquanto que os acordes instáveis produzem a dissonância. Nossos ouvidos gostam da consonância, mas também gostam da dissonância quando ela acrescenta tempero ou variação a uma série de notas ou acordes consonantes. Em outras palavras, se um acorde dissonante for usado, outro acorde precisa ser incluído que faça a sequência como um todo soar consonante.

Surgem problemas quando acordes dissonantes não são resolvidos. Vamos tomar como um exemplo as duas primeiras linhas de uma cantiga de Natal, “Deitado na Manjedoura”

Deitado na manjedoura, sem ter um bercinho
O pequeno Senhor Jesus repousava seu corpinho.

As palavras “sem ter um bercinho” poderiam ser removidas sem prejudicar o sentido, mas musicalmente isto seria um desastre. Nossos ouvidos exigem a inclusão das notas que acompanham essas palavras, caso contrário as notas que acompanham as palavras iniciais “Deitado na manjedoura” não seriam resolvidas adequadamente. Este é um exemplo bem elementar, mas que mostra claramente o que pode acontecer quando as notas e acordes são encadeados juntos sem consideração adequada pelos padrões e relacionamentos musicais esperados pela nossa mente.

A MCC É um Tipo Completamente Novo de Música de Adoração

Se aplicarmos aquilo que aprendemos aqui à moderna música de adoração, descobriremos que a MCC é uma variedade nova de música, completamente diferente da música de adoração que foi cantada nas igrejas nos últimos 400 anos, ou mais.

A MCC está fortemente impregnada com síncope, ostinato, contratempo e acordes não resolvidos. Naturalmente a incidência desses elementos varia de canção para canção, mas naquilo em que a MCC corresponde a um gênero secular, esse gênero é o Rock suave. Basta aumentar o volume e acrescentar mais percussão para transformá-la em um som de Rock completo.

A MCC está direcionada para o corpo humano. Ela é projetada para evocar uma resposta corporal e fazer os participantes se moverem de alguma maneira. A síncope faz o ouvinte preencher as batidas ausentes, produzindo o som ou batendo palmas. Até onde nenhum movimento é produzido, os estímulos necessários estão presentes, dando prioridade ao ritmo na mente do ouvinte e empurrando a melodia para o segundo plano.

Os acordes não-resolvidos têm um efeito similar. Eles estimulam os participantes a se envolverem em maior repetição, em um esforço vão de resolver o acorde e neutralizar a dissonância residual. Por causa disto, as canções da MCC são mais difíceis de cantar e, geralmente, requerem um fundo rítmico ou de percussão. Isto pode explicar por que as canções da MCC raramente são cantadas sem acompanhamento instrumental rítmico, e por que raramente ouvimos alguém cantarolar essas canções — em total contraste com os hinos antigos e mais tradicionais.

Os cristãos que verdadeiramente amam o Senhor devem estar profundamente preocupados que a MCC tenha se disfarçado de “música de adoração” e tomado completamente as igrejas. Ela não é nada mais do que um suflê de palavras bíblicas e Rock suave — entretenimento do tipo “sinta-se bem consigo mesmo”, sem qualquer conexão com a verdadeira adoração cristã.

Os Autores das Canções da MCC

Deveríamos estar surpresos por qualquer um desses fatos?

A maioria dos autores das canções da MCC cresceu ouvindo e foi grandemente influenciada por bandas seculares bem-sucedidas, como The Beatles, The Eagles, The Byrds, Genesis, Fleetwood Mac e Pink Floyd. Em grande parte, eles rejeitam o canto de hinos tradicionais como enfadonhos e fora de moda — por terem pouca ou nenhuma síncope, contratempo, ostinato ou acordes não resolvidos. Eles não têm paciência com os antigos modos de “fazer igreja” — uma frase horrível que é usada para esconder a extensão em que as igrejas modernas se afastaram dos princípios pastorais definidos na Bíblia.

A maioria dos autores de canções da MCC não gosta das distinções denominacionais e querem uma igreja de um mundo unificado, onde os “cristãos” de todos os tipos possam se reunir debaixo do mesmo teto. A maioria deles considera a Igreja Católica Romana como uma igreja cristã, apesar da apostasia de seus ensinos. No mundo “sinta-se bem consigo mesmo” da MCC, a realidade do pecado e a possibilidade do inferno são em grande parte esquecidas, julgar os outros é um total tabu e tudo ficará bem no fim, porque Deus quer que sejamos felizes. Os líderes da MCC substituíram o Deus da Bíblia pelo deus do amor incondicional, um ser galático luminoso que nunca condenará ninguém.

As canções na lista das 30-Melhores podem ser agradáveis de ouvir, mas elas são uma etapa intermediária para um tipo mais rebelde de música de adoração, onde a batida é mais forte, o volume mais alto, a repetição maior e o conteúdo bíblico é mais insípido e deformado do que hoje em dia.

A MCC apela às pessoas que prefeririam “experimentar” Deus, em vez de adorá-Lo, que acreditam que há alguma bondade inata em cada um de nós, e que raramente estudam a Bíblia. Eles simplesmente não conseguem acreditar que a ira de Deus um dia será derramada sobre este mundo e causar mais mortes e destruições do que qualquer um pode imaginar.

Que Tipo de Adoração É Aceitável a Deus?

Alguns leitores podem achar que os aspectos negativos mencionados nos pontos 1-10 acima são indevidamente pedantes e que não representam as opiniões sinceras e do coração da maioria dos cristãos professos. Talvez eles estejam corretos, mas minhas visões não importam e as deles também não. Tudo o que importa é o que é aceitável a Deus.

A Bíblia faz diversas declarações sobre adoração que precisamos considerar com muita atenção. Se elas querem dizer aquilo que parece, então a situação da MCC diante de Deus é consideravelmente pior do que nossa análise sugere.

Poderíamos ter iniciado nosso ensaio neste ponto, mas se tivéssemos feito isso, teríamos perdido a escala do desastre que está diante da igreja.

Existe ampla razão para acreditar, com base nos fatores descritos nos pontos 1-10 acima, que a vasta maioria das canções da MCC não agrada a Deus. Muitas dessas canções são repetições vãs, não contêm versos da Palavra de Deus, são dirigidas a uma divindade definida de forma muito vaga, são universalistas, sentimentais, expressas em um ritmo que agrada à carne, e estruturadas em uma teologia tão estéril e tão patética que poderiam facilmente ser consideradas como de outra religião.

Isto tudo posto, existe um fator que ainda não mencionamos, um fator tão fundamental que, se sua integridade for violada, toda a base da MCC simplesmente rui.

Considere o caso de Geazi, o servo de Eliseu. Quando Naamã, o general sírio, foi milagrosamente curado de sua lepra, ele ofereceu um presente substancial a Eliseu, o que o profeta recusou. “Porém ele disse: Vive o SENHOR, em cuja presença estou, que não a aceitarei. E instou com ele para que a aceitasse, mas ele recusou.” [2 Reis 5:16]. Depois que o sírio foi embora, Geazi correu atrás dele e solicitou uma pequena porção daquilo que tinha sido oferecido a Eliseu. Depois de esconder seu ganho obtido de forma escusa, ele retornou ao profeta, mas ficou chocado ao saber que seu ato era conhecido. Seu mestre o repreendeu: “Era a ocasião para receberes prata, e para tomares roupas, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?” Então, em um ato que foi surpreendente em sua severidade, ele disse: “Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então saiu de diante dele leproso, branco como a neve.” [2 Reis 5:27].

Geazi quis lucrar com a gratuita graça oferecida por Deus. Ele tentou ganhar dinheiro com algo que era totalmente de Deus, santificado por Seu santo nome, e concedido de forma incondicional por Aquele cuja “benignidade dura para sempre”. Em consequência, ele foi ferido com a lepra, expulso da sociedade e afligido dali para frente com o conhecimento que seus descendentes também seriam leprosos.

A Palavra de Deus está a nos dizer que não podemos obter dinheiro com a graça! Se tentarmos fazer isso, as consequências poderão ser severas.

O Novo Testamento nos dá dois exemplos similares. O primeiro foi o de Simão, o praticante de artes mágicas, que afirmou ter recebido a Cristo. Quando viu como o Espírito Santo veio sobre um grupo de novos convertidos — depois de Pedro e João terem imposto suas mãos sobre eles — Simão ofereceu aos apóstolos uma quantia não especificada de dinheiro para que ele também pudesse exercer o mesmo dom sobrenatural. Mas, Pedro o repreendeu severamente:

“O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; pois vejo que estás em fel de amargura, e em laço de iniquidade.” [Atos 8:20-23].

O outro exemplo, é claro, foi o de Ananias e Safira, que afirmaram ter entregue à igreja a quantia total da venda do campo que possuíam. Eles poderiam ter retido o tanto do dinheiro quanto quisessem, mas fingiram que não tinham guardado nada para si mesmos. Eles estavam dispostos a mentir, de modo a fazer crescer sua reputação entre os outros discípulos. Por causa disto, eles perderam suas vidas. Eles cometeram o erro de equipar a graça e a misericórdia com prata e ouro; eles pensaram que poderiam explorar o sangue de Cristo para fins materiais.

Ficaríamos chocados se um colega cristão tentasse nos vender uma oração que nós poderíamos fazer a Deus! Por que, então não estamos chocados quando a indústria da MCC vende para a igreja moderna as canções usadas para louvar e adorar ao Senhor?

Pode algo tão obsceno ser considerado normal?

As canções da MCC não são uma oferta de livre vontade a Deus. Ao revés, elas procuram obter algum retorno, por menor que seja, seja em dinheiro, reputação, ou ambas as coisas, de algo que deveria ser totalmente dedicado a Deus e para Sua glória!

É assim que Deus vê estas coisas? É claro que sim! Como sabemos com certeza? Por que Ele nos disse.

Quando os israelitas atravessaram o rio Jordão e conquistaram a grande cidade de Jericó, eles ficaram tomados de alegria. Mas, logo em seguida, quanto enviaram um destacamento com seus melhores homens para capturar a pequena cidade de Ai, eles foram derrotados. Cerca de 36 homens perderam suas vidas. Josué ficou arrasado, rasgou suas vestes e se lançou ao chão. Os anciãos e todo o povo de Israel ficaram grandemente perturbados por aquela terrível calamidade. Como eles iriam derrotar as sete grandes tribos de Canaã se não tinham conseguido capturar uma pequena cidade?

O Senhor revelou a Josué a única causa para a calamidade. Antes de terem cercado Jericó, Deus tinha instruído os israelitas a não reter coisa alguma dos despojos daquela cidade para si mesmos — tudo pertencia a Deus:

“Porém a cidade e tudo quanto havia nela queimaram a fogo; tão-somente a prata, e o ouro, e os vasos de metal e de ferro, deram para o tesouro da casa do SENHOR.” [Josué 6:24].

Infelizmente, um certo indivíduo decidiu desobedecer ao Senhor e guardou para si 50 siclos de ouro, 200 siclos de prata e uma capa cara, feita em Babilônia. Ele fez isso em segredo e escondeu os bens em sua tenda. O Senhor ficou muito irado com Israel por causa desse ato solitário de desobediência e retirou Seu braço poderoso. Ele não iria estender novamente Seu favor até que eles identificassem e punissem o culpado, e devolvessem os itens roubados. Quando o indivíduo foi exposto, ele confessou seu crime. O nome dele era Acã, o que significa “perturbador”, porque ele tinha perturbado profundamente Israel. Em retribuição, ele foi apedrejado até a morte e depois seu corpo foi queimado.

A quantia que ele tinha guardado para si mesmo dos despojos daquela antiga cidade — uma das maiores no mundo naquele tempo — foi provavelmente somente uma fração de 1%. Se toda a prata e todo o ouro em Jericó fossem amontoados, a remoção da porção ilícita de Acã provavelmente nem seria notada.

Todavia, Acã tinha roubado algo que pertencia a Deus. Embora a quantia fosse relativamente pequena (em comparação com o total dos despojos), o ato teve consequências devastadoras. O homem não pode tomar alguma coisa que pertence a Deus. Toda a nação de Israel sofreu uma grande derrota por causa do ato de desobediência de um único homem. A nação perdeu completamente a proteção e as bênçãos de Deus até tratar a questão e fazer a restituição.

Este princípio ainda se aplica hoje? É claro que sim! Deus não muda.

A MCC tomou algo que pertence a Deus e transformou isto em uma atividade comercial, uma fonte de lucro, um modo de entretenimento e um terreno de treinamento para potenciais artistas e apresentadores.

A oração e adoração de todos os verdadeiros fiéis cristãos pertence a Deus e somente a Deus! Ninguém tem o direito de se apropriar nem mesmo de uma minúscula porção dessa oferta preciosa e explorá-la para seu ganho pessoal. Todavia, a MCC faz isso em todo o mundo, gerando lucros e outros benefícios comerciais para os autores, cantores e músicos.

Pior ainda, as canções da MCC não são compostas para honrar e glorificar a Deus! Elas são compostas para o benefício dos autores das letras, dos cantores e de toda uma indústria que explora a igreja. Essas canções não são ofertas a Deus e nunca foram!

Portanto, por que os cristãos professos estão usando as obras de Acã na adoração? Eles não compreendem a santidade e beleza da adoração aos olhos de Deus? Eles não compreendem o fato bíblico simples que toda a adoração verdadeira precisa ser oferecida livre e plenamente, com toda a pureza do coração?

NADA é para ser retido por alguém. Nosso Pai Celestial não pede muito de nós, porém muitos cristãos professos hoje são tão venais, tão orgulhosos e tão mesquinhos que quando se trata de fazer até mesmo essa simples oferta, eles insistem em obter algum ganho financeiro.

Por que a igreja está perdendo tantas batalhas? Por que ela seguiu o caminho de Acã e desobedeceu a Deus.

Os hinos são as orações que cantamos juntos para nosso Pai Celestial. Infelizmente, sob a MCC eles são a matéria-prima para uma indústria que rouba de Deus. As canções não são dadas gratuitamente — e nunca foram. O único objetivo é o ganho financeiro. Ao escrever isto, lembro-me de um verso de Malaquias:

“Quem há também entre vós que feche as portas por nada, e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.” [Malaquias 1:10].

Em Sua maravilhosa misericórdia, o Senhor nos diz que Ele tem diante de Si um “altar de ouro” com as orações dos santos:

“E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono.” [Apocalipse 8:3].

Os salmos de Davi eram orações expressas na forma musical, hinos de louvor e de adoração. Todos os verdadeiros hinos são cantados para Deus e somente para Deus. Eles são aceitáveis para Ele somente quando são completamente puros, sem qualquer contaminação mundana. Quantas das orações cantadas produzidas pela MCC estão no “altar de ouro” diante do Senhor? Quando estão verdadeiramente livres da contaminação do mundo?

“Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível.” [Malaquias 1:7].

A MCC usa a igreja para vender produtos. A arrogância dessas pessoas é verdadeiramente de tirar o fôlego — eles ainda perguntam — “Em que te havemos profanado?” Essa indústria é um lobo em pele de ovelha, atraindo milhões de cristãos sinceros para uma forma de “adoração” que não pode de forma alguma agradar a Deus. Cada um de seus “produtos” está contaminado por fatores que não têm absolutamente nada que ver com a glória e honra de nosso Pai Celestial.

Os hinos tradicionais foram dados à igreja por seus autores para a glória de Deus. Eles podem ter uma marca de direitos autorais para protegê-los de abuso, mas eles eram a propriedade comum de todos os fiéis cristãos. Ninguém os usava para benefício pecuniário, ou para fazer suas carreiras avançar. Eles não apareciam em gráficos e diagramas para fortalecer seu apelo comercial e dinamizar as vendas. Eles não eram cantados em concertos para o benefício financeiro de seus compositores ou apresentadores.

Deus abençoa os antigos hinos e aqueles que os cantam em adoração e com um coração puro. O Maligno odeia esses hinos antigos e faz tudo o que for possível para colocá-los para escanteio. A MCC tem exercido um papel importante nessa estratégia vil. Começando a partir dos anos 1970s, sem ter noção do que estavam fazendo, os cristãos professos de toda a parte começaram a colocar de lado as mesmas canções que traziam alegria aos seus corações e as substituíram pelas criações “sinta-se bem consigo mesmo” de uma indústria carnal.

As orações cantadas, que eram antigamente ouvidas por Deus todos os domingos, não estão mais sendo ouvidas por Ele. Por quê? Por que elas não estão mais sendo oferecidas.

As igrejas que usam a MCC caíram no mesmo pecado que Acã. Elas podem não lucrar financeiramente, mas são cúmplices nessa terrível perversão de algo que é precioso para o Senhor — e que deveria ser precioso para todos os cristãos verdadeiros:

“E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda.” [João 2:16].

Novos Hinos

Você já observou que quase nenhum dos hinos antigos é apresentado nos álbuns da MCC? Os lucros e vendas vêm de novos materiais, embora o material antigo possa ser usado livremente por qualquer um. Além disso, há sempre o risco de os jovens hoje notarem o quão poderosos alguns dos hinos antigos realmente eram e o quanto eles foram iludidos pela espiritualidade artificial da MCC.

Não há nada de errado em compor novos hinos. Na verdade, o Senhor nos pede para fazermos exatamente isto:

“E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR.” [Salmos 40:3].

Observe como até esses hinos precisam transmitir o temor do Senhor! Eles precisam transmitir o tremendo respeito por Sua santidade e Sua soberania, um desejo sincero de agradá-Lo e de buscar Sua santa vontade.

Os cristãos hoje precisam compor novos hinos, canções de adoração que atendam ao padrão definido por Deus em Sua Palavra, canções que sejam verdadeiramente ofertas sacrificais para o Senhor, em que nada seja retido para ganho pessoal.

Conclusão

A MCC tem sido um desastre monumental para a igreja e um triunfo para o Maligno. Ela tem causado um dano imenso à verdadeira adoração cristã e roubado das igrejas em todo o mundo a alegria — a alegria maravilhosa, saradora, que flui e que enche o coração — que vem da adoração a Deus da forma como Ele pede que adoremos.

Por que a igreja está perdendo tantas batalhas? Por que ela seguiu o caminho da Acã e desobedeceu ao Senhor. Se alguém ainda se pergunta por que a vasta maioria das igrejas modernas é apenas uma sombra das igrejas que prosperaram cem anos atrás, basta fazer somente uma pergunta: Elas ainda adoram ao Senhor com canções da forma como deveriam, ou adotaram a MCC?


Apêndice

Uma Lista Experimental, em Ordem Cronológica, das Canções Mais Conhecidas da MCC

Esta lista das 30 canções foi compilada por meio da referência a três fontes principais:

  1. Canções cristãs contemporâneas de adoração CCLI Top 100.
  2. Pesquisa BBC Hymns of Praise (2013) dos 100 hinos principais.
  3. O álbum Fifty Greatest Praise and Worship Songs, Songs4Worship, 2009.
Título Autores Ano
Majesty Jack Hayford 1981
Here I Am Lord Dan Schutte 1981
The Servant King Graham Kendrick 1983
He Is Exalted Twila Paris 1985
Meekness and Majesty Graham Kendrick 1986
Be Still, For the Presence of the Lord David Evans 1986
Shine, Jesus, Shine Graham Kendrick 1987
Lord I Lift Up Your Name On High Rick Founds 1989
All for Jesus Robin Mark 1990
Shout to the Lord Darlene Zschech 1993
Better Is One Day Matt Redman 1995
Days of Elijah Robin Mark 1996
How Deep the Father’s Love for Us Stuart Townend 1997
King Of Kings, Majesty Jarrod Cooper 1998
Come Now Is the Time to Worship Philips, Craig and Dean 1998
The Heart of Worship Matt Redman 1999
Open the Eyes of My Heart Paul Baloche 2000
In Christ Alone Getty, Townend 2001
Here I Am to Worship Tim Hughes 2001
Indescribable Laura Story 2002
How Great Is Our God Tomlin, Cash, Reeves 2004
Beautiful One Tim Hughes 2004
Blessed Be Your Name Matt Redman 2005
Mighty to Save Morgan, Fielding 2006
Sing, Sing, Sing Tomlin, Carson, Reeves 2008
I Will Rise Chris Tomlin 2009
10,000 Reasons (Bless the Lord) Jonas Myrin, Matt Redman 2011
Your Love Never Fails Anthony Skinner, Chris McClarney 2011
Our God /And If Our God is for Us Chris Tomlin 2012
Cornerstone Myrin, Morgan, Mote, Liljero 2012

Fonte: A Espada do Espírito


Tags: