A Forma da Adoração

Sequência do Culto – Liturgia

por: Angel Manuel Rodríguez

O que diz a Bíblia sobre a sequência do culto? O que é correto? Como e quando deve ser feito?

O culto público requer algum tipo de ordem. Por meio da realização de ritos específicos, os adoradores expressam seu amor e gratidão ao seu Criador e Redentor. Não posso prover uma sequência específica de atos religiosos para ser realizada durante o culto, mas posso mencionar alguns elementos principais e seu significado. Tudo que for feito durante o período de culto, deve ter fundamento bíblico.

1. Adoramos a Deus: Quando nos reunimos para adorar, devemos ter a clara convicção de que estamos ali para adorar a Deus. Qualquer coisa que desvie nossa atenção desse objetivo deve ser rejeitada como imprópria. De fato, em tudo que Deus é preterido por seres humanos, o resultado é idolatria. Quando os israelitas foram tentados a seguir ídolos, Deus perguntou: “A quem Me comparareis para que Eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis comigo?” (Isaías 46:5). É como se estivesse dizendo: “Explore o Universo e encontre alguém como Eu. Se encontrar algum ser como Eu, então adore-o”. Imediatamente, porém, Ele acrescenta: “Eu sou Deus, e não há outro, Eu sou Deus, e não há outro semelhante a Mim” (Isaías 46:9).

2. Oramos: A oração é um dos atos mais sublimes do culto, particular ou coletivo. Por meio dela, entramos em contato com nosso Senhor. A postura física que assumimos enquanto oramos é significativa e deveríamos considerá-la ao adorar. Quando ajoelhados, rendemos nossa vida. Voluntariamente, vamos até o pó, de onde fomos criados, reconhecendo que nossa vida pertence a Deus, na esperança de que Ele a devolva enriquecida por Suas bênçãos. Algumas vezes, oramos em pé. Essa era a postura daqueles que se achegavam ao rei para uma audiência (veja Ester 5:2). Quando nos levantamos para orar, estamos coletivamente em pé diante de nosso Rei, em audiência particular. Outras vezes oramos assentados. Essa é a postura do estudante ou da criança que se assenta para ser guiado ou instruído pelo Senhor, para ser capacitado a servi-Lo (conforme II Reis 4:38; Ezequiel 8:1; II Samuel 7:18). Pela oração, expressamos a Deus nossa gratidão pelas bênçãos que recebemos e pedimos forças para superar novos desafios e tentações.

3. Cantamos: Nosso canto é para Deus e não para a congregação. A congregação apropria-se da mensagem da música e oferece-a a Deus como se fossem suas próprias palavras. O hino não deveria ser sobre “mim” ou “nós”, mas sobre Aquele a quem adoramos. Por ele, expressamos nossos sentimentos, necessidades, amor e louvores a Deus por Suas generosas bênçãos. O canto congregacional é um rito por meio do qual a unidade da igreja é expressa coletivamente, enquanto os membros elevam suas vozes para louvar a Deus em um só espírito, uma só fé e um só propósito. A união da igreja ao Senhor ressurreto é expressa de maneira única por meio do canto congregacional. Ele nos une ao expressarmos um comum sentimento religioso e de fé, que molda nossa identidade e nos permite participar dos cânticos da família celestial (conforme Salmos 148).

4. Doamos: A expressão de nossa gratidão a Deus alcança um clímax especial durante a coleta dos dízimos e ofertas. O ofertório reafirma nosso compromisso de relacionamento com o Senhor. Pelos dízimos e ofertas, reconhecemos que Ele nos abençoou durante a semana, que Ele é nosso Senhor e que tudo que temos é dEle. Nossas ofertas indicam que nosso amor por Ele flui livremente de um coração agradecido.

5. Proclamamos Sua Palavra: É do centro da plataforma que a Palavra é proclamada a cada sábado. O culto centraliza-se na revelação de Deus nas Escrituras. É um ato racional porque a palavra divina é inteligível. Reunimo-nos para aprender da Palavra, para sermos encorajados por ela, instruídos no serviço cristão, disciplinados, e para regozijar-nos nas boas novas da salvação em Jesus Cristo. Essa é uma grande responsabilidade sobre aqueles que pregam, assim como sobre os que ouvem. O objetivo do sermão não é criar confusão ou controvérsias teológicas, mas permitir que a congregação ouça a mensagem do Senhor vinda das Escrituras. Isso acontece quando nos achegamos ao Senhor com o coração aberto, com humildade e submissão.


Publicado na Revista “Adventist World” – maio de 2008


Fonte: Ligado na Videira


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