A Forma da Adoração / Palestras e Sermões em Vídeo

A Música nos Últimos Dias – Parte 1/4

Mais do que Ritmo, Melodia e Harmonia

por: Karl Tsatalbasidis



Assista aos outros vídeos do seminário A Música nos Últimos Dias


Atualização

em 03/07/2020

Após muito tempo de espera, finalmente o livro Bateria, Rock e Adoração foi traduzido para o Português e está disponível através da Editora Luz do Mundo.

Acesse o link https://www.editoraluzdomundo.com.br/bateria-rock-e-adoracao para ver mais detalhes.

ATENÇÃO: Não se assuste com o baixo preço deste livro. Não está errado. O preço é irrisório, porque a ideia é que as pessoas que o adquirem pagam apenas o frete.


Transcrição da Tradução

Bem-vindos ao Seminário sobre Adoração e Música. Oro para que o Espírito Santo nos dê orientação e ilumine nossa mente esta manhã para nos ajudar a entender a complexidade das questões envolvidas. Espero que orem por mim, assim como eu orarei por vocês, mesmo durante esta apresentação.

O título de nossa primeira sessão é: “Mais do que Ritmo, Melodia e Harmonia”. Vamos analisar seis perguntas no decorrer de todo o seminário [em um total de 4 palestras]. Estas são as perguntas que vamos considerar:

  • É a música moralmente neutra? Falo da música em si, e não da letra. Será que a música em si transmite algum tipo de mensagem moral? É disso que vamos tratar nesta primeira sessão.
  • Somos livres para usar qualquer estilo/forma de música a fim de render louvor a Deus?
  • E quanto ao papel da cultura?
  • Lutero usou ritmos de bar e boate para proclamar o evangelho?
  • E quanto à bateria?
  • E quanto à dança?

Durante este seminário, vamos explorar essas seis perguntas. A primeira: É a música moralmente neutra? Outra vez, falo da música em si, e não da letra. Será que a música em si transmite algum tipo de mensagem moral? Vamos analisar três argumentos principais para responder a essa pergunta.

É a música moralmente neutra? Vamos ver a música como uma expressão da visão de mundo, os efeitos físicos da música e a linguagem da música. A primeira coisa que queremos fazer é unir música e adoração para que ao falarmos de música ou de adoração, estejamos falando da mesma coisa. Vamos ver II Crônicas 29:28-30, Apocalipse 15:3,4, e uma citação do livro Patriarcas e Profetas, p. 439.

[Em] II Crônicas 29:28-30, o rei Ezequias acaba de assumir o trono, purificou o santuário e instituiu reformas na música. O propósito de eu apresentar este texto é para relacionar adoração com música. Diz: “E toda a congregação se prostrou, quando entoavam o canto…” aqui diz que os que cantavam estavam adorando. “…e as trombetas eram tocadas; tudo isto até o holocausto se acabar. E acabando de o oferecer, o rei e todos quantos com ele se achavam se prostraram e adoraram. Então o rei Ezequias e os príncipes disseram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de Davi, e de Asafe, o vidente. E o louvaram com alegria e se inclinaram e adoraram.” Novamente, os que louvavam, diz o texto, estavam adorando, o que une os dois atos.

Agora outro texto, em Apocalipse 15:3 e 4: “E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos. Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.” Estão cantando porque foram redimidos, resgatados. Acabaram as questões quanto à besta e sua marca. E estão cantando a respeito dos juízos de Deus. O texto diz que eles se prostram (adoram) diante de Deus.

E agora uma citação do livro Patriarcas e Profetas, p. 439, que une essas coisas: “O cântico, como parte do culto religioso, é um ato de adoração, tanto como a prece.”

E há certas condições sob as quais devemos nos dirigir a Deus. Ele é um Rei grande e poderoso. Não devemos nos dirigir a Ele como o faríamos a alguém na rua. Em tempos de ignorância, está bem. Mas para os que viemos a conhecer Cristo e aprender dEle, devemos nos dirigir a Ele de um certo modo. Quando meus filhos eram crianças, “gu-gu, ga-ga” era perfeito. Mas com 7 e 9, espero que se comuniquem de modo a nos entendermos. “O cântico, como parte do culto religioso, é um ato de adoração, tanto como a prece.” Gostaria que essas coisas estivessem bem relacionadas antes de avançarmos.

Para descrever o que é música, podemos compará-la com uma casa. Numa casa temos os fundamentos, as paredes, janelas, telhado… A música é muito parecida com uma casa. Mas qual é a parte mais importante de qualquer casa? A Bíblia diz que o prudente construiu sua casa sobre a rocha. Chamamos isso de fundamento. A parte mais importante de qualquer casa.

Quando fui procurar uma casa pela primeira vez, me avisaram que era muito importante comprar uma casa que tivesse fundamentos sólidos como uma rocha. Qual é a parte mais visível de qualquer casa? Imagine que está dirigindo em alguma rua e alguém aponta uma casa para você, qual é a parte da casa que salta de imediato aos olhos? Uma coisa é certa: não é o fundamento. É preciso cavar um pouco a fim de chegar ao fundamento e descobrir sobre qual fundamento essa casa foi construída.

Devemos concluir que o fundamento inexiste por não o vermos de imediato? Deveríamos avaliar uma casa sem considerar a importância de um fundamento sólido como uma rocha? Diríamos que não há relação entre a casa e o fundamento sobre a qual foi erguida? Acho que todos sabemos as respostas a essas perguntas.

Qual é a parte mais “visível” da música? Ao ouvir música, o que, de fato, você ouve? Ora, você ouve ritmo, melodia e harmonia. Mas o título de nossa mensagem esta manhã nesta primeira sessão é: “Mais do que Ritmo, Melodia e Harmonia”. A música comunica muito mais que ritmo, melodia e harmonia.

Podemos comparar ritmo, melodia e harmonia às primeiras coisas que vemos ao olhar uma casa. Podemos comparar com o teto, os tijolos, as paredes, janelas. O que, então, representa os fundamentos de nossa casa musical? Certamente, não é o ritmo, melodia e harmonia. Essas coisas não podem ser os fundamentos de nossa casa musical. O que seriam, então?

O que vamos descobrir nesta primeira sessão é que os fundamentos de nossa casa musical são nossas ideias sobre Deus, quem Ele é, e como Ele atua. Sistemas de valor e crenças são os fundamentos de toda casa musical. E vamos analisar bem os fundamentos nesta primeira sessão.

Falamos que a música revela visão de mundo. Mas o que é visão de mundo? Uma visão de mundo é um conjunto de crenças sobre as questões mais importantes da vida. Ideias sobre o que é definitivamente real, ideias sobre como devemos viver e ideias sobre como conhecemos e entendemos.

Acreditem ou não, tudo está comunicado na música. Mas não dá para ver de imediato se não cavar um pouco. A sociologia da música define isso assim: “O estilo musical, a filosofia e a teologia estão inter-relacionadas.” É como pegar dois metais e uni-los até que formem uma liga. Ou, pensem em nosso Senhor, Jesus Cristo, totalmente divino e totalmente humano em uma única pessoa. Totalmente integrado. É isso o que encontramos aqui.

Isso é tão importante, pois leva o debate para fora do âmbito da preferência pessoal, gosto e cultura, e o torna teológico. Se o estilo musical, de fato, está baseado em teologia e filosofia, há mais em jogo do que apenas o que você gosta ou o que eu gosto.

Explicando de outra forma… Com outra analogia… Só quero transmitir a ideia de que a adoração ocorre num contexto. Ela não acontece no vácuo.

Batalhas e Campos. Sabiam que toda batalha é combatida em um campo? Durante o exército, eles diriam, em um certo teatro. Você pode estar na terra, no ar ou no mar, mas está combatendo uma batalha. O campo pode determinar como se combate a batalha. E a escolha do campo pode determinar o resultado de uma batalha, mesmo tendo dois exércitos de igual número, com os mesmos pontos fortes e fracos, a escolha do campo pode determinar, muitas vezes, quem será o vencedor e quem o perdedor. O ponto é que toda batalha é combatida em um campo.

Se pensarmos em adoração… A adoração é como a batalha. Mas a adoração acontece em um campo maior. E o campo é interpretado como sendo o Tema do Grande Conflito, e como ele afeta nossa visão de Deus. A música é uma expressão… A adoração é uma expressão de nossos próprios conceitos de Deus. Esse é o ponto principal. E as duas coisas são inseparáveis. São totalmente unidas.

Atentem para esta citação de Patriarcas e Profetas, p. 103: “O campo do conflito entre Cristo e Satanás — campo este em que o plano da salvação se encontra formulado — é o compêndio do Universo.” O plano da salvação é formulado em um campo.

Hoje em dia, há muita confusão, não somente quanto à adoração, mas também quanto a como nós somos salvos. A grande pergunta é: em que campo você está atuando?

Em toda a história da igreja cristã, da teologia e da filosofia, só há dois campos. Um é fornecido pelos meus ancestrais — filosofia grega. O outro é fornecido pelo Tema do Grande Conflito, e os dois são mutuamente exclusivos. Não se harmonizam em nada. Se pensarmos nos debates sobre como somos salvos, as definições de pecado, a natureza de Cristo, etc., a grande pergunta é: como suas conclusões coincidem com o campo no qual você está trabalhando?

A adoração também se baseia em um campo. Vejam só esta declaração do livro O Grande Conflito: “É o constante esforço de Satanás representar falsamente o caráter de Deus, a natureza do pecado e os resultados finais em jogo no grande conflito. Seus sofismas diminuem a obrigação da lei divina dando ao homem licença para pecar. Ao mesmo tempo fá-lo Satanás acariciar falsas concepções acerca de Deus, de maneira que O considera com temor e ódio, em vez de amor. A crueldade inerente ao seu próprio caráter é atribuída ao Criador; …” agora, atentem para isto: “…aparece incorporada aos vários sistemas de religião e expressa nas diversas formas de culto.” (O Grande Conflito, p. 569)

Pegaram essa última parte? Falsas concepções acerca de Deus estão incorporadas em sistemas de religião e expressas em formas de culto. Então quando falamos de estilo musical, você e eu temos que entender que estamos falando de algo mais essencial do que se você gosta ou não. Nossas próprias concepções de Deus, o próprio plano da salvação, se transformam em um caos total, se formos mexer no culto de adoração.

E eu teria muito cuidado para não sair das delimitações bíblicas e tentar inventar novos estilos e formas de adoração. Sabem por quê? Pois, podemos terminar reinterpretando quem é o verdadeiro Deus ao adorarmos. [Vejam este texto, que] diz: “Talvez não haja relicários visíveis por fora, e nenhuma imagem sobre a qual incida o olhar; contudo, podemos estar praticando a idolatria. É tão fácil fazer um ídolo de ideias ou objetos acariciados como formar deuses de madeira ou de pedra.” Notem isto: “Milhares têm um falso conceito de Deus e Seus atributos.” Percebam a progressão do pensamento ao lermos. “Milhares têm um falso conceito de Deus e Seus atributos. Eles estão servindo tão verdadeiramente a um falso deus como o faziam os servos de Baal.” Uma falsa concepção de Deus leva a falsa adoração, falso culto. Continua dizendo: “Estamos adorando…” Vejam que o verbo que segue é “adorar”. “Estamos adorando o Deus verdadeiro segundo é revelado em Sua Palavra, em Cristo e na natureza, ou adoramos algum ídolo filosófico entronizado em Seu lugar? Deus é um Deus de verdade. Justiça e misericórdia são os atributos de Seu trono. Ele é um Deus de amor, de piedade e de terna compaixão. Assim é Ele representado em Seu Filho, nosso Salvador. Ele é um Deus de paciência e longanimidade. Se esse é o ser a quem adoramos e cujo caráter procuramos assimilar, estamos adorando o Deus verdadeiro.” – Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 173.

Tudo começa com nossa concepção de Deus. Se ela estiver errada, nosso culto a Deus estará errado, e nossa adoração a Deus também estará. Essas coisas estão todas unidas nessa citação. Outra maneira de entender é pela anatomia de adoração e música. As categorias mais amplas estão no topo. “Nossa compreensão de Deus”, que condiciona como vemos “Suas ações”, que condiciona “Como Deus deve ser Adorado”, e o resultado final são as “Escolhas de Estilo de Vida” que fazemos.

Outra vez, nossa adoração a Deus é baseada em quem Ele é e como atua. Em Apocalipse 14:6 e 7 temos a primeira mensagem angélica. No versículo 7 diz: “Temei a Deus e dai-lhe glória porque é vinda a hora de Seu juízo, e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” Analisemos melhor isso. Nesse contexto, a adoração está colocada numa estrutura mais ampla do Tema do Grande Conflito. Em Apocalipse 13, temos a adoração da besta e sua marca. O recebimento da marca na fronte e na mão. Em Apocalipse 14 diz: Adorai a Deus. “Adorai Aquele que fez o céu, e a terra, … e as fontes das águas”. Nossa adoração indica o Deus a quem servimos. Ou será a besta ou o Deus verdadeiro.

Vejam: “E adorai aquele que fez…” Ele é o Criador! Nossa adoração também deve refletir “a vinda da hora de seu juízo”. Em suma, como adventistas do sétimo dia, sabemos que em 22/10/1844, Jesus começou outra fase de Seu ministério, no lugar santíssimo.

Infelizmente, nenhum de nossos irmãos em outras denominações crêem nisso. É por isso que eles ficam “celebrando” o que Jesus fez na cruz. No dia da expiação, um dos dias mais solenes de todo o ano judaico, não era uma época de dança ou celebração, era um momento de exame profundo de coração. Se você não crê na mensagem do Dia da Expiação, sua adoração será automaticamente afetada porque nenhum dos elementos advindos do Dia da Expiação estarão presentes em seu culto de adoração.

Nesse texto, nossa adoração se baseia no fato de Ele ser o Criador, mas também, que Ele é o Redentor, e além de fazer uma obra intercessora, também realiza o cancelamento de nossos pecados. Nossa adoração deve refletir essa teologia.

Abram suas Bíblias em Êxodo 32. Vocês verão essas relações com mais clareza. Êxodo 32 é o capítulo sobre o Bezerro de Ouro. Se analisarmos o versículo 18, veremos que há algum tipo de música e adoração acontecendo aqui. Êxodo 32:18 diz o seguinte… Enquanto Moisés e Josué discutem sobre o que está acontecendo lá embaixo, no acampamento, Josué achava que era ruído de guerra, mas Moisés, que cresceu no palácio do faraó, reconheceu música egípcia ao ouvi-la.

Enquanto discutem, Josué diz no versículo 17: “Alarido de guerra há no arraial.” Mas no versículo 18, diz: “Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas o alarido dos que cantam, eu ouço.” Foi o que Moisés disse. Versículo 19: “E aconteceu que, chegando Moisés ao arraial, e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe o furor.”

No versículo 25, diz: “E, vendo Moisés que o povo estava despido (ACF)…” Outras versões da Bíblia transmitem a ideia de que estavam “desenfreados” (RA). Estavam “fora de controle” (NVI). “…porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos.” Ou seja, tornaram-se motivo de zombaria para seus inimigos, enquanto experimentavam esse tal culto de adoração “cheio do espírito”.

Há várias coisas que podemos concluir sobre a música. Podem escrever. Se está muito alta a ponto de alguém achar que se trata de alarido de guerra, você sabe que, sim, ela está alta. Definitivamente, está alta. E além, disso, confusa. Outra coisa que se pode concluir é que ela apela aos desejos da carne, porque as pessoas estão fora de controle. Não existem mais barreiras.

O que queremos revelar são os fundamentos teológicos sobre os quais se baseava essa adoração. Para tanto, precisamos voltar ao versículo 1 para descobrir. No versículo 1, vejam o que ocorre aqui. Moisés está na montanha já há algum tempo… Êxodo 32:1 diz: “Mas vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.”

Será que dá para fazer uma representação física do grande Deus do céu? Isso não seria idolatria, amigos? Acabamos de ler em Testemunhos para a Igreja, vol. 5, que é mais fácil criarmos um ídolo filosófico do que deuses de madeira e pedra. Idolatria não consiste apenas em formar objetos e curvar-se diante deles. Também consiste em acariciar concepções de Deus, que não estão em harmonia com o que as Escrituras ensinam. E é aqui onde eles cometeram seu primeiro erro.

“Faze-nos deuses, que vão adiante de nós, pois não sabemos o que houve com Moisés.” No versículo 4, diz, falando sobre Arão: “E ele os tomou das suas mãos…” Todos os brincos e joias deles. “…e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.” Agora começou a confusão sobre como eles foram tirados da terra do Egito.

Se investigarem essa frase, vão chegar ao capítulo 20:1-2, onde Deus diz: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Trata-se de um tema associado à redenção. Mas, agora, a redenção está sendo atribuída aos bezerros. Não foi o Senhor, teu Deus, que dividiu o mar, “estes são os teus deuses”. Ou, deveria dizer: “Este é o teu deus… que te tirou da terra do Egito”. Conceitos de salvação começam a ficar confusos.

Versículo 5: “E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele, e apregoou Arão…” Começou a pregar. Começou a pregar seus conceitos dessa nova teologia. Essa nova formulação de Deus. Essa nova formulação do plano da salvação. “E apregoou Arão, e disse: Amanhã será festa ao Senhor. E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantou-se a folgar.”

Notem o que é dito: “Amanhã será festa…” não ao bezerro, mas “ao Senhor”. Eles estavam adorando a Deus por esse agente. E ele entende isso, sabe, porque precisamos senti-Lo, e vê-Lo, e tocá-Lo… O culto de adoração deles se baseava em seus falsos conceitos sobre Deus, e falsos conceitos sobre salvação. Trata-se de um único pacote integrado.

É por isso que o título desta mensagem é “Mais do que Ritmo, Melodia e Harmonia”. A música comunica mais do que isso. Nessa situação, comunicava os conceitos egípcios de Deus, os conceitos egípcios de salvação, manifestados e expressos por uma adoração egípcia. Tudo isso realizado em nome do Senhor. É exatamente o que está acontecendo aqui.

Trata-se de uma pequena profecia do que ocorre com a igreja hoje em dia. Assim como Moisés subiu o monte e o povo ficou cansado de esperar, assim Jesus subiu para o Monte Sião, a Jerusalém celestial, e a igreja primitiva ficou cansada de esperar. Como nos dias de Moisés, começaram a misturar a adoração do verdadeiro Deus com falsas formas de adoração. Temos a adoração de todas essas divindades pagãs, que agora representam Pedro, Paulo e o restante dos apóstolos. Quando isso aconteceu, amigos, começou-se a criar as bases para o abandono do sábado. Falsa adoração, mistura de todos esses cultos e símbolos pagãos, com a verdadeira adoração a Deus levaram ao abandono do sábado.

Em seguida, Moisés desce e pronuncia um juízo sobre os adoradores. E Jesus descerá do céu um dia e pronunciará juízo aos adoradores da besta, e todos aqueles que usam seus métodos, sua música e sua adoração. Precisamos tomar cuidado. Havia uma falsa visão de Deus e salvação; um falso culto de adoração, música alta e apelativa aos desejos da carne. Conseguem imaginar uma música alta e apelativa aos desejos da carne? Eu costumava tocar o tempo todo.

O primeiro passo foi: “faze-nos deuses, que vão adiante de nós”, o que levou a atribuir salvação àqueles deuses, que levou ao culto de adoração, e o resultado final: “O teu povo… se tem corrompido”. Esse é o resultado final. Sabem, quando o conceito de igreja em celebração chegou a nossa denominação há muitos anos, as pessoas achavam que só estavam se divertindo e sendo alegres no Senhor. Mas quero que analisem esta citação com atenção. “O que as pessoas estão celebrando?”

Infelizmente, isso veio de um ex-ministro adventista do sétimo dia. Nascido e criado na igreja, mas já não mais um ministro adventista. Ele disse: “Ao começar a visitar outras igrejas e frequentar shows cristãos, fui grandemente abençoado pela música contemporânea e a música de louvor e adoração. “Tentei renovar a adoração na igreja em que pastoreava mudando a música…” Infelizmente, muitas pessoas têm essa ideia. Mas é como tratar dos sintomas. Renovar o culto de adoração não fará chegar à raiz do problema. Vejam o que ele diz: “Muitos apenas cruzavam os braços e criticavam. Ainda não tinha percebido que sua TEOLOGIA os impedia de CELEBRAR.” Vejam que declaração profunda, agora: “A celebração só pode ocorrer quando alguém está seguro quanto à obra acabada de Cristo”. – Clay Peck, Journey out of Legalism

Ou seja, para Clay Peck, já não há 1844, juízo investigativo, tudo isso ficou para trás. Cristo já fez tudo na cruz. Não há aplicação do sangue ocorrendo no santuário celestial neste momento. Foi essa teologia que evitou que suas congregações permitissem que essa “renovação na adoração” chegasse à igreja. Com bastante discernimento, ele une essas coisas. Ao falarmos sobre renovação na adoração, temos que entender que, possivelmente, vamos mexer em algo essencial e que apreciamos como adventistas do sétimo dia.

Abram suas Bíblias em Números 25. Vamos analisar outro modelo. Número 25. Os filhos de Israel em Números 25 estão quase, quase em Canaã. E o diabo tramou essa estratégia diabólica para detê-los. Número 25:1-3: “E Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. Juntando-se, pois, Israel a Baal-peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel.”

O que Balaão não conseguiu fazer, amaldiçoando os filhos de Israel, ele fez ao instituir uma falsa adoração. Diz que eles se detiveram em Sitim e começaram a se prostituir com as filhas dos moabitas. A implicação: Havia uma estranha obsessão pelas filhas dos moabitas. Essas mulheres começaram a roubar o acampamento e, professando piedade, começaram a fazer o seu trabalho.

Hoje em dia, vejo que nossa igreja tem uma estranha obsessão pelas filhas de Babilônia. Sempre buscamos padronizar nosso culto de adoração pelo que eles fazem. Seria bom analisar bem o que ocorreu com os israelitas naquela época. Se começarmos a baixar cultos de adoração, adivinhem só, teremos um vírus. Isso já aconteceu com vocês? Já baixaram algo da Internet achando que era um excelente programa, que ajudaria a educar os filhos, fazer a contabilidade, limpar a casa, qualquer coisa… mas nas letras miúdas diz que há um vírus. Mas ouçam, se esse vírus for potente, além de destruir o programa, pode acabar com todo o seu computador! É claro que um programa assim não serve.

Esse é o perigo que temos. Estamos sempre olhando ao redor e dizendo: “Pastor, como a igreja deles cresce tanto?” E, de fato, Deus nos alerta quanto a isso. Diz que ao sairmos para a terra de Canaã, não fiquemos olhando às outras nações e nos perguntando: “Como eles adoram o deus deles?” “Como eles acrescentam almas à igreja?” O motivo da importância disso é que você recebe mais pelo que paga. Além de receber o programa, recebe também o vírus, e esse vírus vai destruir toda a teologia adventista a seu tempo.

Estamos falando de “Mais do que Ritmo, Melodia e Harmonia”. Os moabitas devem ter dito: “Não são todos os sacrifícios iguais?” “Vocês são moabitas; nós, israelitas. Temos um parentesco!” “Somos cristãos!” Não é o que o povo vem dizendo hoje em dia? “Só é importante que nos unamos por Cristo!” “Não são todos os sacrifícios iguais? Por que distinções denominacionais?” “Isso está atrapalhando a unidade!” Todos somos a favor da unidade, mas que seja baseada na Palavra de Deus. “Esses conceitos que vocês, israelitas, têm sobre o Dia da Expiação, sabem, “não precisamos nos preocupar com isso, vamos nos unir pelo sacrifício!” São os mesmos argumentos que nos apresentam hoje em dia!

Tratava-se de um culto de adoração espírita e ecumênico. Em Salmo 106:28, que é um comentário de Número 25, diz que eles comeram os sacrifícios que eram oferecidos aos mortos. Esse culto de adoração tinha como base o espiritismo! Como é que vamos nos unir com espiritismo? Vejam o que começa a acontecer. “Por sugestão de Balaão, foi pelo rei de Moabe designada uma grande festa… Aventuraram-se a ir ao terreno proibido, e foram enredados na cilada de Satanás. “Iludidos pela música e dança, e seduzidos pela beleza das vestais gentílicas, romperam sua fidelidade para com Jeová”. – Patriarcas e Profetas, p. 332.

Foram iludidos, hipnotizados, enfeitiçados. A música, obviamente, era uma expressão de conceitos moabitas sobre Deus. Os israelitas foram chamados aos sacrifícios dos seus deuses, uma falsa concepção de Deus, pois, sacrifícios indicam um plano de salvação. Não existe Dia da Expiação no plano de salvação moabita. Os israelistas inclinaram-se aos seus deuses. Adoraram. Havia música. O resultado: Israel se juntou a Baal-peor. A idolatria levou ao adultério.

Essa conexão entre nossos conceitos de Deus e música é entendida com clareza por outras religiões. É entendida por musicólogos e etnomusicólogos que estudam música e as culturas nas quais se encontram música. Por exemplo, Ravi Shankar é um hindu. Ouçam o que ele diz: “Somos ensinados que uma das metas fundamentais buscadas por um hindu no decorrer de sua vida é um conhecimento do real significado do universo, sua essência eterna inalterável, e isso é notado primeiro por um conhecimento total de si mesmo e de sua própria natureza. O maior alvo de nossa música é revelar a essência do universo que ela reflete, e os ragas [escalas musicais] estão entre os meios pelos quais tal essência pode ser apreendida. Assim, pela música, pode-se chegar a Deus.” Ravi Shankar, My Music, My Life, p. 17.

O que veio em primeiro lugar aí? Se fossem educar você para tocar esse tipo de música, primeiro, teriam que doutriná-lo na filosofia hindu. Então, a música se torna uma expressão da filosofia hindu. As duas coisas estão bem unidas. Vejamos a religião muçulmana. “O artista muçulmano… buscava expressar a não representatividade, a inexpressibilidade do divino;…” Tem uma parte da natureza de Deus que é totalmente incompreensível. Ele está lá, mas a Bíblia também diz que o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Eles não compartilham desse conceito de Deus. “…e nessa busca, [o artista muçulmano] criou estruturas nas artes visuais, música e literatura para sugerir infinidade.” Primeiro, vieram seus conceitos de Deus. Sua música, era só uma expressão deles, senhoras e senhores.

E quanto à música rock? A música rock é uma expressão do pós-modernismo. Já ouviram falar que vivemos em um mundo pós-moderno? No mundo moderno, todos criam que havia algo como “verdade absoluta”. Algo era verdade, quer você acreditasse ou não. No mundo pós-moderno, não há verdade absoluta. “Há tantas verdades quanto povos e culturas. “Não há tal coisa como Verdade todo-abrangente que seja válida para todos.” Isso deita fora a Bíblia. Deita fora os Dez Mandamentos. A verdade está no olho de quem vê. Se aceitar essa definição de verdade… Digamos que a aceite. Não é a Bíblia que diz que Deus é um Deus de verdade? Não é a Bíblia que diz que Jesus é o caminho, a verdade e a vida? Se reinterpretarmos o que é verdade, adivinhem o que acontece?

Foi como quando colocamos cerâmica em nossa casa. Se o piso não estiver nivelado, adivinhem só, a cerâmica também não estará nivelada. Nada mais estará nivelado! “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” – Salmos 11:3 Se aceitar essa definição de verdade, como isso influi no modo que Deus age. Deus escolheu a nação de Israel como depositária de Sua verdade, e que eles a pregassem a todas as nações do mundo. Não para guardá-la de forma egoísta para si. Mas, se aceitar isso como definição de verdade, onde não há verdade absoluta, deve chegar à conclusão que Deus agora escolhe todo mundo para contar a verdade sobre Si.

É arrogante pensar que Deus só escolhe uma nação. Já ouviram as pessoas dizerem que nossa alegação de sermos remanescentes é etnofóbica, etnocêntrica e arrogante? Será que isso é devido a definições pós-modernistas de verdade? Se aceitar essa definição de verdade, adivinhe só, não existe tal coisa como “falsa adoração”. “Se não há verdade absoluta, quem é você para dizer que como eu adoro está errado?” “Esse é o meu jeito, você, se quiser, faça diferente.” “Todos os caminhos levam à Roma.”

O resultado é que estamos vivendo na época dos juízes. Vejam algo comigo de um professor de teologia histórica. Vejam o que ele diz do fenômeno da música rock relacionado a essa expressão de ideias pós-modernistas. Ele diz: “Os filmes podem ter popularizado a cultura pós-moderna, e a televisão pode ter disseminado essa cultura, mas a música rock é, talvez, a forma mais representativa da cultura pós-moderna… A música rock incorpora uma marca central do pós-modernismo: seu foco duplo no global e no local… Nas ofertas de grandes astros, bem como em bandas de pequenas cidades, o rock reflete uma pluralidade de estilos emprestados de formas musicais locais e étnicas.” Está nesse livro fascinante de Stanley Grenz: A Primer on Postmodernism, p. 36.

Ele avalia não somente música, mas arte, literatura e televisão, e mostra, convincentemente, que a filosofia gerada ao longo dos séculos criou as bases para os diferentes estilos de arte, música e teatro que temos hoje. Um vem do outro. “A cultura pop de nossos dias reflete o pluralismo sem base…” Pluralismo significa simplesmente que 2+2 pode ser igual a 4, 5, 7, 9 e 11 e todo mundo está certo. Vamos meio que co-existir, mesmo crendo em coisas totalmente contraditórias, podemos nos unir. É isso o que representa o pluralismo no nível espiritual. “…Reflete o pluralismo sem base do pós-modernismo e dá expressão ao antirracionalismo do pós-modernismo.” Agora, atentem para isto: “Como evidenciado nas roupas que vestem e músicas que escutam, os pós-modernos já não se convencem mais de que seu mundo tem um centro…”

Não há mais verdade que une a todos! Sabe por que jovens se vestem diferente? Não se trata de uma declaração de moda, mas de uma declaração filosófica! “Quem é você para me dizer como eu devo viver minha vida?” “Eu sou o centro da verdade!” “As roupas, a música, os sabores que você me prescreve são para sua geração.” “Esta é minha geração!” “Tenho minhas próprias regras!” A música era um reflexo desse tipo de teologia.

Música Rock: a Arma Ecumênica Ideal: Por quê? Por quatro motivos!

  1. Atrai e une pessoas que têm visões contraditórias sobre Deus.
  2. É ritmicamente relacionada a muitos ritmos encontrados no mundo.
  3. Sua influência é universal.
  4. Possui uma linguagem própria.

Analisemos a primeira. Reúne visões contraditórias sobre Deus expressadas na música. Ouçam esta citação: “Certo tipo de rock, como as canções de Soft Cell, é notadamente cristão; outros, como ‘Jesus Entering from the Rear’ de Feederz, é blasfemo; e ainda há outros, como as canções de Police, que são comprovadamente cristãos e ateístas ao mesmo tempo.” Vocês gostariam que sua música dissesse isso? Gostariam de ouvir: “Acho que é cristã, mas também pode ser ateísta”? Não são esses termos contraditórios? “Há rock védico, rock Zen, rock rastafari, rock para quem nasceu de novo, rock pra quem nunca nasceu… até mesmo rock judaico… O panteísmo do rock acomoda alegremente as variedades da experiência religiosa, independente de qual contradição surgir.” – Robert Pattison, The Triumph of Vulgarity, p. 174.

Não importa. A música rock fará a comunicação. Quer seja a religião muçulmana, judaica, cristã, tudo será comunicado via música. É um caldeirão buscando fundir seus diversos elementos. A música rock se relaciona a muitos ritmos encontrados no mundo. John Miller Chernoff passou 10 anos estudando ritmos africanos, e disse: “Dá pra ouvir música Soul e Latina quase em todo lugar na África; dá pra ouvir música africana e das Índias Ocidentais na rádio a qualquer momento na maior parte das grandes cidades dos EUA; dá pra sentar num bar em Gana, Togo ou Costa do Marfim e ouvir música do Zaire, Congo, da Nigéria, Jamaica, de Porto Rico, da Colômbia e EUA; grandes bateristas, aficionados, e acadêmicos, conseguem remontar os ritmos de salões de dança latina de Nova York a cultos cubanos e brasileiros e até à África Ocidental.” – John Miller Chernoff, em seu livro, p. 29.

Tudo está ritmicamente relacionado. Eu comecei tocando música rock. Mas, logo, os ritmos não eram tão desafiadores, e me graduei em Blues e, depois, em Jazz. Logo, em alguns ritmos latinos. Todos estão ritmicamente relacionados. Isso torna a música rock um veículo incrível nas mãos do inimigo a fim de disseminar seu falso evangelho.

A Influência Universal do Rock

Isso aqui foi extraído de um artigo da Times: Music goes Global de 2001. “A globalização pode ser uma palavra polêmica na política e nos negócios, mas no reino da música, é bastante atraente, com uma batida atual e um ritmo irresistível. Hoje em dia, músicos e ouvintes em todo o mundo estão conectados via Internet, TV e outras gravações generalizadas. O resultado é um vasto bazar eletrônico que faz com que a música kwaito sul-africana consiga reverberar na Suécia, ou ritmos brasileiros encontrem pés dançantes em Tóquio. Culturas estão tomando sons emprestados de outras culturas, criando híbridos vibrantes que são instantaneamente disseminados pelo mundo para que se reinicie o processo de mistura.” Ouçam isto: “Musicalmente, de maneira sem precedentes, os EUA são parte do mundo, e o mundo é parte de nossa experiência.”

Pare por aí, um instante. Qual foi a contribuição dos EUA na área da música? A sua música rock, e seus estilos rock. Os estilos rock estão sendo, eu diria… As melodias e harmonias de todos os tipos de formas étnicas, de todos os tipos de países, estão sendo enxertados em estilos rock. “A letra é relevante,…” Alguns dizem: “Eu ouço rock cristão por causa da letra.” Ouçam só isto, um instante. “A letra é relevante, mas não precisa se importar com isso. Mesmo quando Bob Dylan, um dos maiores letristas dos EUA, murmura um som, a poesia de suas palavras está na frase: ‘Como você se sente?’, que ficou famosa ao ser perguntado sobre Like a Rolling Stone. Talvez não saibamos o que quis dizer, mas sabíamos a sensação que causava.” E é por isso que as pessoas ouvem rock. Não o que significa, mas a sensação que causa.

Ontem mesmo falei a alguns jovens. E me choca o conteúdo moral das letras que eu costumava ouvir, e que nem prestava atenção, quando costumava ouvi-las no passado. Por quê? Porque nunca as ouvia em busca de mensagem nas letras. Já ouvi milhares de horas de música e toquei tanto quanto. Ninguém ouve a música rock em busca de mensagem nas letras. Sejamos honestos.

Ouçam só isto: “Os músicos de hoje têm levado essa lição ao coração. Thom York, da banda britânica Radiohead, compôs canções para seu disco Kid A cortando pedaços escritos de papel e puxando as letras de uma cartola.” Será que isso soa como um soneto de Shakespeare? Soa como se esse irmão estivesse orando e jejuando pela letra que deve apresentar? Eu sei que estou falando de rock. Mas o ponto é este: Não importa qual seja a letra, não é por isso que as pessoas escutam! A mesma coisa também ocorre com o rock cristão. Muitos dos músicos globais intercalam seu idioma nativo e o inglês no mesmo disco, e até na mesma música… Ouvir música em um idioma desconhecido pode ser mais empolgante do que ouvir uma música cuja letra seja instantaneamente compreensível. Pois, se é possível conectar-se com alguém além da letra, além do idioma, então você se envolve em um tipo de telepatia. Você conseguiu escapar do reino mundano da comunicação ordinária e entrou no lugar onde as almas se comunicam diretamente.”

Isso é espiritismo, amigos. Não tenham dúvidas disso. A música rock é “espírita” e está fazendo mais para unir o mundo que qualquer coisa. Quando o tsunami atingiu, e o povo arrecadava dinheiro, que música foi mais usada? A música rock! “Essas declarações devem deixar claro que não é a letra que atrai as pessoas ao rock. De igual modo, a maioria dos cristãos não percebe ou não quer perceber que são movidos pelos ritmos do rock e não pela letra. As pessoas dizem que estão recebendo uma ‘bênção’ por uma música que, além de pregar espiritismo, também prega o evangelho pós-moderno.”

Musicólogos, etnomusicólogos, historiadores, nossos teólogos históricos, todos eles documentaram os fatos. Esse foi somente um argumento contra a neutralidade moral da música. Sempre é elaborado sobre um fundamento filosófico. Há outro argumento que prova que a música prega uma mensagem moral.

As Leis do Nosso Ser

Encontramos a 3a. mensagem angélica resumida em Apocalipse 14:12, que diz: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. Além de regular a lei moral, esses mandamentos também regulam as leis físicas e naturais. Como a música rock se relaciona conosco fisiologiamente falando?

De acordo com John Blanchard, em seu livro, Pop Goes the Gospel: “A música rock envolve um condicionamento neuropsicológico em conotação ou intenção sentida, que conecta agressão com sexualidade.” Já foram a um show de rock, com 15 mil ou 20 mil pessoas? A energia é incrível, e as pessoas não sabem o que fazer após o show. E é por isso que, muitas vezes, há bastante violência. Fisiologicamente, experimenta-se agressão e sexualidade, mas tem gente dizendo: “Isso é o Espírito!”

“O ritmo provido pela bateria que gera a batida comum produz respostas mensuráveis no sistema muscular do corpo, padrões de ondas cerebrais e níveis hormonais. Assim, ‘(i) a coordenação muscular e o controle sincronizam-se com a batida, (ii) a própria atividade das ondas cerebrais se alinha com o ritmo gerado; e (iii) vários hormônios (especificamente opioides e hormônios sexuais) são liberados devido à sincronia eletrofisiológica com o ritmo.”

É isso o que acontece conosco em nível fisiológico. O argumento é válido, pois a Bíblia diz: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. Qualquer coisa que viola essa lei natural é considerada transgressão da lei. A música rock torna difícil aos jovens manter seu cristianismo. Eles já têm muitos problemas ao lidar com os hormônios bombeando pelo corpo, e ouvir música rock é como colocar gasolina no incêndio.

Vai piorar as coisas. E um dos frutos do espírito é temperança, ou seja, domínio próprio… A música rock destrói o domínio próprio. Uma música alta que apela aos desejos da carne, como em Êxodo 32, a Bíblia diz que estavam “despidos” (ACF), que tinham “se soltado”, haviam perdido o controle. É isso o que a música rock faz. Ela destrói o domínio próprio.

“A batida irregular, contínua e alta do rock coloca o corpo humano sob estresse ao aumentar o pulso, a pressão arterial, e a produção de adrenalina, e ao prejudicar a qualidade de audição das pessoas.” Eu sei que vou pagar por isso. “Apesar de agradar os ouvidos, o rock obstrui o cérebro como um trem de carga.” É por isso que gostamos de ouvir rock. “As mudanças perceptivas que ocorrem podem se manifestar em crianças por um baixo rendimento escolar, hiperatividade e inquietação; em adultos, baixo rendimento no trabalho, mais erros, ineficácia geral, capacidade reduzida de tomada de decisão no trabalho, e uma sensação irritante de que as coisas não vão bem. Em suma, perda de energia sem causa aparente. Isso foi observado clinicamente centenas de vezes. Em minhas pesquisas, descobri que as notas de muitas crianças em idade escolar melhoraram consideravalmente quando pararam de escutar rock ao estudar.” É por isso que tirei muito 4 e 5 no Ensino Médio. Mas nossos jovens aqui não precisam passar por isso. Está escrito em The Christian and Rock Music [(O Cristão e a Música Rock), disponível na íntegra em português aqui].

A própria Bíblia nos diz que há efeitos físicos relacionados à música. Deus chamou Saul para assumir o trono, mas ele rejeitou a palavra do Senhor. Ao rejeitar a palavra de Deus, Ele escolheu um homem segundo o seu coração, Davi. Saul começou a experimentar sérios problemas. A Bíblia diz que… um espírito mau atormentava-o. E começaram a buscar alguém que pudesse aliviá-lo de sua situação depressiva. Então, chamaram Davi. E qual instrumento Davi tocava? Ele tocava harpa.

E, em todos os meus anos — Talvez alguém tenha uma exceção aqui. Mas em toda minha vida nunca ouvi harpa com uma batida de fundo ou de rock. Nunca ouvi tal coisa. É como óleo e água, não foram feitos para se misturar. Se Davi tocasse rock, teria deixado Saul ainda mais estressado. Tinha que tocar uma música calma, com melodia e harmonia acima de tudo. E foi isso que trouxe alívio ao coração e à mente do rei. A própria Bíblia nos demonstra que a música tem efeitos fisiológicos.

Também temos Êxodo 32. Ouçam isto por um instante. Deus lançou 10 pragas devastadoras sobre a terra do Egito. A Bíblia diz que Ele executou juízo sobre todos os deuses do Egito. Ele dividiu o Mar Vermelho. Os filhos de Israel passaram por ali em terra seca. O mar retornou ao lugar e destruiu todos os egípcios. Coisas assim não aconteceu todo dia. Ninguém experimenta esse tipo de manifestação do poder de Deus todo dia. Mas a música tocada no bezerro de ouro foi encantadora e sedutora o bastante a ponto de apagar todas essas impressões. Reflitam nisso. É por isso que diz que estavam fora de controle.

A música em si faz com que as pessoas baixem a guarda. E passam a ouvir às sugestões do inimigo. Por que a música opera desse jeito? “A palavra falada deve passar pelo cérebro para ser interpretada, traduzida e avaliada quanto à conduta moral. Não é o que ocorre na música, principalmente com o rock. Tal poder consegue traspassar esse filtro protetor, e fazer com que alguém não faça nenhum juízo de valor sobre o que está ouvindo.” The Christian and Rock Music, 140.

Não há como negar. Já ouvi a centenas de milhares de horas de música rock sem fazer nenhum juízo de valor quanto à letra que eu ouvia. Tempos depois que notei como eram anticristãs e diabólicas. Mas nunca atentava para a letra, porque a música rock foi feita para ser sentida, e não ouvida. Ou avaliada e interpretada.

A música tem uma linguagem. Esse é o terceiro argumento em favor de a música transmitir uma mensagem moral. Em I Coríntios 14:6-8, o apóstolo Paulo diz que: “se a trombeta der sonido incerto…” ninguém saberá o que fazer. Não saberão se devem se preparar para a batalha, se devem ir almoçar, se devem limpar suas barracas, etc. Se o trombetista não der o sonido certo, o povo não saberá o que fazer.

Isso implica dizer que a música tem uma linguagem. Assim como as letras. Não há nada de errado com as letras [em si]. O que importa é o que surge da união das letras. Não há nada de errado com notas, compassos, melodia e harmonia. O que importa é o que surge da união de tudo isso. Se não fosse uma linguagem, não saberíamos — eles não saberiam — o que fazer. A indústria do entretenimento entende muito bem esse fenômeno. Eles sabem exatamente o que fazer.

Será que alguém pode ligar esse teclado? Pode fazer isso para mim, por favor? Eles sabem exatamente o que fazer. Quero que imaginem, por um instante… Eu não sou o tipo de sujeito mais intimidador que há. Mas quero que imaginem que estou perseguindo vocês. E ao olharem para mim, vocês só vêem morte. “Esse irmão vai me matar.” Quero que imaginem que estou perseguindo vocês. Estou me aproximando. Sua respiração está ofegante. Estão correndo o mais rápido que podem. Agora, para adicionar um pequeno efeito, e deixar ainda mais assustador, é isto o que vamos fazer. Pode tocar, querida.

{canção de nimar] Quantos de vocês estão assustados? Isso combina com o que eu tentava transmitir? De jeito nenhum! De jeito nenhum, amigos. Agora toque aquelas duas notas lá no grave. [tema do filme “Tubarão”] Para aqueles que já viram filmes assim, o que isso significa? O tubarão vai pegar você! Eles não vão tocar música de ninar nesse momento. Tocam somente essas duas notas. Ninguém vai cantar isso ao seu bebê antes de dormir. Isso não vai deixá-lo relaxado.

Automaticamente, nós sabemos e entendemos o que está sendo comunicado. E a indústria da música e entretenimento está ganhando bilhões de dólares, e alguns cristãos coçam a cabeça, dizendo: “Não sei ao certo se a música, de fato, prega uma mensagem moral!” É ridículo, amigos. Eles fazem você se sentir com raiva, nervoso, feliz, triste, com vontade de estar com sua amada, com vontade de chorar… E ainda tem gente coçando a cabeça, pensando: “Bem… tudo depende de como você vê as coisas”.

Eu poderia treinar você por uma semana a pensar que esse tema de Tubarão é uma canção de ninar. E, logo, não deixar você sem escutar nada por uma semana. E tocar de novo. Você não vai achar que é canção de ninar. Posso treinar você a pensar que a canção de ninar que minha esposa tocou era muito assustadora. Posso treinar você: “Veja, isso é assustador!” Logo, afastar-me por uma semana, e, então, tocar de novo. Quantos de vocês pulariam ao ouvir isso? Não vai acontecer, amigos. Não vai. Sabem por quê? Porque a música em si tem uma linguagem.

Então, é a música moralmente neutra? Não, não é moralmente neutra. Ela tem fundamentos teológicos e filosóficos. Tem muito mais em jogo ao começarmos a mexer com estilos e formas de adoração. Podemos estar mexendo com nossas próprias concepções de Deus. Podemos estar mexendo com nossas próprias concepções do plano de salvação. Precisamos, em oração, considerar seriamente que mudanças estamos fazendo. Gostaria que ouvissem Sofia cantar. Sei que serão abençoados.

Porque o Senhor é meu pastor, tenho tudo o que preciso
Deixa-me descansar em prados verdejantes e conduz-me a águas tranquilas
Ele sempre me dá vida e me ajuda a fazer o que mais O honra
Mesmo ao andar pelo vale da sombra da morte
Vale da morte
Não temerei porque Ele está ao meu lado
Guiando-me, guiando-me por todo o caminho
Ele prepara um banquete para mim
Na presença dos meus inimigos
Ele me recebe como convidado de honra
Com bênçãos transbordantes
Sua bondade e fidelidade
Me acompanharão por toda a vida
E todos os dias morarei com Ele
Para sempre, para sempre
Em Sua casa
Para sempre em Sua casa
Para sempre em Sua casa


Tradução: Hander Heim – Fatos Incríveis – Sob encomenda de Música Sacra e Adoração


Tags: , ,