por: Pr. Renato Stencel
No início da década de 1840 muitos adventistas, à semelhança de seus vizinhos metodistas, buscavam derrotar o inimigo por meio de seu entusiasmo na maneira de cantar com fortes gritos de "Glória!" "Aleluia!" "Louvado seja Deus!" e "Bendito é o nome de Jesus!"
Neste período algumas manifestações litúrgicas caracterizavam a forma de adoração nas igrejas protestantes da época, tais como: O cântico entusiástico, gritar alto, rir, falar em línguas, alguns deles se prostravam no chão rolando de um lado para o outro e por fim, muitos buscavam a possessão do Espírito (estado de transe).
Ao comentar a conjuntura desse período entre os anos de 1843 e 1844, Ellen G. White (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 26) afirmou que fora chamada por Deus para enfrentar diversas circunstâncias desafiadoras no que tange a forma como adoramos a Deus.
Homens diziam: Tenho o Espírito Santo de Deus, e entravam na reunião e rolavam como um arco; e como alguns não recebessem isto como sinal da operação do Espírito de Deus, eram considerados pessoas ímpias. O Senhor enviou-me ao meio deste fanatismo. Alguns vinham a mim, e perguntavam: Por que não vos unis a eles? Eu disse: Tenho outro Líder que não esse, Alguém que é manso e humilde de coração, Alguém que não fez nenhumas demonstrações assim como estais fazendo aqui, nem tais jactâncias. Essas demonstrações não são de Cristo, mas do diabo.
Em face ao contexto supracitado, como adventistas do século 21 é imprescindível compreender nossa origem e missão profética como o povo remanescente de Deus, ao destacar o plano divino para a Sua Igreja, (WHITE, Testemunhos para a Igreja, v. 7, p. 138)
Os adventistas do sétimo dia foram escolhidos por Deus como um povo peculiar, separado do mundo. Com a grande talhadeira da verdade Ele os cortou da pedreira do mundo, e os ligou a Si. Tornou-os representantes Seus, e os chamou para serem embaixadores Seus na obra final de salvação. O maior tesouro da verdade já confiado a mortais, as mais solenes e terríveis advertências que Deus já enviou aos homens, foram confiadas a este povo, a fim de serem transmitidas ao mundo.
Como membros dessa Igreja cremos que Deus fundou esse movimento com dois propósitos fundamentais: 1) Restaurar verdades que estavam esquecidas, apagadas e lançadas por terra (Daniel 7:25; 8:12; II Tessalonicences 2:3,4); e 2) Levar ao mundo o último convite de salvação àqueles que estão vivendo sob as trevas do pecado (Apocalipse 14:6-12).
Ao verificar o primeiro propósito – restaurar verdades – pergunta-se: que verdades Deus almeja restaurar por meio da IASD? Destacam-se uma série de verdades bíblicas, das quais muitas são crenças fundamentais de nossa Igreja hoje: Trindade, O Sábado e a Vindicação Quanto a Observância dos Dez Mandamentos, Batismo, Santa Ceia, Lava Pés, Justificação, Santificação, Sola Scriptura, Imortalidade Condicional da Alma, O Ministério de Cristo no Santuário Celestial, O Ministério do Espírito Santo e a Obra de Saúde.
É notório lembrar que duas dessas verdades que Deus chamou sua Igreja para restaurar dizem respeito a 1) a observância do sábado – onde Deus é apresentado como Criador. Ao ressaltar o valor da observância do sábado, em sua obra O Grande Conflito (1987, p. 437) Ellen G. White destaca: "Tivesse sido o sábado universalmente guardado, os pensamentos e afeições dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objeto de reverência e culto, jamais tendo havido idólatra, ateu, ou incrédulo"; e 2) Não farás para ti imagens de escultura (Adoração).
Observe, o 4º mandamento identifica quem é o objeto de nossa adoração e o 2º mandamento nos revela como Deus deve ser adorado. Por que a idolatria foi proibida por Deus? Por que ela desvia a mente do Criador para a criatura e por consequência rebaixa a concepção do ser humano acerca da pessoa Deus.
Assim sendo, o conteúdo do segundo e do quarto mandamentos estão intimamente ligados, e não é de se estranhar que ambos foram objetos de especial atenção do Inimigo ao longo da Era Cristã. Por quê? Ambos envolvem o culto e a adoração ao Supremo e Verdadeiro Deus o único que é digno de nossa adoração. Lembrando, o segundo mandamento foi suprimido da Lei e o quarto mandamento teve seu conteúdo alterado e, além disso, deixou de ser o quarto e foi promovido a terceiro.
Se tais argumentos expostos acima são verdadeiros, pergunta-se: Não foi a IASD, a última Igreja da Profecia Bíblica, chamada por Deus para restaurar o verdadeiro culto e adoração Àquele que é somente digno de ser adorado? Como Igreja, não temos nós essa solene e sagrada responsabilidade perante as criaturas humanas? Se nós fomos escolhidos por Deus para sermos Seus representantes aqui na Terra, Deus também não almeja que ensinemos os habitantes deste mundo caído a adorarem-No e a prestarem um culto que Lhe seja aceitável? Como diz as palavras do apóstolo João: "Tu és , Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas" (Apocalipse 4:11).
O Pr. Renato Stencel é o diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White – Brasil