por: Pr. David Karnopp
A sociedade sempre exigiu que nossas vestes e calçados fossem adequadas para cada ambiente. Uma determinada empresa pode exigir que seus funcionários usem uniformes. Dos nossos parlamentares, exige-se o uso de terno e gravata. Em algumas repartições públicas, não se permite entrar de bermuda e chinelo. Também não se aceita que se ande de roupa de banho no centro da cidade, como também não se usa terno e gravata na praia. E quando alguém vai falar com o prefeito ou outra autoridade, veste-se de acordo. O uso de vestes e calçados inapropriados pode ser considerado, pela sociedade, como falta de respeito a ambientes e pessoas. São regras de etiqueta próprias para cada lugar.
Para o culto na casa de Deus, existe alguma regra de etiqueta? Ou cada um participa como bem quer? Posso ir de chinelo e bermuda para a Santa Ceia?
O que determina etiqueta no culto? Não há regras de etiqueta para o culto, mas há conveniências. E onde há ausência de regras não quer dizer que tudo é valido. Assim, é preciso perguntar se, sendo lícito, é conveniente e adequado o que estou vestindo e usando? Em uma cidade pequena onde há rivalidade política, é conveniente ir ao culto com a camiseta de um partido político? Em outro lugar, onde o futebol desperta desavenças, é um bom testemunho ir ao culto vestindo camiseta de um time de futebol?
Algumas dicas para nos ajudar
A primeira constatação é que os aspectos culturais mudam de lugar para lugar. Em comunidades carentes, nas grandes cidades e em comunidades do interior do país, o jeito simples de se vestir faz parte da cultura. E aí até uma camiseta de um time ou com propaganda de uma empresa pode ser considerada “roupa nova”. E não poucas vezes, esta pode ser a melhor roupa que possuem. Quando vão com ela para o culto, o sentimento que está por trás é justamente que aquela é a melhor roupa que eles têm – por isso, é própria para o culto. Já em uma cidade grande, a simplicidade pode ser vista como inadequada ao ambiente. A vestimenta adequada seria aquela que não chama atenção pela gritante diferença aos demais. Respeitar esses hábitos faz parte da conveniência.
Depois existe o aspecto etário que deve ser levado em conta. A sociedade considera normal que jovens e idosos se vistam de forma diferente. Porém, às vezes, as diferenças são tão marcantes que causam conflitos entre eles: roupas chamativas de um lado e modelos ultrapassados de outro. O equilíbrio e o bom senso na hora de se vestir são o melhor para ambos os lados.
Por fim e o mais importante, a igreja é a casa do Pai. O culto é o encontro entre Deus e seu povo. Deus se faz presente com o melhor: Palavra e sacramentos. Por meio deles, Deus nos oferece perdão e vida eterna. Em cada culto, ele nos fala da grandeza do seu amor, pelo qual enviou seu Filho para morrer pelos nossos pecados. Nada é mais importante do que este encontro semanal com Deus. Como devo me vestir para um encontro tão importante? Ser discreto é a melhor resposta. Ir a cada culto com roupa da moda pode ser visto como “fulana tá se achando”. Ir com roupa muito desgastada e até suja pode ser visto como “fulano se veste mal”. Ser discreto é não pecar pelo excesso de cor nem pela extravagância da moda, nem pelo desleixo; é procurar se adequar ao ambiente cultural e local. Estar vestido para o culto de forma discreta e com o melhor que temos, junto com uma boa higiene, mostra o valor que damos a este ambiente, o nosso respeito a Deus, à igreja e aos mais velhos, e é um bom testemunho aos de fora.
David Karnopp é membro da Comissão de Culto da IELB e Pastor em Vacaria, RS
Fonte: Este artigo foi publicado originalmente em Mensageiro Luterano, Maio de 2011 – Editora Concórdia, Porto Alegre
Os editores do Música Sacra e Adoração agradecem ao autor pela disponibilidade em ceder este material