A Forma da Adoração

Igreja: Modo de Usar

por: Pr. Douglas Reis

A revolução digital trouxe um novo ambiente – o ciberespaço. Nesse novo ambiente, a disponibilidade é a marca mais forte (veja o capítulo 12). Em meio a essas mudanças, como a igreja tem se posicionado? A questão, à primeira vista, parece simples, todavia, antes de respondê-la temos de nos lembrar que o cristianismo não é um bloco monolítico. Ele se acha dividido em ramos bem distintos. Portanto, não é de se estranhar que a resposta à pós-modernidade e à cultura do século XXI seja tão diversificada quanto os perfis de cristianismo.

Por outro lado, não se pode negar que o contexto pós-moderno seja desafiador. A pós-modernidade, na condição de “força histórica”, expressa-se por meio de “uma racionalidade extremamente sensível à exclusão em todos os tipos de sociedades de totalidade: o Estado, o exército, as igrejas, as prisões, as escolas”. Seria tempo de uma espiritualidade diferenciada – um “Logos digital”, aberto à “multiplicidade de relações que constitui a cada sujeito individual e coletivo, integrando-o numa vasta rede de significados e ações sempre em movimento, metamorfoseando-se para alcançar novas configurações”? [1]

No panorama religioso do início do século XXI, muitas igrejas cristãs advogam esse Logos digital. As mudanças foram claramente elencadas em um livro recente:

Durante o culto, a congregação canta músicas com estilo pop endereçadas a Deus e fortemente temperadas com as palavras “eu”, “você” e “amor”. No sermão, o pastor pode falar sobre “se apaixonar por Jesus”. Com ou sem a analogia romântica, o pregador gastará algum tempo sobre o tópico do amor de Deus. Mesmo em igrejas teologicamente conservadoras, você não ouvirá muito sobre culpa, sofrimento ou julgamento. Alguns pastores descreverão a vida de fé como uma “busca” ou uma “jornada”, levando a pensar que a inquietude constante seja o marco da espiritualidade autêntica. Um membro da congregação pode contar a história de sua jornada de fé durante a liturgia. Mesmo em denominações protestantes, há muito conhecidas por suspeitas quanto à idolatria, você pode contar que estará presenciando algo visual, dramático ou até elementos ligados ao entretenimento na liturgia do culto. Seria algo como uma apresentação musical, uma encenação, um vídeo ou talvez uma liturgia elaborada, designada para apelar aos sentidos. Poderia até mesmo ser apenas uma história vívida ou o uso de humor no sermão. Pergunte aos membros regulares e eles lhe dirão alegremente suas partes favoritas do culto, do mesmo modo como eles falam sobre seus filmes, música e programas de televisão preferidos. Mesmo se a igreja oficialmente censura a combinação entre entretenimento e adoração, seus membros ainda tendem a se comportar como espectadores. [2]

Nesse capítulo, nosso foco está na reação cristã em face das mudanças. Apesar da multiplicidade de reações à nova mentalidade, nos deteremos no mais controverso movimento evangélico que tenciona alcançar pessoas pós-modernas: o movimento conhecido como igreja emergente. [3] Apesar de já o termos abordado de forma mais generalizada (veja o capítulo 2), trataremos de ir mais a fundo sobre a resposta dos cristãos emergentes às demandas pós-modernas. Nossa análise de suas propostas é seguida por uma avaliação. Finalmente, nos deteremos na função da igreja em um tempo de mudanças, destrinchando o texto paulino que, talvez, melhor descreva o desenvolvimento saudável da igreja.

É notável como tendências do movimento emergente têm se disseminado, afetando diversas denominações cristãs. Assim, tenha-se em mente que o adventismo não se acha incólume às influências da igreja emergente [4] e que, embora já tenhamos advertido sobre seus riscos, é oportuno que a questão seja considerada por outros ângulos; somente desse modo estaremos aptos para aquilatar os riscos reais trazidos pelo movimento. Porém, nossa abordagem não é apenas polêmica (no sentido de discordar da prática de outros cristãos), [5] como visa igualmente mostrar as questões legítimas levantadas pela igreja emergente, as quais merecem respostas bíblicas. Sendo assim, passemos a estudar o movimento emergente.

O que exatamente está “emergindo”?

Nas últimas décadas, cresceu a preocupação entre os evangélicos em evangelizar as gerações emergentes. Em princípios da década de 1990s, surgiu o movimento da igreja emergente, que passou a substituir a “febre” das megaigrejas. [6] Em parte, o movimento anterior, liderado por pastores como Bill Hybels (Willow Creek), já havia pavimentado o caminho para um cristianismo alternativo: seus ministros descobriram que o crescimento da igreja não era tão afetado pela pregação quanto por um tipo de serviço musical de orientação carismática. Assim, tencionavam atingir pessoas secularizadas. [7]

Posteriormente, o estilo de louvor musical se tornou a marca da igreja emergente. [8] Mas essa não é a única razão de sua expansão: o movimento cresceu graças à sua percepção a respeito das transformações culturais que o ocidente atravessa. [9] Justamente nesse aspecto, nos deparamos com outro fator que preparou o caminho para a igreja emergente – a falta de respostas cristãs aos desafios intelectuais surgidos ao longo do século XX:

Na falta de respostas intelectuais à ciência moderna e aos desafios filosóficos às Escrituras, os líderes neoevangélicos crentes na Bíblia progressivamente acomodaram interpretações e ensinos da Bíblia aos ditames da ciência e cultura popular nas áreas de teologia, doutrinas, ministério e serviço de adoração. Aos poucos, os neoevangélicos encararam a secularização ao adotarem a modernista visão neo-ortodoxa da Escritura e secularizarem o louvor congregacional e a liturgia. [10]

Atualmente, o movimento emergente representa “uma inquestionável voz dentro do cristianismo”, [11] apesar de sua falta de homogeneidade. Sob o seu “guarda-chuva”, a designação ‘igreja emergente’ abriga movimentos e líderes cujas teologias e práticas ministeriais diferem umas das outras. [12] Basicamente, o que une o movimento é a preocupação em atingir pessoas jovens, sem conhecimento bíblico ou filiação a uma igreja. Ou seja, “ao menos em princípio, se trata de uma igreja dirigida a jovens norte-americanos menores de 30 anos que não estavam vinculados a nenhuma igreja”. [13] Esses cristãos, conhecidos como pós-evangélicos, não temem quebrar paradigmas – afinal, seu referencial são os novos tempos: “Evangélicos pensam sobre inteireza e credibilidade de sua fé na cultura do modernismo; pós-evangélicos pensam sobre inteireza e credibilidade de sua fé na cultura do pós-modernismo.” [14]

Os esforços do movimento emergente visam a atrair um público tão envolvido com as novas tecnologias que dormiria em um culto cristão tradicional! O teólogo adventista Daniel Oscar Plenc assim caracteriza a metodologia dos emergentes:

O enfoque dessas igrejas está nos relacionamentos e se escolhe um aprendizado baseado na “narração”, as histórias simples, a imaginação e a “desconstrução” do dogma cristão. Em realidade, querem desconstruir a fé cristã. O que está claro é que a doutrina e a teologia perderam sua importância e que tudo o que pareça institucional lhes “soa” mal. [15]

O sermão deixa de ser o ponto alto do serviço religioso. “A mensagem das Escrituras é comunicada por meio de um conjunto de palavras, artes visuais, silêncio, testemunho e histórias e o pregador é um motivador, que encoraja pessoas a aprender das Escrituras ao longo da semana.” [16] As reuniões podem acontecer em igrejas ou lugares inusitados, como sótãos, garagens e bares – Theology Pubs. [17] Para os emergentes, “o que se constituía uso apropriado das escrituras no período moderno não é mais uso apropriado no período pós-moderno”. [18] Em partes, isso implica que temas controversos, como homossexualidade, ou que compõem a pregação tradicional cristã, como arrependimento, ira divina, julgamento, não são tratados pelos líderes emergentes.

Sua liturgia é bem eclética, incluindo “do rock and roll pesado aos hinos tradicionais, rituais antigos, disciplinas espirituais, estações cristãs e tradições judaicas”. Sobra espaço para contemplações místicas e expressões artísticas. A crença da igreja emergente é que Deus está presente em todas as manifestações da cultura. Desse modo, ocorre uma sacralização da cultura. A conexão com Deus ocorre por meio de “formas materiais, na cultura e na natureza”. Esse novo paradigma faz da adoração – em suas múltiplas formas – algo como a visão católica do sacramento. A pregação bíblica deixa de ser o elemento que leva à conexão com Deus, como na Reforma Protestante. [19]

Aliás, D. A. Carson compara oportunamente o movimento emergente com a reforma protestante: os reformadores clamavam por mudanças, “não por perceberem que novos desenvolvimentos ganhavam terreno na cultura, sendo que a igreja estivesse chamada a se adaptar ao novo perfil cultural”; eles “perceberam que nova teologia e práticas se desenvolveram na igreja contrapondo a Escritura e, por conseguinte, tais coisas necessitavam ser reformadas pela Palavra de Deus”. Os líderes do movimento emergente “desafiam […] algumas das crenças e práticas do evangelicalismo” em nome de mudanças culturais, levando a um novo tipo de reforma, condicionado pela mentalidade dominante. [20]

A revolução proposta pelos líderes do movimento emergente afeta “crenças evangélicas (teologia), identidade eclesiológica (renovando o centro do movimento evangélico) e práticas ministeriais (adoração)”, [21] aculturando o cristianismo evangélico à mentalidade dominante (pós-moderna). [22] Coerentemente com sua proposta liberal, o movimento adotou o método histórico-crítico de interpretação bíblica. [23]

Mesmo fora do mundo anglófono, começam a surgir iniciativas similares. É bom ressaltar que muitos pensadores evangélicos contemporâneos têm se insurgido contra tendências bizarras que acompanham esse novo cristianismo. Augustus Nicodemos, escritor cristão reformado, lamenta o abandono das diretrizes bíblicas nessas contundentes palavras:

Infelizmente, os evangélicos – ou uma parte deles – não deram ouvidos às palavras de Paulo, de que é válido tentarmos não parecer mais loucos do que já nos consideram. Existe no meio evangélico tanta insensatez, falta de sabedoria, superstição, coisas ridículas que acabamos dando aos inimigos de Cristo um chicote para nos bater. Somos ridicularizados, desprezados, nos tornamos motivo de escárnio, não porque pregamos Cristo crucificado, mas pelas sandices, tolices e bobagens, todas feitas em nome de Jesus Cristo. [24]

Em vista dessa observação, o que dizer de nós, adventistas? Seria seguro aderirmos às práticas da igreja emergente, sem prejudicarmos nossa identidade? Será que se o fizermos, não correríamos o risco de promover um cristianismo imaturo, e movido às luzes da novidade, ao invés de proporcionar o crescimento espiritual que faz parte do compromisso com a mensagem do terceiro anjo (Apocalipse 14:9-11)?

Em busca de alternativas bíblicas

Lidar com questões contemporâneas exige muita cautela. Os desafios despertados não podem ser tratados de uma perspectiva pragmática e utilitarista. A igreja não deve aderir à ética terrorista, a qual advoga que “os fins justificam os meios”. Afinal, a maneira utilizada para atingir pessoas acabará repercutindo na imagem que elas terão da causa do mestre. Afinal, cristianismo sem discipulado não pode trazer crescimento espiritual. E o discipulado é a essência da grande comissão (Mateus 28:18-20).

Nesse sentido, Ellen G. White adverte os obreiros que

[…] enquanto estão trabalhando incansavelmente para cativar os ouvintes e manter seu interesse, simultaneamente eles deveriam cuidadosamente se guardar contra qualquer coisa que beire o sensacionalismo. Nessa época de extravagância e apresentações incomuns, quando homens pensam ser necessário fazer algo para garantir o sucesso, mensageiros são escolhidos por Deus para mostrar a falácia de gastar meios desnecessários para impressionar. Tanto quanto eles trabalhem com simplicidade, humildade, dignidade graciosa, isentos de qualquer traço de natureza teatral, seu trabalho deixará uma eterna impressão em prol do bem. [25]

Próximo ao nascimento das igrejas emergentes surgiu um movimento de suposta renovação dentro do adventismo. Ele ficou conhecido como “celebração” (celebration). Gerhard Hasel, afamado erudito adventista, refletiu sobre o assunto. Analisando o estilo “celebracionista” de culto que atingiu muitas congregações adventistas nos Estados Unidos durante a década de 1990, ele constata a ocorrência de pelo menos três mudanças: (a) quanto à estrutura congregacional, sendo que as congregações tornaram-se mais independentes, abandonando o uso do hinário adventista e agindo administrativamente como se fossem “minidenominações”; (b) quanto à liturgia, que agregou elementos como dança, teatro, inovações hinódicas, etc.; (c) quanto às doutrinas: ao invés das doutrinas tradicionais adventistas, a ênfase recaiu sobre amor, perdão e aceitação. A conclusão de Hasel traz um alerta que está na contramão (tanto do extinto movimento, quanto da tendência emergente):

Em nossa fome espiritual, em nossa ânsia por reavivamento e poder do alto, fixemos nossos olhos na direção da Palavra de Deus. Na Escritura nós encontraremos força renovada e poder divino para descobrir e redescobrir a vontade de Deus para Seu povo no tempo do fim. Os adventistas são o povo do Livro; e o Espírito que fala através do Livro nos renovará. [26]

Evidentemente, no processo cristão do discipulado, diante das exigências bíblicas, alguns inevitavelmente abandonam a igreja. O que me encanta em Jesus é Sua habilidade de atrair pessoas sem subterfúgios ou tentativas de tornar palatáveis Seus mandamentos. Ele nunca escondeu que o caminho fosse estreito (Mateus 7:13) e não esperou que algumas semanas se passassem antes de dizer ao jovem rico que ele deveria vender tudo o que possuísse (Marcos 10:17-22).

E quanto aos pastores? Eles são guias-espirituais com a incumbência de cuidar do rebanho (I Pedro 5:3), ensinando-os toda a palavra de Deus (Atos 20:27,31). Se atrairmos as pessoas, proporcionando-lhes um culto similar ao entretenimento secular e “açucararmos” a pregação, falando sobre autoestima, sucesso e coisas do gênero, estaremos alcançando essa geração? Seria isso “proclamar o evangelho eterno” (Apocalipse 14:6)? Se a igreja emergente defende uma verdade comunitária [27] e se alinha com o ecumenismo (nos moldes do concílio Vaticano II), [28] como seria esse movimento compatível com a pregação adventista da verdade presente? [29]

Penso que devemos ser sensíveis às necessidades das pessoas sem trair a mensagem do Mestre. É possível contextualizar o culto e a mensagem [30] sem transgredir princípios. Acredito que as melhores respostas aos desafios do período atual são possíveis apenas mediante séria reflexão bíblica. Não quero desconsiderar os estudos sobre crescimento de igrejas ou iniciativas pioneiras para alcançar os pós-modernos. Porém, estou convicto: precisamos que o plantio seja diferente, e não de uma semente nova. A semente deve ser a mesma de sempre: a palavra de Deus (I Pedro 1:23). Nesse sentido, uma lição preciosa, vinda da Austrália e também relacionada ao movimento “celebração”, pode nos ajudar a refletir sobre a necessidade de escolher critérios para o crescimento da igreja.

O ministro adventista E. Bruce Price relatou a experiência feita pela Divisão do Sul do Pacífico da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Diversos pastores australianos foram escolhidos para ir aos Estados Unidos para conhecer igrejas adventistas que haviam implantado o sistema de culto “celebração”. As primeiras e mais importantes congregações a aderirem ao movimento estavam em Milwaukie e Portland, Oregon, e Colton, Califórnia. Uma vez que a Austrália vivia o drama do secularismo, implantar o celebracionismo parecia uma solução para alcançar as pessoas pós-modernas.

Infelizmente, os resultados não foram os esperados. Uma das igrejas australianas que aderiu ao movimento batizou dezenove pessoas em seus nove primeiros anos e somente uma nos cinco anos seguintes. Price relata ter experimentado maior crescimento em sua própria congregação, mesmo mantendo-se um “comissionista”, que é como ele define aqueles que investem em métodos evangelísticos e modelos de culto compatíveis com a Revelação (em oposição aos chamados pragmáticos, que aderem às novas tendências). Para ele, os novos métodos não produziram cristãos adventistas comprometidos, além de representar um desperdício de recursos financeiros. [31]

A Igreja Adventista do Sétimo Dia se acha na seguinte encruzilhada: seguir as orientações da revelação (a qual compreende a Bíblia e os escritos de Ellen G. White) ou adotar conceitos, estratégias e programas do mundo evangélico. Para o teólogo adventista Fernando Canale, a “cultura está eclipsando a Escritura”. Ele afirma que o processo, o qual já está ocorrendo, ainda é parcial; ele “começa com a negligência do estudo da Bíblia e segue até bloquear o entendimento da Escritura pela aceitação de diferentes modos culturais de pensar e interpretar a Escritura”. Canale sugere na prática diária o princípio sola-tota-prima Scriptura (somente a Escritura, toda a Escritura, primeiro a Escritura) a fim de evitar que a denominação perca sua característica distintiva de povo remanescente. [32]

Seguindo a sugestão de Canale, esse capítulo visa a desenvolver uma melhor compreensão da natureza da igreja, o que servirá para a escolha de métodos de evangelização que não busquem apenas apresentar o evangelho de forma relevante (o que tem muita importância), mas que se harmonizem com o plano de Deus para a igreja (o que é fundamental).

Igreja: o plano perfeito

A iniciativa do movimento emergente, que mencionamos no início, procura, a seu modo, responder a uma inquietação: pode a igreja sobreviver nesta época? A pergunta é legítima, embora a igreja emergente não seja a resposta adequada, por seu descompromisso com a Verdade bíblica, conforme verificamos. Entretanto, o desafio persiste. O Pós-Modernismo desqualifica as instituições e o tradicionalismo, dando preferência a grupos independentes e a uma mentalidade baseada em tolerância, dúvida constante e experimentalismo. Em vista disso, cabe a pergunta: qual o benefício de se frequentar uma igreja? Não é possível (e até mais viável) cultivar sua espiritualidade em casa, sem regras pré-estabelecidas e convenções antiquadas?

Essas considerações não devem ser ignoradas pelos adoradores cristãos do século XXI, mesmo que haja a tentação de nos fecharmos numa subcultura religiosa; procedêramos assim, e perderíamos a influência sobre a sociedade. Por outro lado, trata-se de uma questão de sobrevivência: o impacto dessa mentalidade sobre a cosmovisão cristã tem diminuído a importância da frequência à igreja; em verdade, isso é sintomático da própria falta de importância com a qual se considera a igreja, que deixa de ser aquilo que a Bíblia afirma sobre ela: um ambiente de amadurecimento espiritual constante.

Como resgatar a visão de Deus sobre a igreja em meio aos questionamentos pós-modernos? Apenas pela reafirmação dos princípios revelados, a igreja achará suporte para responder com propriedade aos ataques do pensamento em voga.

A partir do estudo de Efésios 4:7 a 16, verificaremos: (a) O papel de cada cristão; (b) A função da igreja; (c) O tipo de experiência que se pode usufruir na comunidade de fé; e, finalmente, (d) A postura para que a igreja continue crescendo conforme o plano de Deus. Cada um desses tópicos receberá uma resposta dentro do texto de Efésios. Antes, analisaremos duas importantes verdades que englobam os ensinamentos da passagem em lide.

I – Os dons espirituais são o resultado da vitória de Jesus (v. 7-10):Paulo nos fala da Graça (gr.: charis) mensurável pelos dons repartidos entre todos os cristãos (v. 7); apesar de o apóstolo discorrer em diversas ocasiões sobre a “graça salvadora”, aqui ele fala sobre a “graça para o serviço”. Logo, a igreja é uma “comunidade carismática”, [33] no sentido de que recebe plena capacitação através dos dons espirituais. Afinal, “[…] cada cristão recebe uma função ministerial, para a qual os líderes da igreja precisam equipá-lo”, [34] como ficará claro a seguir.

O escritor inspirado também identifica a distribuição de dons como resultado da vitória do Senhor Jesus Cristo alcançada na cruz. Para isso, cita as palavras do salmo 68:18, que se apresentam levemente modificadas. Para alguns estudiosos, as tentativas de conciliar as palavras do Salmo exatamente com o uso que Paulo fez delas gerou apenas resultados mal-sucedidos. [35] Para tais eruditos, Paulo teria apenas feito uma aplicação e não citado literalmente as palavras de Davi. [36]

Entrementes, Calvino não vê disparidade, uma vez que “dizer que Deus manifestado na carne recebeu dons dos cativos é a mesma coisa que dizer que Ele os distribuiu com sua igreja.” [37] Ademais, o próprio Salmo estabelece (nos v. 19, 20) que o povo de Deus “compartilha os benefícios da conquista”. [38] John Stott afirma que os conquistadores recebiam presentes dos conquistados, os quais se tornavam dádivas a serem repartidas com o povo vitorioso; como evidência adicional, Stott menciona que as próprias versões bíblicas Siríaca e aramaica atestam que o Salmo pode assim ser interpretado, uma vez que emprega a forma verbal “deu”. [39]

A seguir, Paulo pesa as consequências da poderosa afirmação do versículo 8: “Repare na implicação aqui: dizer que Cristo ‘subiu’ significa que antes Ele deve ter ‘descido’, isto é, até a profundeza deste mundo. Aquele que desceu é o mesmo que agora subiu para bem alto, acima do céu – a fim de que pudesse preencher todo o universo” (Efésios 4:9, 10). [40] Jesus, em Sua humilhação, alcançou a vitória que, agora, em Sua exaltação, reparte com Seu povo. Após essa reflexão teológica, Paulo trata da diversidade e funcionalidade dos dons espirituais.

II – Os dons espirituais visam ao crescimento espiritual conjunto de cada membro da igreja (v. 11-16):Se, como um intérprete notou, o círculo dos que recebem a revelação de Jesus restringe-se aos santos apóstolos e profetas (v. 11), [41] muitos mais são os que podem participar do ministério de forma direta! Afinal, Deus designou um dom para cada cristão.

Não se trata apenas de ocupar um cargo na igreja, porque uma indicação sem se levar em consideração os devidos dons não terá valor. [42] Uma vez identificados com Cristo, somos parte de Seu corpo, o que conspira contra a ideia de uma “piedade individualista, típica de muitas práticas místicas tradicionais e da Idade Média tardia”; pertencemos a Cristo, mas pertencemos a Ele “juntamente com outros, com a implicação óbvia de que uma coisa sem a outra” faria o todo desequilibrado e doentio. [43]

A lista de dons citados (v.11) não é extensa e nem se pretende definitiva. A despeito disso, Paulo ressalta o propósito dos dons sobrenaturais, dizendo que foram fornecidos “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4:12, ARA, 2a ed.).

A palavra “aperfeiçoamento” (gr.: atartismós) sugere o conserto de algo para um melhor uso (cf.: Mateus 4:21, [44] onde se diz que João e Tiago consertavam as redes). A NASB traduz o vocábulo empregado em Efésios por “preparo”. Já o termo “edificação”, aparece na Septuaginta em alguns textos de Jeremias (cf.: 1:10; 24:6; 31:4; 33:7), que tratam da edificação de Israel; provavelmente, o sentido metafórico de Jeremias influiu sobre Paulo. [45] “[…] Isto traz a lume com maior clareza que o propósito imediato dos dons de Cristo é o ministério realizado por todo o rebanho; seu propósito último é a edificação do corpo de Cristo, ou seja, a igreja.” [46]

E quando essa dinâmica acontece na congregação? Em primeiro lugar, amadurecemos espiritualmente, nos tornando semelhantes a Cristo (v. 13). A igreja funciona como uma estufa: trata-se do ambiente controlado para propiciar um crescimento espiritual harmônico e coletivo, impossível de ser atingido individualmente, uma vez que ninguém possui todos os dons espirituais. Precisamos uns dos outros para crescer em Cristo, seguindo “a verdade em amor” (v. 15, 16). “A igreja não é um corpo que inventa ideias”, declarou Francis Schaeffer; “a igreja é uma declaração daquilo que Deus revelou a respeito de si próprio na Escritura”, conclui ele. [47]

Uma vez partícipes do processo de maturação, resistiremos solidamente aos enganos. “Então não seremos mais crianças, que são barquinhos agitados pelas ondas e levados de um lado para outro por todo tipo de ensinamento que apareça” (Efésios 4:14). [48]

Vendo funcionar na prática

Uma vez estudado o texto, voltemos aos tópicos iniciais:

(A) O papel de cada cristão: somos chamados a exercer nossos dons e a colaborar com a comunidade cristã local (v. 11-13);

(B) A função da igreja:a igreja deixa de ser entendida como um organismo ou instituição, passando a ser considerada um corpo vivo, o corpo do Senhor Jesus, no qual cada parte deve agir de forma articulada (v.16);

(C) O tipo de experiência que se pode usufruir na comunidade de fé:apenas na igreja se usufrui da verdadeira comunhão e de uma espiritualidade sadia, que se inspira em Cristo e se exercita no convívio com outras pessoas resgatadas por Ele (v. 14, 15);

(D) A postura para que a igreja continue crescendo: acima de estratégias, programas e investimentos (todos eles muito importantes!), deve estar o treinamento e o desenvolvimento dos dons espirituais (v. 12). Uma igreja que cresce espiritualmente crescerá numericamente. Se, do contrário, visarmos ao crescimento numérico, não teremos o crescimento espiritual assegurado.

Após a leitura desse capítulo, talvez haja algumas questões adjacentes. Pensar biblicamente nos leva, comumente, não a resolver todos os dilemas; porém, a Escritura possui força para nos orientar, fornecendo as diretrizes básicas. A Revelação existe para que tenhamos princípios-guias, os quais devem ser aplicados sob orientação do Espírito Santo. Não raro, as soluções pragmáticas se restringem à sabedoria e aos esforços humanos. Contudo, é imperativo nos lembrar que a igreja não é uma comunidade idealizada pela mente carnal. Se a igreja representa o ideal divino (Mt 16:16-18), seu funcionamento precisa obedecer a princípios estabelecidos por Deus – não à última palavra em gestão empresarial.

A maior lição é que deveríamos estar ocupados em assegurar que a igreja se torne aquilo que Deus pretende que seja em essência. Isso não significa manter “a tradição pela tradição”. O mundo protestante, em geral, luta para assegurar a sobrevivência de suas diversas tradições. O adventismo surgiu no calendário divino para resgatar a reforma protestante, que se achava fragmentada em tradições antagônicas, e unir o povo de Deus em torno da verdade bíblica. O adventismo, certamente, tem algo em comum com os primeiros reformadores: a certeza do chamado para lutar pela verdade, protestar contra o esquecimento de pontos bíblicos relevantes e denunciar o erro. [49]

Simultaneamente, existe a tendência crescente de reinventar a igreja de acordo com a urgência. A chamada igreja emergente não representa somente uma séria quebra de paradigmas em relação ao protestantismo tradicional; sua proposta implica em descompromisso com a verdade bíblica e uma adoção ao menos parcial da concepção pós-moderna.

Como adventistas, temos uma mensagem que se contrapõem a isso. Seguindo a Bíblia, afirmamos que a igreja só precisa ser a igreja. E dentro dessa visão, com toda a complexidade que ela encerra, se encaixa o compromisso com a Bíblia. Como afirmou o historiador adventista George Knight: “O verdadeiro estudo da Bíblia deve nos levar à ação na causa de Deus. O verdadeiro estudo da Bíblia nos motivará a sair de onde quer que estejamos para pregar a respeito de Jesus e daquilo que encontramos”. [50]

Quando a igreja voltar a ser uma comunidade de fé no moldes do NT, evangelismo (mesmo dentro da cultura digital) será a nossa menor preocupação!


Bibliografia

[1] Carlos Mendoza-Álvarez, O Deus escondido da pós-modernidade, p. 82, 61. (voltar)

[2] Thomas E. Bergler, The juvenilization of american christianity (Grand Rapids, Michigan: Eerdmans Publishing, 2012), pp. 1, 2. (voltar)

[3] “A pós-modernidade causou profundas mudanças de época na cultura e filosofia do ocidente. Essas mudanças atingiram círculos evangélicos durante os últimos vinte anos, gerando um número de respostas. Uma delas, o movimento da ‘igreja emergente’, está ganhando momento, atenção e influência.” Fernando Canale, “The Emerging Church Part 1: Historical Background”,in: Journal of the Adventist Theological Society, vol. 22, no 1, p. 84. (voltar)

[4] “Durante o último quarto do século XX, a adaptação que fez Bill Hybels (Willow Creek) das formas litúrgicas à cultura contemporânea, no contexto das megaigrejas, estendeu o tapete aos evangélicos pragmáticos. O pragmatismo litúrgico, que a liderança evangélica jovem extraiu, não das Escrituras, porém da tradição e das religiões do mundo, criou um vazio teológico e espiritual. Coincidentemente, durante este período sucederam-se profundas mudanças nos padrões teológicos e ministeriais na geração evangélica jovem. Estas mudanças estão transformando a líderes e ao movimento evangélico de maneira que apenas podemos esboçar. Inclusive, por razões práticas, um bom número de destacados líderes adventistas têm se sentido impelido a adaptar a liturgia adventista à cultura contemporânea, intensificando assim a secularização da mente e estilo de vida adventista.” Idem, “Sola Scriptura y la Hermenêutica”, p. 133. (voltar)

[5] Polêmica é um termo técnico para abordagens que defendam visões cristãs no contexto de oposição a outras visões cristãs antagônicas, por ex.: apoiar a defesa da guarda do sábado em contraste com aqueles que acreditam que o dia reservado a adoração passou a ser o domingo. A polêmica se distingue da apologética, termo técnico para abordagens que defendam visões cristãs no contexto de oposição a outras visões religiosas não cristãs, por ex.: justificar que Jesus é o Messias Prometido, ao contrário do que afirma o judaísmo tradicional, que tanto rejeita a Jesus, como ainda aguarda alguma forma de manifestação messiânica. (voltar)

[6] Daniel Plenc, “Las iglesias emergentes: manifestaciones y desafios”, in: DavarLogos, vol. 10, no 2, p. 274,275. (voltar)

[7] Fernando Canale, “The Emerging Church Part 1”, p. 99. (voltar)

[8] Idem, “The Emerging Church Part 2: Epistemology, Theology, and Ministry”, in: Journal of the Adventist Theological Society, vol. 22, no 2, p. 67. (voltar)

[9] D. A. Carson, Becoming conversant with emerging church, p. 13. (voltar)

[10] Fernando Canale, “The Emerging Church Part 1”, p. 101. Para Canale, a “inconclusa, pragmática, fragmentada e incompleta natureza do evangelicalismo” é um fator mais preponderante para o tipo de resposta à pós-modernidade que encontramos na igreja emergente do que a própria pós-modernidade em si mesma. Idem, “The Emerging Church Part 2”, p. 69. (voltar)

[11] John S. Bohannon, Preaching and the emerging church: An examination of four founding leaders: Mark Driscoll, Dan Kimball, Brian McLaren, and Doug Pagitt (USA, 2010), p. 17. (voltar)

[12] Fernando Canale, “The Emerging Church Part 2” , p. 68. (voltar)

[13] Daniel Plenc, Opus cit., p. 276. Fernando Canale afirma que esse enfoque na juventude surgiu na tradição das megaigrejas de Bill Hybels e Rick Warren, dando origem a uma espécie de “igreja dentro de outra”. “Desde 1986, eles foram adaptando ‘o evangelho’ para as necessidades culturais das gerações mais jovens […]”. Fernando Canale, “The Emerging Church Part 2, p. 73, 74. (voltar)

[14] D. A. Carson, Opus cit., p. 25. (voltar)

[15] Daniel Plenc, Opus cit., p. 277. (voltar)

[16] D. A. Carson, Opus cit., p. 37, 38. (voltar)

[17] Daniel Plenc, Opus cit., idem. (voltar)

[18] D. A. Carson, Opus cit., p. 43, 44. (voltar)

[19] Fernando Canale, “The Emerging Church Part 2” , p. 71, 72, 75. (voltar)

[20] D. A. Carson, Opus cit., p. 42. (voltar)

[21] Fernando Canale, “The Emerging Church Part 2” , p. 70. (voltar)

[22] “Neste sentido, alguns veem nas igrejas emergentes expressões de aculturação no contexto pós-moderno, tal como o haviam sugerido já há décadas teólogos europeus como Dietrich Bonhoeffer, John Robinson, Harvey Cox e os teólogos da libertação latino-americanos.” Daniel Plenc, Opus cit., p. 275. (voltar)

[23] Fernando Canale, “The Emerging Church Part 3: Evangelical Evaluations”, in: Journal of the Adventist Theological Society, vol. 23, nº 1, p. 59. (voltar)

[24] Augustus Nicodemus, O ateísmo cristão e outras ameaças à igreja (São Paulo, SP: Mundo Cristão, 2011), p. 14. (voltar)

[25] Ellen G. White, Testemonies for the Church, vol. 9, p. 110. (voltar)

[26] Gerard F. Hasel, “The ‘third Wave’ roots of celebrationism”, in: Samuel Koranteng-Pipim (ed.), Here we stand: evaluating new trends in the church (Berrien Springs, Michigan: Adventism Affirm, 2005), p. 395-397. (voltar)

[27] Segundo Stanley Grenz, a comunidade é um fundamento não fundacionista da teologia: produz um encontro de cada membro com Cristo, capaz de gerar identidade, veiculada a uma narrativa constituidora de identidade (tradição). Esse encontro é diferente do proposto pelos liberais (Schleiermacher) em dois pontos: (1) de acordo com os liberais, o encontro é universal, comum a todas as religiões, mas para Grenz, tal encontro é propriamente cristão, mediado por Cristo; (2) se, conforme liberais, o encontro leva à interpretação, Grenz propõe que interpretação leva ao encontro, porque ele não se dá no vácuo, mas na tradição cristã (pano de fundo necessário para filtrar ou facilitar a experiência). Fernando Canale, “The Emerging Church Part 2” , p. 83, 84. Veja mais críticas ao pensamento de Grenz em D. A. Carson, Opus cit., p. 130-ss. Como bem definiu Carmelo L. Martines: “A proposta é que uma articulação pós-moderna do evangelho é pós-racional. O foco não deve estar em proposições como o centro da fé cristã, porém que um encontro pessoal com Deus, articulado com a comunidade da fé, deve ser o importante, e não as verdades proposicionais. Agora veja, se as verdades doutrinais desejam se manter, teriam somente aplicação dentro da comunidade, mas não prosperariam, nem seriam normativas fora dela.” Carmelo L. Martines, “Teología y contextualización”, in: Gerald A. Klingbeil (ed.), Misión y contextualización (Libertador San Martin, Entre Rios: Universidad Adventista del Plata editorial, 2005), p. 239. (voltar)

[28] Fernando Canale, “The Emerging Church Part 2” , p. 103. (voltar)

[29] Não à toa, Canale aborda que Glenz advoga que as doutrinas da igreja não podem ser verdade de forma objetiva. Fernando Canale, “The Emerging Church Part 3”. (voltar)

[30] Veja a excelente análise de Richard M. Davidson sobre a apresentação do tema integrado Grande Conflito/Santuário celestial, de uma perspectiva bíblica e dinâmica. Davidson sugere esse tema integrado como capaz de agrupar a mensagem das escrituras e tornar sua apresentação dramática atrativa à mente pós-moderna. Ver Richard M. Davidson, “Cosmic Metanarrative for the coming millenium”, in: Journal of adventist theological society“, vol. 11, no 2, p. 102-ss. (voltar)

[31] E. Bruce Price, Are the churches really growing? Church Growth experiments in secular Australia, in Samuel Koranteng-Pipim (ed), Here we stand: evaluating new trends in the church, p. 24-26, 29. (voltar)

[32] Fernando Carnale, “The Eclipse of Scriptura and the Protestization of the Adventist Mind: Part 1″, p. 136-138. (voltar)

[33] John Stott, A mensagem de Efésios (São Paulo, SP: Aliança Bíblica Universitária, 1986), série A Bíblia fala Hoje, p. 111. (voltar)

[34] Robert Gundry, Panorama do Novo Testamento (São Paulo, SP: Edições Vida Nova, 2007), 8a reimpressão da 2a ed., p. 348. (voltar)

[35] Francis Foulkes, Efésios: Introdução e comentários (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2006), 7a reimpressão da 2a ed., p. 96 (voltar)

[36] William Hendriksen, Comentário do Novo Testamento: Efésios (São Paulo, SP: Casa Editora Presbiteriana, 1992), p. 237, 236. (voltar)

[37] João Calvino, O livro dos Salmos (São Paulo, SP: Edições Paracletos, 1999), p. 661. (voltar)

[38] Derek Kidner, Salmos 1-72: Introdução e comentários (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2006), 6a reimpressão da 1a ed., p. 264. (voltar)

[39] John Stott, Opus cit., p. 112. (voltar)

[40] J. B. Phillips, Cartas para hoje, trad. Márcio Loureiro Redondo (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1994), p. 114. (voltar)

[41] Gerhard Dautzenberg, Teologia e pastoral na tradição Paulina em Josef Schreiner e Gerhard Dautzenberg, Forma e exigência do Novo Testamento (São Paulo, SP: editora Teológica, 2004), p. 149. (voltar)

[42] Francis Foulkes, Opus cit., p. 97. (voltar)

[43] D. G. Dunn, A teologia do apóstolo Paulo (São Paulo, SP: Paulus, 2008), 2a ed., p. 464, 465. (voltar)

[44] Francis Foulkes, Opus cit., idem. (voltar)

[45] (1) W. E. Vine, Merril F. Unge e William White Jr., Dicionário Vine (Rio de Janeiro, RJ: 2002), p. 582; (2) Lothar Coenen e Colin Brown, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2000), 1a reimpressão da 2a ed., p. 290. (voltar)

[46] William Hendriksen, Opus cit., p. 246, ênfase do original. (voltar)

[47] Francis Schaeffer, Verdadeira espiritualidade: uma vida cheia de beleza, que edifica e inspira (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2008), 2a ed., p. 224, 225. (voltar)

[48] Novo Testamento, Versão fácil de Ler (São Paulo, SP: Editora Vida Cristã, 1999), p. 299. (voltar)

[49] Miroslav Kis, Biblical authority and moral responsibility: the Word cannot be silenced, but must not be made avoid, JATS, 10/1-2 (1999), p. 70. (voltar)

[50] George R. Knight, A visão apocalíptica e a neutralização do adventismo, p. 34. (voltar)


Fonte: Este material é o capítulo 17 do livro “Explosão Y – Adventismo, pós-modernidade e gerações emergentes” de autoria do pr. Douglas Reis.

Os editores do Música Sacra e Adoração agradecem ao autor pela disponibilidade em ceder este material.


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