por: Carlos Hein
O quadro pintado por Ellen G. White nos causa grande impacto, ao escrever o seguinte: “Ali estava o Filho de Deus, com as vestes da zombaria e a coroa de espinhos. Despido até à cintura, as costas mostravam-Lhe os longos e cruéis vergões, de onde corria o sangue abundantemente. Tinha o rosto manchado de sangue, e apresentava os sinais da exaustão e dor; nunca, no entanto, parecera mais belo. O semblante do Salvador não se desfigurou diante dos inimigos. Cada traço exprimia brandura e resignação, e a mais terna piedade para com os cruéis inimigos. Não havia em Sua atitude nenhuma fraqueza covarde, mas a resistência e dignidade da longanimidade” (O Desejado de Todas as Nações, p. 735).
Como responderemos a tão grande amor? O salmista responde, fazendo-nos um convite: “Venham! Cantemos ao Senhor com alegria! Aclamemos a Rocha da nossa salvação. Vamos à presença dEle com ações de graças; vamos aclamá-Lo com cânticos de louvor […] Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador; pois Ele é o nosso Deus, e nós somos o povo do Seu pastoreio, o rebanho que ele conduz” (Salmos 95:1,2,6,7).
De acordo com A. W. Tozer, “adoração é a joia perdida da igreja evangélica […] Deus prefere adoradores em vez de trabalhadores; de fato, os únicos trabalhadores aceitáveis são aqueles que aprendem a arte da adoração”. Porém, o que é adoração? Há muitas e boas definições, entre as quais prefiro a de que adoração “é uma resposta”. Diz Daniel Plenc: “Adoração é a resposta positiva, submissa, obediente e integral do homem redimido à iniciativa divina” (O Culto que Agrada a Deus, p. 30).
Adoração não é entretenimento, embora deva ser intensamente interessante. Não é companheirismo, embora os relacionamentos devam alinhar-se enquanto adoramos. Não consiste em ouvir um orador expondo as Escrituras, embora elas devam ser explicadas. Adoração não é liturgia, embora devam existir ordem e forma no culto. Adoração consiste simplesmente em que seres humanos pecadores indignos agradeçam e louvem a Deus, porque “Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores (Romanos 5:8), e que cantam com todas as forças do ser: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!” (Apocalipse 5:12).
Caríssimo colega pastor, talvez seja oportuno que perguntemos a nós mesmos: Acaso é teocêntrica a adoração que promovemos em nossas igrejas? A adoração bíblica considera Deus, não o adorador, como centro. Quando alguém diz que a adoração não preenche suas necessidades, nem lhe oferece nada, sugere que o adorador, não Deus, é o centro.
Nossos cultos devem conter o melhor que somos capazes de dar a nosso Deus. Certamente, convém lembrar os elementos essenciais do culto:
- Aclamação, expressada em louvores, cânticos e testemunhos. “Quando os seres humanos cantam com o espírito e o entendimento, os músicos celestiais entram na harmonia e se unem ao cântico de ação de graças” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 143, 144).
- Oração. “Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador” (Salmos 95:6).
- Ofertas. “Deem ao Senhor a glória devida ao Seu nome, e entrem nos Seus átrios trazendo ofertas. Adorem o Senhor no esplendor da Sua santidade” (Salmos 96:8, 9).
- Proclamação da Palavra. Isso implica grande responsabilidade para o pregador: “Saiba cada homem que vai ao púlpito que tem anjos do Céu em seu auditório” (Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 338).
Pastores, envidemos o melhor dos nossos esforços ao programar os cultos de adoração. Preparemos a igreja para aquele momento registrado pelo apóstolo João, referindo-se à grande multidão diante do trono de Deus: “Com vestes brancas e segurando palmas […] clamavam em alta voz: ‘A salvação pertence ao nosso Deus, que Se assenta no trono, e ao Cordeiro’. Todos os anjos estavam em pé ao redor do trono, dos anciãos e dos quatro seres viventes. Eles se prostraram com o rosto em terra diante do trono e adoraram a Deus, dizendo: ‘Amém! Louvor e glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força sejam ao nosso Deus para todo o sempre. Amém!’” (Apocalipse 7:9-12)
Carlos Hein é secretário ministerial da Divisão Sul-Americana
Fonte: Revista Ministério, julho/agosto 2013, p. 35