por: Natán Hege
Adoremos-Lhe em Verdade
“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade“ (João 4:24)
A verdadeira adoração é espiritual. Mas isso não tira sua realidade e sua verdade. A adoração nasce da realidade das verdades espirituais. A adoração é real. A adoração é mais do que tentarmos adorar e depois imaginarmos que talvez adoramos. Os que adoram em espírito também têm que adorar em verdade.
A adoração está arraigada na verdade
Para adorarmos a Deus de forma autêntica temos que conhecer a verdade de quem Ele é e quem somos nós. Quando conhecemos essa verdade, cremos nela e a amamos, então estaremos prontos para adorar com sinceridade. Enquanto a verdade acerca de Deus estiver imprecisa e insensível em nossas mentes, nossa adoração será forçada e falsa.
Em Isaías 6 a Bíblia nos diz como Isaías adorou. Vamos ler sobre a visão que Isaías teve:
"No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim." (Isaías 6:1-8)
Deus deu a Isaías uma visão, na qual ele viu a Deus assentado num trono alto e sublime. Isaías viu os serafins que voavam e clamavam uns aos outros dando glória ao Senhor. Ele viu que as ombreiras das portas se estremeceram e a casa se encheu de fumaça.
Isaías viu o Senhor como ele é. Também deparou-se face a face com outra verdade importante. Viu-se a si mesmo tal como ele era. Em reação a esta verdade, ele clamou:
“Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros…” (Isaías 6:5).
Isaías pôde adorar em verdade porque aceitou a realidade da verdade inalterável. Mesmo sendo humilhante, ele creu nela.
Lúcifer recusou a verdade de quem ele era diante de Deus. Lúcifer, criatura, recusou a verdade da grandeza de Deus, Criador, e disse: “Subirei além das nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:14).
Quando temos pensamentos elevados a respeito de nosso Deus, nossa adoração será pura e profunda. Se nossos pensamentos a respeito de Deus O menosprezam e duvidamos dEle, nossa suposta adoração será vazia e enfadonha. Se recusarmos a verdade sobre quem é Deus e quem somos nós, isto nos faz seguir o exemplo de Lúcifer. E seguir este exemplo nos leva a um destino igual ao dele.
Para adorarmos verdadeiramente temos que adorar conforme a verdade, com um coração que aceita a verdade, com formas que estão de acordo com a verdade e na Verdade (Jesus Cristo).
A verdade sobre Deus e sobre o homem é inalterável. Deus é digno de adoração eternamente. Embora nossa adoração possa se desenvolver e se aprofundar, a base da adoração verdadeira nunca muda.
A adoração é uma resposta à verdade
Vamos analisar como o profeta Isaías respondeu à verdade que recebeu através desta visão:
- Ele humilhou-se a si mesmo. Isaías não justificou suas fraquezas. Ele prostrou-se e reconheceu que era vil e indigno de estar na presença de Deus.
- Ele aceitou a obra que Deus queria fazer nele. Deus levou em conta que Isaías sentiu sua impureza diante de sua santa presença. Ele mandou um anjo para purificá-lo. Sem dúvida Isaías sentiu temor quando o anjo aproximou-se dele com a brasa acesa, mas aceitou sua obra purificadora.
Por natureza temos temor da obra que Deus quer fazer em nós. Sua obra crucifica a carne e nossa carne resiste à morte. Mas se verdadeiramente cremos que Deus é maior, mais sábio e mais poderoso do que nós, então desejaremos que Ele faça Sua obra em nós.
Quando nos prostramos diante de Deus e nos vemos na pura luz de Sua santidade, ficamos cientes de algo que Deus quer fazer em nossas vidas. Sua verdade ressalta nossas fraquezas e falhas.
“Colocaste diante de Ti nossas maldades, e à luz do Teu rosto, nossos pecados ocultos” (Salmos 90:8).
Só podemos adorá-Lo em verdade, quando reconhecemos, de maneira progressiva, aquilo que Deus for revelando em nossas vidas. Se recusarmos a verdade que Deus nos revela, é possível “fazer de conta” que O estamos adorando; podemos continuar a congregar-nos; podemos continuar cantando, orando e contribuindo nas ofertas; mas Ele conhece o nosso íntimo.
“… porque o Senhor examina todos os corações, e conhece todas as intenções da mente. …” (I Crônicas 28:9).
Se recusarmos responder positivamente à verdade que é revelada de maneira progressiva por Ele a cada um de nós, começaremos a adorar a outros deuses, que somos nós mesmos; sob a influência do autor de todo engano que é Satanás.
Quando passamos a conhecer Deus e Seus propósitos, reconhecemos que existimos para Ele. “Tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16).
O homem foi criado com a capacidade de voltar a render-se a Deus e isso acontece quando adoramos. Há no verdadeiro adorador o reconhecimento prático de que cabe a Deus dirigir os seus passos; ele confia que Deus sabe o que é melhor para sua vida.
A adoração revela a verdade
O rei Davi passou problemas pessoais, familiares e em seu reinado; mas continuou adorando em público para demonstrar aos que conheciam seus problemas que ainda que as circunstâncias sofressem mudanças, a verdade quanto a Deus e quanto ao homem não mudava. Apesar destes problemas, ele escreveu:
“Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu, e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre. Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre” (Salmo 145:1-2). Ele prometeu adorar todos os dias, para sempre.
A economia sobe e desce, os sistemas políticos fracassam e a saúde falha, mas Deus continua sendo grande e o homem continua sendo pequeno. Deus sempre merece nossa adoração. Esta verdade se revela ao mundo quando o povo de Deus o adora mesmo que a vida mude.
Não podemos esconder nossa resposta à verdade, nossa adoração. Nosso rosto a expressa. Nossos lábios a proclamam. Nossa vida a confirma.
Para meditar:
Você já reconheceu a realidade de quem você é diante de Deus? Será que sua vida revela a um mundo incrédulo a realidade da verdade inalterável?
Fonte: Hege, Natán – A Adoração – Publicadora Lâmpada e Luz, Farmington, New Mexico, EUA (2008) – Traduzido por: Eduardo Vieira da Silva
Sintetizado e adaptado especialmente para o Música Sacra e Adoração pela Profª Jenise Torres em Julho de 2013
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