Debate Sobre a Música na Igreja

Sobre a Música com Bateria e o Reavivamento Espiritual

por: Hilton Robson Oliveira Bastos

  1. Para aqueles que ainda têm dúvida sobre o assunto, existe um sábio conselho que diz: “Na dúvida, não ultrapasse”.
  2. Os tempos de mornidão espiritual que vivemos na igreja não são ocasionados pela música sem instrumentos de percussão, como a bateria. Os motivos declarados por Ellen White são bem claros: “Prezados Irmãos e Irmãs: O Senhor mostrou-me em visão algumas coisas concernentes à igreja em seu atual estado de mornidão, as quais vos passo a relatar. A igreja me foi apresentada em visão. Disse o anjo à igreja: “Jesus te diz: ‘Sê zeloso e arrepende-te’.” Apocalipse 3:19. Esta obra, vi, deve ser empreendida com sinceridade. Há alguma coisa de que arrepender-se. O espírito mundano, o egoísmo e a cobiça têm estado a corroer a espiritualidade e a vida do povo de Deus. O perigo do povo de Deus, durante alguns anos passados, tem sido o amor do mundo. Disto têm brotado os pecados do egoísmo e da cobiça. Quanto mais tiram deste mundo, tanto mais aí colocam suas afeições; e ainda se esforçam por obter mais.” (Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 40). É a condescendência com o mundo e o pecado que tem levado a igreja a um estado de letargia espiritual.
  3. Não devemos confundir um culto animado com muitas músicas cheias de percussão, onde todos cantam com aparente alegria, com o reavivamento espiritual que esperamos; isto é um erro. O verdadeiro reavivamento é produzido por um profundo amor pela verdade, que nos levará a praticá-la. Retornaremos à mesma piedade exercida pelos cristãos no início da igreja cristã. A função do Espírito Santo é nos mostrar a verdade, e não nos levar ao entorpecimento emocional através da música (João 16:13).
  4. Tomando por base o derramamento da Chuva Temporã nos dias dos apóstolos para a Chuva Serôdia que esperamos, notamos que eles estavam reunidos com orações e súplicas (Atos 1:14), e não tocando e cantando músicas que poderiam levar a um culto irracional. Fazendo uma análise da música no Novo Testamento, notamos que esta não teve influência, apenas fazia parte dos cultos de adoração, e, ao que parece, nem instrumentos eram utilizados; mesmo assim não deixavam de viver a alegria nos cultos (Atos 2:37-47).
  5. O que está faltando na igreja hoje é mais espiritualidade e amor pela verdade, e não música mais animada. Isto, repito, é um erro. O que a igreja precisa é de Cristo e isto só é alcançado mediante muita oração. O reavivamento virá quando a igreja se dispuser a orar; precisamos ter mais cultos de oração e menos shows.
  6. (…)
  7. O verdadeiro reavivamento é totalmente diferente do que tem sido advogado por muitos, pois acham que o reavivamento é produzido pela emoção ocasionada pela música. Leia estas citações:

    Avivamentos populares são muitas vezes levados a efeito por meio de apelos à imaginação, despertando-se as emoções, satisfazendo-se o amor ao que é novo e surpreendente. Conversos ganhos dessa maneira têm pouco desejo de ouvir a verdade bíblica, pouco interesse no testemunho dos profetas e apóstolos. A menos que o culto assuma algo de caráter sensacional, não lhes oferece atração. Não é atendida a mensagem que apele para a razão desapaixonada. As claras advertências da Palavra de Deus, que diretamente se referem aos seus interesses eternos, não são tomadas a sério.” (Reavivamento e Seus Resultados, p. 9).

    Em muitos dos reavivamentos ocorridos durante o último meio século, têm estado a operar, em maior ou menor grau, as mesmas influências que se manifestarão em movimentos mais extensos no futuro. Há um reavivamento apenas emotivo, mistura do verdadeiro com o falso, muito apropriado para desviar. Contudo, ninguém necessita ser enganado. À luz da Palavra de Deus não é difícil determinar a natureza desses movimentos. Onde quer que os homens negligenciem o testemunho da Escritura Sagrada, desviando-se das verdades claras que servem para provar o crente e que exigem a renúncia de si mesmo e a do mundo, podemos estar certos de que ali não é dada a bênção de Deus. E, pela regra que o próprio Cristo deu – “por seus frutos os conhecereis” (Mat. 7:16) – é evidente que esses movimentos não são obra do Espírito de Deus.” (Idem, . 10).

  8. Utilizar instrumentos mundanos para alavancar a obra é um erro, e isto tem sido demonstrado desde a corrupção da igreja relatada em Apocalipse 17. Estes métodos não convertem o mundo à igreja, mas sim a igreja ao mundo.
  9. Na igreja, em todas as suas épocas de maior reavivamento espiritual, a bateria estava excluída, então por que só agora ela se torna necessária para o reavivamento? Será que a igreja se tornou tão morna que precisa ser despertada ao som de tambores?
  10. Alguns argumentam que Ellen White não deixou nada específico quanto ao uso de tambores no templo, e que isto seria motivo para usá-lo. Quanto a isto gostaria de deixar bem claro o seguinte: Ellen White combateu os erros existentes em sua época, e a bateria não era utilizada no templo para adoração em sua época. Houve alguns problemas com respeito ao órgão, e quanto a este, ela aprovou totalmente o seu uso. Não podemos comparar o órgão com a bateria, principalmente em seus efeitos na mente humana, mas ela fez profecias quanto aos erros posteriores que viriam a acontecer e um deles era justamente o uso de tambores e música ruidosa pouco tempo antes de fechar a porta da graça. Para aqueles que acreditam em suas profecias e em seus ensinos este é um forte argumento para se colocar contra este instrumento, ou será que ela errou? Um exemplo disto acontece com alguns tipos de alimentos existentes hoje e que seriam facilmente rejeitados por ela para o consumo dos adventistas. Se ela fosse viva hoje, alguns que seriam reprovados com facilidade são os refrigerantes, os sucos em pó, os alimentos tipo fast-food e muitos outros. Então deixemos de ser meninos espiritualmente, pois estes alimentos são vilões da saúde humana e isto é quase uma unanimidade entres os médicos.
  11. Normalmente quando se fala deste assunto, os defensores da bateria acusam aqueles que se colocam contra ela como sendo fanáticos e que são contra as mudanças, e colocam em pauta a tal tradição. Quanto ao fanatismo, quero dizer que Ellen White considerou fanatismo o acontecimento em Indiana, e fez uma profecia quanto ao futuro sobre o mesmo fanatismo, em Eventos Finais, pp. 159 e 160.

    Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida. Deus convida Seu povo, que tem a luz diante de si na Palavra e nos Testemunhos, a ler e considerar, e dar ouvidos. Instruções claras e definidas têm sido dadas a fim de todos entenderem. Mas a comichão do desejo de dar origem a algo de novo dá em resultado doutrinas estranhas, e destrói largamente a influência dos que seriam uma força para o bem, caso mantivessem firme o princípio de sua confiança na verdade que o Senhor lhes dera.” (Mensagens Escolhidas, p. 38.)

  12. Interessante notar que os textos utilizados para argumentar de maneira favorável ao uso da bateria são todos no Antigo Testamento, quando o mesmo não ocorre aos argumentos contra. Não quero me colocar contra o Antigo Testamento, de forma alguma, mas precisamos notar que certos pontos do Antigo Testamento foram influenciados pelo paganismo existente entre o povo hebreu; alguns deles são a poligamia, o beber bebidas alcoólicas, possuir escravos, existência de guerras e muitos outros; inclusive o uso de tambores que foi, comprovadamente, herdado do paganismo. Deus tolerava estas coisas, mas não as aprovava. A luz Divina é concedida progressivamente, mas alguns teimam em regredir. Então os que colocam o tambor como coisa nova na música é que estão retornando ao passado, enquanto deveriam estar buscando uma melhor perfeição na música para que cheguemos a imitar a música celeste.
  13. Todos nós somos livres para fazer o que desejarmos, mas lembre-se que “cada um dará contas de si mesmo diante de Deus“. Romanos 14:12.

Que Deus Abençoe a Todos


Fonte: http://restaumaesperanca.blogspot.com

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