Teoria Musical

Aula 9 – Escrita para Cordas

por: Célio Murilo do Nascimento

Quando trabalhamos com cordas devemos pensar que se trata de um só instrumento, que passa por quase toda a escala Geral.

No entanto não quer dizer que deva trabalhar homoritmicamnete, ou homofonicamente.

Cada um será desenvolvido isoladamente, dentro de suas peculiaridades de dificuldade técnica, propagação sonora etc.

Tomemos como exemplo este pequeno trecho de orquestra:

Note que a maior movimentação ocorre nas vozes superiores, ao passo que nas vozes inferiores os movimentos rápidos dão lugar a blocos harmônicos.

Isso ocorre pelo fato de nas notas mais graves da escala, a propagação do som é mais lenta e ocorre certa demora para sua clareza chegar aos ouvidos.

Isso ocorre, por exemplo, nos cellos e contrabaixos. Nas violas este atraso é bem menor quase não se percebe, mas pode ser notado na execução do conjunto onde essa em relação aos violinos tenderá a atrasar a chegada.

Bem; Então vejamos:

Pense que a melodia sempre deverá estar com o 1º Violino ( ou com o segundo quando estes revezarem).

O 2º violino acompanhará o primeiro 9quando possível) quanto ao ritmo, buscando sempre intervalos consonantes como 3ª 6ª às vezes 5ª ou 8ª, mas isso não impede de em certos momentos ele soar em uníssono com o 1º.

As violas trabalharão como voz intermediária, podendo guardar entre si intervalos de 2ª, 3ª 4ª 5ª 6ª dependendo do que a harmonia necessitar no momento.

Sempre completando esta harmonia.

Os cellos ficarão com a base harmônica, quando não houver um contrabaixo (que poderá trabalhar em intervalo de 8ª com ele). Ou poderá executar arpejos, da harmonia em questão. Também pode figurar como solista.

Vejamos isto na prática.

Observe a seguinte melodia dada, onde o 1º Violino está com a melodia principal:

Criaremos o baixo como direção da base harmônica.

A seguir trataremos de criar o 2º Violino, dentro daquilo que foi anteriormente colocado.

Agora nas violas completaremos as notas da harmonia, que porventura possam estar deficitárias. Note que ela já não segue tanto o ritmo dos violinos, se atendo mais a acentuação dos tempos.

Note o trabalho da viola, no primeiro acorde ela apresentou a 3ª e 5ª do acorde de C, no segundo apenas reforçou a tônica, uma vez que as demais notas figuraram na melodia, idem para o terceiro acorde, no quarto acorde ela apresentou a 3ª e no segundo momento reforçou a tônica, pois a melodia encarregou-se de apresentar a 3ª 5ª e 7ª do acorde, no quinto acorde, de Dm7, ela apresentou a 5ª, no sexto acorde ela apresenta a 3ª e logo após reforça a tõnica, uma vez que as demais notas figuram nas vozes superiores, no último acorde ela apresenta a 5ª do acorde de C.

Perceba que a viola é feito um “Curinga” dentro do quarteto, sempre mudando de nota, e às vezes dentro do mesmo acorde.

Ela tanto pode fazer sua função quanto às vezes reforçar o trabalho do Cello.

Quando não está trabalhando dessa forma, as três vozes inferiores podem fazer acompanhamento mais estático como veremos abaixo, onde estes apenas executam um encadeamento percutido.

Ou em Pizzicato.

Muitas são forma de se explorar a riqueza sonora das cordas. Tudo depende da criatividade do arranjador.


Nota: Os editores do Música Sacra e Adoração agradecem ao internauta Ricardo Bittencourt pela informação sobre o autor deste curso.


Fonte: http://pt.scribd.com


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