Musicalização

Como a Música Pode Melhorar o Entendimento Entre Você e Seu Filho

por: autor desconhecido [*]

Você adora seu filho, mas ás vezes melhorar as relações do dia-a-dia com ele. Todos nós temos momentos em que queremos entender nossos filhos um pouco mais e melhor, fazê-los compreender o quanto nos preocupamos com eles, quão profundo é o nosso amor por eles. Todos os pais querem que seus filhos sintam o lar como um paraíso de paz, um lugar de alegrias e entretenimento e que nós, os mais velhos, estamos a sua volta para criar e preservar um coração feliz.

Você não precisa fazer um curso para estudar a criança, ou tirar umas férias da família, ou consultar especialistas para criar esses laços de estreitamento da família. Aqui pretendemos oferece-lhe uma solução diferente…uma solução fácil, econômica e antiga. Desde que David acalmou o rei Saul com música, os homens, mulheres e crianças descobriram que é possível criar melhor entendimento e harmonia doméstica através da música.

Uma solução maravilhosamente simples? Talvez. Mas, menos de 1% das crianças brasileiras estão sujeitas a um preparo musical adequado ou sendo treinadas em um instrumento musical.

Isto significa que 99% dos pais não liga para esse eficiente e vital método para melhorar a vida de suas crianças.. e a sua própria. Vamos dar uma olhada em alguns dos benefícios que a musica tem para oferecer. Mas antes vejamos quais os problemas domésticos que dão maior relevo a esses benefícios.

Qual o Caminho?

Hoje em dia nós, pais, estamos preocupados com muitas coisas: disciplina (ou falta dela); falta de comunicação entre as gerações: estatísticas ameaçadoras sobre delinqüência juvenil, vadiagem, e uma variedade de males e vícios. E sobre tudo, e acima de todos os nossos receios, nos preocupamos com nós mesmos, como pais, indagando ás vezes por que não vemos mais claramente o que os nossos jovens querem ou entendemos o que eles realmente sentem.

E verdade que gastamos quase todo o nosso tempo cozinhando para eles, conferenciando sobre eles, planejando em torno deles, comprando por causa deles, vivendo através deles. De fato estamos tão atarefados fazendo que pouco tempo nos sobra para que, em casa, simplesmente fiquemos com eles. Realmente nossos filhos também não param quase em casa. Eles ficam fora, estudando convivendo com os amigos.

Nós podemos estar vivendo uma era que gira em torno da criança mas, infelizmente, o centro dessa era raramente é o lar. A pressão das forças externas causa um impacto violento em nós e tenciona os laços familiares a um ponto critico. Sob essas circunstancias a disciplina de torna cada vez mais difícil. Compartilhar ideias e interesses, demonstrar lógica e afeição torna-se quase impossível enquanto nossas gerações agirem como se estivessem em órbitas diferentes.

Muito constrangedor é verificarmos que a juventude se torna uma espectadora passiva, que muito raramente participa daquilo que está fazendo. Sentada olhando e falando e aplaudindo, a juventude tem pouca chance de exteriorizar sua energia interior… tem menos oportunidades para obras criativas.

A medida que os anos passam nossa ansiedade vai aumentando. Não estamos certos de como essa mocidade folgada está crescendo, ou para onde ela vai, ou que espécie de valores ela está colecionando para o futuro.

“Se a Música é o Alimento do Amor, Vamos Fazê-la” (Shakespeare)

Você perguntará agora o que isso tem a ver com a música. Causar-lhe-á espanto como uma clarineta pode agrupar um lar ou substituir um psicanalista.

Estudos recentes mostraram que as famílias que cultivam a música tomam interesse também em todas as fases da vida deles. Esse procedimento produz calorosas e estreitas relações e reduz a ansiedade.

Em síntese, a musica parece ser a fonte do amor, ou pelo menos uma das fontes onde o amor se abastece.

Isto não é mágica é lógica. A musica permanece como uma das poucas atividades cujo núcleo encontra-se no lar moderno. Todo o processo: a escolha do instrumento, sua compra e o estudo nele, envolve uma intensa relação entre pais e filhos.

Hoje em dia quase toda a educação se faz longe do lar. Mas os jovens músicos estudam onde os pais podem vê-los…e ouvi-los.

E aprendem os pais como o filho ataca um problema, enfrenta as frustrações, coordena e persevera. A observação dessas exteriorizações da personalidade permite melhor entendimento do caráter do filho e uma forma de tratá-lo mais sensatamente.

Neste ponto você talvez diga: Oh! Inclusive diga que a música cria também atritos. Você está certo neste ponto. Ninguém nega que para se atingir a uma harmonia deve-se começar por aquilo que é perfeito. Ouvir-se-ão notas desafinadas e barulho, e algumas vezes relutância para uma pratica constante. Mas, dias bons e maus, sons melodiosos e discordantes, encorajamento e repreensão, amor e ódio, todas essas forças antagônicas são uma parte normal da existência humana. Pais e filhos emocionalmente sadios não se assustam ou se ressentem por sentimentos discordantes, nem deixam de se amar, de praticar ou de melhorar por causa deles. A criança saberá que, se o pai a critica por uma nota desafinada, ele está dedicando seu tempo para ouvi-la; se ele insiste para que ela estude é por que está suficientemente envolvido para querer isso. Criticas construtivas não inibem a criança, mas a indiferença sim.

A música estreita as relações entre você e seu filho de uma outra maneira. Quando você e seu filho comentam o progresso dele e demonstra se orgulhar disso, ele, por seu lado, sente-se estimulado para maior esforço por causa de seu orgulho. Essa integração, e divisão se desenvolve em torno de sons e notas e traduz-se em afeição e harmonia humana.

“A Música Tem Encantos que Enternecem o Selvagem”.

A música tem muitas faces e muitas virtudes. Pode manter Joãozinho mais em casa. Pode torná-lo desejoso de realizações ou compreensivo e obediente para os pais. E pode fazer mais.

Um instrumento musical ajudará Joãozinho a tornar-se: 1) um melhor irmão; 2) um indivíduo alegre e 3) um membro mais cooperador de um grupo. Ele reclama muito?

Realmente não Joãozinho, afinal, é um ser emocional. Com o tempo ele começa a tocar um instrumento musical (de forma ideal em torno de seu 10° aniversário); ele provavelmente tem irmãos e irmãs em casa, rivais na escola e algumas dúvidas íntimas acerca de si mesmo. Ele terá que enfrentar – ou não enfrentar – competições e brigas na escola, lutas com os irmãos e insegurança pessoal. Por seus momentos de ansiedade ou tensão Joãozinho será punido, apanhará ou sofrerá caçoada. Entretanto quando ele recebe um instrumento musical, ele está pronto e amadurecido para ele e o receberá com uma fonte de conforto e de alegria. Esse inanimado amigo o ensinará a enfrentar a tristeza e a frustração de forma diferente, a assoprar fora sua fúria ao invés de se bater por ela com os punhos.

Assim que Joãozinho for se desenvolvendo no uso de seu amigo, ele também adquirirá nova segurança em si mesmo e incrementará seu respeito pessoal. Agora por fim, existe alguma coisa (ou alguém) que o apoiará, que lhe dará uma chance de expressão pessoal. Em seu instrumento ele pode criar ou expressar grandes pensamentos, ou expelir grandes sons, ou se livrar grandes problemas. Em suma, um pequeno trompete pode construir, para ele bastante ego. Aprendendo a viver consigo mesmo como um indivíduo, aprendendo a gostar de si mesmo, Joãozinho estará dando o primeiro passo num ajustamento bem sucedido no grupo. Ele verá que existem momentos em que compromissos, ou renúncias, ou cooperação são tão necessários.

“A Música é a Linguagem Universal da Humanidade”.

Desde que muitos pais estão freqüentemente preocupados com a felicidade de seus filhos, uma palavra deve ser dita sobre os instrumentos musicais como uma fonte de alegria e duradouro prazer. Felicidade – na idade adulta – significa encarar a realidade; mas felicidade também significa encontrar um caminho aceitável de “escape” quando “estamos saturados do mundo”. Na infância as bonecas e os amigos imaginários satisfazem essa necessidade. Mais tarde, quando essas “escapadas” da infância precisam ser substituídas, um instrumento musical é o substituto ideal. Joãozinho, com sua clarineta, pode ir para qualquer lugar, fazer o que quiser, encontrar quem quiser, dependendo de sua imaginação e das músicas que ele escolher.

Sem se resignar à angústia da realidade ou a ridicularização dos amigos, ele pode ir à batalha, conversar com Peter Pan ou pular com Pedrinho no Sitio do Pica-Pau Amarelo, ou viajar no Rio Amazonas. Ele pode ser sonhador e fugitivo, mas ele encontrou sua forma de “escape” como um participante ativo e não como um simples espectador.

Por mais que ele viva e em qualquer lugar a que for, ele pode retroceder em seu instrumento; de fato, por causa de seu instrumento ele encontrará amigos em todos os círculos e suas chances serão, muito maiores. Onde quer que esteja todos entenderão o que ele diz por que seu instrumento tem uma linguagem melhor e mais profunda que a das palavras.

Abra-te Sésamo!

Um instrumento musical é a chave que abre um tesouro: talento engenhosidade, prazer, escape, harmonia familiar, respeito pessoal, cooperação, expressão e atendimento.

Porque, então, muitos pais negam essa experiência a seus filhos?

Porque eles obstinadamente viram as costas para tanta riqueza potencial? As razões que os pais dão para essa relutância são inúmeras e nós tivemos o trabalho de catalogar as principais:

1 – Meu Filho Não Tem Talento!

Como você pode saber enquanto ele não esteve submetido a uma situação de aprendizado em que a música estivesse envolvida? Mesmo que você esteja certa, a música deve permanecer sendo como a caridade, ou seja, deve ser dada somente aos necessitados e aos talentosos? Não são todas as crianças que devem ter mais cultura? Não devemos dar a todas a oportunidade de uma enriquecedora aventura? Porque negar a seu filho a alegria da música? E ainda mais, se somente os talentosos se tornassem aprendizes de música quem assistiria nossas Sinfônicas, ou apreciaria nossos músicos ou compraria discos?

2 – Meu Filho Não é o Tipo!

Nós devemos catalogar, rotular e enquadrar todo mundo?

É natural que nós desejamos que nossos filhos tenham o que nós uma vez já desejamos e não tivemos, mas é perigoso colocarmos nossas necessidades na frente das deles. Talvez você ache que seu filho tenha o “tipo atlético” por que quer que ele seja o esportista que você nunca chegou a ser. Mesmo que ele se disponha a seguir os passos que você quer, isso significará que ele deve ser um atleta que não aprecie música?

Doutor, alfaiate, soldado, marinheiro, nenhuma carreira é um caminho para a música, mas cada uma delas é enriquecida pela recompensa que a música dá.

Se seus pais não o tivessem estereotipado, se eles o tivessem colocado em contato com a música quando criança, talvez agora você tivesse uma fonte extra de verdadeiro prazer.

3 – Meu Filho Não Demonstra Nenhum Interesse Pela Música!

Tem certeza? Quase toda criança se manifesta através de músicas e sons. Cante um acalanto e o bebê se acalma; de uma caneta a um gurizinho e ele baterá um ritmo fascinante; puna uma criança de 6 anos e ele cantará sua música privativa. As crianças gastam uma boa parte de seu tempo zunindo, dedilhando, batendo, assobiando balançando e cantando. O mundo da criança está saturado de ritmo e de melodia.

4 – Meu Filho Nunca Pediu Para Aprender Música!

Ele lhe pede permissão para ir à igreja? À escola?

Felizmente você assume a responsabilidade por essas decisões como uma parte de sua atividade de pai. As crianças não sabem que experiências ou aprendizados são bons para elas. Elas precisam de pais que façam as escolhas, que a conduzam em certas direções e que lhes abram novos horizontes que facilitarão o seu futuro.

Psiquiatras sabem que uma boa parte da delinqüência e do desajustamento do individuo deriva de um lar em que os pais deixavam as atitudes ao livre arbítrio da criança, onde se dava inteira liberdade, nenhuma direção e nenhum controle. Fazendo o jogo “depois de você, meu filho”, você o estará incentivando a seguir o seu próprio caminho. Que decepção terá se ele fraudar sua boa fé, se você perder o seu respeito.

5 – Eu Quero Uma Criança Varonil!

Numa época em que muitos pais lavam pratos e em que muitas mães são obrigadas a trabalhar fora como podemos dizer qual o interesse ou atividade que é masculino ou feminino? Quer um exemplo mais positivo do que o fato de que um dos primeiros homens a pisar na Lua era músico e passou seu tempo de isolamento, quando do regresso, tocando um instrumento.

6 – Meu Filho Levaria Anos Para Aprender… E Provavelmente Desistiria!

As crianças, hoje em dia, aprendem música mais rapidamente. Nós, pais, lembramos da música como era em nosso tempo, uma enormidade de escalas e anos de prática para que algum progresso fosse notado. A educação musical mudou bastante e a criança adquire um senso de empreendimento, de realização em muito pouco tempo.

E supondo que seu filho tente e desista, ou deseje e falhe. É supondo sua reação que devemos negar-lhe essa agradável experiência? O contato com o aprendizado musical, mesmo que breve, dará nova dimensão á sua personalidade. Como podemos avaliar o que isso significará para ele quando adulto? Lembre-se, a música é uma das poucas coisas que a criança pode fazer, não pelos resultados, não pelas notas, não para um fim longínquo, não por que seus amigos fazem a mesma coisa, mas simplesmente pela experiência que dela emana.

Nós, os pais damos desculpas e buscamos fracos argumentos para negar música a nossos filhos. É de se estranhar que somente 1% de nós veja a sabedoria, a profundidade desse caminho fácil, antigo e indubitavelmente econômico para solidariedade familiar. Ainda mais estranho quando pensamos que a música é a única das distrações que será duradoura durante a vida de seu filho – e melhor harmonia de seu lar – olhe para aqueles cujos instrumentos musicais enriqueceram sua vidas através dos anos. Lembre-se que a “musica é o alimento do amor” e que, como um bom pai você pode se tornar um melhor pai por fazer com que a nova geração passe a fazer música, tocando-a.

Agora que acabou de ler, você pode ter perguntas sobre as oportunidades que seu filho ou filha terá na banda de música. Estará ele ou ela preparado para a música? Qual o instrumento mais apropriado? Certos tipos de crianças são mais aptas para serem bem sucedidas com este ou aquele instrumento? O educador musical da banda deve ser um professor treinado e qualificado através de anos de experiência em trabalhar com as crianças para organizá-la em cooperação com o diretor da Escola?


[*] – Nota: Os editores do Música Sacra e Adoração não localizaram informações acerca do autor deste artigo. Qualquer contribuição acerca desta informação será bem-vinda.


Fonte: Weril

Tags: