Comentários à Lição de Jovens – Escola no Ar
por: Marcos Eduardo de Lima
Texto Central: “Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da Terra.” (Apocalipse 14:3)
Sábado
Prévia da semana
Depois de três meses estudando sobre a adoração, muita gente pode pensar que este é um assunto esgotado. Surpresa! Não é. A bíblia, este livro maravilhoso que levou aproximadamente 1600 anos para ser escrito, que teve a colaboração de 40 autores diferentes, só tem um assunto em síntese e este assunto pode ser formulado em forma de pergunta: Quem merece ser adorado? Deus ou o Diabo?
O livro do apocalipse é uma espécie de conclusão de tudo o que Deus fez, faz e fará para amorosamente lhe convidar a adorá-lo. Acho que não é por acaso que a palavra SENHOR aparece 1853 vezes na bíblia. Essa ênfase é um convite e uma advertência. No primeiro capítulo do Apocalipse, Jesus aparece andando pela história da Igreja, velando e cuidando dela. Deus é o Senhor da história. Em todo o livro podemos perceber a ação amorável e cuidadosa de um Deus interessado e envolvido com a humanidade e o resultado desse cuidado será a renovação do planeta e a glorificação dos salvos. Deus é o Senhor de tudo, porém, quer por amor a você, ser o Senhor de sua vida.
Pense: “Bem-aventurado aquele que lê, e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nelas estão escritas, porque o tempo está próximo.” Apoc. 1:3
Desafio: leia Apocalipse 1. Apenas este capítulo que é bem curto. Liste algumas razões que puder encontrar para louvar e adorar a Deus e seu Cristo, aquele que você e eu um dia aprendemos que é o Filho de Deus.
Domingo
Apocalipse: a base da adoração
Uma vez ouvi um colega me dizer o seguinte: “é cantando que o crente mais mente!” Achei engraçado na hora e dei algumas risadas, até porque ele era músico. Entretanto, dias depois, como é nosso costume quando ouvimos algo engraçado, contei a piada para outra pessoa, e ao final da frase, eu já me sentia triste pela impressão de que se isso for verdade, eu poderia muitas vezes ter cometido esse pecado, mentir ao cantar um hino.
O Apocalipse fala de muitas razões para louvarmos a Deus. Daria para escrever um livro bem extenso sobre os motivos apresentados por João. De fato, em nosso hinário é possível encontrar vários hinos que tem como versos, trechos do Apocalipse, quando não diretamente, por alusão ou referência. Contudo, a maior razão para adorarmos a Deus e definitivamente nos posicionarmos do lado certo do Grande Conflito é o simples, mas profundo fato de que Deus é o Criador e Salvador de cada um de nós. Isso está bem claro no contexto geral do último livro da bíblia.
Eu fico impressionado com o relato de João no primeiro capítulo do livro, pois após o idoso profeta narrar uma visão magnífica de Jesus, ele nos conta que esse Ser poderoso o toca e gentilmente diz: “Não Temas.” Esse é Jesus, poder e amor. Poderoso para criar, amoroso para salvar. Eu fico consternado ao pensar em quantas vezes simplesmente neguei esse Senhor por um prazer tão estúpido quando beber algo que não presta e sei que não devia, quantas vezes fui nada inteligente em escolher assistir algo que Ele não ficou feliz, quantas vezes deis vazão a um pensamento que o colocou para fora da minha mente. Ainda assim, diante de todos os meus pecados, Ele me toca e diz: “Não temas”.
Pense: Tente se lembrar de pelo menos um hino ou canção que você tenha cantado na igreja ontem. Tente se lembrar da letra, ou pelo menos de um pedaço dela. Reflita. O que este trecho realmente significou pra você?
Desafio: hoje é domingo. Vá ao culto e cante com coração, imaginando como seria se Jesus estivesse na plataforma. (Se for o caso, adapte ao seu próximo momento de culto na igreja, marque em seu celular se for necessário, não se esqueça deste desafio)
Segunda-feira
Apocalipse: liturgia da esperança
Já houve líderes religiosos que amaldiçoaram o Apocalipse, muitos outros não chegaram a tanto, mas tiveram uma atitude ambígua em relação a ele. Orígenes de Alexandria (185-253), um grande erudito da igreja e escritor muito capaz, considerava a inspiração do livro do Apocalipse discutível, Lutero, o grande reformador alemão, empreendeu uma tradução da bíblia entre 1521 e 1522, e nesta tradução ele simplesmente não considerou o livro do Apocalipse. Por que tanta discussão em torno deste livro? Bom, espero que você já tenha lido a bíblia muitas vezes, em partes e até mesmo inteira. Contudo, espero de coração que você já tenha se deliciado com o desafio de ler e estudar o Apocalipse de João. Se você já o fez, provavelmente percebeu que ele apresenta uma série de imagens no mínimo estranhas, para não dizer horríveis. Por que Deus organizou uma revelação dessa forma? Já ouvi muitas explicações plausíveis, mas a verdade é que não sei exatamente porque, contudo sei que Ele o fez por motivos que se baseiam em seu amor e poder. Isto me basta.
Logicamente, tem pessoas que acham este livro muito estranho e por isso não o consideram uma boa leitura. Que pena! O livro é uma narração dividida em duas grandes partes: uma histórica e outra escatológica. Cada parte é por sua vez dividida em outras quatro partes. Vejamos:*
Porção histórica:
- As sete igrejas (1:10-3:22)
- Os sete selos (4:1-8:1)
- As sete trombetas (8:2-11:18)
- O Grande Conflito (11:19-14:20)
Porção escatológica:
- As sete últimas pragas (15:1-16:21)
- 2. A queda da Babilônia (17:1-19:10)
- O Milênio (19:11-21:8)
- A Nova Jerusalém (21:9-22:9)
Se olharmos a narrativa, como que de fora vamos perceber que Deus sempre esteve no controle de tudo, e que o livro é uma ameaça para aqueles que escolherem o lado errado da história. Para mim e para você o livro do Apocalipse narra nossa vitória, vitória que celebraremos cantando um dos cânticos apresentados no livro, o Cântico de Moisés, que só nós, que passamos pela Grande Tribulação, saberemos a letra.
Pense: Um dia Josué disse: “escolhei hoje a quem sirvais; (…) porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Josué 24:15
Desafio: Dê uma olhada no seu quarto. Olhe sua estante. Dê uma olhada no seu computador, não no hardware, olhe os programas instalados, as músicas e os filmes baixados. Busque na memória seus últimos compromissos e pense nos compromissos dos próximos dias. Agora, seja sincero e diga a você mesmo: De qual lado eu estou? Besta ou Cordeiro?
Terça-feira
Louvado seja Deus!
O quinto capítulo do Apocalipse nos revela uma cena que se passa no Céu. Existe um livro que parece ser muito importante, mas que por estar selado, isto é, fechado, ninguém parece ter o poder de abri-lo. De fato, não sabemos bem do que se trata este livro. Contudo, pode parecer um livro que contém informações essenciais para a nossa salvação.
Nos tempos bíblicos, quando um resgate de dívida era feito, o documento que registrava a dívida tinha que ser aberto na frente de testemunhas, para que a dívida fosse paga. Entretanto, apenas o resgatador legítimo pode ria fazê-lo, ou seja, um parente próximo. Desata forma, o registro que estava selado seria aberto na frente das testemunhas que reconheceriam a legitimidade do resgatador, o valor da dívida e o seu pagamento.
Aqui, no capítulo 5, verso 2, um anjo brada, perguntando sobre Alguém pudesse abrir o livro que pode ser o livro de nosso resgate. João, ao perceber que ninguém poderia abrir, chora, pois assim, estaríamos irremediavelmente perdidos. Mas, logo aparece O Leão da tribo de Judá – Jesus, ele toma o livro, como Aquele que pode abrir seus selos. Por que Jesus teria este poder? Porque Ele venceu e é o cordeiro que foi morto e ressuscitou (verso 5, 6 e 7).
O interessante, é que às vezes nós achamos que podemos resolver, nosso problema, sozinhos. Não podemos! Veja, “nosso problema”, no singular, pois, o único e verdadeiro grande problema é a morte. Podemos não ter muita coisa ou quem sabe termos e sermos muita coisa, mas, morreremos do mesmo jeito, pois isso é da essência do pecado. O único ser em todo o universo que pode resolver “Nosso problema” é Jesus, o Cristo. Você ainda deseja outra razão para louvá-lo?
Pense: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” Apoc. 5: 9 e 10
Desafio: Leia Apoc. 5 e 6. Por que os selos do livro misterioso, apresentam fatos que provavelmente são históricos e depois, o capítulo 7, na sequência apresenta os 144 mil?
Quarta-feira
Por Ele ser quem É
Muitas vezes penso que nossa sociedade obscurece o entendimento sobre o amor de Deus de diversas maneiras. Umas dessas maneiras é o fato de vivermos numa sociedade de aparências. Não sei se houve um tempo em que o ser tenha sido mais importante que ter, pois, simplesmente parece que ao estudarmos a história do mundo, sempre as pessoas estiveram preocupadas em ter e nem tanto em ser. A questão é que hoje, o parecer ser ou ter, já superou a ideia de realmente ter e ser.
Com Deus, a coisa é completamente o inverso. Deus é, por isso tem. E também por isso a Natureza e sua Palavra Escrita o fazem parecer o que Ele de fato é – “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isa. 9:6
É difícil imaginarmos que alguém que seja bom, não pratique atos de bondade, ou que seja amor, não pratique atos amoráveis. Por isso, louvamos a Deus e a Seu Filho, pelos que são, e ao mesmo tempo estamos louvando a Deus pelo que Ele faz. Deus é amor e desse fato resultou a Criação e o Plano da Redenção, e esses fatos reunidos formam a essência do Evangelho anunciado pela tríplice mensagem angélica de apocalipse 14.
Pense: “Toda a vida de Cristo fora de abnegado serviço. “Não … para ser servido, mas para servir” (Mat. 20:28), fora a lição de cada ato Seu.” O Desejado de Todas as Nações, p.642
Quinta-feira
Meu Deus é impressionante!
“Por que Deus permitiu que meu irmão morresse? “Por que Deus permitiu que minha namorada me largasse?” “Por que Deus deixou que eu nascesse numa família assim?” Você provavelmente já ouviu esse tipo de pergunta, talvez, você mesmo já as tenha feito sobre um ou outro assunto. Quais são as respostas que ouvimos ou nos damos? “Ah! Deus permitiu pois assim, Ele me levaria a pensar sobre tal coisa.” “Ah! Deus permitiu pois, dessa forma Ele atingiu o coração de fulano.” “Ah! Deixou por que era a única maneira de converter tal pessoa.”
Olha, eu não vou dizer que essas respostas estão erradas ou não valem. Contudo, Deus é Deus e Ele pode obter os mesmos resultados de diferentes formas. O fato é que Deus nos dá remédios amargos, e sinceramente o mais importante não é saber o porquê Ele o fez em uma situação específica. O que nós podemos saber com certeza é que Ele sempre, todas às vezes, agirá conforme o poder, o amor, a justiça e a misericórdia que são a essência do caráter dEle.
Portanto, ficar procurando respostas para as coisas que não entendemos, nem sempre é o melhor caminho, pois Deus é soberano e isto nós temos que aceitar pela fé e com humildade. Não quero com isso fazer uma apologia à ignorância teológica ou científica. Quero apenas dizer que as respostas são menos importantes do que a confiança nEle. Jó só entendeu esta verdade depois de muito sofrimento mental, talvez provocado por seus “amigos”.
Pense: “Os seguidores de Cristo deveriam trilhar a mesma senda de humilhação, ignomínia e sofrimento que seu Mestre palmilhara. A inimizade que irrompera contra o Redentor do mundo, manifestar-se-ia contra todos os que cressem em Seu nome.” O Grande Conflito, p. 39.
O que é mais importante: entender ou crer?
Desafio: forme um grupo de jovens para discutir o conceito de soberania de Deus em Romanos capítulo 9. Um aviso: Ore, leia o capítulo, use recursos de interpretação antes.
Sexta-feira
Nós temos esta esperança
Em 1940, o maestro Heitor Villa Lobos (1887-1959) regeu um coral de 40 mil vozes no estádio de futebol em São Januário. Cantaram o Hino Nacional Brasileiro de uma forma nunca vista anteriormente. Você consegue imaginar a beleza de tantas vozes unidas cantando, emocionadas, o hino brasileiro? Deve ter sido incrível, afinal não é qualquer dia que podemos ouvir 40 mil vozes afinadas de uma só vez. Villa Lobos chegou afirmar certa vez que se desse a ele a oportunidade de instituir a música nas escolas brasileiras ele mudaria o Brasil. Que pena que não deixaram.
A música tem um poder absurdo. Até porque foi criada por Deus. Esse poder fica evidente nas sensações que experimentamos quando ouvimos os diversos tipos de melodias. Entretanto, o ponto não é este. A questão é que no Céu nós vamos cantar. E vamos cantar muito, pois quando estamos felizes, naturalmente cantarolamos, resmungamos alguma melodia ou acompanhamos alguma canção que ouvimos. Sai fácil de nós a expressão através da música.
Começamos esta semana falando de música e terminaremos falando dela também. Não acredito que exista apenas um motivo para alegria no mundo. Podemos cantar uma música romântica pela simples alegria de amar e ser amado por alguém. Podemos cantar uma música patriótica pela alegria momentânea de, como nação, termos ganhado alguma coisa. Podemos mesmo tamborilar nosso dedos no volante do carro novo que estamos dirigindo, não há mal algum nisso. O que eu gostaria de lhe dizer nessas poucas palavras é que um dia nós cantaremos de alegria pela nossa completa salvação.
Gosto de imaginar o coral dos salvos, onde eu e você estaremos. Nos dirigiremos para o Trono de Deus sorrindo, pois cantaremos canções de amor ao Rei do Universo. Tenho certeza que será muito bom fazer parte daquele momento, onde o som encherá todo o universo, afinado, em perfeita melodia, será um hino vigoroso, impactante, apoteótico e emocionante. Enquanto não chego lá, gostaria de lhe convidar para treinar comigo, não a melodia ou a letra das músicas, pois obviamente eu não sei, mas treinar o espírito de gratidão, por termos sido objeto da Graça desde muito antes de nós nascermos.
Pense: “Os resgatados entoam um cântico de louvor que ecoa repetidas vezes pelas abóbadas do Céu: “Salvação ao nosso Deus que está assentado no trono, e ao Cordeiro.” E anjos e serafins unem sua voz em adoração. Tendo os remidos contemplado o poder e malignidade de Satanás, viram, como nunca dantes, que poder algum, a não ser o de Cristo, poderia tê-los feito vencedores.” O Grande Conflito, p. 665
Desafio: Pegue o Hinário Adventista, e escolha o hino que você acha que seria o mais parecido com o hino que cantaremos no céu, por ocasião da coroação de Jesus como Rei do Universo. Leia-o e medite em oração por alguns minutos.
Marcos Eduardo de Lima é Sociólogo, professor nos cursos do ensino médio e superior no Unasp, campus Engenheiro Coelho. É lider regional de Desbravadores na Apac e é casado com a jornalista Ana Paula Ramos, que atua na mesma associação.
Fonte: Publicado originalmente em https://www.escolanoar.org.br
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