Comentários de Maria José F. Vieira
Texto Central: “Vocês têm plantado muito, e colhido pouco. Vocês comem, mas não se fartam. Bebem, mas não se satisfazem. Vestem-se, mas não se aquecem. Aquele que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa bolsa furada.” (Ageu 1:6 – NVI)
O centro da adoração do povo israelita era o tabernáculo e posteriormente o templo. Era o local para lembrarem-se da purificação, perdão, graça e reconciliação. Tudo ocorria ao redor do templo, pois era uma sociedade teocrática.
Há um risco de não zelar pelas coisas sagradas e banalizar a adoração misturando o profano com o santo. Isto aconteceu com o povo que foi se afastando de Deus introduzindo idolatria e mistura de deuses, símbolos, o que não aconteceu da noite para o dia. Como vimos na semana passada, as concessões abrem espaço para entrarem adaptações às novas culturas, esquecendo que a adoração a Deus deve ser pura e com base na Lei de Deus, que O coloca acima de todas as coisas e pessoas.
Deus sempre convidou o Seu povo a segui-Lo e andar nas suas orientações. Porém, como enganoso é o coração do homem, há um esquecimento de que o pano de fundo da adoração é o conflito entre o bem e o mal. Por estes motivos, eles adoravam ídolos, imagens, figuras aberrantes e achavam que não havia problema, pois Deus não via. Isto determinou a incoerência que o povo vivia. Não podemos esquecer que Deus é onipresente, onisciente e onipotente. Não temos capacidade de compreender estes atributos de Deus, mas não podemos permitir que o coração endureça progressivamente, quando não conseguimos entender as ações de Deus. Na adoração, os princípios eternos estão envolvidos.
A desculpa, que deram para a prática de abominações, era que Deus os havia abandonado. Na realidade, Deus nunca abandona e a crença de que Ele tinha feito isto era para facilitar fazerem aquilo que Deus abominava e que eles tanto tinham vontade.
No conflito entre o bem e o mal não há meio termo: ou estamos com Deus ou não. Muitas vezes, na Bíblia, vemos personagens que se definiram ao lado de Deus e nem por isso tiveram uma vida sem conflitos. Foi isto que aconteceu com Daniel e seus companheiros, quando tiveram que se posicionar ao lado de suas convicções e foram perseguidos e maltratados. Deus não os abandonou e eles foram um testemunho vivo para o povo de Babilônia, que reconheceu o poder de Deus. Eles não mostraram falta de fé, mas sim a certeza de que Deus tinha o controle da situação. O mesmo ocorre com qualquer um de nós, quando temos nos posicionar ao lado de pessoas que tem conhecimento incompleto da majestade de Deus e podem prejudicar a nossa vida e recebermos críticas porque mantemos a opinião incontestavelmente, independentemente das circunstâncias. As profecias apontam que ocorrerão momentos em que teremos que nos posicionar ao lado de Deus; porém, como não sabemos como e quando isto ocorrerá, é recomendável ter este posicionamento desde agora, pois como já foi citado, a apostasia não ocorre de uma hora para a outra, mas com determinadas concessões, que progressivamente diminuem a verdadeira crença em Deus.
O caráter de Deus revela amor e a preocupação com Seu povo. O convite de Deus a toda criatura é que O busquem de todo coração, ou seja, com a entrega total da mente (Jeremias 29:10-14).
Quando há a entrega, ocorre um cuidado especial com as coisas de Deus, seja na pregação do Evangelho, seja nos lugares de adoração, seja no amor ao próximo como vimos na semana passada. Há um convite para dedicarmos nosso tempo, talentos, bens materiais e o corpo para a adoração. O profeta Ageu deixou esta mensagem clara, quando o povo israelita estava voltado apenas para as próprias necessidades, esquecendo-se de sua missão de anunciar a primeira vinda de Cristo. Eles deveriam reconstruir o templo após os 70 anos de cativeiro, mas estavam mais preocupados com as próprias necessidades do que com a sua missão.
Deus chama continuamente para a conversão do coração de forma verdadeira e não baseada em tradições que se perdem, quando não há um verdadeiro conhecimento do poder salvador de Deus, por meio de Seu filho Jesus. Por este motivo, o profeta Zacarias orientou o povo a considerar o passado e não cometer os mesmos erros que os pais haviam cometido.
Finalmente, a lição disserta sobre a intercessão de Neemias, como também ocorreu com Moisés e Daniel. Deus sempre levanta um profeta para que o plano de salvação volte a ficar claro. Neemias acreditou nas promessas feitas por Deus a Abraão e assumiu a responsabilidade pelo povo. Ele viu que o povo estava afastado, que o templo estava destruído e não acusou o povo. Pelo contrário, ele assumiu a culpa. Ele intercedeu para que o Espírito Santo fizesse com que percebessem o seu afastamento, em quão vulneráveis ficariam longe de Deus e para afastar o “fogo estranho” do meio do povo.
Hoje, somos convidados a proclamar a segunda volta de Cristo. Não sabemos quando será e não nos compete compreender as coisas que pertencem a Deus. Uma coisa sabemos e podemos sentir: a vida sem Jesus pode até trazer prazeres momentâneos, mas ficamos como a ovelha sem Pastor, que se machuca e não aceita o poder curador do Salvador.
Que possamos entregar a nossa existência ao Único que pode preencher o vazio da alma e que cumpre a Sua promessa: “no mundo tereis aflições; tenham bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). Só Ele pode nos tirar do exílio e nos restaurar por meio do Seu amor. Devemos lembrar que somos livres pelo poder de Jesus e não mais escravos mesmo em terra estranha.
Fonte: Publicado originalmente em: http://iasdmoema.org.br/escolasabatina.html
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