Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 09 – “Não Confie em Palavras Enganosas”: Os Profetas e a Adoração

Comentários do Pr. Albino Marks


Texto Central: “Quem então é como Eu? Que ele o anuncie, que ele declare e exponha diante de Mim o que aconteceu desde que estabeleci Meu antigo povo, e o que ainda está para vir, que todos eles predigam as coisas futuras e o que irá acontecer.” (Isaías 44:7 – NVI)


Sábado
Introdução

O sábio Salomão descreve com duas frases o que o homem era, quando saiu das mãos de Deus e o que aconteceu com a queda:“Eis a única coisa que achei: Deus fez o ser humano reto, mas eles procuraram maquinações sem conta”.– Ec 7:29 – Tradução Ecumênica da Bíblia.

O homem foi criado reto, perfeito, em completa harmonia com o Criador, pois trazia em si a imagem e a semelhança do Criador. Adorava o Criador em harmonia com as determinações deste. O pecado separou o homem de Deus, a sua fonte de equilíbrio e felicidade, corrompeu o seu delicado sistema mental e emocional e em inquietantes frustrações foi e continua indo em busca de maquinações sem conta. Isto também é verdade no terreno da adoração.

O profeta Isaias retrata esta situação com estas palavras candentes de advertência:“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem mal, dos que transformam as trevas em luz e a luz em trevas, dos que mudam o amargo em doce e o doce em amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e inteligentes na sua própria opinião”.– Is. 5:20 e 21 – Bíblia de Jerusalém.

Com a mente emocionalmente desequilibrada, por separar-se da fonte do equilíbrio, não consegue discernir os valores espirituais e morais. Perdeu o senso do certo e do errado.

Assim como Satanás tentou a Jesus para corromper a verdadeira adoração, do mesmo modo ele atua hoje. A mente do ser humano, sem o poder de resistência contra o mal, passa a ser controlada pelo inimigo. Este, com o seu grande poder de engano, induz o homem a aceitar falsos elementos na adoração. E tudo é praticado como se estivesse correto e em harmonia com a vontade de Deus.

Pense:“E lhe disse: ‘Tudo isto te darei, se te prostrares e me adorares'”.– Mt 4:9 – Nova Versão Internacional.

Desafio:“Jesus lhe disse: ‘Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto'”.– Mt 4:10 Nova Versão Internacional.


Domingo
Mil Carneiros?
(Deuteronômio 10:12-13; Miquéias 6:1-8)

O sistema ritual dos sacrifícios foi instituído por Deus para ensinar aos israelitas o plano da salvação pela graça. Ninguém é salvo por méritos próprios ou, por apresentar grande número de sacrifícios, como tentando comprar a salvação. O sacrifício substituto tipificava a graça que se manifestaria de modo real na morte substituta de Jesus.

Os israelitas, com o passar do tempo perderam de vista o ensino do Redentor substituto tipificado, transformando os ritos dos sacrifícios em si, como o meio salvador. As cerimônias do santuário receberam o significado pagão de salvação por suas próprias obras ou meios. Assim foi criado o comércio espiritual girando em torno das cerimônias e sacrifícios da lei cerimonial. Toda a justiça própria era expressa nas práticas rituais e nas práticas acrescidas pela tradição.

A busca do perdão e da justificação por meio da prática de cerimônias e na apresentação de sacrifícios transformou-se na salvação pelas obras. O legalismo israelita e judeu estava centralizado na prática da lei cerimonial. A lei moral orienta a conduta e quando o israelita a transgredia, sentindo-se no desfavor de Deus, recorria ao cerimonialismo sem a fé no Redentor prometido, para desfazer as ofensas. Era este o verdadeiro sistema legalista que Paulo condenou com toda a veemência.“Pois por obras da lei ninguém será justificado”.

O profeta Miquéias advertiu com muita clareza:“Com que poderia comparecer diante do Senhor… Ficaria o Senhor satisfeito com milhares de carneiros, com dez mil ribeiros de azeite? Devo oferecer o meu filho mais velho por causa da minha transgressão,… por causa do pecado que cometi?”– Mq 6:6 e 7 – Nova Versão Internacional.

Pense:“Mas todas essas coisas, que eram para mim um lucro, considerei-as, por amor de Cristo, um prejuízo. Antes considero todas as coisas como um prejuízo ante o valor bem superior do conhecimento de Cristo Jesus, Senhor meu. Por amor dele renunciei a todas as coisas e reputo-as como lixo, a fim de ganhar a Cristo, e de ser encontrado unido a ele, não com a minha justiça, que venha da lei, mas com a justiça que se recebe da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e se funda na fé”.– Fp 3:2-9 – Pontifício Instituto Bíblico de Roma.

Desafio:“Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus”– Mq 6:8 – Nova Versão Internacional.


Segunda-feira
O Chamado de Isaías
(Isaías 6:1-8)

O rei Uzias reconquistou diversos territórios perdidos no passado. Reviveu o comércio fortalecendo financeira e economicamente a nação. A prosperidade material trouxe o declínio do poder espiritual e o serviço de adoração caiu para o formalismo.

Nestas circunstâncias espirituais, políticas e sócio-econômicas da nação de Judá, Isaías recebeu o chamado de Deus para reconduzir o povo no retorno à submissão a Deus, à adoração em harmonia com a Sua vontade e aos Seus princípios de conduta.

Serafins em reverente adoração exaltavam em permanente louvor a santidade e a glória de Deus:“Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia de Sua glória”.– Is 6:3 – Almeida Revista e Atualizada.

Contemplando esta cena de santidade e glória e a adoração reverente em contraste com a impureza e a adoração corrompida de seu povo, a exclamação brota espontânea:“Ai de mim! Estou perdido!”.– Is 6:5 – Almeida Revista e Atualizada.

Aterrorizado, Isaías humilhou-se até o pó, sentindo o terrível senso de culpa.“Sou um homem de lábios impuros!”,exclamou angustiado.
A importante lição para nós é: Como estamos reagindo ante as advertências dos mensageiros de Deus em nossos dias? Como estamos aceitando as orientações de Sua Palavra que“permanece para sempre”.– Is 40:8.

Praza aos céus que cada um nós, neste tempo de tanta depravação pecaminosa, sinta o poderoso impacto da mensagem da santidade, pureza e glória de nosso Criador. Que humildes e contritos O adoremos na beleza da Sua santidade.

Pense:“Contemplando Isaías esta revelação da glória e majestade de seu Senhor, sentiu-se oprimido com o senso da pureza e santidade de Deus. Quão saliente o contraste entre a incomparável perfeição de seu Criador, e a conduta pecaminosa dos que, como ele, havia muito foram contados entre o povo escolhido de Israel e Judá”.– Profetas e Reis, pág. 307.

Desafio:“Um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás”.– Sl 51:17 – Nova Versão Internacional.


Terça-feira
Não Tragam Ofertas Inúteis
(Isaías 1:11-15; Isaías 58:1-10)

Por que Deus pediu aos israelitas para não trazer ofertas, porque eram inúteis? Não fora Ele que instituíra os serviços do santuário para ensinar as verdades espirituais para Seu povo através dos sacrifícios?

O que realmente aconteceu com estes serviços?“Sua religião se centralizara nas cerimônias do sistema sacrifical. Haviam tornado todo-importante as formas exteriores, ao perderem o espírito da verdadeira adoração… O Senhor atuara para levar o povo ao cativeiro e suspender os serviços do templo, a fim de que as cerimônias exteriores não se tornassem a totalidade de sua religião… A glória exterior foi removida, para que se revelasse a espiritual…”.– Meditação Matinal, 2002, pág. 335.

Os israelitas excluíram a Cristo, o Antítipo, do sistema de símbolos e cerimônias, estabelecido por Deus para ensinar o plano da salvação pela fé no Redentor prometido. Passaram a praticar os símbolos e cerimônias destituídos de seu ensino tipificador. O plano da graça de Deus centralizado no Substituto – Cristo Jesus – foi mutilado e feito o plano legalista, centralizado na lei dos símbolos e cerimônias que se apóia nas obras.

Muitos em sua vivência espiritual, correm o risco de centralizar a sua fé e a sua devoção em formalismos, em detrimento da comunhão com o Senhor de sua vida. As formas têm o seu lugar e valor na liturgia, mas nunca devem tornar-se o centro da adoração, ocupando o lugar dAquele que determina as formas de como quer ser adorado. Esta prática desvirtua a graça de Deus, e estimula o legalismo das obras e da justiça própria.

Pense:“Ao mesmo tempo os judeus, por seus pecados, estavam-se separando de Deus. Eram incapazes de discernir o profundo significado espiritual do seu serviço simbólico. Em sua justiça própria confiaram em suas próprias obras, nos sacrifícios e ordenanças em si, em vez de descansar nos méritos dAquele a quem todas essas coisas apontavam… Faltando-lhes o Espírito e a graça de Deus, procuravam ressarcir a falta mediante rigorosa observância das cerimônias e ritos religiosos.– Profetas e Reis, págs. 708 e 709.

Desafio:“Em cada ato da vida deveis tornar manifesto o nome de Deus… Não lhe podeis santificar o nome, nem podeis representá-Lo perante o mundo, a menos que na vida e no caráter representeis a própria vida e caráter de Deus. Isto só podereis fazer mediante a aceitação da graça e justiça de Cristo… É porque os homens usam o nome de Cristo ao passo que Lhe negam o caráter na vida que vivem, que o cristianismo tem no mundo tão pouco poder”.– O Maior Discurso de Cristo, págs. 107 e 137.


Quarta-feira
Sem Nenhum Valor?
(Isaías 44)

O profeta Isaías é o que mais contrasta a eternidade, a grandeza, o poder, o cuidado por Suas criaturas, do Deus eterno e Criador, com a inutilidade dos deuses fabricados por mãos humanas. No capítulo 44, Isaías é irônico e contundente no estabelecer os contrastes.

Na introdução apresenta o Deus do céu como Aquele que com paternal cuidado vela sobre Israel, Seu povo escolhido. Ele é o seu redentor. É o primeiro, o último e único. Além dEle, não há deus.
Ironiza o ferreiro modelando um ídolo com as suas ferramentas. Faz o mesmo com o carpinteiro, que busca uma madeira escolhida entre as árvores por ele mesmo plantadas. Leva-a para casa, acende um fogo, se aquece e assa o pão. Da parte de madeira que sobra fabrica um ídolo e o adora.

Argumenta:“Ninguém pára para pensar, ninguém tem o conhecimento ou o entendimento para dizer: ‘Metade dela usei como combustível; até mesmo assei pão sobre suas brasas, assei carne e comi. Faria eu algo repugnante com o que sobrou? Iria eu ajoelhar-me diante de um pedaço de madeira?'”– Is 44:19 – Nova Versão Internacional.

Em verdade quem fabricou esse deus não se dá conta que para“nada lhe serve”.– Is 44:10. O trágico em toda essa questão é que o ser humano adora um pedaço de madeira, faz pedidos e promessas para ele, esquecendo-se que tem um Criador que com carinhoso cuidado supre todas as suas necessidades.

Pense:“Todos os que fazem imagens nada são, e as coisas que estimam são sem valor. As suas testemunhas nada vêem e nada sabem para que sejam envergonhados”.-´Is 45:9 – Nova Versão Internacional

Desafio:“Lembre-se disso, ó Jacó, pois você é meu servo, ó Israel. Eu o fiz, você é meu servo; ó Israel, eu não o esquecerei”.– Is 44:21 – Nova Versão Internacional.


Quinta-feira
“Este é o Templo do Senhor, o Templo do Senhor…”
(Jeremias 7:1-10)

Se o quadro apresentado por Isaías é decepcionante, quando avaliamos que seres humanos inteligentes fabricam um ídolo e conferem-lhe o status de um deus, que dizer do quadro apresentado pelo profeta Jeremias?

Aqueles que foram escolhidos por Deus para desempenhar o papel de depositários da mensagem de salvação para os pecadores, envolveram-se com as mesmas práticas e adoração a coisas sem significado. Bem pior do que isso, apresentavam-se perante o Senhor com o coração dividido, mas considerando-se seguros por que estavam no templo do Senhor.

A piedade prática deixou de existir. O respeito para os princípios de conduta estabelecidos por Deus, foi ousada e atrevidamente banido. Mas o forte argumento era: Estamos no templo do Senhor e na Sua presença.

Que lições espirituais podemos aprender destas situações do passado? Estamos no templo do Senhor e na Sua presença, mas o deus da irreverência domina nossa conduta. Vamos para o templo para adorar o Soberano do Universo, mas o deus da moda dita nossa apresentação indecente e sensual. Ouvimos a mensagem, mas o deus do desinteresse não permite que a coloquemos em prática. Estamos na presença de Deus, mas o deus da indiferença nos impede sentir Sua presença.

Que podemos dizer sobre o deus da hipocrisia? Deus o acusa:“O Senhor diz: esse povo ora a mim com a boca e me louva com os lábios, mas os seus corações estão longe de mim”.– Is 29:13 – Bíblia na Linguagem de Hoje.

Pense:“A cada reunião religiosa devemos levar a viva consciência espiritual de que Deus e os anjos estão presentes, a fim de cooperar com todos os verdadeiros crentes. Ao transpor as portas da casa de Deus, pedi ao Senhor que vos afaste do coração tudo o que é mau. Introduzi em Sua casa somente o que Ele possa abençoar. Ajoelhai-vos diante de Deus, em Seu templo, e consagrai-Lhe aquilo que Lhe pertence e que Ele adquiriu com o sangue de Cristo. Orai a favor da pessoa que dirigirá a reunião. Orai para que grande bênção advenha à congregação, por meio daquele que deve ministrar a palavra da vida. Esforçai-vos fervorosamente para alcançar vós mesmos uma bênção. Deus abençoará todos quantos dessa maneira se preparam para o Seu culto, e eles compreenderão o que significa ter o penhor do Espírito”.– Testemunhos Seletos, vol. 3 – págs. 28 e 29.

Desafio:“Como a corça bramindo por águas correntes, assim minha alma está bramindo por ti, ó meu Deus! Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando voltarei a ver a face de Deus?”– Sl 42:1 e 2 – Bíblia de Jerusalém.


Sexta-feira
Estudo Adicional

Importante também é a maneira como adoramos. A verdadeira adoração é racional, inteligente e fundamentada em princípios orientadores.

Os sentimentos não são um guia seguro para o ato de adoração, porque mudam como as nuvens. A adoração genuína precisa assentar-se sobre alicerce mais firme.

Um dos mais graves problemas da adoração é degenerar em formalidades vazias e inoperantes. Formalidades que não conduzem à comunhão. Essa experiência é relatada pelo profeta Ezequiel:“Assim o Meu povo se ajunta em grande número para ouvir o que você tem para dizer, mas eles não querem pôr em prática o que você diz. ‘Ele fala bonito’- eles dizem, mas o que querem é ganhar dinheiro. Para eles você não passa de um cantor de canções de amor ou tocador de harpa. Eles ouvem o que você diz, porém não fazem nada daquilo que você manda. Porém, quando acontecer tudo o que você diz – e vai acontecer mesmo – aí eles ficarão sabendo que um profeta esteve no meio deles”.– Ez 33:31-33 – Bíblia na Linguagem de Hoje.

Eis aí um povo cujo culto degenerou em formalidades sem o poder transformador. Vinham ouvir o pregador, mas a sua mensagem era tida como uma canção de seresteiro, excelente para embalar o sono. Não sentiam a malignidade do pecado, muito menos a necessidade do Salvador e de desenvolvimento espiritual. Esta espécie de culto não agrada a Deus.

Pense:“Os males de um culto formal não podem ser acentuados com demasiada força, mas não há palavras capazes de descrever devidamente os profundos benefícios do culto genuíno”.– Testemunhos, Vol. 9 pág. 143.

Desafio:“Certamente guardareis os Meus sábados; pois é sinal entre Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica”.– Êx 31:13 Almeida Revista e Atualizada.


Fonte: Publicado originalmente em https://www.escolanoar.org.br


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