Comentários de Maria José F. Vieira
Texto Central: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. (Hebreus 5:14)
Estudando a lição desta semana, confirmamos que a nossa natureza é pecaminosa, que tende ao que tem resultados imediatos, perdendo de vista a salvação, para ter satisfação a curto e médio prazo.
É fácil olhar para o passado e julgar os reis, os profetas e o povo israelita, esquecendo-nos muitas vezes que viver neste mundo de pecado, dá muita instabilidade para todo ser humano. E, considerando que “enganoso é o coração do homem” podemos inferir em quanto a nossa tendência para o mal aumentará se deixarmos de contemplar o que é santo. Com o passar do tempo, o que é mal, se torna “normal” e os princípios básicos de ética são deixados de lado.
Salomão foi um rei que aos poucos perdeu de vista a verdadeira adoração. Isto não aconteceu de uma hora para a outra. Ele foi introduzindo costumes diferentes e relacionando-se com pessoas que tinham princípios também diferentes daqueles que Deus havia orientado. Salomão sabia o que era certo, mas deixou-se influenciar pelos prazeres imediatos, talvez numa tentativa de preencher o seu vazio existencial. Nenhum de nós está livre de perder o foco, pois viver neste mundo incerto determina a busca por momentos de prazer imediato, numa tentativa frustrada de felicidade e alegria plenas. A “paixão” dominou o coração de Salomão e pela forma como agiu, havia perdido a confiança no Deus único e verdadeiro e buscou objetos que poderiam satisfazer a si mesmo.
Jeroboão, outro personagem descrito na lição, demonstrou ser um líder inseguro. Ele preferiu negar a verdadeira adoração, impedindo que seu povo fosse adorar em Jerusalém, por medo que tivessem preferência por Roboão.
Nos dois personagens citados, ocorreu perda de identidade com a missão de povo escolhido para anunciar a primeira vinda de Jesus por falta de confiança em Deus. Eles buscaram objetos (mulheres, poder, esculturas), na tentativa de preencher um espaço, que eles mesmos permitiram que ocorresse pela falta de comunhão com Deus e contemplação de coisas e pessoas que aumentavam a distância entre eles e o Criador.
Ninguém está livre de fazer estas concessões e ir se afastando dos caminhos que levam ao caráter semelhante ao de Jesus. Os estímulos, o poder e os objetos do mundo atual facilmente podem levar à adoração de si mesmo e à idolatria. Isto tudo vai se introduzindo paulatinamente nos costumes, hábitos até que são incorporados e não se sabe mais a diferença entre o que é bom e o que é ruim.
O profeta Elias, ao contrário, demonstrou plena confiança no Deus que ele conhecia. Em meio ao povo idólatra, que precisavam chamar atenção de seus falsos deuses, Elias simplesmente invocou o seu Deus e Este deu a resposta pronta. O rei Acabe, que era fraco, inseguro e influenciado por uma esposa má e idólatra, havia permitido a introdução de costumes pagãos e estes foram se estabelecendo, até que perderam de vista a verdadeira adoração. Elias foi um profeta que se manteve firme na decisão de manter a confiança e a continuidade de busca de conhecimento ao Deus que ele sabia ser poderoso pela própria história de Israel.
Deus busca pessoas que sejam coerentes. No livro de Apocalipse está escrito que Ele prefere o frio ou o quente ao morno, que prefere vomitar da boca (Apocalipse3:15-17). Devemos refletir sobre esta característica de Deus e buscarmos que o sim, seja sim e o não, seja não (Tiago 5:11). Se somos seguidores de Jesus devemos agir como se Ele estivesse a nosso lado continuamente, e afinal de contas, Ele está. Porém, podemos perder esta visão, pela própria influência e desejos que nascem no nosso coração, diferentes daqueles que Deus deseja para nós.
No confronto entre Elias e os profetas de Baal, se resumia a um questionamento que deve ser feito para nós hoje: ” Até quando vocês vão oscilar entre duas opiniões? Se o Senhor é Deus, sigam-no, mas se Baal é Deus, sigam-no” (I Reis 18:21).
A lição nos convida a sermos os Elias modernos para anunciar a segunda vinda de Cristo e principalmente que o único digno de adoração é Jesus, pois Ele é o nosso Salvador e Redentor. Não é tão simples ” guardar os mandamentos de Deus e ter o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17), num mundo manchado pelo pecado e que trata Deus como algo descartável.
Deus busca aqueles que querem ser seus representantes nesta Terra e adorá-Lo pelo que Ele é, foi e sempre será.
“A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus”. (Educação, pags. 56 e 57).
Fonte: http://iasdmoema.org.br/escolasabatina.html
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