Sábado à tarde |
Verso para Memorizar:“Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todas as terras” (Salmos 96:1).
Leituras da semana: I Crônicas 16:8-36; Salmos 32:1-5; 51:1-6, 17; Filipenses 4:8; Apocalipse 4:9-11; 5:9-13
A vida do rei Davi está registrada na Bíblia por muitas razões: não somente porque uma parte importante da história de Israel está centralizada em sua vida e reinado, mas porque dele aprendemos muitas lições espirituais, tanto de suas obras boas quanto das perversas.
Nesta semana, usaremos alguns exemplos da vida de Davi, a fim de aprofundar mais a questão da adoração: seu significado, como devemos praticá-la, e o que ela deve fazer por nós. Na vida de Davi, vemos muitos exemplos de adoração, música e louvor. Essas coisas foram uma parte fundamental de sua vida e de sua experiência com o Senhor.
Assim também deve ser conosco, especialmente se lembramos constantemente que a mensagem do primeiro anjo é um convite à adoração. O que significa “adorar”? Como adoramos? Por que adoramos? Qual é o papel da música na adoração? O que distingue a verdadeira adoração da falsa?
Todos esses são temas que abordaremos de diversas formas neste trimestre, enquanto ouvimos o chamado: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós, povo do Seu pasto e ovelhas de Sua mão” (Salmos 95:6, 7).
Domingo |
Entre Saul e Davi
1. O que podemos perceber na vida de Davi, antes que ele se tornasse rei? I Samuel 16:6-13; 17:45-47; 18:14; 24:10; 26:9; 30:6-8
Deus escolheu Saul como o primeiro rei de Israel, porque ele tinha as características que o povo havia requerido. Mas, quando Deus escolheu Davi para ser o rei de Israel, Ele lembrou a Samuel que o Senhor olha para o coração (I Samuel 16:7).
Davi estava longe de ser perfeito. De fato, alguns poderiam argumentar que as últimas falhas morais de Davi foram muito mais graves do que os pecados de Saul. No entanto, o Senhor rejeitou Saul, mas perdoou os piores erros de Davi, permitindo que ele continuasse sendo rei. O que fez a diferença?
2. Leia os Salmos 32:1-5 e 51:1-6. Que conceito fundamental, tão importante para a fé, aparece nesses textos?
Deus trata das questões do coração. Ele não apenas lê os sentimentos, o centro do pensamento, atitudes íntimas e motivos, mas pode tocar e mudar os corações abertos à Sua influência. O coração de Davi se rendeu à convicção do pecado. Ele se arrependeu e aceitou pacientemente as consequências de seus pecados. Em contraste com Davi, ficou claro que o coração de Saul não foi entregue ao Senhor, não importando as confissões exteriores que ele tivesse feito. “Contudo, tendo o Senhor posto sobre Saul a responsabilidade do reino, não o deixou entregue a si mesmo. Fez com que o Espírito Santo repousasse sobre Saul para revelar-lhe suas fraquezas, e sua necessidade de graça divina; e, se Saul tivesse depositado confiança em Deus, o Senhor teria estado com ele. Enquanto sua vontade foi dirigida pela vontade de Deus, enquanto se entregou à disciplina de Seu Espírito, Deus pôde coroar de êxito seus esforços. Mas, quando Saul preferiu agir independentemente de Deus, o Senhor não mais pôde ser seu guia, e foi obrigado a pô-lo de parte”
(Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 636).
Pense nisto: O que se passa dentro do seu coração é diferente do que as pessoas veem em sua vida exterior? O que sua resposta diz sobre você?
Segunda |
Coração contrito, espírito quebrantado
Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17). Pense nessas palavras de Davi, mas no contexto da adoração (afinal, no antigo Israel, a adoração era centralizada no sacrifício). Perceba, também, que a palavra traduzida como “contrito” vem de uma palavra hebraica que significa “esmagado”.
3. O que o Senhor está nos dizendo em Salmos 51:17? Como devemos entender essa ideia, visto que deve haver alegria na adoração? É possível harmonizar essa alegria com a contrição, ou elas são contraditórias?
Como cristãos, aceitamos como fato (ou, pelo menos, devemos aceitar) que toda a humanidade está caída, é pecaminosa e degradada. Essa degradação e pecaminosidade inclui cada um de nós, individualmente. Pense no contraste entre o que você sabe que poderia ser e o que é; o contraste entre os tipos de pensamentos que passam por sua mente e aquilo que você sabe que deveria pensar; o contraste entre o que você faz (ou deixa de fazer) e o que deveria fazer. Como cristãos, com o modelo bíblico de Jesus diante de nós, a compreensão pessoal da nossa verdadeira natureza pode ser especialmente devastadora. É dessa reflexão que surgem nosso espírito quebrantado e esmagado e nosso coração contrito. Se aqueles que professam ser cristãos não percebem isso, são realmente cegos, e muito provavelmente não tiveram uma experiência de conversão, ou a perderam.
No entanto, a alegria vem de saber que, apesar de nosso estado caído, Deus nos amou tanto que Cristo veio ao mundo e morreu, oferecendo-Se por nós, e saber que Sua vida, Sua santidade e Seu caráter perfeitos, são creditados a nós, pela fé. Novamente, aparece o tema do “evangelho eterno” (Apocalipse 14:6). Nossa adoração deve se concentrar não apenas em nossa pecaminosidade, mas na cruz, a maravilhosa solução de Deus para o pecado. É claro, precisamos ter o coração quebrantado e esmagado, mas precisamos sempre colocar essa triste realidade no contexto daquilo que Deus fez por nós em Cristo. De fato, a percepção de como somos maus conduz à alegria, porque sabemos que, apesar de nossa maldade, ainda assim podemos ter vida eterna, e Deus, pelos méritos de Jesus, não levará em conta as nossas transgressões. Essa é uma verdade que deve estar sempre no centro de todas as experiências de adoração, quer coletivas ou individuais.
Terça |
Davi: uma canção de louvor e adoração
A compreensão que Davi tinha de Deus e da salvação que Ele ofereceu moldou não somente sua própria vida, mas sua liderança espiritual e sua influência sobre o povo. Suas canções e orações refletem profundo sentimento de temor pelo Deus que ele amava e conhecia como amigo pessoal e Salvador.
De acordo com I Crônicas 16:7, Davi apresentou a Asafe, seu dirigente de música, uma nova canção de gratidão e louvor, no dia em que a arca foi transferida para Jerusalém. Esse salmo de louvor consiste em dois aspectos importantes da adoração: a revelação de Deus como um ser digno de adoração e a resposta adequada do adorador. Nesse cântico, Davi primeiramente chama os adoradores para a participação ativa na adoração.
Leia todo o cântico em I Crônicas 16:8-36. Observe com que frequência são utilizadas as seguintes palavras e expressões, especialmente na primeira parte do cântico: render graças, cantar, invocar o Seu nome, buscar o Senhor, fazer conhecidos, narrar, anunciar, tributar glória, proclamar, lembrar e trazer ofertas. Davi, em seguida, apresentou alguns dos motivos pelos quais Deus é digno de nosso louvor e adoração.
4. Que eventos do passado o povo de Israel devia fazer conhecidos aos outros povos? I Crônicas 16:8,12,16-22. Que atos especiais de Deus eles deviam lembrar? Versos 12 e 15.
5. A repetição da aliança, feita pelo salmista, ocupa quase um terço desse hino de gratidão. De que forma a aliança se relaciona com a adoração?
A aliança que Deus fez com Abraão, Isaque e Jacó foi baseada em Sua capacidade, como governante deles, para fazer deles uma grande nação, abençoá-los e levá-los para a terra prometida. A parte deles era amar, obedecer e adorar ao Senhor, como seu Pai e Deus. Por mais diferente que seja nosso contexto hoje, o mesmo princípio ainda permanece.
Medite nas formas pelas quais Davi nos convida a adorar a Deus. Como essas mesmas ideias podem ser refletidas em nossa adoração coletiva, em nosso tempo, lugar e contexto?
Quarta |
O cântico de Davi
“Quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus” (Jó 38:7).
O capítulo 22 de II Samuel registra um cântico que Davi escreveu em louvor ao Senhor. (Leia rapidamente o cântico e observe os elementos-chave e como eles estão ligados à adoração.) O ponto principal ali, e em tantos outros lugares na Bíblia, é que esse era um cântico. Era música. Ao longo das Escrituras, encontramos a música como parte integrante do culto. Segundo o texto acima, os anjos cantavam em resposta à criação do mundo.
6. Leia Apocalipse 4:9-11; 5:9-13; 7:10-12; 14:1-3. Que coisas acontecem no ambiente imaculado do Céu? Quais são os temas apresentados nesses textos, e o que podemos aprender neles sobre adoração?
Jesus, como Criador e Redentor, está no centro do assunto na música, louvor e adoração. Se os anjos cantam sobre Ele no Céu, quanto mais devemos fazer isso aqui na Terra?
Não há dúvida de que o canto, a música e o louvor fazem parte da nossa experiência de adoração. Como criaturas feitas à imagem de Deus, amamos e apreciamos a música, como fazem outros seres inteligentes. É difícil imaginar uma cultura que não use a música de uma forma ou outra, para um propósito ou outro. Amor e apreciação pela música estão entretecidos no próprio tecido de nossa existência humana, porque Deus com certeza nos fez assim.
Na música, há um poder para nos tocar e mover, que outras formas de comunicação não parecem ter. Na sua expressão mais pura, a música parece nos elevar à própria presença do Senhor. Quem não experimentou, em algum momento, o poder da música nos aproximando do Criador?
Qual tem sido sua experiência espiritual com o poder da música? Que tipo de música você ouve, e como isso afeta seu relacionamento com o Senhor?
Quinta |
“Cantai ao Senhor um cântico novo”
Infelizmente, embora tenhamos acesso a alguns dos temas e letras das canções divinamente inspiradas, não temos as músicas. Assim, usando nossos talentos dados por Deus (pelo menos os que têm esses dons), escrevemos nossa própria música, mesmo que nem sempre façamos as letras. Mas, como sabemos, não fazemos isso em um vácuo. Adoramos em conexão com a cultura na qual vivemos, que em certa medida exerce influência sobre nós e nossa música. Essa pode ser uma coisa boa, ou pode ser algo ruim. O difícil é saber a diferença.
7. Leia os textos a seguir. Que princípios eles nos dão, que devem nos guiar no tipo de música utilizada em nossa adoração? I Coríntios 10:31; Filipenses 4:8; Colossenses 1:18
Ao longo dos anos, a questão da música na adoração tem surgido em nossa igreja. Em alguns casos, as músicas do hinário têm recebido muitas classificações, exceto a atribuição de santidade; em outros, é difícil dizer a diferença entre o que está sendo tocado na igreja e o que está sendo tocado como música secular (porque, francamente, não há diferença!).
O importante na música de adoração é que ela nos conduza ao mais nobre e melhor, que é o Senhor. Ela deve apelar, não aos elementos mais baixos de nosso ser, mas aos mais nobres. A música não é moralmente neutra: ela pode nos levar a algumas das experiências espirituais mais elevadas, ou pode ser usada pelo inimigo para nos degenerar e degradar, para revelar desejos e paixão, desespero e ira. É preciso apenas olhar para o que alguns profissionais da indústria da música produzem hoje, para ver exemplos fortes de como Satanás tem pervertido outro dos dons maravilhosos de Deus para a humanidade.
A música em nossos cultos de adoração deve ter um equilíbrio entre os elementos espirituais, intelectuais e emocionais. As letras, em harmonia com a música, devem nos elevar, enobrecer nossos pensamentos e nos fazer desejar mais o Senhor, que tanto tem feito por nós. O tipo de música de que precisamos para a nossa adoração é aquele que pode nos levar ao pé da cruz e que pode nos ajudar a perceber o que nos foi dado em Cristo.
É bom lembrar que as várias culturas têm diferentes gostos, e que a música e os instrumentos musicais variam em nossa família mundial. O que é edificante e encorajador para pessoas de uma cultura, pode soar estranho a indivíduos de outra. De toda maneira, é importante que procuremos a orientação do Senhor quanto à música apropriada para nossos cultos!
Sexta |
Estudo adicional
Torne-se distinto e claro o assunto de que não é possível efetuar coisa alguma em nossa posição diante de Deus ou no dom de Deus para nós, por meio do mérito de seres criados. Se a fé e as obras adquirissem o dom da salvação para alguém, o Criador estaria em obrigação para com a criatura. Eis aqui uma oportunidade para a falsidade ser aceita como verdade. Se alguém pode merecer a salvação por alguma coisa que faça, encontra-se, então, na mesma posição que os católicos para fazer penitência por seus pecados. A salvação, nesse caso, consiste em parte numa dívida, e pode ser adquirida como recompensa. Se o homem não pode, por qualquer de suas boas obras, merecer a salvação, então ela tem de ser inteiramente pela graça, recebida pelo homem como pecador, porque ele aceita Jesus e crê nEle. A salvação é inteiramente um dom gratuito. A justificação pela fé está fora de controvérsia.
E toda essa discussão estará terminada logo que for estabelecida a questão de que os méritos do homem caído, em suas boas obras, jamais poderão obter a vida eterna para ele” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 19, 20).
“[A música] é um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas!…
“Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. Efetivamente, muitos hinos são orações…” (Ellen G. White, Educação, p. 168).
Perguntas para reflexão:
1. Você acha que a cultura e a sociedade influenciam a música em sua igreja?
De que maneiras?
2. Com o tipo de música utilizada em sua igreja, você tem alcançado a experiência apresentada no livro Educação, mencionada acima? De que forma podemos avaliar a função da música em nossos cultos? Como sua igreja pode trabalhar unida, para se certificar de que a música seja, de fato, edificante e inspiradora, cumprindo seu papel?
Respostas Sugestivas: 1: Confiava em Deus; era corajoso; temia a Deus; era leal; foi ungido pelo Espírito Santo; recebia comunicação direta do Senhor. 2: Esconder os pecados acaba com a paz e a saúde; quando abrimos o coração em arrependimento e confissão, Deus perdoa e cura. 3: Quando buscamos de Deus um espírito quebrantado, quando reconhecemos o sofrimento de Cristo, temos paz e isso resulta em alegria. 4: Maravilhas e prodígios no Egito; juízos dos Seus lábios; aliança com Abraão, Isaque e Jacó; promessa de fazer deles uma grande nação. 5: Na aliança, o compromisso de Deus era proteger, guiar e salvar Israel. O compromisso de Israel era amar, obedecer e adorar o Senhor. 6: Diante de Jesus, são oferecidos cânticos, louvor e adoração; pela criação da vida e pela redenção eterna. 7: A música deve glorificar a Deus; deve ser verdadeira, respeitável, justa, pura, amável e de boa fama; Jesus deve ter a primazia.