Comentários de Maria José F. Vieira
Texto Central: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” (Isaías 5:20, 21)
Estamos estudando sobre Adoração e nesta semana vamos refletir sobre personagens do povo de Israel, aquele que preparava a primeira vinda do Messias.
Precisamos adorar algo. Isto está intrínseco na nossa mente e no nosso corpo. A busca pelo preenchimento do vazio interior e felicidade plena é contínua. Podemos adorar coisas, pessoas, trabalho, que podem preencher momentaneamente o vazio e dar uma sensação de alegria, que não é perene. Sabemos disto, consciente e inconscientemente, pois ao nosso redor, as coisas sucumbem, sem o menor controle e sem a menor previsão.
Somente pelo reconhecimento de um Deus criador e redentor, podemos ter a constância do “eu”, pois Ele reúne em Si próprio a eternidade e não muda.
O encontro com este Mestre e com tudo o que Ele fez, faz e fará, possibilita a verdadeira adoração.
Deus sempre teve pessoas, que inspiradas por Ele e Seu poder, foram instrumentos em Suas mãos para anunciarem o plano da salvação.
Para tal missão, com tamanha importância, há necessidade de preparo e Deus utiliza metodologia para o entendimento de todos, uma vez que a diversidade é uma das características dos seres humanos. Foi assim na consagração do Santuário e do trabalho de Moisés e Arão, que viram a glória do Senhor se manifestar. É muito difícil entender como estas coisas aconteceram, mas sabemos que foi espetacular, pois o povo “prostrou-se sobre o rosto” (Levítico 9:4), em sinal de reverência, mas também de alegria, pois o sacrifício havia sido aceito. Para tal consagração e acontecimento, o povo israelita preparou-se por sete dias e havia muitos detalhes que deveriam ser obedecidos e respeitados em sinal de obediência e temor a Deus.
Apesar dos filhos de Arão, Nadabe e Abiú, terem participado e terem conhecimento do que era correto aos olhos do Senhor e o que deveria ser feito, eles ofereceram fogo estranho, ou seja, não o que Deus havia determinado, mas produto de suas mãos e de seu entendimento. O final deles foi trágico, pois a ira de Deus se manifestou contra o pecado que haviam cometido e não poderiam ministrar no Santuário, pois aquele era o povo escolhido para uma grande missão e seus representantes deveriam ter se mantido fiéis.
Quando estudamos sobre os personagens do Antigo Testamento, tendemos a achar que isto está longe e que hoje as coisas são diferentes e podemos adorar e oferecer a Deus o que quisermos, sem respeitar a Sua vontade. A lição questiona “qual fogo estranho precisamos apagar da nossa vida?”.
Para ajudar a responder esta pergunta, Ellen White no livro Patriarcas e Profetas, pag. 352, faz o seguinte comentário: “Devemos entregar-nos ao serviço de Deus e procurar que a oferta se aproxime o máximo possível da perfeição…Aqueles que O amam de todo coração, desejarão dar-Lhe o melhor serviço de sua vida, e estarão constantemente procurando por toda a faculdade de seu ser em harmonia com as leis que promoverão sua habilidade para fazerem a Sua vontade”.
Nadabe e Abiú tiveram a oportunidade de servirem a Deus, mas seguiram suas próprias inclinações. Hoje corremos o mesmo risco de não conseguirmos diferenciar o que é Santo e agrada a Deus e o que é profano. A forma para decidir qual o caminho está na Palavra de Deus que é “Lâmpada para os pés e Luz para o caminho” Salmo 119:105. A Palavra de Deus dá sabedoria e ensina tudo o que devemos fazer para que o caráter se assemelhe ao de Cristo Jesus. Nadabe e Abiú eram intemperantes e suas mentes ficarem embotadas e não discerniram entre o bem e o mal. Eles não se prepararam para o serviço e adoração.
“A mesma obrigação repousa sobre todo seguidor de Cristo. O apóstolo Pedro declara: Vós sois a geração eleita, sacerdócio real, nação santa, o povo adquirido (I Pedro 2:9). É-nos exigido por Deus que preservemos toda faculdade na melhor condição possível, a fim de que prestemos serviço aceitável a nosso Criador (Patriarcas e Profetas, pag. 362).
A lição convida a lembrar da oração proferida por Moisés mesmo sabendo que não entraria na terra prometida. Ele sabia que teria o melhor, assim como nós, que não temos, nem teremos tudo nesta vida. Porém, a nossa felicidade também vem do agora, pois só o fato de estarmos vivos, já é um motivo para louvar e adorar. Entretanto, a nossa maior felicidade é termos sido chamados para sermos a nação santa dos tempos atuais e anunciarmos que Jesus breve virá e teremos a eternidade. Viveremos com Jesus para sempre e o que há de mais belo no mundo presente , em nada se equipara com as glórias do mundo vindouro. Só isto, já é motivo de alegria, mesmo em meio à tribulação.
Esta alegria não precisa se manifestar apenas externamente, mas é uma alegria que vem de dentro do coração e traz serenidade não só a nós mesmos, mas aos que estão ao redor.
A personagem Ana descrita em I Samuel 1, também é um exemplo de confiança e certeza que Deus dá o que se pede se isto estiver em conformidade com a vontade dEle. O Senhor concordou e deu a Ana o filho que ela tanto desejava e ela ofereceu-o a Ele numa manifestação de adoração e respeito Àquele que tudo pode e onde mora o poder. Isto também prefigurava o que Deus fez por nós. Ele deu o que tinha de mais precioso: Seu próprio filho, Jesus Cristo, para nos livrar da morte eterna.
O segredo de Ana estava na sua oração freqüente e na intimidade que desenvolveu com Deus por meio da convivência diária. Ela procurou-O nos momentos de aflição, pois não ter filhos naquele tempo era motivo de vergonha perante a sociedade. Deus ouve a oração sincera e secreta onde abrimos nossa alma a Ele, que tem o poder de enxergar aquilo que nós não temos a capacidade de ver e dá o que é preciso para suprir as nossas necessidades mais profundas.
Quando falamos de adoração é preciso refletir sobre o que Deus pede e oferecer a Ele. Saul não obedeceu a Deus e a lição trata da questão com os amalequitas, que deveriam ser exterminados. Saul não fez isto e poupou o rei e os animais. Ele sabia que não estava cumprindo as ordens de Deus e assim como Nadabe e Abiú, estava oferecendo “fogo estranho”. Esta percepção do seu pecado, levou-o a construir um altar e oferecer sacrifícios de animais. Mas Deus se agrada da obediência e não das obras. O primeiro passo é reconhecer que nada podemos sem um Salvador. A partir daí, Deus atua e transforma a pessoa. Não foi o que Saul fez. Ele buscava a salvação pelas obras que fazia e não nos méritos do Messias que viria. Ao contrário da Ana, ele não ofereceu o melhor, mas o que quis.
A adoração e a felicidade estão ligadas com a obediência e relacionadas com o reconhecimento de Seu poder em nossa vida o que o torna digno de adoração. Hoje existem muitas filosofias, doutrinas, que deixam Jesus em segundo plano, ou talvez em nenhum plano e colocam a responsabilidade de desenvolvimento pessoal, em si mesmo e no poder do pensamento. Jesus fica de lado quando Ele quer ser o centro da nossa vida e o centro da nossa adoração.
Ele é o nosso Criador, Salvador e Redentor e pelo Seu grande poder nos transformará como novas criaturas e na Sua volta nos recriará com um corpo glorioso, para vivermos com Ele para sempre.
Não deixemos de lado este Poder que está à nossa disposição por meio do Espírito Santo de Deus. Ele é digno de nosso louvor. E nada, nem ninguém poderão interferir na nossa verdadeira adoração.
Fonte: http://iasdmoema.org.br/escolasabatina.html
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