Ellen G. White e a Música na Igreja / Estudos Bíblicos: Adoração

Estudos Bíblicos: Adoração – Lição 04 – Alegria Diante do Senhor: Santuário e Adoração

Comentários de Ellen G. White


Texto Central: “E regozijem-se ali perante o Senhor, o seu Deus, vocês, os seus filhos e filhas, os seus servos e servas, e os levitas que vivem nas cidades de vocês por não terem recebido terras nem propriedades” (Deuteronômio 12:12 – NVI)


Sábado à Tarde

“Habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei por Deus”, “para que por Minha glória sejam santificados” (Êxodo 29:45, 43), foi a segurança dada a Moisés.

Na construção do santuário como morada de Deus, Moisés foi instruído a fazer tudo segundo o modelo das coisas do Céu. Deus chamou-o ao monte e revelou-lhe as coisas celestiais, e o tabernáculo foi, em todos os seus pormenores, feito à sua semelhança.

Assim também revelou o Seu glorioso ideal de caráter a Israel, a quem desejava fazer a Sua morada. A norma deste caráter foi-lhes mostrada no monte, quando a lei foi dada no Sinai…

Mas, por si mesmos, eles eram incapazes de atingir este ideal. A revelação no Sinai apenas poderia impressioná-los com a noção da sua necessidade e incapacidade. O tabernáculo, com os seus serviços e sacrifícios, deveria ensinar outra lição – a lição do perdão do pecado e do poder de obediência para a vida, mediante o Salvador. – A Fé Pela Qual Eu Vivo (Meditações Matinais, 2006), p. 200.


Domingo
“E Habitarei no Meio Deles”

Preciosas foram as lições ensinadas a Israel durante a sua permanência no Sinai. Este período foi de preparação especial para a herança de Canaã E o ambiente, ali, era favorável para o cumprimento do propósito de Deus. No cume do Sinai, sobranceiro à planície onde o povo espalhava as sua tendas, repousava a coluna de nuvem que tinha sido a guia na sua jornada. Como coluna de fogo à noite, assegurava-lhes a proteção divina; e, enquanto estavam entregues ao sono, o pão do Céu caia mansamente sobre o acampamento. Em todos os lados, elevações vastas, escabrosas, na sua grandeza solene, falavam da duração e majestade eternas. O homem era levado a reconhecer a sua ignorância e fraqueza na presença d’Aquele que “pesou os montes e os outeiros em balanças” (Isaías 40:12). Ali, pela manifestação da Sua glória, Deus procurou impressionar Israel com a santidade do Seu caráter e mandamentos, e a extrema culpabilidade da transgressão.

O povo, porém, era tardio em compreender a lição.

Habituados como tinham estado no Egito com as representações materiais da Divindade, e estas da mais degradante natureza, era-lhes difícil conceber a existência ou o caráter do Ser invisível. Condoendo-Se da sua fraqueza, Deus deu-lhes um símbolo da Sua presença. “E Me farão um santuário”, disse Ele, “e habitarei no meio deles” (Êxodo 25:8).

Na construção do santuário como morada de Deus, Moisés foi instruído a fazer tudo segundo o modelo das coisas no Céu. Deus chamou-o ao monte e revelou-lhe as coisas celestiais; e o tabernáculo foi, em todos os seus pormenores, feito à sua semelhança. – Educação, pp. 34, 35.

Enquanto Moisés estava no monte com Deus, foi-lhe dada esta ordem: “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles”, e foram dadas instruções precisas para a sua construção. Por causa da sua apostasia, os israelitas ficaram privados da bênção da presença divina, o que, durante algum tempo, impossibilitou a construção, entre eles, de um santuário para Deus. Mas, depois de terem sido novamente recebidos no favor do Céu, o grande líder procedeu à execução da ordem divina.

Homens escolhidos foram especialmente dotados por Deus de capacidade e sabedoria para a construção do edifício sagrado. O próprio Deus deu a Moisés o plano daquela estrutura, com instruções especificas quanto ao seu tamanho e forma, materiais a serem usados e cada peça que fazia parte do seu mobiliário. Os lugares santos, feitos pelo homem, deveriam ser uma “figura do verdadeiro”, figuras das coisas que estão no Céu (Hebreus 9:24) – uma representação em miniatura do templo celestial, onde Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote, depois de oferecer a Sua vida em sacrifício, ministraria em favor do pecador. No monte, Deus expôs perante Moisés uma visão do santuário celestial, e ordenou que ele fizesse todas as coisas de acordo com o modelo que lhe foi mostrado. Todas estas instruções foram cuidadosamente registradas por Moisés, que as comunicou aos chefes do povo. – Patriarcas e Profetas, p. 303.


Segunda-Feira
Corações Predispostos

O tabernáculo foi feito de acordo com a ordem de Deus. O Senhor suscitou homens e habilitou-os com aptidões mais do que naturais para realizarem tão engenhoso trabalho. Nem a Moisés nem àqueles artífices foi permitido planejar a forma e a arte da construção. O próprio Deus idealizou o plano e deu-o a Moisés, com instruções particulares em relação ao seu tamanho, forma e o material a ser usado, e especificou cada peça do mobiliário que nele devia haver. Apresentou a Moisés um modelo em miniatura do santuário celestial e ordenou-lhe que fizesse todas as coisas segundo o exemplar que lhe fora mostrado no monte. Moisés escreveu todas as instruções num livro e leu-as para as pessoas mais influentes.

Então, o Senhor solicitou ao povo que trouxesse uma oferta espontânea, para Lhe fazer um santuário, a fim de que Ele habitasse no meio deles. [Êxodo 35:20-22 citado]

Eram necessários grandes e dispendiosos preparativos. Caro e precioso material devia ser recolhido. Mas o Senhor aceitou apenas ofertas voluntárias. Devoção ao trabalho de Deus e sacrifício de coração foram os primeiros requisitos ao preparar um lugar para Deus. Enquanto a edificação do santuário estava em progresso, e o povo trazia as suas ofertas a Moisés, e ele as apresentava aos artífices, todos os sábios que trabalhavam na obra examinaram as ofertas e concluíram que o povo tinha trazido o suficiente, e até mais do que podia ser usado. Moisés proclamou através do acampamento: “Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais” (Êxodo 36:6). – A História da Redenção, pp. 151, 152

Devemos louvar Deus com total dedicação, fazendo todo o esforço para promover a glória do Seu nome. Deus comunica-nos as Suas dádivas para que também demos, e assim revelemos o Seu caráter ao mundo. Na dispensação judaica, as dádivas e oferendas formavam uma parte essencial do culto a Deus. Os israelitas eram ensinados a consagrar ao serviço do santuário o dizimo de todo o rendimento. Além disso deviam trazer ofertas expiatórias, ofertas voluntárias e ofertas de gratidão. Estes eram os meios para sustentar o ministério do evangelho naquele tempo. Deus não espera menos de nós do que do povo antigamente. A grande obra da salvação precisa de ser levada avante. Pelo dizimo, ofertas e dádivas Ele fez provisão para esta obra. Deste modo pretende que seja sustentada a pregação do evangelho. Reclama o dizimo como Sua propriedade, e o mesmo deveria ser sempre considerado uma reserva sagrada a ser depositada no Seu tesouro para o beneficio da Sua causa. Ele também pede as nossas ofertas voluntárias e dádivas de gratidão. Tudo deve ser consagrado para enviar o evangelho às partes mais remotas da Terra. – Parábolas de Jesus, p. 300.

Deus fez uma reserva total de uma parte especifica do nosso tempo e dos nossos meios. Ignorar este direito é roubar Deus. Os cristãos vangloriam-se de que os seus privilégios excedem em muito os da época dos judeus. Deveremos, então, estar satisfeitos por dar menos para a causa de Deus do que o Seu povo antigo? O dizimo era uma parte da sua generosidade. Para além da oferta voluntária, ou oferta de gratidão, que, na altura, como agora, era de obrigação perpétua, era requerido um bom número de outras ofertas. – Review and Herald, 16 de Maio de 1882.


Terça-Feira
A Oferta do Sacrifício Contínuo

Devemos esforçar-nos para atingir o modelo que nos está proposto. Não devemos fazer isto como uma penitência, mas como o único meio de atingir a verdadeira felicidade. A única forma de obter paz e alegria é ter uma ligação viva com Aquele que deu a Sua vida por nós, que morreu para que possamos viver, e que vive para unir o Seu poder aos esforços daqueles que nesta vida se esforçam para vencer.

A santidade é harmonia constante com Deus. Não deveremos esforçar-nos por ser aquilo que Cristo tão grandemente deseja que sejamos – cristãos de fato e de verdade – para que o mundo possa ver na nossa vida uma revelação do poder salvador da verdade? Este mundo é a nossa escola preparatória. Enquanto aqui estivermos, enfrentaremos provas e dificuldades. Mas estamos seguros enquanto nos apegarmos Aquele que deu a Sua vida como uma oferta por nós. Todo o mundo foi reunido no abraço de Cristo. Ele morreu na cruz para dar o golpe de morte a Satanás, e para remover o pecado de cada alma crente. Ele chama-nos para que nos ofereçamos no altar do sacrifício, como sacrifício vivo e consumidor. Devemos entregar a Deus sem reservas tudo o que temos e somos. – Signs of the Times, 21 de Junho de 1905.

No tempo do antigo Israel, toda a oferta levada como sacrifício a Deus era cuidadosamente examinada pelos sacerdotes. Se fosse descoberto qualquer defeito no animal apresentado, este era rejeitado, pois Deus recomendara que a oferta fosse “sem mancha”. Devemos apresentar o nosso corpo como sacrifício vivo para Deus; e não deveríamos nós procurar tomar a oferta o mais perfeita possível? Deus deu-nos todas as instruções necessárias para o nosso bem-estar físico, mental e moral, e é dever de cada um de nós pôr os nossos hábitos de vida em conformidade com a norma divina, em cada aspecto. Será que o Senhor fica satisfeito com alguma coisa inferior ao melhor que podemos oferecer? “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração” (Mateus 22:37). Se amarem Deus de todo o vosso coração, desejarão prestar-Lhe o melhor serviço da vossa vida, e estarão constantemente à procura de pôr todas as faculdades do vosso ser em harmonia com as leis que vos tomarão aptos para fazer a Sua vontade. Não se sentirão satisfeitos por apresentarem ao vosso misericordioso Pai celestial uma oferta manchada pela condescendência com o apetite ou as paixões. Suplicarão a ajuda e a cura divinas. E a graça de Cristo capacitar-vos-á a vencer os vossos apetites pervertidos, e a começar uma obra de reforma na vossa vida. Não devem seguir os costumes do mundo. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” (Romanos 12:2). – Signs of the Times, 17 de Fevereiro de 1888.

Devemos entregar-nos ao serviço de Deus e procurar que a oferta se aproxime o mais possível da perfeição. A Deus não agradará coisa alguma inferior ao melhor que podemos oferecer. Aqueles que O amam de todo o coração desejarão prestar-Lhe o melhor serviço da sua vida, e estarão constantemente a procurar pôr todas as suas faculdades em harmonia com as leis que pro moverão a sua capacidade para fazer a Sua vontade. – Patriarcas e Profetas, p. 310.


Quarta-Feira
Comunhão Com Deus

O véu do santuário não chegava ao topo do edifício. A glória de Deus, que se manifestada acima do propiciatório, era parcialmente visível do primeiro compartimento. Mesmo em frente da arca, mas separado pela cortina, estava o altar dourado de incenso. O fogo sobre este altar era ateado pelo próprio Senhor, e era conservado religiosamente, alimentado com santo incenso, que enchia o santuário com uma nuvem fragrante, dia e noite. Esta fragrância estendia-se por longe ao redor do tabernáculo. Quando o sacerdote oferecia o incenso diante do Senhor, olhava para o propiciatório. Embora não o pudesse ver, sabia que estava ali, e enquanto o incenso subia como uma nuvem, a glória do Senhor descia sobre o propiciatório e enchia o lugar santíssimo, e frequentemente enchia os dois compartimentos, de tal forma que o sacerdote era incapaz de oficiar. Tal como o sacerdote, no lugar santo, dirigia pela fé a sua oração ao propiciatório, que não conseguia ver, também o povo de Deus dirige as suas orações a Cristo diante do propiciatório no santuário celestial. Eles não podem ver o seu Mediador à vista desarmada mas, com os olhos da fé, vêem Cristo diante do propiciatório, dirigem-Lhe as suas orações e confiantemente reclamam os benefícios da Sua mediação. – Signs of the Times, 24 de Junho de 1880.

O incenso, subindo com as orações de Israel, representa os méritos e a intercessão de Cristo, a Sua perfeita justiça, a única que, pela fé é atribuída ao Seu povo, e que pode tornar o culto de seres pecadores aceitável a Deus. Diante do véu do lugar santíssimo, estava um altar de intercessão perpétua; diante do lugar santo, um altar de expiação continua. Pelo sangue e pelo incenso deveriam aproximar-se de Deus- símbolos esses que apontam para o grande Mediador, por intermédio de Quem, os pecadores se podem aproximar de Jeová, e por meio de Quem, unicamente, a misericórdia e a salvação podem ser concebidas àquele que se arrepende e crê. – A Fé Pela Qual Eu Vivo (Meditações Matinais, 2006), p. 205.

A tremenda malignidade do pecado só pode ser avaliada em face da cruz. Se os homens insistem em que Deus é demasiado bom para rejeitar o pecador, que olhem para o Calvário. Foi por não haver outro meio de salvar o homem, foi por ser impossível ao gênero humano subtrair-se ao poder corruptor do pecado, foi por ser impossível entrar na comunhão com seres santos e na posse da vida espiritual – foi por tudo isso que Cristo tomou sobre Si a culpa dos desobedientes, e sofreu em lugar dos Secadores. O amor, sofrimento e morte do Filho de Deus, atestam a terrível gravidade do pecado, e atestam que não é possível furtar-se ao seu poder, e que não há esperança de vida mais elevada, senão pela submissão a Cristo. – A Fé Pela Qual Eu Vivo (Meditações Matinais, 2006), p. 60.


Quinta-Feira
Regozijo na Presença do Senhor

No tempo dos patriarcas, as ofertas sacrificiais relacionadas com o culto divino constituíam uma lembrança perpétua da vinda de um Salvador. E o mesmo se passou com todo o ritual dos sacrifícios do santuário na história de Israel. No ministério do tabernáculo, e do templo que posteriormente tomou o seu lugar, o povo era ensinado, cada dia, por meio de símbolos e sombras, a respeito das grandes verdades relativas ao advento de Cristo como Redentor, Sacerdote e Rei. E, uma vez por ano, tinha a mente voltada para os acontecimentos finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, a purificação final do Universo do pecado e pecadores. Os sacrifícios e ofertas do ritual mosaico deviam apontar sempre para uma adoração melhor, a celestial. O santuário terrestre era “uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios”. Os seus dois lugares santos eram “figura das coisas que estão no Céu” (Hebreus 9:9 e 23), pois Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote, é hoje “Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hebreus 8:2). – Profetas e Reis, p. 457.

As nossas reuniões devem ser intensamente interessantes. Elas deveriam estar imbuídas com a própria atmosfera do Céu. As orações e os discursos não devem ser longos, enfadonhos, apenas para preencher o tempo. Todos devem estar dispostos a desempenhar com prontidão a sua parte e, quando tiverem terminado, a reunião deve ser encerrada. Desse modo será conservado vivo o interesse. Este é o culto agradável a Deus. O Seu culto deve ser interessante e atraente, não se permitindo que degenere em formalidade insípida. Devemos dia a dia, hora a hora, minuto a minuto viver para Cristo; então Ele habitará no nosso coração e, ao nos reunirmos, o Seu amor em nós será como uma fonte no deserto, que a todos refrigera, incutindo nos que estão prestes a perecer um desejo ardente de beber da água da vida. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, p. 609.

A música pode ser um grande poder para o bem; contudo não tiramos o máximo proveito desta parte do culto. O cântico é geralmente originado do impulso ou para atender casos especiais, e noutras vezes os que cantam fazem-no mal, e a música perde o devido efeito sobre a mente dos presentes. A música deve possuir beleza, poder e capacidade de comover. Ergam-se as vozes em cânticos de louvor e adoração. Podem recorrer, se possível, a instrumentos musicais, e que a gloriosa harmonia suba a Deus como oferta aceitável.

Mas, às vezes, é mais difícil disciplinar os cantores e mantê-los de forma ordeira, do que desenvolver hábitos de oração e exortação. Muitos querem fazer as coisas à sua maneira. Não concordam com deliberações, e são impacientes sob a liderança de alguém. No serviço de Deus são necessários planos bem amadurecidos. O bom senso é uma coisa excelente no culto do Senhor. – Gospel Workers, Ed. de 1892, p. 325.


Sexta-Feira
Leitura Adicional

Parábolas de Jesus, “Por que Vem a Ruína,” pp. 288-290; Patriarcas e Profetas, “O Tabernáculo e as Suas Cerimônias”, pp. 303-315; “O Pecado de Nadabe e Abiú”, pp. 317-320; “A Lei e os Concertos”, pp. 321-330; Comentário Biblico ASD, vol. 4, pp. 1139-1140.


Fonte: Publicado originalmente em http://www.adventistas.org.pt/Evangelismo/Artigos.asp?ID=645


Índice Geral por Tema Índice Geral por Autor
Tags: ,