Comentários de César Luís Pagani
Texto Central: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão”. (Salmos 95:6 e 7)
A primeira mensagem angélica adverte que os homens temam e adorem Aquele que fez os céus e a Terra e criou também um dia especial de culto – o sábado.
Houvesse o sábado sido observado continuamente e não haveria um ateu, diz EGW.
Durante a semana destacamos algum tempo, cada dia, para comungarmos com Deus e adorarmo-Lo. Mas o sábado é um culto de 24 horas de adoração. Quando, ao pôr-do-sol, nos desapegamos de nossos problemas e fainas semanais, ficamos com o espírito livre para honrar o Senhor, e já cultuamos Seu nome com nosso pensar, com a adoração de recepção do dia do Senhor, leitura de Sua Palavra e cânticos.
É importante lembrar-nos de nosso Criador nos dias de nossa mocidade, da maturidade e mesmo da velhice. Cada palpitar do coração, cada latejar do pulso, cada inspiração e expiração nos diz: “Você é filho de Deus, por Ele criado, remido e candidato vitorioso à vida eterna.”
Diferentemente do mundo em geral, o cristão sabe de onde veio, quem é e para onde vai. Quando vai ao templo, no sábado, acha-se na presença especial do Criador que prometeu que onde estivessem dois ou três reunidos em Seu nome, lá Ele estaria.
E o que é dar glória a Deus, conforme nos é ordenado no início da primeira mensagem? O original grego para “glória” é doxa que dentro do contexto neotestamentário significa: “opinião positiva a respeito de alguém, que resulta em louvor, honra, e glória” (Léxico de Strongs). A obediência à vontade divina honra o nome do Criador. Guardar um dia imposto por homens em lugar do sábado é desonrar e afrontar o Criador. Aos que se desviam por esse caminho tortuoso é dada a primeira mensagem. Eles precisam começar a atender a mensagem que adverte contra o terrível juízo que cairá sobre o transgressor, interessando-se pelo verdadeiro dia de guarda.
E a nós, adventistas, cabe a mensagem conclamando-nos para uma reforma integral na observância do dia do Senhor. Muitos de nós temos banalizado o sétimo dia, vivendo suas horas com muita formalidade, mas destituídos de seu espírito santificador.
Domingo
Criação e Redenção: O Fundamento da Adoração (Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15; Colossenses 1:13-22)
Podemos dizer que a Redenção é a retomada da Criação original. O pecado fez um parêntese na história das obras do Criador. Mas o resgate pago por Cristo Jesus deletará esse desvio momentâneo e restaurará tudo à glória original.
O mesmo Deus que criou, redimiu. Ele é, pois, digno de toda adoração.
O sábado foi feito por causa do homem para comemoração da Criação maravilhosa que Deus realizou neste antes caótico corpo espacial. Foi feito também para que o homem se lembrasse, de modo especial, de sua nobre origem. Ele é filho de Deus e não produto de uma filosofia bizarra apelidada de ciência e que tem por nome “evolução”.
Por que devemos lembrar-nos do sábado para o santificar? Ora, o sábado já é santo desde sua origem por ação divina. Deus o santificou (Gn 2:3) e deseja que o homem também o santifique, isto é, o separe como dia de colóquio especial com o Criador (Ex 20:11). Quando não o santificamos conforme o mandamento, o Senhor no diz: “Lembra-te”. O sábado é um monumento erigido a Deus como Aquele que concluiu a criação e deve ser lembrado e amado por isso.
Será que Deus ainda descansa no sábado ou só o fez quando da Criação? Ora, se Ele nos ordena separar o sagrado dia e tomar precauções para desviarmos nosso pé de profaná-lo, não falando nossas próprias palavras, não cuidando dos nossos próprios interesses no Seu santo dia; se realmente o sétimo dia for uma alegria, um deleite para nós por causa de nossa aproximação maior do Senhor, ficaria Ele ocupado com Suas obras criadoras no Universo nesse mesmo dia, não nos dando atenção preferencial? Deus reserva o sábado para dedicar-Se integralmente a receber a adoração de Seu povo.
O quarto mandamento aponta para a origem de todas as coisas – o Infinito Deus. Quem atende aos seus reclamos está realmente mostrando que não apenas aceita o Deus Criador, mas também o Deus Redentor, que tinha por costume guardar o santo sábado quando esteve na Terra.
Todas as coisas foram feitas por Ele [Cristo] e sem Ele nada do que foi feito se fez. Aqui temos o Cristo Criador. Todas as coisas foram redimidas por Ele (ver Rm 8:21). Aqui temos o Cristo Redentor.
“Entendemos que o sábado não fora inicialmente dado apenas para proporcionar descanso da exaustão física, mas sim para o mais elevado bem do homem – bem espiritual, intelectual e físico. Destinava-se originalmente à comunhão com Deus, visto que é a presença de Deus que proporciona o repouso e santifica.” Questions on Doctrine, p. 138.
É causa fora de dúvida de quem reconhece a Deus como Criador e Redentor está-se santificando e, por isso mesmo, separa o sábado como dedicável inteiramente ao Senhor.
O memorial e a natureza criada – “O propósito de Cristo no ensino por parábolas e o propósito do sábado são o mesmo. Deus deu aos homens o memorial de Seu poder criador para que O discernissem nas obras de Suas mãos. O sábado convida-nos a contemplar, nas obras criadas, a glória do Criador. Por desejar Jesus que assim fizéssemos, foi que envolveu as Suas preciosas lições com a beleza das coisas naturais. Mais do que em qualquer outro dia, devemos, no santo dia de descanso, estudar as mensagens que Deus para nós escreveu na Natureza. Devemos estudar as parábolas do Salvador onde Ele as pronunciou, nos campos e prados, sob céu aberto, entre a relva e as flores. À medida que penetramos no seio da Natureza, Cristo nos torna real a Sua presença, e nos fala ao coração de Sua paz e amor.” CSS, 165.
“A observância do memorial do Senhor, o sábado instituído no Éden, o sábado do sétimo dia, é a prova de nossa lealdade a Deus.” Carta 94, 1900.Prova de fidelidade ao Criador e Redentor.
Nos derradeiros dias de graça, o sábado será posto em relevância diante das nações, em contraste com o dia espúrio criado pelo homem. Os que aceitarem a última mensagem de Deus receberão o selo de Deus, que é o sábado, atestando que pertencem ao Criador e Redentor. É o visto no passaporte para a vida eterna. O sábado, é verdade, não salva em si mesmo. Esse não é o seu propósito. Mas, por outro lado, a sua transgressão condena à morte. Todos os que, depois de serem devidamente iluminados com a luz da verdade sobre o mandamento divino, se recusarem a honrar a Deus acatando o dia verdadeiro de repouso, receberão o selo ou sinal da besta e estarão tão destinados ao lago de fogo e enxofre pós-milenário como o próprio Satanás e seus anjos.
O plano de Satanás para anular a influência do sábado – “Durante a dispensação cristã, o grande inimigo da felicidade do homem fez do sábado do quarto mandamento um objeto de ataque especial. Satanás diz: ‘Eu atravessarei os propósitos de Deus. Capacitarei meus seguidores a porem de lado o memorial de Deus, o sábado de sétimo dia. Assim mostrarei ao mundo que o dia abençoado e santificado por Deus foi, mudado. Este dia não perdurará na mente do povo. Apagarei a lembrança dele. Porei em seu lugar um dia que não leve as credenciais de Deus, um dia que não seja um sinal entre Deus e Seu povo. levarei os que aceitarem este dia a porem sobre ele a santidade que Deus pôs sobre o sétimo dia.'” Maranata, 160.
O mandamento do sábado não tem nenhum paralelo nas antigas religiões do Oriente Médio. É o primeiro mandamento expresso em voz positiva. Conquanto a maior parte da vida dos cidadãos israelitas fosse caracterizada por trabalho agropastoril, o sétimo dia devia ser consagrado à parte. O trabalho cessava nesse dia para que fosse santificado. A santidade do sábado está relacionada à razão de seu estabelecimento. Duas razões são apresentadas e embora a primeira pareça diferente da outra, há um tema comum ligando-as Na primeira versão (Ex 20:11), o sábado deve ser guardado em comemoração da criação do mundo em seis dias. Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. Na segunda versão da lei (Dt 5:15), o sábado deve ser observado em comemoração ao êxodo do Egito. O tema ligando as duas versões é a criação; Deus não apenas criou o mundo, mas também criou Seu povo libertando da escravidão egípcia. Assim, a cada sábado o povo hebreu devia reflexionar sobre a criação e pensar no significado de sua existência.
Segunda
Lembra-te do Teu Criador (Isaías 40:25-26; Isaías 44:15-20; Isaías 45:12; Isaías 45:18; Isaías 46:5-7; Colossenses 1:16-17; Hebreus 1:2)
Muito útil a explicação do verbo hebraico bara pela lição, que se aplica unicamente às ações do Criador porque só Ele pode criar ex-nihilo, isto é, a partir do nada. O máximo que o homem pode fazer é asah, verbo que significa criar algo a partir de alguma coisa já existente.
Deus exerce Seu infinito poder e a energia divina se transforma em matéria e antimatéria. O Criador planeja com sabedoria e executa tudo pelo poder de Sua palavra criadora. “Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir.” (Sl 33:9)
Veja, por exemplo, a ciência fascinante que há em um átomo. Um rápido estudo de um átomo fala altissonantemente da grandeza de Elohim, o Deus da Criação. Considere suas divisões e subdivisões, sua operacionalidade, a combinação de átomos dos vários elementos para formar as variações da matéria. É simplesmente encantador!
Olhe para si mesmo e veja seu corpo. Ele é feito de átomos ativos movidos pelo poder divino. Você é um testemunho vivo da existência de um Criador incomparável, transcendente, mais que admirável.
Um cristão consciente sabe que ele próprio é um memorial do Criador. De um modo maravilhoso foi formado (Sl 139:14).
O Senhor Criador sentiu imensa satisfação ao concluir a obra de Suas mãos: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” (Gn 1:31)
Esse “bem-estar” sentido por Deus quis Ele compartilhar com a obra-prima de sua criação – o homem. Instituiu um dia para que Seus filhos tivessem especial oportunidade de estudar as obras do Grandioso Autor de todas as coisas.
O que você pode fazer para se lembrar melhor do seu Criador no dia de sábado?
Evidentemente, ir à igreja pela manhã e passar três horas no templo louvando, orando, ouvindo a Palavra, os testemunhos, os cânticos, ofertando em reconhecimento às bênçãos divinas.
À tarde há muito que fazer na dedicação ao dia do Senhor. Cada crente, mesmo que não exerça cargos na igreja, pode fazer isto:
- “Como um meio de ensino intelectual, as oportunidades do sábado são incalculáveis. Que se aprenda a lição da Escola Sabatina, não olhando rapidamente ao texto da mesma no sábado de manhã, mas estudando cuidadosamente para a próxima semana, no sábado à tarde, com recapitulação diária ou ilustração durante a semana. Assim a lição se fixará na memória, como um tesouro que jamais se perderá completamente.” Ed, 251 e 252.
- Visitas a enfermos, desvalidos, interessados, enlutados e sofredores.
- Treinamento para o exercício do ministério que lhe cabe: ensaios, planejamentos, reuniões, estudos, leituras edificantes, etc.
- Estudos bíblicos.
- Reuniões de oração e testemunhos.
- Estudo da Natureza – “O propósito de Cristo no ensino por parábolas e o propósito do sábado são o mesmo. Deus deu aos homens o memorial de Seu poder criador para que O discernissem nas obras de Suas mãos. O sábado convida-nos a contemplar, nas obras criadas, a glória do Criador. Por desejar Jesus que assim fizéssemos, foi que envolveu as Suas preciosas lições com a beleza das coisas naturais. Mais do que em qualquer outro dia, devemos, no santo dia de descanso, estudar as mensagens que Deus para nós escreveu na Natureza. Devemos estudar as parábolas do Salvador onde Ele as pronunciou, nos campos e prados, sob céu aberto, entre a relva e as flores. À medida que penetramos no seio da Natureza, Cristo nos torna real a Sua presença, e nos fala ao coração de Sua paz e amor.” CSS, 165.
- Cuidar dos menos favorecidos – “De acordo com o quarto mandamento, o sábado foi dedicado ao repouso e ao culto religioso. Toda atividade secular devia ser suspensa, mas as obras de misericórdia e beneficência estavam em harmonia com o propósito do Senhor. Elas não deviam ser limitadas a tempo ou lugar. Aliviar os aflitos, confortar os tristes, é um trabalho de amor que faz honra ao dia de Deus.” Redemption: or the Teachings of Christ, nº 4, p. 46.
- Memorial do poder redentor – “O sábado é um sinal do poder criador e redentor; ele indica a Deus como a fonte da vida e do saber; lembra a primitiva glória do homem, e assim testifica do propósito de Deus em criar-nos de novo à Sua própria imagem.” Ed, 250.
“O sábado do sétimo dia mostra que Deus é o meu Criador. Um cientista pode dizer que sou ‘um aglomerado acidental de átomos’. Um filósofo pode delinear a minha vida por um princípio primário. Um poeta pode dizer que a vida é ‘um conto narrado por um idiota, repleto de som e fúria, nada significando’. Mas não posso e não deveria dizer isso. Por ter sido feito à imagem de Deus, o sábado continuamente me faz recordar desse fato magnífico, e ele me convida a entrar no repouso de Deus, assim como convidou Adão e Eva. O sábado é para me unir ao Criador, para celebrar o gozo da vida e reconhecer sempre que a vida não surge como resultado do nosso trabalho, mas como um dom da graça de Deus.” Dr. John M. Fowler. Diretor-associado do Departamento de Educação da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.
Terça
Liberdade da Escravidão (Deuteronômio 5:12-15; Romanos 6:16-23)
O verso de Deuteronômio (em hebraico Elle haddabharim ou “são estas as palavras”. Ver Dt 1:1. No grego da Septuaginta Deuteronomion ou segunda lei) 5:15 dá nova redação e acrescenta um parágrafo à Lei de Deus dada no Sinai (Ex 20:8-11) , mostrando que o sábado também é um memorial da redenção, da libertação do escravagismo da terra de pecado (os israelitas, do Egito; e nós, deste mundo). Observe que na repetição deuteronômica, os demais mandamentos não sofreram qualquer alteração. A Lei inscrita em tábuas de pedra pelo dedo de Deus não foi alterada em sua redação original, mas a Lei repetida oralmente por Moisés mostra que a forma sucinta de Êxodo continha um apêndice com o sentido redentivo. Em Ex 20, Deus escreveu. Em Dt 5:12-15 Deus falou. O Criador escreveu o imortal monumento da Criação e ratificou-o com palavras ditas na mesma ocasião da entrega da Lei (Ver Dt 5:4-5). Isso quer dizer que o sábado, como memorial da redenção, foi dado no mesmo ensejo.
A libertação do Egito, bem como o livramento da escravidão do pecado, requereu um poder externo e mui superior ao povo de Deus. Israel, embora numeroso, não tinha a mínima condição de fugir à escravatura. Assim nós, identicamente, se desajudados, não podemos nos livrar do pecado. “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.” (Jr 13:23) “Pelo que ainda que te laves com salitre e amontoes potassa, continua a mácula da tua iniquidade perante Mim, diz o Senhor Deus.” (Jr 2:22)
Os textos constitucionais tanto de Ex 20 como de Dt 5 contêm o verbo “lembra-te”. Quando Deus quer nos alertar para algo que Ele fez ou disse, adverte-nos “lembra-te”. Isso quer dizer que podemos esquecer a redenção na cruz que custou tão caro ao Senhor. Quando a religião se torna mera rotina cerimonial e nos deixamos absorver pela simples ordem cultual, esquecemo-nos de que o Filho de Deus veio para nos deixar verdadeiramente livres (Jo 8:36).
Em Rm 6:16-23 Paulo deixa claro que existe a libertação do pecado, mas que podemos nos oferecer como servos ou escravos da transgressão, se assim o desejarmos. Ele vincula a submissão a Deus como resultado da real libertação em Cristo. E fala de obediência à doutrina (6:18) ou à Palavra do Senhor. Ninguém pode ser liberto em estado de franca rebelião e contumácia. “Se quiserdes e Me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” (Is 1:19)
Que expressão forte, porém de alta significância Paulo usa no verso 18: “escravos da justiça”! De escravos do pecado para escravos (ou servos) da justiça. A declaração quer dizer que nos tornamos escravos ou servos de Cristo, nós que antes servíamos ao pecado. Ser “escravos da Lei de Deus” (Rm 7:25 – VARA) é uma imensa bem-aventurança. Somente a nova criatura, a segunda natureza, pode submeter-se voluntariamente à Lei e à justiça. Seres não renovados continuam no Egito.
Libertação: Motivo de oração – “Quando oramos por bênçãos terrestres, a resposta a nossa petição pode ser retardada ou Deus talvez nos dê uma coisa diversa daquela que pedimos; não assim, porém, quando oramos por libertação do pecado. É Sua vontade purificar-nos do pecado, tornar-nos Seus filhos, e habilitar-nos a viver uma vida santa. Cristo ‘Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus, nosso Pai.’ Gl. 1:4. ‘E esta é a confiança que temos nEle: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos.’ I Jo 5:14 e 15.”
Quarta
Lembra-te do Teu Santificador (Êxodo 31:12-17; II Coríntios 5:15)
O sábado é a maior oportunidade de graça santificadora que temos durante toda a semana. Além de nos conceder bênçãos e proteção nos seis dias precedentes, o Senhor reserva “porção triplicada” de Sua graça para derramá-la no Seu dia sobre a igreja. O sétimo dia é um dia de santificação por excelência, por estarmos inteiramente disponíveis ao nosso Abençoador.
Veja que no sábado estamos mais expostos à Santa Verdade na Escola Sabatina, no culto divino; oramos em congregação mais vezes que durante a semana, cantamos mais hinos e louvores, conversamos mais sobre assuntos sagrados, servimos mais aos semelhantes em visitas, estudos bíblicos, assistências, ficamos mais tempo diante da “Arca do Concerto” (templo).
“Guardem o sábado, o Meu dia de descanso, pois é um sinal de união entre Mim e vocês para sempre, a fim de mostrar que Eu, o Senhor, os separei para serem o Meu próprio povo.” (Ex 31:13 – NTLH)
Reconhecendo o sábado como o dia especial de colóquio com Deus, estamos escolhendo Jeová como nosso Senhor, Criador e Santificador. Nossa aquiescência ao mandamento mostra ao mundo que fomos escolhidos porque, na graça e poder de Cristo, guardamos os mandamentos de Deus e temos a fé de Jesus. Visto que o Senhor cognomina o sábado como “Meu dia de descanso”, aderimos à causa de Deus e nos declaramos Seu povo escolhido. A santificação, obra que só Deus pode realizar por nós, também significa separação. Separação de quê? Da velha criatura, do mundo e suas tentações, do pecado, do estilo de vida ruinoso que o mundo nos quer impingir. Santificação também significa pôr de parte nossa vida para ser modelada (santificada) pelo Criador conforme a imagem e semelhança do Filho de Deus.
Digamos que eu seja um zeloso observador dos mandamentos de Deus, menos do quarto, com o qual não concordo por estar em total oposição com a modernidade. Orgulho-me de minha posição e reservo-me o direito de discordar do sábado, por entendê-lo como um dia obsoleto, judaico e inapropriado. O que está escrito para me repreender a esse respeito: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” (Tg 2:10)
“Se os homens se dispuserem a ser moldados, haverá a santificação de todo o ser. O Espírito tomará as coisas de Deus e lhas gravará na alma. Por Seu poder o caminho da vida se tornará tão claro que ninguém o errará.” AA, 53. Note a ação holística que se dá na santificação: 1) precisa haver de nossa parte disposição de sermos moldados segundo os parâmetros bíblicos; 2) O Espírito do Senhor, então, fará o trabalho de implantar a natureza celeste em nossa alma e 3) teremos discernimento espiritual agudo para não errar o caminho da vida.
As Escrituras falam do “aperfeiçoamento da santificação”. Se somos fiéis, estamos em pleno processo de aprimoramento espiritual. Mas, temos muito ainda a alcançar porque a meta da santificação é obter um caráter semelhante ao de Cristo. ´
O Criador tomou todas as providências, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, para que esse processo alcance seu máximo êxito. “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna.” (Rm 6:22) Lembre-se também da ordem: “Sede santos, porque Eu Sou santo.”
“Todos os que vierem devem ser levados ao aprisco. Em sua vida deve ocorrer uma reforma que os tornará membros da família real, filhos do celeste Rei. Ao ouvirem a mensagem da verdade, homens e mulheres são levados a aceitar o sábado e unir-se à igreja pelo batismo. Devem eles levar o sinal de Deus por observarem o sábado da criação. Devem saber por experiência própria que a obediência aos mandamentos de Deus significa vida eterna.” CSS, 356.
Atenção especial à reforma do sábado
“Nem todos quantos pertencem ao nosso povo são tão escrupulosos no tocante à observância do sábado, quanto deveriam sê-lo. Ajude-os Deus a reformarem-se. Convém ao chefe de cada família assentar os pés firmemente na plataforma da obediência.” TS3, 129-131.
“Há necessidade de uma reforma do sábado entre nós, que professamos o santo dia de repouso. Algumas pessoas comentam os seus assuntos comerciais e fazem planos no sábado, e Deus considera isso como se estivessem empenhadas no próprio ato da transação comercial.” Ev, 245.
“A obra da reforma do sábado a realizar-se nos últimos tempos acha-se predita na profecia de Isaías: ‘Assim diz o Senhor: Mantende o juízo, e fazei justiça, porque a Minha salvação está prestes a vir, e a Minha justiça a manifestar-se. Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto; que se guarda de profanar o sábado, e guarda a sua mão de perpetrar algum mal.’ ‘Aos filhos dos estrangeiros que se chegarem ao Senhor, para O servirem, e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos Seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o Meu concerto, também os levarei ao Meu santo monte, e os festejarei na Minha casa de oração.’ Is 56:1, 2, 6 e 7.” GC, 451.
Quinta
Descansando na Redenção (Mateus 11:28-30)
Não descansamos no sábado nem o observamos porque, se não o fizermos, certamente morreremos como transgressores do dia santo. Repousamos no dia do Senhor porque fomos redimidos para isso. Ora, o sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado.
Os redimidos observam zelosamente o sábado porque amam a Deus e O temem reverentemente. O Senhor não aceita obediência compulsória. Paulo disse que se fizer grandes coisas morais, mas não tiver amor, nenhum bem resultará disso.
Jesus cuida de nós todos os dias. Disso não há a mínima dúvida. Ele alivia nossos fardos, consola-nos, lenifica nossas dores, enche-nos de fé e esperança. Sabe que estamos cansados e sobrecarregados com os cuidados da vida, as tentações, as enfermidades e com nossos próprios pecados. Prometeu que, se viéssemos a Ele, nos aliviaria e poria Seu suave e doce jugo sobre nós.
No sábado, o dia especial de repouso de Cristo e de Seu povo, o Salvador já nos desoprime ao pôr-do-sol, quando nos pede que deixemos fora do sábado as nossas cargas. Durante as horas sagradas, o Salvador nos beneficia com Seu amor redentivo. Ele considera aquele povo que se assenta nos bancos da igreja como redimidos e potenciais cidadãos celestes. Faz com que nosso corpo produza muita endorfina para relaxar-nos e revigorar nossas forças. Ele já nos criou com biorritmos especiais para o sábado.
A propósito, a ciência está ampliando o conhecimento sobre biorritmos. O Dr. Halberg do Laboratório de Cronobiologia da Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, líder na pesquisa biorrítimica no país, em cooperação vários cientistas de outros países, descobriu e documentou o Ritmo do Sétimo-Dia no ser humano (Halberg F., and E. Halberg. Conceptualization and Validation of a Circaseptenary Clinospectral System. Abstracts, Second International Conference on Immunopharmacology, Sheraton Park, Washington, D.C., July 5-10, 1982, 340-341).
Acompanharam o ritmo cardíaco de um voluntário durantes meses, deixando-o isolado num ambiente completamente indevassável por coisas do mundo exterior. Ao estudarem as informações obtidas na pesquisa, o coração do homem revelou claramente um Ritmo de Sétimo Dia (McCluskey, E.S. Light-Dark Cycle Entrainment of Circadian Rhythms in Man. The Biologist 65:17-23, 1983).
Usando-se poderosos métodos de computadores, um grupo de cientistas analisou cuidadosamente modelos de produção de hormônios esteróides coletados da urina de um homem saudável durante um período de 15 anos. Os resultados das análises hormonais mostraram que a excreção desses hormônios também ocorria em Ritmo do Sétimo Dia (Halberg, F., M. Engeli, C. Hamburger, et al. Spectral Resolution of Low-Frequency, Small-Amplitude Rhythms in Excreted 17-Ketosteroids; Probably Androgen-inducced Circaseptan Desynchronization. Acta Endocrinológica. Suppl. 103:5-53, 1965).
Outro grupo de pesquisadores estudou mais do que 70 homens jovens que tiveram um ou mais dentes molares extraídos. Cada dia após a cirurgia, suas faces e maxilares foram medidos cuidadosamente. É de se supor que o edema (inchação) na face diminuiria nos próximos dias após a cirurgia para a extração dos dentes. Mas isso não ocorreu. Verificou-se a presença de um Ritmo do Sétimo Dia quanto à inchação local (Pollman, L. and G. Hildebrandt. Long-Term Control of Swelling After Maxillo-Facial Surgery: A Study of Circaseptan Reactive Periodicity. Inter. J. Chronobiology, 8:105-114, 1982).
Observou-se também que em várias cirurgias de transplante de rim ocorre este ritmo de sete dias, já que se verificou que a rejeição ocorria após sete dias da operação (De Vecchi, A., F.Halberg, R.B. Sothern, et al. Circaseptan Rhythmic Aspects of Rejection in Treated Patients with Kidney Transplants. Inter. J. Chronobiology, 5:432, 1978).
Esse tipo de biorritmo é chamado de “circaseptano”, também encontrado em macacos, cachorros, ratos e outros organismos. Isso parece revelar que o Ritmo do Sétimo Dia é um mecanismo normal existente na fisiologia de organismos vivos.
Alguns cronobiologistas creem que esse tipo de biorritmo – o do sétimo dia – pode revelar que os organismos precisam de certa pausa como um estímulo para seguirem vivendo.
Durante a Revolução Francesa (1789-1799), cientistas seculares tentaram revolucionar a semana de sete dias, instituindo uma semana de dez dias. Foi um caos. O matemático e senador La Place teve um papel importante em restaurar o modelo anterior dos sete dias na semana. Simplesmente não funcionou!
Na Bíblia, em Gênesis capítulo 2, versículos 1 a 3, está escrito: “Assim os céus, a
terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.”
E Moisés, pioneiro em medicina preventiva e melhoras sociais, escreveu: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou” (Êxodo 20:8-11). Aliás, este é o quarto mandamento da Lei de Deus. O único que descreve quem é o Deus dos outros nove mandamentos.
Que paralelo fantástico entre as Escrituras Sagradas e a moderna ciência! Sabemos hoje que um dos componentes para redução do estresse é o descanso semanal, a ênfase na importância da dimensão espiritual do ser humano e as práticas naturais de saúde. Jesus foi totalmente científico quando disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27). Ele falava desse biorritmo há 2 mil anos, e do amor de Deus em preparar um dia de descanso, de reflexão, de serviço espiritual especial e de culto ao Criador dos céus e da Terra.
Os dados acima foram obtidos de um artigo do Dr. Bernell Baldwin,professor de neurofisiologia e fisiologia aplicada no Wildwood Lifestyle Center and Hospital, pesquisador e articulista do The Journal of Health and Healing.
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