Comentários de Maria José F. Vieira
Texto Central: “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E temendo, disse: Quão temível é esse lugar! É a casa de Deus, a porta dos Céus”. (Gênesis 28:16 e 17)
A lição 1 do terceiro trimestre está chegando atrasada. Não tem importância: sempre é tempo de adorar. Este é o tema: Adoração.
Nosso corpo tem o gene para adorar. O ser humano necessita adorar; foi feito para adorar. Atualmente, isto deturpou. Adora-se qualquer coisa que satisfaça o vazio interior. Como este nunca termina, troca-se o foco da adoração. Pode ser o trabalho, o dinheiro, o poder, o prestígio, o próprio eu, um ser humano, um padre, um pastor, o filho, o pai, a mãe, um artista etc…etc…etc… Os temas são múltiplos.
Na adoração, como em tudo, o que está envolvida, é a escolha – o grande presente de Deus, mas ao mesmo tempo nossa maior responsabilidade. Quando se escolhe algo, deixa-se de escolher outra coisa e as conseqüências dependem do livre arbítrio.
Continuamente, estamos escolhendo: escrevo a lição ou não? Foi a minha questão. Não conseguia. Eram muitos temas envolvidos, muitos personagens, me perdi no meio deles. Li Patriarcas e Profetas, ouvi o DVD do Pastor Bullon, ouvi lições da Bíblia com Leandro Quadros na radio Novo Tempo e me perdia no meio da “adoração” de tantos personagens. Só tive um fluxo de entendimento, enquanto passava a lição para minha classe e eles me ajudaram a sair do redemoinho da adoração em Gênesis. É o primeiro livro e eu lá, passando de Caim para Abel, de Esaú para Jacó, de Abraão para Isaac, até que apareceu a escada, com anjos subindo e descendo.
Eu olhando para a tela do computador, sem saber em qual classe de adoradores eu me encontrava. Não estou falando da besta e sua imagem. Esta já está clara para mim. Mas qual a minha oferta para Deus? Será que muitas vezes não ofereço o que Deus quer, mas quando Ele me pergunta: “E o seu irmão?”. Será que eu me importo com meu irmão ou “mato” com palavras ou até deixo de falar o que precisa e vou para Igreja com minha melhor roupa adorá-Lo?!
Não conseguia escrever…
Já me escondi de Deus com medo, vergonha e culpa. Durante a lição no sábado veio um pedido de oração: a pessoa pedia para orar por ela para que voltasse aos pés de Cristo. Esta pessoa me ajudou a entender, porque sem pensar eu respondi via Internet: “Ajoelha, Ele está aí”.
Não precisamos nos esconder e cobrir com folhinhas. Deus quer ser adorado, porque precisamos adorá-Lo. Ele sabe disto e coloca esta necessidade no mais íntimo do nosso ser, mesmo que tenham mil interferências, como estava acontecendo comigo.
Há uma semana atrás, olhando a tela do computador, eu dizia para Deus: “Eu tenho que escrever para o site da Igreja e não consigo” e passei a semana assim.
Na sexta à noite, fui ver um paciente no Hospital. Era um caso muito delicado. Eu não conseguia orar. De certa forma, eu sabia que Jesus estava naquele quarto, abraçando o paciente e seus familiares, mas eu não conseguia orar. Achei tudo aquilo absurdo: a dor, a doença, a febre, o tremor, a hipotensão, a morte. Intrusas da vida que bloqueiam a adoração. Só olhava o movimento dos profissionais de saúde no quarto e vinha à minha mente tudo que sabia de Medicina avaliando cada movimento para vencer a finitude.
Jesus estava lá, no meio da dor, batalhando junto com os seres humanos como Ele sempre faz na manutenção da Vida integral. Eu não precisava escrever o comentário da lição. Eu precisava vê-Lo… Como Jacó, que “despertado do sono, disse: na verdade, o Senhor está neste lugar e eu não o sabia…” (Genesis 28:16)
Para adorar, precisa “acordar”. As escamas dos olhos precisam cair para ver e daí adorar e oferecer o que Deus quer.
Ele é o Criador. Ele fala e as coisas acontecem. Este Deus deve ser adorado quando abrimos os olhos pela manhã e sentimos o ar entrando pelas nossas narinas e é possível tomar um gole de água sem dor e sem o risco de regurgitar e vomitar. Este Deus que criou-nos de forma espetacular merece a nossa adoração. Nossos olhos são fantasticamente fantásticos. Mesmo que uma pessoa não enxergue bem ou até seja cega, ela desenvolve capacidade em outros órgãos dos sentidos para se orientar. Isto é poder de Deus.
O Deus que criou à imagem e semelhança. “O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter… Sua natureza estava em harmonia com a vontade de Deus. A mente era capaz de compreender as coisas divinas. As afeições eram puras; os apetites e paixões estavam sob o domínio da razão. Ele era santo e feliz, tendo a imagem de Deus e estando em perfeita obediência à Sua vontade” (Patriarcas e Profetas, pag. 45)
Deus separou o sétimo dia para que observássemos a Sua criação. Quão longe estamos do que foi a Terra quando saiu das mãos do Criador. Mas, temos o sétimo dia intacto para uma comunhão mais próxima com Jesus e podermos reverenciá-Lo. Não é apenas ir à Igreja, mas é um momento de encontro com aqueles que também foram criados à imagem e semelhança de Deus e que tem anjos que cuidam deles, como nós temos.
Por este motivo a resposta de Caim ficou repetindo na minha cabeça durante a semana. Além de levar os resultados de suas obras e não o que Deus pediu, quando inquirido sobre seu irmão respondeu: “Não sei…Por acaso sou guarda do meu irmão?” (Genesis 4:9) Somos guarda, sim, de todos… é a nossa missão.
É difícil?
A resposta pode ser: não é fácil. Precisa-se lembrar da semelhança em caráter com Jesus, que é o Guarda de todos e necessita-se do Seu poder para isto.
O mundo está frágil, sem prioridades, sem lei, num vale-tudo sem fim; não tem base familiar, nem Estatal. Estamos necessitados do poder do Espírito Santo para não perdermos o foco. Precisamos uns dos outros para voltar às origens. Viajarmos para o Éden antes da queda e desejarmos que Jesus volte. Precisamos de união e da verdadeira adoração. Sozinhos, será muito mais difícil.
Somos como Abrão na terra pagã e chamados para uma grande comissão e missão para levar a luz e ser o sal da Terra. Qualquer que seja o sacrifício, devemos ter a fé que Abraão demonstrou. Ele sabia que o Seu Deus era fiel e providenciaria algo enquanto subia o monte para imolar o seu filho. Ele conhecia o Deus que adorava.
Mesmo que pareça estranho e muitas vezes as respostas de Deus não sejam as que esperamos, Ele está no cimo da montanha com o Cordeiro para morrer em nosso lugar. Ele é a escada que une o Céu à Terra.
Agradeço à minha classe. Vocês me ajudaram a entender. Agradeço aos amigos que assistem pela Internet e confiam nas nossas orações. Ele é um Deus amoroso, fiel, presente e responde antes de pedirmos. Nosso Deus Eterno, Digno de Adoração.
A Ele a honra para sempre…
Fonte: http://iasdmoema.org.br/escolasabatina.html
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