Esquema para Apresentação da Lição – USB – MIPES
Pr. Luiz Gustavo S. Assis
Texto Central: “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E temendo, disse: Quão temível é esse lugar! É a casa de Deus, a porta dos Céus”. (Gênesis 28:16 e 17)
Objetivos
- Conhecer as duas classes de adoradores representadas por Abel e Caim;
- Sentir a diferença de atitude entre os adoradores que valorizam o que Deus oferece e aqueles cuja adoração está centralizada no que eles trazem ao altar de Deus;
- Adorar a Deus, honrando o sacrifício de Seu Filho Jesus, oferecido para nossa salvação.
Verdade Central
Os verdadeiros adoradores de Gênesis centralizavam suas atividades devocionais no que Deus havia provido para livrá-los do pecado.
Domingo
Adoração no Éden (Gênesis 1; Gênesis 2:1-3; Gênesis 3:1-13)
A existência humana só encontra plenitude de sentido e propósito quando está em íntimo relacionamento com o Criador. Adão e Eva puderam experimentar isto, no Éden, antes da queda. O que aconteceu após o primeiro pecado? (Gên. 3:8-10; Isa. 59:2)
- Quando pecamos, um intransponível abismo entre Deus e nós é formado. Sentimentos como, culpa, medo e vergonha bombardeiam nossos mais íntimos pensamentos.
- Antes da queda de Adão e Eva, a adoração no Éden era um sinal de gratidão pela criação. Após o pecado dos nossos primeiros pais, a adoração teria um motivo adicional, não apenas a criação, mas a redenção provida pelo próprio Deus (Gên. 3:15, 21).
- De maneira maravilhosamente simples, o sábado nos lembra destes dois aspectos. Em Êxodo 20:8-11, o motivo para santificar o sábado é a criação (Gên 2:1-3). Já em Deuteronômio 5:12-15, a libertação dos grilhões da escravidão do Egito é a motivação para celebrar o sétimo dia da semana. Criação e libertação da escravidão do pecado são elementos fundamentais no ato de adorar ao Criador.
Segunda
Adoração fora do Éden (Gênesis 4:1-7)
Leia Gênesis 4:1-7. Por que a oferta de Caim foi rejeitada, enquanto que a de Abel foi aceita?
- “Caim veio perante Deus com íntima murmuração e incredulidade, com respeito ao sacrifício prometido e necessidade de ofertas sacrificais. Sua dádiva não exprimia arrependimento de pecado. Apresentou sua oferta como um favor feito a Deus, pelo qual esperava obter a aprovação divina. Caim obedeceu ao construir um altar, obedeceu ao trazer um sacrifício, prestou, porém, apenas uma obediência parcial. A parte essencial, o reconhecimento da necessidade de um Redentor, ficou excluída” (Patriarcas e Profetas, p. 72).
- Uma curiosidade: Onde esse sacrifício foi realizado? A “porta” de Gênesis 4:7, é uma referência à porta do Jardim do Éden: “À porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória divina. Ali compareciam Adão, Eva e seus filhos a fim de adorarem a Deus. Ali renovaram seus votos de obediência àquela lei cuja transgressão os havia banido do Éden” (Patriarcas e Profetas, p. 63). No mesmo verso é-nos dito que o “pecado jaz à porta”. A palavra hebraica hatt’at, pode significar tanto “pecado”, como “oferta pelo pecado”. Gênesis 4:7 está sugerindo que uma oferta/sacrifício apropriada para a adoração de Caim estava disponível na porta do Jardim do Éden. (Veja mais em: Joaquim Azevedo. “À Porta Do Paraíso. Uma Interpretação Contextual De Gn 4:7.” Hermenêutica 3 (2003): 3-22).
- A história de Caim e Abel representa dois grupos de adoradores. Como C. S. Lewis, o famoso escritor irlandês, certa vez escreveu: “Existem dois grupos de pessoas. Aqueles que dizem a Deus, ‘Que Tua vontade seja feita’. E Aqueles a quem Deus diz: ‘Que sua vontade seja feita'”. Na história destes dois personagens, percebe-se quem foi e quem não foi aprovado por Deus.
Terça
Duas classes de adoradores (Gênesis 4:25-26; Gênesis 6:1-8; Gênesis 8:20)
A linhagem de Caim ficou conhecida como “filhos dos homens”, enquanto que a linhagem de Sete, o terceiro filho de Adão e Eva, passou a ser identificada como “filhos de Deus”. São estes os dois grupos, adoradores fiéis e infiéis, que encontramos em Gênesis 6:2. É impossível viver sem influenciar. E nesse caso, os adoradores verdadeiros foram influenciados pelos falsos. No final das contas, Deus tinha apenas uma família com oito pessoas que ainda o adoravam verdadeiramente.
- Um detalhe interessante que destaca a importância dos fiéis adoradores de Deus pode ser visto nas genealogias dos familiares de Sete, em Gênesis 5. Lá se menciona não simplesmente o nome de cada membro desta família de adoradores, mas também o tempo de vida de cada um. Em contrapartida, em Gênesis 4, na lista da descendência de Caim, nota-se apenas os nomes dos seus descendentes, sem qualquer menção ao tempo de vida. Com isso o autor bíblico estava querendo nos demonstrar uma atenção especial de Deus para aqueles que fazem a sua vontade.
- Deus estendeu amplas oportunidades para os “filhos dos homens” voltarem para os caminhos da verdadeira adoração, 120 anos! (Gên. 6:3) Mas o dilúvio se tornou inevitável diante das insistentes negações do apelo divino.
- Após o dilúvio, Noé construiu um altar ao Senhor. Essa foi sua primeira atitude após sair da arca. Noé nos lembra da famosa declaração de Jesus: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mat. 6:33) Noé e Jesus nos ensinaram, em suas vidas, qual deve ser nossa maior prioridade.
Quarta
A fé demonstrada por Abraão (Gênesis 12:1-8; Gênesis 22:1-18)
Assim como um pai deve dar um bom exemplo para seus filho(a)s, Abraão nos proporciona diversos exemplos relacionados a adoração. Abrão, posteriormente Abraão, foi chamado para sair de sua terra (Gên. 12:1), a cidade de Ur dos Caldeus. Na época, por volta do ano 2 mil a.C., tal cidade tinha aproximadamente 24 mil habitantes. Era um grande centro econômico, e também religioso. A principal divindade era o deus lua Nanna. Seu templo, conhecido como ziggurat, é uma das construções mais antigas e bem preservadas de todos os tempos. Por que Deus pediu para Abrãao abandonar uma cidade tão próspera para se viver?
- Saindo de Ur dos Caldeus, um território nas proximidades de Babilônia, Abraão nos faz lembrar do último convite divino para aqueles que insistem na associação com uma adoração falsa: “Retirai-vos dela [da Babilônia espiritual], povo meu!” (Apoc. 18:4). Verdade e erro não se misturam, e, portanto, Deus necessita retirar os Seus fiéis adoradores de onde o erro e o engano espiritual reinam.
- “Onde quer que armasse a tenda, junto erigia o altar convocando todos os que faziam parte de seu acampamento para o sacrifício da manhã e da tarde. Quando a tenda era removida, o altar ficava. Nos anos subsequentes, houve os que entre os cananeus errantes receberam instrução de Abraão; e, quando quer que um desses vinha àquele altar, sabia quem havia estado ali antes; e depois de armar a tenda, reparava o altar, e ali adorava o Deus vivo” (E. G. White, Patriarcas e Profetas, p. 122-123).
- Será que seus vizinhos, colegas de trabalho e outros familiares conseguem reconhecer em você e em sua família adoradores do Deus vivo, como Abraão? Como está o seu altar da família?
Quinta
Betel, a casa de Deus (Gênesis 28:10-22)
A Bíblia chama Esaú de “perito caçador” (Gên 25:27), a mesma descrição dada a Nimrode, o fundador de Babilônia, como lemos em Gênesis 10:9-10. Não foi mera coincidência que o autor de Gênesis identificou ambos da mesma forma. Esaú não tinha interesse em assuntos espirituais, fato este confirmado no abandono de sua primogênitura, que trazia consigo funções sacerdotais (Gên. 25:29-34). Em contrapartida, em Gênesis 28, seu irmão Jacó, apesar das suas inúmeras imperfeições de caráter, nos ensina várias lições da verdadeira adoração:
- Verdadeira adoração deve ser caracterizada por um temor, que não tem a ver simplesmente com respeito, mas também com medo da Majestade de Deus. Esse foi o sentimento de Jacó ao descobrir que Deus estava no mesmo lugar onde ele se achava. (Gên. 28:17). Tal postura deve ser imitada por nós que aguardamos a volta do Senhor (Apoc. 14:7).
- Verdadeira adoração está centralizada na revelação do próprio Deus e não em sentimentos oscilantes. O apóstolo Paulo sugere que nosso culto seja “racional” (Rom. 12:1), e não simplesmente emocional.
- Verdadeira adoração leva o adorador a tomar decisões sérias e permanentes. Diante da grandeza da Divindade, Jacó fez um pacto/compromisso com Deus. Se Este o abençoasse em sua jornada, ele seria fiel em seu dízimo, a décima parte de tudo que ele viesse a adquirir (Gên 28:22).
Conclusão
- Adoramos a Deus como gratidão pela Sua Criação e pela nossa Redenção.
- A adoração deve ser feita de acordo com a vontade de Deus, não de acordo com nossa.
- Nossa maior prioridade deve ser adorar ao Criador, como exemplificado na vida de Noé.
- Assim como Abraão, precisamos “construir” diariamente um altar ao Senhor em nossas casas.
- A verdadeira adoração deve ser racional, e deve levar o adorador a temer a Deus, e a tomar uma decisão sincera e duradora.
O Pr. Luiz Gustavo S. Assis é pastor distrital de Bairro Pioneiro, em Caxias do Sul/RS, pertencente à ACSR.
Fonte: http://usb.adventistas.org/
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