por: Eduardo Solá
Citando a Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música: a “música com a qual o cristão se deleita”, “se caracteriza pela qualidade, equilíbrio, adequação e autenticidade. A música favorece nossa sensibilidade espiritual, psicológica e social, como também nosso crescimento intelectual.” Algumas questões para que ponderemos:
Sobre a natureza da autenticidade
Quão autêntica tem sido a música sacra em sua igreja? O que autenticidade significa? Desempenha ela um papel na maneira como nos relacionamos com nosso Criador quando em genuíno louvor? Isso nos diz algo sobre a maneira confusa em que esse assunto tem sido abordado por todos esse últimos anos?
Sobre a natureza da autenticidade na musica sacra relacionada com o cristão
Pois bem. Música é música. Deus criou a música para que soasse como algo. Relembrando os empiricistas de tempos passados, podemos assumir aqui que: uma vez que a música foi criada para que soasse como algo, ela é algo (conseqüentemente). É um objeto de estudo, positivamente falando – um fato, por assim dizer – e está sob a possibilidade de ser analisada em racionais lógicos, que, em vez de provar sua origem, tem por objetivo explicar suas leis internas per se. Isso significa, logo, que há uma faceta qualitativa na música que pode ser apreendida por seres racionais somente – a saber: você e eu.
Por outro lado, música é um todo que se manifesta através de atributos específicos. Vários deles são de caráter sonoro, sendo completamente imperceptíveis sem a emissão e recepção de material sonoro. Fazendo uso da ponderação acima de que Deus criou a música para que soasse como algo, e música em um ambiente perfeito soava e ainda soa como algo – a maneira como a música soa é algo relevante. Ellen G. White descreve a música do céu da seguinte maneira:
“Foi-me mostrada a ordem, a perfeita ordem do Céu, e senti-me arrebatada ao escutar a música perfeita que ali há. Depois de sair da visão, o canto aqui me soou muito áspero e dissonante. Vi grupos de anjos que se achavam dispostos em quadrado, tendo cada um uma harpa de ouro. … Há um anjo que dirige sempre, o qual toca primeiro a harpa a fim de dar o tom, depois todos se ajuntam na majestosa e perfeita música do Céu. Ela é indescritível. É melodia celestial, divina, enquanto cada semblante reflete a imagem de Jesus, irradiando glória indizível.” Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 45.
Note que ela diz ter escutado “a música perfeita” no céu e, que “é indescritível”. Ela sensitivamente (falando dos sentidos) ouviu os atributos dessa música e não encontrou termos terrenos para descrevê-la além disso, tão perfeita era ela. Era tão autêntica tão diferente da qual ela conhecia, a qual poderia prontamente ser descrita como “elegante”, “seca”, “rápida”, ou “bem humorada”… Ellen White não encontrou palavras que poderiam ser usadas para designar os atributos daquela autêntica, peculiar música. Se esta fosse como a música com que ela estava acostumada, a teria descrito sem dificuldade.
Mais além. Ela a compara com o que a música na terra de seus dias, depois de sair da visão. “O canto aqui me soou muito áspero e dissonante”. O canto no céu era outra coisa que não o que ela ouviu aqui no mundo (e ela por muitas vezes ouviu boa música, mesmo fora da igreja). Ela era autêntica.
Deus quer que Sua música sua autêntica, ela foi criada para que soasse assim. Infelizmente, nossa música tem soado “como rock dos anos 80”, “rock n’ roll”, pop-rock, jazz, entre vários outros. Algo que você já tenha ouvido antes? Então não é autêntica.
O que fazer então se não temos a menor ideia de como a música soava pela pena da senhora White? O que fazer se sequer imaginamos como são esses atributos especiais do som? Bem. A instrução é clara: “Devemos esforçar-nos em nossos cânticos de louvor, por aproximar-nos o mais possível da harmonia dos coros celestes.” Evangelismo pág. 507. Se o mínimo que sabemos é que a música no céu é autêntica, não deveríamos nos esforçar para produzir e reproduzir música autêntica?
Fonte: Publicado originalmente em: http://basse-fondamentale.blogspot.com.br/2009/05/is-sacred-music-supposed-to-be.html