por: F. Solano Portela Neto
1. O que é cultura?
Definir cultura não é uma tarefa fácil. Ricardo Gondim, em seu livro “É Proibido” (Mundo Cristão, 1998) indica que os antropólogos já criaram mais de trezentas definições. Você, possivelmente, já ouviu ou falou a expressão: “isso faz parte do contexto cultural”? Ou, com certeza, você já ouviu palestras sobre “missões transculturais”. Mas como poderíamos definir esse conceito? Nos dois sentidos empregados acima, cultura se refere ao conjunto de características peculiares que identificam uma sociedade, em uma determinada época. Mas, em outro sentido, cultura é mais do que isso. A palavra em si vem do latim e significa “trabalhar o solo” ou “cultivar”. No seu sentido mais amplo, representa o resultado da aplicação do conhecimento humano no desenvolvimento de obras e atividades que possuem mérito e qualidade, bem como o envolvimento de outros na apreciação e apreensão dessas. Neste artigo, Gostaríamos de discutir um dilema freqüentemente: aquele que coloca a fé cristã em antagonismo com a cultura, levando o crente a um isolamento social ou a uma aceitação indiscriminada de todos os aspectos da sociedade em que vive.
Um dos problemas que confrontamos é que a visão da sociedade secular tende a classificar como “cultura” tudo o que caracteriza uma sociedade, considerando essas formas de expressão como moralmente neutras. Ou seja, tudo que um povo produz é considerado “cultura”, seja ela erudita ou popular. Não existe o certo ou o errado, quando se trata de cultura, é apenas uma questão de usos e costumes. Essa compreensão não é bíblica. O crente tem que ter sempre o discernimento moral para separar formas comportamentais que não condizem com a Palavra de Deus, independentemente se são classificadas como “cultura”, popular ou não. Muitos líderes evangélicos têm também aceito esse conceito e procuram uma adaptabilidade total da fé cristã. Qualquer tentativa de correção de aspectos culturais é rotulada de “ocidentalização do evangelho”, ou violência cultural. Chega-se ao ponto de se dizer que temos que ter “teologias regionais”, ou seja – uma teologia sul-americana, uma outra africana, e assim por diante – como se os princípios descritivos revelados de Deus não tivessem uma fonte única e imutável – a Sua Palavra.
Não podemos, portanto, simplesmente aceitar uma civilização como ela é sem termos a visão clara do que ela tem contrário à palavra de Deus. O apóstolo Paulo, o maior “missionário transcultural”, não hesitou em fazer observações que, nos dias de hoje seriam consideradas “politicamente incorretas” sobre os habitantes da Ilha de Creta – cultura na qual estava inserido o jovem pastor Tito. Paulo, citando um próprio poeta daquele povo (Epimênides) diz em Tito 1:
Porque existem muitos insubordinados, palradores frívolos, e enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância. Foi mesmo dentre eles, um seu profeta que disse: Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos. Tal testemunho é exato. Portanto repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé.(vs. 10-13)
Paulo reconhece, então, que existiam comportamentos genéricos que caracterizavam aquela cultura e vários desses eram desvios do comportamento que Deus espera dos seus servos. Tito, em seus esforços para edificar aquela igreja, tinha que reconhecer que muito dessa “cultura” havia sido trazida para dentro (1:5). Ele tinha que rejeitá-la e “repreender severamente” (v. 13) e “com toda autoridade” (2:15) os que refletiam tal “comportamento cultural típico dos cretenses” dentro da igreja.
Nossa responsabilidade de transmitir e viver adequadamente o evangelho em qualquer cultura, não nos libera de estarmos alerta aos aspectos anti-bíblicos exibidos na formação dos povos. Por exemplo, por mais cultural que seja e por mais que faça parte de nossa formação, do ponto de vista bíblico nada existe de recomendável para o famoso “jeitinho brasileiro”. O livro já mencionado de Ricardo Gondim, que é polêmico e desafia o nosso pensamento, e, em muitos sentidos, é muito bom, falha ao aceitar a opinião de E. A. Nida, que um cordão para cobrir o corpo de uma mulher é uma questão cultural, dentro da visão indígena, nada tendo de imoral (p.31).Mas será que “cultura” é algo tão supremo e destituído de valor moral, assim? Não foi o próprio Deus que vestiu o homem caído em pecado (Gênesis 3:21)? Não seria a exigüidade de roupas dos índios, junto com seus costumes de explorar as mulheres no trabalho e até de assassinar as primeiras crianças, quando são do sexo feminino, uma evidência de uma sociedade distanciada dos princípios de Deus, carente do evangelho salvador de Cristo? Será que os missionários terão que preservar todos os aspectos daquela sociedade – porque se constituem em “cultura”, ou deverão procurar reformá-la e transformá-la à luz da Palavra? E nós, que faremos em meio à nossa sociedade? Vamos aceitar também “a dança do tchan” como uma expressão cultural inocente, ou vamos reconhecê-la como a banalização da imoralidade que é?
2. O que tem o crente a ver com a cultura?
Por outro lado, existe a cultura verdadeira. O resultado do conhecimento aplicado no caldeirão das peculiaridades e diversidades operadas por Deus em todos os povos. Enquanto muitos crentes não exercitam discernimento e aceitam tudo que é classificado como “cultura” sem se preocupar com a adequação moral e bíblica do que é apresentado, outros têm a compreensão que qualquer coisa produzida fora da igreja, sendo do campo “secular” não deveria ser apreciada. Qual deve ser a abordagem equilibrada desta questão? O que tem a Palavra de Deus a nos ensinar? O Salmo 24 nos diz, “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” A verdade é que a visão bíblica não faz uma separação entre o secular e o sagrado. Todas as coisas pertencem a Deus. O Diabo tem atuado temporariamente na terra, mas ele é um usurpador-ele não é o rei por direito. Sabemos que um dos sinais da vitória final de Jesus Cristo é que Deus o exalta, “… para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra” (Filipenses 2:13). As demandas de Deus caem sobre todos os homens, crentes e descrentes. Seus mandamentos são válidos em todas ocasiões e situações. Deus é a fonte de tudo que verdadeiramente tem valor e de todo o desenvolvimento veraz do conhecimento humano.
3. Cultura não é “coisa do mundo”?
Temos nos acostumado a identificar o mundo como sendo uma expressão que indica apenas algo material que podemos ver e tocar. Este tipo de compreensão coloca as coisas materiais como sendo a esfera de domínio de Satanás. Mas a Palavra de Deus nos instrui qual o verdadeiro conceito do “mundo”. Em Gálatas 5:19-22 temos bem clara a antítese que deve ser alvo de nossa preocupação-qual a diferença entre o mundo e o Reino de Deus:
1. O Mundo, está descrito nos versículos 19-21. Ele é o domínio daquilo que se constitui nas obras da carne.
2. O Reino de Deus, está nos versículos 22 a 26 e se constitui no Fruto do Espírito.
A separação que existe entre o bem e o mal é ético-religiosa, não é uma questão de matéria versus espírito. As coisas que constituem o bem são concretas, e são também espirituais. Por outro lado, as coisas que constituem o mal também são de natureza espiritual (Efésios 6:12), isto é, não estão identificadas apenas com coisas e questões materiais.
Em outra passagem – I Timóteo 4:3-4, Paulo fala contra os que proíbem “…o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade; pois todas as coisas criadas por Deus são boas, e nada deve ser rejeitado se é recebido com ações de graças”. Isto esclarece que a verdadeira religião não é ascética. Ascetismo é a separação artificial entre o mundo material (físico), supostamente inferior, e o mundo espiritual (metafísico), supostamente superior. Como já vimos em Gálatas 5, não podemos identificar maldade com matéria e bondade com espírito. Tudo procede de Deus. Tanto as coisas materiais como as espirituais são desvirtuadas pelo pecado e pelo diabo, subvertendo a ordem da criação. A ideia de que matéria é algo ruim é um conceito do monasticismo católico, dos escritos de Tomás de Aquino e do pensamento das religiões orientais, como por exemplo o Budismo e o Hare Krishna, mas não é uma visão bíblica da realidade.
Verificamos que criamos, na igreja, uma dissociação artificial entre o sagrado e o profano. Falhamos em reconhecer que todas as coisas provêm de Deus. Estamos em uma criação caída, sob o pecado, mas cabe a nós, servos fiéis, exercermos o domínio que nos foi outorgado por Deus, para a sua glória. Isso quer dizer procurarmos adquirir o melhor conhecimento e desenvolver a apreciação pelas coisas belas da criação e aquelas que Deus permitiu às pessoas desenvolverem. Ao mesmo tempo, devemos ter discernimento cristão para rejeitar as distorções malignas da cultura verdadeira.
4. Cultura e o domínio da Criação.
O homem é a coroa da criação, feito de uma forma toda especial à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:27). Tanto o homem quanto a mulher foram criação especial de Deus. Este tema é retomado e explicado em mais detalhes no capítulo 3 de Gênesis.
A maioria dos teólogos fiéis identificam a questão da “imagem de Deus” no fato de que o homem foi criado com a possibilidade de refletir certos aspectos das características de Deus (os chamados atributos comunicáveis), como por exemplo conhecimento, justiça, santidade, amor (algumas características da divindade nunca foram compartilhadas ao homem-os atributos incomunicáveis-por exemplo, a eternidade, a absoluta perfeição e a imensidão de Deus). Em outras palavras, a imagem de Deus no homem torna este uma criatura moral. Esta imagem foi afetada pela Queda, pelo pecado, mas permanece como um diferencial do homem e será restaurada em sua plenitude na nossa glorificação (Romanos 8:29; II Coríntios 3:18). Calvino disse: “a imagem de Deus se estende a tudo aquilo que, na natureza do homem, excede o que existe nos animais” (Institutas, I, 15). A permanência de aspectos essenciais da imagem de Deus no ser humano, mesmo depois da queda, é comprovada, em adição, pela referência de Gênesis. 9:6.
O ser humano, com estas características, é, portanto, o recebedor capaz da delegação de domínio sobre a Criação recebida no em Gênesis 1:28. Os versos 28 a 30 apresentam os primeiros mandamentos dados ao homem. Eles estabelecem a situação de primazia, comando e administração da criação, recebida diretamente de Deus. O homem não é um acidente na criação. Ele foi especialmente nela colocado, para servir a Deus, e a criação subsiste como base para servi-lo em seu propósito maior.
O capítulo 1º de Gênesis encerra-se com a declaração de adequação da criação, só que desta vez, em seu fecho, o texto sagrado apresenta um qualificativo a mais e registra que tudo quanto Deus fizera “era muito bom”! Gênesis 1:28 nos ensina, portanto, que Deus criou o homem e o comandou a “dominar a terra e a sujeitá-la”. Por esta razão colocou os outros seres viventes ao seu serviço e sob sua administração. Este mesmo comissionamento foi repetido em Gênesis 9:1-3, depois da queda e depois do Dilúvio. O exercício do domínio é impossível sem o conhecimento, logo isso tem muito a ver com cultura:
- Significa que Deus dá legitimidade a todas as áreas do conhecimento e das atividades humanas (exceto, é óbvio, aquelas que representam envolvimento em práticas contrárias à Lei Moral de Deus) e que comanda as pessoas a desenvolverem o conhecimento verdadeiro sobre a sua criação. Todo o estudo das questões e matérias, à luz da Palavra de Deus, está dentro da legítima atuação do servo de Deus. Senão, como vamos “dominar a criação”?
- I Coríntios 10:31 nos indica como deve ser este envolvimento. Tudo que fazemos na vida, até as coisas mais mecânicas e instintivas, como o comer e o beber, deve ser feito com a plena conscientização da glorificação a Deus.
Esta era a visão de vida dos reformadores. Para eles o Cristianismo era vida e não apenas uma filosofia idealista compartimentalizada. Temos que ter cuidado para não apresentarmos a fé Cristã ao mundo como sendo um conceito distanciado que não interage com o dia-a-dia das pessoas.
6. Cultura e beleza foram utilizadas por Deus no Tabernáculo e no Templo.
O Tabernáculo: Em Êxodo 25:1-9, temos uma descrição de diversos tipos de matérias primas, trabalhos e artes utilizados sob o direcionamento e prescrição direta de Deus. Isso não somente legitima as diferentes profissões como também a arte e cultura contida em cada um dos artefatos descritos. Um artigo de uma autora cristã nos chama a atenção para o fato que “Deus permitiu que os israelitas recebessem jóias e roupas do povo do Egito e aceitou com agrado a contribuição voluntária de uma parte dessas para serem transformadas em utensílios e enfeites para o tabernáculo, o lugar em que Ele seria adorado. Moisés transmitiu a mensagem, Tomais, do que tendes, uma oferta para o Senhor; cada um, de coração disposto, voluntariamente a trará por oferta ao Senhor: ouro, prata, bronze, estofo azul, púrpura, carmesim, linho fino, pêlos…, peles…, pedras de ônix e pedras de engaste…(Êxodo 35:5-9). Êxodo 35 a 39 descreve a beleza desse tabernáculo e os detalhes das vestes dos sacerdotes, tudo do melhor e do mais bonito. Ouro, linho, pedras preciosas, anéis, argolas, coroa… Quando os israelitas tiraram o espólio do povo de Canaã, na medida em que Deus permitiu, ele nunca deu ordens para que deixassem de lado as jóias e roupas bonitas que estariam entre as riquezas que poderiam levar, nem que as aproveitassem de outra maneira.” Portanto, nas diretrizes bíblicas sobre a construção do tabernáculo vemos a aprovação divina de várias expressões de cultura e, o que é interessante, a apreciação de objetos de mérito procedentes de descrentes:
O Templo – Em I Reis 6:7 lemos sobre planejamento, arquitetura, engenharia. Em 7:14, sobre metalurgia e o trabalho específico em cobre. Sabemos que estas atividades não podiam ser executadas sem conhecimento e cultura. Academicamente falando, era necessário o saber das ciências exatas-matemática, física, química, além de habilidades artísticas reconhecidamente superiores. O Templo, que foi erguido como um símbolo (I Reis 8:27) e um testemunho (I Reis 8:41), é um selo de aprovação da parte de Deus nas apreciação naquilo que o homem pode produzir de belo e no conhecimento básico das diversas profissões, quando isso é encaminhado para a Sua glória.
7. A Cultura Real tem Mérito e Qualidade.
Já nos referimos à tendência de definir tão abrangentemente o conceito de cultura, que todas as formas comportamentais são aceitas como valiosas. Essa mesma tendência se estende a outras áreas de realizações humanas, como por exemplo as artes plásticas e a música. Somos ensinados, por algumas pessoas, que tudo que provêm espontaneamente de um povo deve ser aceito e até trazido para a igreja. É tudo uma questão de estilo, nos dizem. Será que é mesmo assim (Filipenses 4:8-9)?
Até os descrentes estão começando a abrir os olhos para um julgamento mais adequado do que é considerado “arte” e “cultura”. O caderno regional de uma revista semanal de circulação nacional publicou, recentemente, um ensaio no qual o articulista descrevia a sua visita na Bienal de São Paulo (Revista Veja SP, 2.12.98, p.122), feita em companhia de um amigo, conhecedor de “arte”. Em frente a uma tela branca, o seu amigo conhecedor exclamava, entusiasmado: “É um marco!”. Intrigado com várias outras obras estranhas que recebiam a admiração do amigo, entre elas uma pedra cheia de chicletes pregados, ele indicou que não estava entendendo nada. O amigo entendido “explicou” ao apreciador perplexo: “A arte não lida com a beleza, mas com transgressão”. Certamente esse não é o critério de Deus. Por mais difícil que seja discernirmos os critérios de julgamento, nossa apreciação da cultura e das artes nunca pode desprezar a pergunta: “mas isso possui realmente qualidade e mérito?” Vimos que Deus, na criação, avaliou o que fez, passo a passo, e viu que era “bom”, ou seja – a criação possuía valor intrínseco. Semelhantemente Ele escolheu formas de artes que eram “belas” para os locais de adoração. Vamos, portanto, ser apreciadores da cultura real (popular ou erudita), que tem mérito e qualidade.
Conclusão
Muitas perguntas pairam sobre nossa cabeça e deveríamos nos esforçar para respondermos, biblicamente, a cada uma delas: Será que temos absorvido aspectos da nossa sociedade como “cultura” sendo que estes, na realidade, contrariam preceitos da Palavra de Deus? Que devemos dizer da “cultura de negócios” encontrada em nossa sociedade, será que ela agrada a Deus? Estamos nos destacando pelo nosso testemunho de contraste, ou pelo envolvimento inconseqüente com as manifestações “culturais” de nossa sociedade? Ou será que temos nos isolado indevidamente e falhado em reconhecer as bênçãos de Deus, providenciadas por sua graça comum, quando permite que o homem escreva, componha ou produza algo que é belo e agradável?
E a igreja? Tem ela absorvido aspectos de uma cultura que contraria a Palavra de Deus. Ou será que tem reagido de forma extremada, proibindo o que Deus não proíbe? E qual tem sido o impacto da cultura, ao longo da história, na liturgia da igreja? Qual deve ser o papel da igreja na transformação da cultura de um povo? Recentemente temos visto muitos artistas que se declaram convertidos, mas que não discernem nenhuma maldade ou imoralidade na forma de expressão que marcou suas carreiras, por exemplo: uma dançarina, meio cantora, famosa por suas músicas entremeadas de grunhidos e suspiros, pelas roupas sumárias que usa e por sua dança erótica de segundas implicações, continua a se apresentar e divulgar essa forma de “cultura” ao mesmo tempo em que se identifica com a igreja evangélica. Será que está certo, isso?
Que Deus possa nos conceder o discernimento necessário a vivermos vidas cristãs autênticas que O honrem em todos os aspectos de nossas vidas.
Leitura adicional:
- Michael S. Horton, O Cristão e a Cultura (S. Paulo: Editora Cultura Cristã, 1998).
- Don Richardson, O Fator Melquisedeque (S. Paulo: Edições Vida Nova, 1986).
- Ricardo Gondim, É Proibido ( S. Paulo: Mundo Cristão, 1998).
- John Fisher, What on the World Are we Doing? (Ann Arbor: Vine Books, 1996).
Textos Bíblicos Relevantes:
Gênesis 1:24-31 – A cultura é o produto do domínio da criação.
24 E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi.
25 E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
29 E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.
30 E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.
31 E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
Êxodo 25:1-16 – Deus utiliza o produto da cultura no seu tabernáculo.
1 Então falou o Senhor a Moisés, dizendo:
2 Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.
3 E esta é a oferta alçada que recebereis deles: ouro, e prata, e cobre,
4 E azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabras,
5 E peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de acácia,
6 Azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso,
7 Pedras de ônix, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
8 E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.
9 Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis.
10 Também farão uma arca de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura.
11 E cobri-la-á de ouro puro; por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma coroa de ouro ao redor;
12 E fundirás para ela quatro argolas de ouro, e as porás nos quatro cantos dela, duas argolas num lado dela, e duas argolas noutro lado.
13 E farás varas de madeira de acácia, e as cobrirás com ouro.
14 E colocarás as varas nas argolas, aos lados da arca, para se levar com elas a arca.
15 As varas estarão nas argolas da arca, não se tirarão dela.
16 Depois porás na arca o testemunho, que eu te darei.
I Pedro 3:10-18 – O crente consciente e integrado na sociedade, faz o bem.
10 Porque Quem quer amar a vida, E ver os dias bons, Refreie a sua língua do mal, E os seus lábios não falem engano.
11 Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a.
12 Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.
13 E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?
14 Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;
15 Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,
16 Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.
17 Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.
18 Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;
Colossenses 1:9-18 – Cristo deve ter a preeminência em tudo em todas as culturas.
9 Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual;
10 Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus;
11 Corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência, e longanimidade com gozo;
12 Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz;
13 O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor;
14 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados;
15 O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.
17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
18 E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.
Colossenses 1:19-28 – Cristo é a plenitude de Deus para todas as culturas.
19 Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse,
20 E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.
21 A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou
22 No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis,
23 Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.
24 Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja;
25 Da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus;
26 O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos;
27 Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória;
28 A quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo;
João 14:1-4 e 17:14-23 – Cidadãos dos céus, mas unidos no mundo para transformar.
14:1-4
1 Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
3 E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
4 Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.
17:14-23
14 Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
15 Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
16 Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
17 Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.
18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
19 E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.
20 E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
21 Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
22 E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
23 Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.
I Coríntios 10:26-31 – Tudo deve ser feito para a glória de Deus.
26 Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude.
27 E, se algum dos infiéis vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem nada perguntar, por causa da consciência.
28 Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude.
29 Digo, porém, a consciência, não a tua, mas a do outro. Pois por que há de a minha liberdade ser julgada pela consciência de outrem?
30 E, se eu com graça participo, por que sou blasfemado naquilo por que dou graças?
31 Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.
Fonte: http://thirdmill.org.