Artigos Diversos e Curiosidades Musicais / Técnica Vocal e Fisiologia

A Beleza do Canto Harmônico

por: Natasha Romanzoti (HypeScience)

O canto difônico (ou canto harmônico) é o canto feito em dois ou mais sons simultaneamente, por uma única pessoa.

Como você pode muito bem imaginar, isso não é nada fácil. Exige manipulação dos espaços da cavidade bucal, que conduz a novos planos de escuta e de emissão vocal.

[Isto ocorre porque, ao alterar de forma seletiva os espaços ressonantes, alguns harmônicos da nota fundamental são reforçados, enquanto outros são atenuados. Portanto, os sobretons emitidos no canto harmônico sempre estarão incluídos na sequência harmônica da nota fundamental.]

[Este tipo de canto é bastante utilizado na música religiosa ou mística das culturas ocidentais. Também é comum nos cantos mágicos e rituais xamânicos.]

O vídeo abaixo é um excelente (e impressionante) exemplo de canto difônico. A cantora Anne-Maria Hefele realiza um dos estilos possíveis desse canto.

Enquanto toda a filmagem é interessante, a partir de 3:25, Anne move o tom fundamental e o sobretom em direções opostas, façanha certamente louvável.

É recomendado assistir ao vídeo com fones de ouvido – os alto-falantes de laptops não são lá muito potentes, e o canto harmônico possui nuances que podem ser melhor apreciadas com uma qualidade de som superior.


Fonte em Português: HypeScience

Fonte original: io9

Observação: os trechos entre colchetes ([]), bem como a tradução das explicações não constam do original e foram acrescentados pelos editores do Música Sacra e Adoração.


Tradução das explicações do vídeo

Olá. Sou a Anna-Maria e sou uma cantora de harmônicos. Vou explicar a vocês alguma coisa sobre o canto polifônico, ok?

O canto de harmônicos é uma técnica vocal onde uma pessoa canta duas notas ao mesmo tempo

  • Exemplo vocal

Neste exemplo, temos uma escala sobreposta a um tom fundamental. Também posso escolher um harmônico e alterar a fundamental.

  • Exemplo vocal

Então, posso escolher a nota fundamental e fazer a escala de harmônicos ou escolher um harmônico e fazer uma escala de subtons.

Se eu quiser cantar uma melodia, e existirem notas na melodia que que não se encaixam na escala de harmônicos de uma determinada fundamental, então eu preciso encontrar uma outra fundamental, para cantar esta nota. Para isso, existem diferentes possibilidades, e eu escolho aquela fundamental que se encaixa melhor, harmonicamente, com a linha melódica.

Para o canto polifônico existem diferentes possibilidades para a construção de escalas e para movimentar as notas; então posso mover o harmônico e a fundamental em paralelo, (exemplo vocal) ou posso mover a fundamental [e os harmônicos] em saltos, (exemplo vocal) ou em saltos pequenos (exemplo vocal), ou ainda menores (exemplo vocal).

Também posso mover os harmônicos e a fundamental em direções opostas (exemplo vocal), em uma escala maior (exemplo vocal).

E, com essas ferramentas, posso cantar, por exemplo, músicas folclóricas ou fazer um solo de voz polifônica.

  • Exemplo vocal. Neste exemplo é cantada (com uma pequena variação no final) uma composição de Wolfgang Amadeus Mozart, que consta no Hinário Adventista, sob o nr. 19, com letra de autor desconhecido, intitulada “Ao Coro dos “Arcanjos”. Para ouvir e ver a partitura, clique aqui.

Obrigada por assistir!


Fonte: HypeScience


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