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Cientistas Australianos Transformam Sinais Nervosos em Música

Cientistas australianos procuraram "ouvir" o sistema nervoso e as emoções humanas na tentativa de transformar esse vaivém elétrico em uma espécie de coro.

Os instrumentos da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste de Sydney gravam sons gerados por nervos, coração, pressão arterial, respiração e suor.

O objetivo é que essa "música", parecida com sinos e relógios, um dia sirva para aliviar doenças afetivas e neurológicas, como o autismo.

Ao final dos trabalhos, haverá material suficientemente rico e complexo para compor uma "sinfonia nervosa" executada eletronicamente. A primeira exibição está prevista para 2013 em Montreal, no Canadá.

Para isso, o neurofisiologista Vaughan Macefield pôs um cabo elétrico na perna do voluntário Ben Schultz, um ator de 27 anos. No outro extremo do cabo, um microfone gravou a atividade acústica do nervo por meio de um pequeno alto-falante instalado em um canto da sala.

"Esse é o som que captamos do nervo, a transcrição do que acontece eletricamente", diz a cantora canadense Erin Gee, que trabalha na experiência.

Macefield esquadrinhou as telas onde se formaram curiosos algoritmos toda vez que Ben Schultz esboçou alguma reação ao observar imagens violentas ou eróticas, por exemplo. O cérebro dele emitiu sinais, que foram interceptados pelo cientista e transformados em música.

Essas pesquisas entram no campo da "informática afetiva", que trata de máquinas capazes de detectar, compreender e responder às emoções humanas, destaca o professor. "Pode ser que, ao ampliar as próprias emoções, as pessoas as leiam melhor", afirma.

Todas essas gravações são guardadas em um computador, como se faz na mesa de edição de um estúdio. Programas desenvolvidos especialmente para a pesquisa transformam as diferentes vozes em um coro.

"Não se pode ler o pensamento de Ben e dizer porque ele sente emoções, mas agora existem meios tecnológicos capazes de demonstrar que ele realmente tem sentimentos e medir a intensidade deles", explica Erin Gee. "Posso, inclusive, colocar essas emoções em uma garrafa e conservá-las", assegura.


Fonte: http://m.g1.globo.com/ciencia-e-saude.


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